MÓDULO I ELETRO-TÉCNICA INTRODUÇÃO As atividades de um técnico em montagem e Manutenção envolvem conhecimentos próprios da informática, mas também existe a necessidade de ter suporte na área de eletricidade e eletrônica já que o computador é um equipamento que funciona com eletricidade e usa dispositivos eletrônicos. O presente módulo tem por objetivo entender e justificar fenômenos que acontecem no dia a dia com os computadores. GRANDEZAS ELÉTRICAS ELETRICIDADE Imagine uma árvore de natal com bolinhas penduradas nos extremos dos galhos. Se você sacudir fortemente a árvore, as bolinhas irão cair. Isto é exatamente o que acontece num material condutor. Os materiais condutores têm uma grande quantidade de elétrons nas últimas camadas de valência, quando uma força for aplicada nesse material os elétrons irão deslocar-se. A este fluxo de elétrons denomina-se corrente elétrica. Tensão elétrica É a diferença de potencial elétrico entre dois pontos. Voltando ao nosso exemplo inicial, tensão elétrica é a força que movimenta os elétrons. A unidade de medida desta grandeza é o Volt, em homenagem ao físico italiano Alessandro Volta. Para facilitar o entendimento poderíamos comparar a diferença de potencial com a pressão elétrica. Quanto maior a pressão hidráulica, maior será o fluxo, da mesma forma quanto maior a diferença de potencial, maior será o fluxo de elétrons (Corrente elétrica). Existe um erro comum, na fala dos técnicos, é errado falar de voltagem, assim como é errado falar metragem ou quilometragem. O certo é falar desta grandeza como diferença de potencial ou tensão elétrica. 1 Corrente elétrica Definimos corrente elétrica ao deslocamento ordenado dos elêtrons em um médio condutor. Para que esse fluxo exista devem ser exitados através de uma diferença de potencial ou tensão elétrica. A unidade para esta grandeza é o Ampere, em homenagem ao físico frances André Marie Ámpere. Resistência elétrica É a capacidade que um corpo tem para oferecer oposição à passagem de corrente elétrica. Cabe destacar que toda a matéria tem esta característica, por exemplo, o ser humano oferece pouca resistência. Por tal motivo se ficarmos expostos podemos pegar o que denominamos de choque elétrico. A unidade desta grandeza é o ohm, em homenagem ao físico George Simon Ohm. Materiais Condutores Os materiais condutores são aqueles que têm na última camada da estrutura atômica um número alto de elêtrons livres. Eles são chamados de condutores porque quando a tensão elétrica é aplicada permitem a condução de corrente elétrica. O exemplo mais claro de materiais condutores são os metais por esse motivo são usados nos fios elétricos. Materiais Isolantes Ao contrário do que se pensa os materiais isolantes tem poucos elêtrons na última camada da estrutura atômica, pelo contrário eles tem eletrons no núcleo, por esse motivo na aplicação de tensão elétrica, esses elêtrons tem dificuldade de se deslocar. O exemplo mais claro deste tipo de material são os plásticos, utilizados para equipamentos de protecção como luvas e botas. TIPOS DE CORRENTE ELÉTRICA CORRENTE CONTÍNUA Também chamada de corrente galvânica possue fluxo de elêtrons contante e ordenado. Tem como principal característica a permanência dos valores independente, da função do tempo, ou seja, os valores são constntes. Este tipo de energia é encontrada em pilhas e baterias e 2 apressenta polaridade, quer disser, um referencial positivo e um referencial de zero ou terra. É comum encontrar equipamentos onde esta grandeza é representada por DC, que significa Direct Current ou corrente direta. CORRENTE ALTERNADA Neste caso, os valores da corrente mudam com o tempo, ao contrário da corrente contínua onde os valores permanecem constantes aquí os valores irão mudar constantemente por isso o nome de alternada porque os valores ficarão alternando entre positivo e negativo. A forma característica da onda alternada é a senoidal. Este tipo de corrente é a que a fornecedora de energia oferece e corresponde para nossa região ao valor de +/- 127 VAC. Esta denominação indica o tipo de corrente onde AC, significa Altern Current, que traduzido seria. Corrente Alternada. FENÔMENOS ELÉTRICOS São distúrbios que a corrente elétrica apresenta devido a fenômenos naturais, interferência eletromagnética, ou equipamentos externos que fazem com que a corrente não seja um senoidal perfeito. Estes fenômenos são de fundamental importância, pois a maioria deles, podem ser a causa de danos no computador e até colocar em risco o usuário. Vamos conhecer quais são estes fenômenos e qual a forma de proteger o computador para evitar danos indesejáveis. 