deficiência visual - Diretoria de Ensino Norte 1

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DEFICIÊNCIA VISUAL
Os imprescindíveis
Há homens que lutam por um dia e são bons,
Há outros que lutam por um ano e são melhores.
Há outros ainda, que lutam por muitos anos e são muito bons.
Há, porém, os que lutam por toda a vida,
Estes são os imprescindíveis.
Bertolt Brecht
Retrospectiva sobre a Deficiência Visual
Em meados da história as pessoas com deficiência visual na década de 50 receberam
apoio pedagógico por intermédio dos professores especializados ou habilitados em
Educação Especial, área de deficiência visual, que naquela época atuavam em duas
modalidades de ensino: Classe Braille, que mais tarde recebeu a denominação de Sala de
Recursos e Ensino Itinerante. A missão de ambas as modalidades era a de integrar os
alunos com deficiência visual na classe comum. Essa iniciativa deveu-se ao trabalho da
Profª. Dorina Nowill que, após retornar dos Estados Unidos onde fora especializar-se,
envidou todos os esforços para que o atendimento de crianças com deficiência visual fosse
feito na rede regular de ensino.
Ao longo da História, constata-se que muito se fez para o atendimento das necessidades
das pessoas com deficiência tanto no campo médico, como no educacional e laboral. No
entanto, persiste a questão da exclusão.
Os anos 90 marcam o movimento denominado “International Inclusion” e a promulgação
da Declaração de Salamanca (1994) que provocariam um grande debate conceitual e
metodológico sobre a educação formal oferecida às pessoas com deficiência. Há de ser
também lembrada a Convenção da Guatemala (1998), que se manifesta sobre todo e
qualquer tipo de discriminação e de preconceito.
Esse debate envolve os educadores do mundo todo e, no Brasil, por meio da LDBN/96,
A Educação inclusiva é contemplada de modo a garantir o ingresso e a permanência das
pessoas com deficiência no ensino regular e, posteriormente, é promulgada a Resolução
nº2 do CNE/CEB de 2001 que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial
na Educação Básica.
No entanto, temos a lembrar que a inclusão não se faz por decreto. É um processo e
como tal leva tempo. Implica em mudanças estruturais na cultura, na construção de uma
nova postura pedagógica, na vida social. (Ivete de Mais)
“A visão é um meio importante de integração entre o indivíduo e o meio
ambiente, já que os conhecimentos, em grande parte, são adquiridos por seu
intermédio”. (MS, 1990).
Baixa visão
De acordo com Hyvarinen (apud Gasparetto, 2001), a baixa visão na educação é uma
entidade complicada, pois o trabalho é altamente personalizado devido às diferenças
individuais, diferenças na habilidade de utilizar a visão (isto depende não só da patologia
ocular, mas também da eficácia do uso da visão), e às diferentes formas de intervenção.
Dessa forma a criança com baixa visão poderá apresentar baixo rendimento escolar caso
não tenha o suporte adequado às suas necessidades específicas.
Para saber mais sobre deficiência visual...
Deficiência visual é a perda total ou parcial, congênita ou adquirida da visão,
variando de acordo com o nível ou acuidade visual da seguinte forma:
• Cegueira é a perda total ou o resíduo mínimo de visão que leva a pessoa a necessitar do
sistema Braille como meio de leitura e escrita.
• É considerado com baixa visão o indivíduo que apresenta
alteração da capacidade funcional da visão (o que é isto?) é a decorrência.
de inúmeros fatores isolados, ou seja, baixa acuidade visual significativa,
redução importante no campo visual, alterações corticais ou sensibilidade
aos contrastes que interferem ou que limitam o desempenho visual do
indivíduo (BRASIL, MEC/SEESP, 2006).
• A capacidade visual abrange: acuidade visual, visão binocular, campo visual, visão de
cores e adaptação às diferentes luminosidades;
• Capacidade funcional da visão ou visão funcional refere-se à interação da percepção
visual e do ambiente, ou quão bem as pessoas enxergam em suas vidas cotidianas
(exemplo: no trânsito, no trabalho, ou no lazer) em níveis variáveis de iluminação.