3 Na seguinte figura vamos observar a onda ideal de corrente e voltagem alternada. Surtos de Tensão São transientes de alta energia, que muitas vezes atingem a magnitude de kilovolts e aparecem na rede elétrica com muita freqüência, principalmente no verão pela ação de descargas atmosféricas (raios). De todos os fenômenos, os surtos de tensão são os potencialmente mais perigosos e provocam grandes estragos, queimando placas de computadores, placas de rede, winchester, fontes de alimentação, hubs, fiação de rede, etc. Os efeitos destes transientes na rede telefônica, por terem uma impedância maior que a rede elétrica, é ainda mais danosa. Aparelhos de fac-símiles, KS, PABX e outros equipamentos conectados diretamente à rede telefônica sem a devida proteção, estão condenados a serem seriamente danificados. Ruídos de Linha (EMI/RFI) São ruídos de alta-freqüência provocados pela conexão de equipamentos como motores, ares-condicionados, fontes chaveadas, etc., à rede elétrica. Dependendo da magnitude, provocam, por exemplo, o efeito de chuvisca mento na tela de televisores, monitores, etc. Distorção Harmônica Este fenômeno é uma deformação da onda senoidal (formato da onda) e é provocado por cargas pesadas conectadas à rede, do tipo motores de indução, solenóides, geradores, etc., principalmente aquelas cargas com baixo fator de potência. Este distúrbio pode provocar uma desenergização momentânea da fonte de alimentação do computador, travando-o. Sub e Sobre tensão da Rede Estes eventos ocorrem quando o nível da energia fornecido pela concessionária ultrapassa os limites aceitáveis e suportáveis pelos equipamentos. Se a sub-tensão atingir valores extrapolados, pode provocar perda de dados nos computadores, distorção na tela de 4 monitores e televisores, etc. Ocorrendo sobre tensão, certamente haverá queima de equipamentos Pequenas Interrupções (efeito Flicker) Interrupções muito curtas no fornecimento da energia elétrica, com duração da ordem de milésimos de segundos e que quase sempre são imperceptíveis ao usuário, provocam freqüentemente perda de dados em arquivos de computadores ou travamento de sistemas. Grandes Interrupções (black-out) Grandes interrupções de energia ou o que popularmente chamamos de "black-out". São geralmente provocadas por algum distúrbio grave nas subestações ou na rede de distribuição, podem durar minutos ou horas. Este evento é o maior causador de prejuízos em empresas. Quanto mais informatizada a empresa, maior o investimento que deverá ser realizado a fim de minimizar ou eliminar a atuação deste evento. Variação da Freqüência A freqüência da energia fornecida pelas concessionárias é 60 Hz para todo o território nacional. A não variação desta freqüência, além de um limite não superior a +/- 0,5Hz é um sério compromisso que as mesmas assumem com os consumidores. Ocorrendo uma variação superior a este limite poderá provocar superaquecimento e até queima da carga que estiver conectada à rede. Os equipamentos de informática e entretenimento de um modo geral, embora sendo menos sensíveis ao efeito deste evento, não se deve ligá-los a uma rede de 60Hz (ou viceversa) se forem projetados para atuar em rede de 50Hz (existentes em muitos países da Europa e da América do Sul). Estática ESD A eletricidade estática é uma carga elétrica em repouso. Ela é gerada principalmente por um desbalanceamento de elétrons localizado sob uma superfície ou no ar do ambiente. O desbalanceamento de elétrons (em todos os casos, gerado pela falta ou excesso de elétrons) gera assim um campo elétrico que é capaz de influenciar outros objetos que se encontram a uma determinada distância. O nível de carga é afetado pelo tipo de material, velocidade de contato, separação dos corpos, umidade e diversos outros fatores. 5 Fontes de eletricidade estática. Causa Primária: Carregamento tribo elétrico, que ocorre quando dois materiais são separados após entrarem em contato um com o outro ou por meio de fricção entre eles. Assim, o carregamento ocorre durante a transferência dos elétrons de um material ao outro. O carregamento tribo elétrico pode acontecer entre quaisquer materiais tais como sólidos, líquidos e partículas de ar. Indução de campo Sempre que um objeto é carregado eletrostaticamente, um campo elétrico associado a esta carga é criado em torno dele. Uma vez que um dispositivo sensível (ESDS) não aterrado entra neste campo elétrico, uma carga é induzida no dispositivo, causando uma transferência súbita das cargas entre os dois corpos. Esta transferência de cargas resulta em falhas catastróficas que reduzem a vida útil, prejudicam o funcionamento ou destroem o dispositivo permanentemente. A descarga eletrostática pode mudar, degradar ou destruir as características elétricas de dispositivos eletrônicos tais como circuitos integrados e componentes. Conseqüentemente o controle de estática eficaz é crucial, a fim de proteger nossos produtos de danos indesejáveis. Controle Antiestético Na grande maioria das vezes as pessoas são as principais fontes geradoras de carga eletrostática. O simples ato de andar ou de reparar uma PCI é suficiente para gerar milhares de volts sobre o corpo. É óbvio que o aterramento pessoal é a primeira etapa para um controle 6 anti-estático eficaz. Embalagens Os materiais para embalagens tais como os sacos com blindagem eletrostática, embalagens condutivas, recipientes e caixas ESD fornecem proteção direta dos dispositivos contra uma potencial descarga eletrostática. O objetivo principal destes materiais para embalagem é o de proteger o produto quando ele sai da área protegida contra ESD (APESD). A função principal contra ESD destes materiais de embalagem é a de eliminar ou minimizar o impacto possível da descarga eletrostática, criada por efeito tribo elétrico, pela descarga direta, e por campos eletrostáticos induzidos. Equipamentos de proteção aos fenômenos elétricos Aprenderemos neste modulo o funcionamento básico de cada elemento de correção elétrica existente e sua aplicabilidade quanto à relação custo x beneficio. Faremos um paralelo com cada evento crítico e a melhor alternativa de segurança para corrigir ou evitar tal surto. Prevenção contra os surtos de tensão e ruído EMI/RFI O equipamento que permite prevenção contra este tipo de equipamento é o Filtro de Linha. O filtro de linha é um equipamento que condiciona a rede elétrica, eliminando ou reduzindo ruídos, picos rápidos de tensão ou interferências eletromagnéticas. Além de fornecer proteção contra sobrecarga e curto circuito (fusível) e sobre tensão (varistor), oferece também múltiplas tomadas permitindo a ligação de múltiplos equipamentos desde que seja respeitada a potência máxima dele. Existem também modelos que oferecem filtragem para aparelhos telefônicos, faxes ou modems, ampliando a funcionalidade dele. A seguir mostraremos um diagrama de blocos de um filtro de linha. O circuito começa com a proteção do fusível, o fusível é um dispositivo de proteção elétrica básico, ele está constituído de um fio de cobre calculado para a passagem de certa quantidade de corrente, exemplo: 2, 3, 4, 5, 6 amperes. Quando uma corrente maior passa pelo fusível este fio de cobre abre-se impedindo a passagem de corrente. Com isto mediante um possível curto circuito o fusível estoura e os equipamentos a ele ligados irão desligar, ficando isolados do curto. A seguir temos a chave de liga e desliga que permite a ativação ou desativação do circuito. 7 O Varistor ou diodo varistor, é um tipo de diodo que se caracteriza por trabalhar em curvas de voltagem muito altas, quer dizer, quando aplicada uma voltagem alta, a resistência interna do diodo diminui encaminhando esta voltagem para o aterramento da rede, desta maneira a rede ficará protegida de voltagem indesejada. O filtro LC, as iniciais LC, representam indutivo-capacitivo, este arranjo de componentes permite que qualquer tipo de ruído que esteja afetando a rede, como, por exemplo, ruído eletromagnético gerado por um liquidificador, seja absorvido por este filtro. O filtro irá encaminhar estes sinais impuros para o aterramento do sistema. Tomadas, fornecem um sinal limpo e protegido deste fenômeno. Prevenção para pequenas Interrupções e grandes interrupções O no-break é um equipamento que fornece energia elétrica sem interrupção a uma determinada carga, durante a falta de rede elétrica, usando outra fonte de energia, às baterias. O termo no-break é muito usado no Brasil,mas o verdadeiro nome deste equipamento é UPS (Uninteruptible Power Supply, ou seja, fonte de energia sem interrupção. A função básica do No Break é impedir o desligamento do micro ou periférico em caso de queda de energia. Isto vale não só para os casos de black-out total, mas é especialmente importante para proteger os equipamentos contra os efeitos "flicker" (micro-desligamentos, que acontecem em frações de segundos e podem causar danos à máquina). Quando a energia se interrompe, o No Break aciona suas baterias e garante um tempo de funcionamento extra. Esse tempo deve ser suficiente para que o usuário feche os arquivos com segurança e o desligamento correto do microcomputador. Se houver falta de energia, sub-tensão, sobre-tensão, transientes, o nobreak passará a fornecer energia a partir das baterias (modo inversor). Para isto, ele transforma os 12VDC, 24VDC ou 48VDC das baterias em 115 VAC ou 220 VAC, transferindo-a para a saída. Tipos de No break • Interativo – Quando há rede elétrica ele a transfere para a saída. Caso haja falha de rede, o inversor passa a fornecer energia a partir das baterias. O equipamento apresenta tempo de transferência de 1 ~ 5 ms e possui estabilizador interno. 8 • Os nobreak on-line reconstroem a forma de onda a partir das baterias ou da rede. Para isto, seu circuito inversor fica funcionando durante todo o tempo. Á principal característica deste equipamento é que o tempo de transferência é nulo. A unidade de medida utilizada para determinar a capacidade dos No Breaks é o VoltAmpère (VA). Como os equipamentos, em geral, têm seu consumo medido em Watts, a maioria dos usuários tem dificuldade em dimensionar o No Break adequado para seu micro e periféricos. Para resolver esta dúvida, há uma regra muito simples. Consulte no manual de seus equipamentos o consumo em Watts de cada um deles. Some todos esses valores e acrescente 20% sobre o total para chegar à capacidade do No Break adequada. Verifique se existe um Estabilizador e um Filtro de Linha embutidos. Qualquer que seja o modelo escolhido, o usuário deve verificar se o equipamento é estabilizado e filtrado, isto é, se existem um estabilizador e um filtro de Linha embutidos, ou se é do tipo Line Interactive. Só com o Estabilizador, o micro fica livre de problemas, como oscilações e picos de energia e, só com o Filtro de Linha pode eliminar ruídos provenientes de radio-interferência e interferências eletromagnéticas. Com Estabilizador e Filtro de Linha, é garantida ao usuário uma energia pura, estabilizada e isenta de ruídos. Além da falta de energia, existem outras causas que podem travar o sistema, como pequenas oscilações e distúrbios na corrente elétrica, que podem ser interferências ou ausências, não sendo percebidas, na maioria dos casos. Esses distúrbios elétricos são responsáveis por danos irreparáveis como paradas de processamento, troca de dados, desaparecimento de arquivos e até Winchester danificado. Nobreaks inteligentes são ideais para redes. Os No Breaks podem ser convencionais ( só com dispositivos eletrônicos) ou inteligentes, isto é, com um 9 processador embutido (chip). Os convencionais resolvem perfeitamente o problema dos usuários de micros isolados, mas para usuários de rede, o ideal é um No Break com processador. Além de cumprir todas as funções normais de um No Break, os equipamentos microprocessador, trabalhando em conjunto com um software, realizam o fechamento automático de todas as tarefas em andamento no servidor da rede antes do esgotamento total da carga das baterias. Com isto, só eles podem garantir segurança máxima para o chamado processamento compartilhado. Os mais indicados são os Nobreaks Bivolt. Os equipamentos bivoltagem são os mais indicados, pois, podem trabalhar indistintamente, com voltagens de 110, 127 e 220 V. No caso do Brasil isto é muito importante, pois essas diferentes tensões nominais convivem, muitas vezes, num mesmo bairro e até num mesmo prédio. Alguns No Breaks podem receber a adição de baterias externas. Esta é uma grande vantagem, pois com isto, o usuário consegue aumentar o tempo de autonomia. É prudente utilizar apenas um padrão de amperagem de bateria. O aumento da autonomia implica no aumento do tempo de recarga. Prevenção para sob e sub tensão Em linhas gerais eles funcionam como um funil de tensão. Eles admitem variações de tensões em sua entrada (boca maior do funil) e transforma estas grandes variações em tensões apropriadas à alimentação de equipamentos eletrônicos (boca menor do funil). Basicamente são compostos por um transformador responsável pela potência do mesmo e circuitos eletrônicos que monitoram a tensão de entrada e corrigem a tensão de saída. Possuem também circuitos de filtragem e proteção das linhas elétricas e telefônicas. Entre os benefícios da utilização de um bom estabilizador estão o aumento da vida útil do aparelho, a redução na queima dos equipamentos, a estabilização da distribuição elétrica, a diminuição nos ruídos e interferências na rede, a proteção contra sobtensão e sobre tensão, além de atuar em casos de sobrecarga e sobreaquecimento, sinalizando sobre eventos da rede elétrica. 10 Aplicação: Aparelhos como informática, eletrodomésticos, áudio & vídeo, entre outros, por terem características técnicas distintas, requerem estabilizadores de tipos diferentes. Confirme na embalagem a aplicação destinada ao Estabilizador. Potência: Na embalagem é informada a potência que o Estabilizador suporta. Confirme se esta atende à necessidade. Para isso, faça a soma das potências dos equipamentos a serem ligados ao Estabilizador. Lembre-se, a potência do Estabilizador deve ser superior ao valor dessa somatória. Tensão (Voltagem) de entrada/saída: Verifique se a tensão (entrada/saída) do Estabilizador é compatível à tensão da rede elétrica local e do aparelho a ser ligado. Os Estabilizadores são fabricados com várias opções de tensão de entrada e saída. Nova norma do INMETRO Desde 1° de janeiro de 2008, todos os fabricantes de estabilizadores de tensão, com potência até 3kVA/3kW, com tensão até 250V, estão obrigados a comercializar equipamentos de acordo com a norma NBR 14373:2006, em atendimento à Portaria 262 do IMETRO. Com esta nova geração de estabilizadores de tensão, a indústria oferecerá maiores benefícios aos seus usuários. A norma NBR 14373:2006 exige obrigatoriamente que os estabilizadores tenham recursos técnicos que antes eram opcionais, como: a) Filtro de linha – reduz os ruídos provenientes da rede elétrica; b) Protetor contra surtos da rede elétrica – proteção contra descargas elétricas; c) Desligamento automático – desliga a saída do estabilizador quando a rede elétrica estiver fora das condições de operação; d) Protetor térmico – proteção adicional contra sobrecarga; e) Aumento da faixa de tensão de entrada – 45% em redes 110V, 115V, 120V e 127V e 40% em 220V; f) True-RMS – permite o funcionamento correto do estabilizador em redes elétricas distorcidas; g) Sensor de potência – desliga o estabilizador quando o usuário utilizar equipamentos que excedam a potência do estabilizador. Melhor Proteção Por mais que aparelhos como estabilizadores e filtros de linha ajudem na prevenção de riscos, durante uma chuva forte, a melhor forma de proteger o seu equipamento é desligando-o da tomada e desconectando as ligações de rede como cabos utp e cabos telefônicos. É possível inutilizar um computador somente através de uma descarga via cabo de rede. 11 Os estabilizadores são equipamentos eletrônicos responsáveis por corrigir a tensão da rede elétrica para fornecer aos equipamentos uma alimentação estável e segura. Eles protegem os equipamentos contra sobretensão, subtensão e transientes. A grande maioria dos estabilizadores também possuem um filtro de linha interno. A principal função de um Estabilizador é tornar a tensão da rede elétrica que alimenta o computador igual à rede que é suportada pelo equipamento em questão. Isso quer dizer que com o uso de um Estabilizador é mais fácil assegurar que as oscilações na voltagem da corrente elétrica não sejam sentidas pelo computador e, dessa forma, evitem maior danos no equipamento Este equipamento está provisto de um sistema de comparação de voltagem na entrada, fazendo com que seja possível determinar os valores corretos de entrada de voltagem. Após esta comparação o circuito comuta a saída para um transformador de multiplos espirais, compensando a elevação ou queda de voltagem, quer disser se faltar o transformador elevará a voltagem e se for em grande quantidade ele reduz a voltagem de saída. Existem dois tipos de estabilizadores: os mecânicos e os de estado sólido. A grande diferença esta no relé que é a peça responsável pelo chaveamento do transformador, hoje em dia a maioria deles é de estado sólido. O uso do Estabilizador é altamente recomendado, afinal com esse aparelho é possível evitar uma série de danos graves que poderiam ocorrer no computador em sua ausência. Os principais perigos dos quais o Estabilizador protege o computador são as variações bruscas da tensão elétrica. Um exemplo de situação cotidiana na qual é possível perceber claramente a necessidade de um estabilizador é quando um raio atinge os arredores da residência onde se encontra o computador. Afinal, os raios provocam descargas elétricas de altíssimas voltagens, podem causar danos graves aos computadores se estes não estiverem conectados a equipamentos projetados para protegê-los. Outro fator importante na hora da escolha é a potência do estabilizador, para isto deve ser dimesionada a carga que suportará o estabilizador. O fator de potência na maioria dos estabilizadores é de 0,65 assim, por exemplo, um estabilizador que tem uma potência de 1000 VA, vai alimentar corretamente um total de 650 Watts, então a soma total de carga conectada a este estabilizador não poderá sobrepassar esta carga. Para saber a carga total bastará só somar o valor da fonte e calcular o valor do monitor. Para poder calcular a potência de qualquer aparelho só precisamos saber a voltagem com que é alimentado e a corrente máxima que este suporta. Tudo isso pode ser encontrado bem na parte posterior do aparelho. Valor da potência. P=IxV 12 Quadro: Fenômeno e solução Distúrbio NOBREAK NOBREAK Estabilizadores Filtros "Standy-by"com "line com filtro filtro de linha interactive" de linha incorporado incorporado NOBREAK "on line senoidal" 1. Surto de tensão Sim sim sim sim sim 2. Ruídos de linha Sim sim sim sim sim 3. Distorção harmônica Não não não parcialmente sim Não sim não sim sim 6. Pequenas interrupções Não (efeito Flicker) não parcialmente sim sim 7. Grandes interrupções Não (black-out) não sim sim sim 8. Variação de freqüência Não não não parcialmente sim 4 e 5. Sub sobretensão de rede e Aterramento A palavra aterramento refere-se à terra propriamente dita. O aterramento é o fio ou a barra de cobre enterrado, onde passa a corrente elétrica para o solo. Quando se diz que algum aparelho está aterrado (ou eletricamente aterrado) significa que um dos fios de seu cabo de ligação está propositalmente ligado à terra. Ao fio que faz essa ligação denominamos "fio terra". Falar sobre aterramento e rede Elétrica pode parecer algo fora do comum na área de informática, mas se a rede elétrica que for ligada ao computador não estiver bem preparada podem ocorrer choques ao usuário ou danos ao equipamento. A vida útil dos seus equipamentos de informática depende da qualidade da sua instalação elétrica; levando-se em consideração o aterramento e os equipamentos de energia: estabilizador, nobreak e filtro de linha Acontece que o fio neutro pode ficar "sujo" devido as fugas apresentadas pelos equipamentos elétricos presentes na sua casa ou trabalho, pois ele é o retorno natural de corrente. Então, o fio terra é o referencial de zero ideal para os equipamentos de informática em geral, além de receber descargas elétricas para evitar choques aos usuários, nas carcaças dos equipamentos. Tem equipamentos que simplesmente não funcionam sem aterramento. 13 Outro ponto de dúvida é o valor da resistência de aterramento. Ela mede a capacidade do aterramento de descarregar a energia para a terra. Quanto menor essa resistência, melhor para a instalação, pois mais rápida será a atuação das proteções. Embora alguns fornecedores cheguem a exigir 1 ohm (Unidade de Resistência), a norma de instalações elétricas (NBR 5410/97) não define diretamente nenhum valor, enquanto a norma americana de instalação elétrica exige um valor máximo de 25 ohms. A norma brasileira de proteção contra descargas atmosféricas (NBR 5419/93) recomenda um valor máximo de 10 ohms. Confecção • A confecção de aterramento é uma atribuição de engenharia. • Nós podemos e devemos nos certificar se este esta dentro do padrão NBR 5410/97 e NBR 5419/93. • O aterramento deve ser de ponto único e não deve ser curto - circuitado ao neutro. • 14 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO É importante para o técnico poder lidar com situações problema fazendo leituras das grandezas elétricas, por exemplo, em uma vistoria técnica onde o problema está em um equipamento que desligou intempestivamente, é interessante fazer medições da voltagem da tomada. Para fazer isto uma simples chave teste não é suficiente, pois ela somente nos indicará se tem energia ou não. Para resolver esta situação o material mais eficaz é o uso do multímetro. Vamos iniciar o nosso estudo sobre este instrumento de medição mencionando que a palavra multímetro é uma palavra composta: Multi = vários e metro = medida, então podemos afirmar que o multímetro é um instrumento de medição que têm mais de um instrumento em um, ele é Voltímetro, Amperímetro e Ohmímetro. Voltímetro: O voltímetro é um instrumento que realiza medições de tensão elétrica em um circuito e exibe essas medições, geralmente, por meio de um ponteiro móvel ou um mostrador digital, de cristal líquido (LCD). A unidade apresentada geralmente é o Volt. Amperímetro: O amperímetro é um instrumento utilizado para fazer a medida da intensidade no fluxo da corrente elétrica que passa através da sessão transversal de um condutor. A unidade usada é o Ampere. Ohmímetro: O Ohmímetro é um instrumento de medida elétrica que mede a resistência elétrica, ou seja, a oposição à passagem da corrente elétrica. Multímetros modernos adicionaram outros instrumentos como o capacímetro, testador de diodos e transistores, e até termómetros. 15 Uso do Voltímetro Todo o voltímetro vem subdividido em duas categorias: Voltagem Contínua e Voltagem Alternada, uma das primeiras coisas que deve ser levadas em consideração é o tipo de voltagem e em segundo lugar a amplitude da grandeza. Por exemplo, para medir o valor da voltagem de uma tomada devo levar em consideração que vou medir voltagem alternada e que o valor que eu espero medir é aproximadamente 127 Volts. Isto é importante para fazer uma escolha certa da escala do voltímetro. Os voltímetros têm uma escala que pode variar de acordo com as marcas, mas os mais comuns têm a escala de: 0,1 V, 0,5 V, 2,5V, 10V, 50V, 250V e 1000V. Veja a figura Existe também no mercado uma ampla aceitação pelos multímetros digitais, eles convertem a leitura da grandeza ao formato digital que será decodificado e mostrado em uma tela de cristal líquido. Existem divergências entre qual dos multímetros é o melhor. Na verdade ambos têm vantagens e desvantagens, por exemplo, quando se fala em multímetros analógicos uma das principais desvantagens passa pelo fato da interpretação da deflexão da agulha, muitas pessoas têm dificuldades para efetuar a leitura. Já os multímetros digitais não têm esse problema porque eles oferecem o valor medido em formato numérico. 16 Procedimento de leitura O procedimento para medir voltagem é colocar as pontas em paralelo com a fonte de voltagem. Se a fonte de voltagem for contínua, deve ser levada em consideração a polaridade, isto é, identificar o pólo positivo e colocar a ponta vermelha do voltímetro. Em seguida, colocar a ponta preta no pólo negativo do voltímetro. Quando se trata da voltagem alternada não existe polaridade e as pontas podem ser colocadas aleatoriamente. 17 Uso do Amperímetro O amperímetro é um instrumento de medição que no dia a dia não é muito utilizado, já em contra partida é um instrumento muito utilizado pelos eletricistas. Este instrumento permite medir a o fluxo de corrente que passa por um determinado condutor. Um dos motivos pelos quais o amperímetro não é muito utilizado no computador é o fato de que sua leitura deve ser efetuada em série, o que significa ter que abrir o circuito para poder realizar a medida. Observe as figuras. Na primeira figura observamos a posição certa para a utilização do amperímetro. Em seguida, observamos a ligação do circuito em série com o circuito aberto, o que se torna difícil e vemos já que não poderia abrir circuitos em uma placa de circuito impresso. Na segunda figura, vemos como se efetuam as medições feitas pelos eletricistas. Uso do Ohmímetro O ohmímetro é um instrumento de medição utilizado para medir impedância. A grandeza física oferece oposição à passagem da corrente elétrica. Esta grandeza pode ser de três tipos: Resistiva, Indutiva e capacitiva. A pergunta é: quando usar este instrumento? O ohmímetro é utilizado em bancada de eletrônica para testes de continuidade, testes de diodos, transistores e dispositivos eletrônicos de fontes de alimentação e placas mães. É de suma importância o aluno aprender a usar este instrumento, ele se transforma nas mãos do técnico, especialmente, quando se trata de detectar curtos circuitos. 18 A figura mostra as escalas de seleção do ohmímetro. Neste caso o valor medido será multiplicado pelo valor da escala. No exemplo a agulha marca o número 20, se a escala escolhida é 2k, a medida da resistência será de 20 x 2k = 40KΩ. Medindo Resistores de carbono Resistores são componentes que têm por finalidade oferecer uma oposição à passagem de corrente elétrica, através de seu material. A essa oposição damos o nome de resistência elétrica, que possui como unidade o Ohm Ω. Um resistor ideal é um componente com uma resistência elétrica que permanece constante independentemente da tensão ou corrente elétrica que circular pelo dispositivo. Pelo geral os resistores são construídos tendo como base o carbono ou em alguns casos o silício. No caso dos resistores de carbono, eles utilizam um código de cores para poder determinar o seu valor resistivo, código que passaremos a detalhar em seguida. O código de cores é a convenção utilizada para identificação de resistores de uso geral. Compreendem as séries E6, E12 e E24 da norma internacional IEC. 19 Tabela do código de cores Procedimentos para encontrar o valor da resistência. a) Identificar a cor do primeiro anel, e verificar através da tabela de cores o algarismo correspondente à cor. Este algarismo será o primeiro dígito do valor do resistor. b) Identificar a cor do segundo anel. Determinar o algarismo correspondente ao segundo dígito do valor da resistência. c) Identificar a cor do terceiro anel. Determinar o valor para multiplicar o número formado pelos itens 1 e 2. Efetuar a operação e obter o valor da resistência. d) Identificar a cor do quarto anel e verificar a porcentagem de tolerância do valor nominal da resistência do resistor. Obs.: A primeira faixa será a faixa que estiver mais perto de qualquer um dos terminais do resistor. Exemplo 1º Faixa Vermelha = 2 2º Faixa Violeta = 7 3º Faixa Marrom = x 10 4º Faixa Ouro = 5% Então o valor será 270 Ω com 5% de tolerância. Ou seja, o valor exato da resistência para qualquer elemento com esta especificação estará entre 256,5Ω e 283,5Ω. 20 Entenda o multiplicador. Ele é o número de zeros que você coloca na frente do número. No exemplo é o 10, e você coloca apenas um zero, se fosse o 100 você colocaria 2 zeros e se fosse apenas o 1 você não colocaria nenhum zero. Outro elemento que talvez necessite explicação é a tolerância. O processo de fabricação em massa de resistores não consegue garantir para estes componentes um valor exato de resistência. Assim, pode haver variação dentro do valor especificado de tolerância. É importante notar que quanto menor a tolerância, mais caro o resistor, pois o processo de fabricação deve ser mais refinado para reduzir a variação em torno do valor nominal. Múltiplos: Constantemente em eletrônica usam-se valores de grandezas maiores ou menores que a grandeza original assim, por exemplo, quando falamos em resistência vamos ter valores resistivos como 2.200Ω, ou 4.700.000Ω. Isto dificulta o trabalho de medição e até de escrita, podendo levar os técnicos ao erro. Por tal motivo para estes valores relativamente grandes utilizam-se múltiplos para simplificar a escrita e facilitar a medição Equivalências 1000 Ω = 1 KΩ 1.000.000 = 1 MΩ Exemplos: O valor resistivo do resistor pode ser escrito de diversas formas: 560.000Ω, ou 560 kΩ, ou 0,56 MΩ 21 Aula prática nº 1 Uso do multímetro Objetivo: Ganhar habilidade para fazer leituras de voltímetro e ohmímetro O instrutor fornecerá aproximadamente uns 10 resistores de diversos valores. Usando o código de cores você deverá determinar os valores nominais de cada um dos resistores. O seguinte passo será determinar os valores máximos e mínimos de cada resistor usar para isto o valor de Tolerância do resistor. Veja o exemplo: O resistor da figura mostra na primeira faixa a cor amarela, isto representa o primeiro algarismo do valor resistivo equivalente a 4, na segunda faixa temos a cor violeta, que me representa o segundo algarismo de valor 7, a terceira faixa é a vermelha, isto quer dizer que aos algarismos formados pelas duas primeiras faixas 47 devemos acrescentar dois zeros, formando o valor resistivo de 4700 Ω. Em segundo lugar devemos calcular os valores máximos e valores mínimos de resistência, para isto usaremos a última faixa que mostra a cor dourada. Segundo a tabela o dourado representa +/- 5% de tolerância. Para calcular o valor máximo multiplicaremos o valor resistivo pelo coeficiente 1,05 obtendo assim o valor de 4935 Ω. Para o calculo do valor mínimo multiplicaremos o valor resistivo pelo coeficiente 0,95, obtendo assim o valor de 4465Ω. Veja a tabela a seguir: 22 Cores Valor Nominal Valor Máximo Valor mínimo 4700Ω 4935Ω 4465 Amarelo Violeta vermelho ouro Valor medido Erro Porcentual VM-VN x100 VN Legenda: VM- Valor Medido VN- Valor Nominal A fórmula na tabela me mostra o erro porcentual que existirá entre a leitura do instrumento e o valor nominal. Exercícios sobre resistores Qual o valor do resistor a ser lido de acordo com as cores em seu corpo? 1 º faixa 2º faixa 3º faixa 4º faixa Resultado Vermelho Vermelho Vermelho Ouro 2200Ω +/- 5% Amarelo Violeta Preto Prata 470 Ω +/- 5% Verde Vermelho Laranja Ouro 52000Ω +/- 5% Azul Marrom Prata 6100 +/- 5% Vermelho Amarelo Preto Vermelho 24 +/- 2% Branco Azul Preto Ouro 96 +/- 5% Vermelho Associação de resistores 23 A maioria das vezes os resistores encontram-se agrupados, quer dizer conectados entre eles, e as medidas deles podem ser afetadas por causa deste agrupamento, é por este motivo que é importante estudar este tipo de agrupamentos. Existem duas formas de agrupar resistores, o agrupamento série e o agrupamento em paralelo. Associação em série Neste tipo, os resistores estão ligados por um único pino, veja a figura Para calcular a resistência equivalente entre os pontos A e B, devemos somar os valores resistivos. Assim se os valores dos resistores R1, R2 e R3 da figura fossem respectivamente 1k, 2,2 k e 3,3 k, o circuito equivalente será a soma destes valores 1k+2,2k+3,3k=6,5k Associação em paralelo Neste exemplo, os resistores estão ligados por dois pinos, veja a figura: Neste caso a inversa da resistência equivalente entre os pontos A e B da figura é calculado somando as inversas dos resistores R1, R2 e R3 1 = 1 + 1 + 1 RT R1 R2 R3 24 Exercícios propostos 25