A visão funcional inclui muitas funções, como a visão central ou acuidade visual,
sensibilidade à luz, aos contrastes e movimentos, percepção de cores, visão periférica
(que nos ajudam a perceber objetos em nossa visão lateral), além de processos
interpretativos;
• É importante que seja realizada uma avaliação funcional da eficiência visual para que
sejam oferecidas condições que favoreçam o uso da visão residual;
• A avaliação funcional da visão abrange aspectos voltados às condições visuais para
perto e para longe, bem como o desempenho nas atividades de orientação e mobilidade,
atividades de vida diária, atividades escolares, sociais, culturais e de lazer;
• A avaliação funcional da visão deve ser realizada, preferencialmente, pelo pedagogo
especializado na área da deficiência visual;
• O caderno aberto em cima da carteira com uma base de papel cartão preto, causa
contraste facilitando a localização do caderno;
• O uso de caneta hidrocor preta de ponta média ou lápis 6B auxilia na discriminação
visual;
• A utilização de várias cores de giz dificulta o contraste de cores para o aluno com baixa
visão. As cores de giz branca e amarela proporcionam melhor contraste em relação ao
fundo de lousa preto ou verde escuro;
• O fato de colocar à disposição materiais táteis facilita a compreensão de determinados
conceitos pelos alunos com baixa visão;
• Nas coordenadorias de educação, onde há SAAI para DV, é possível utilizar este serviço
de apoio. Trata-se de um recurso a mais para os alunos com DV.
Sabe-se que, desde o nascimento até a etapa escolar, a criança com limitação visual
pode apresentar atraso em seu desenvolvimento e requer por isso, uma atenção
específica.
Suas descobertas e construções mentais irão depender da forma como será estimulado,
levado a conhecer o mundo que rodeia. Eis o desafio do alfabetizador : estimular, orientar,
conduzir para a autonomia dar oportunidades favorecendo o crescimento global da
criança. Proporcionar à pessoa com deficiência maior independência e qualidade de vida.
Os alunos com deficiência visual possuem grandes possibilidades de desenvolvimento
pessoal e intelectual desde que sejam a eles oferecidas oportunidades de aprendizagem
que utilizem metodologias e recursos didáticos adequados à sua forma de perceber e
sentir o meio em que vivem.
Promover a concretização de conceitos por meio de vivências no cotidiano e mediante a
utilização de recursos didáticos que possam ser percebidos por todos os sentidos do corpo
( tátil, sinestésico, auditivo, olfativo, gustativo, e visual) é conduta indispensável para uma
educação abragente, que contemple as diversidades existentes entre os educandos.
Materiais Básicos para o Ensino
Para alcançar desempenho eficiente, o aluno com deficiência visual, especialmente o
aluno cego, precisa dominar alguns materiais básicos, indispensáveis no processo de
ensino aprendizagem. Entre esses materiais destacam-se:
Para a educação dos alunos com cegueira é necessário ainda:
- Cubaritmo
- calculadora sonora
- material de desenho adaptados ( régua, transferidor, esquadro);
- sólidos geométricos;
- fita métrica adaptada;
- jogos adaptados;
- mapa em relevo;
- relógio braille ou sonoro;
- bengala longa;
- bola com guizo;
- tronco humano desmontável;
- máquina de datilografia comum;
- thermoform;
- Micro computador;
- impressora braile;
- Kit dovox;
- braille falado ;
- Scanner
- open Book ( sistema de leitura óptica que sintetiza em voz);
- gravador.
Filmes que abordam o tema:
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Além dos meus olhos
Perfume de mulher
À primeira vista
Vermelho como o céu
Dançando no escuro
Ensaio sobre a cegueira
Janela da Alma
Considerações finais
É importante ressaltar que devemos ter presente o que Goffman (1978) sinaliza com
muita propriedade: a sociedade estabelece categorias de pessoas a partir das exigências
por ela apresentadas, ou seja, aqueles traços que fogem ao estabelecido como normal,
caso não sejam atendidos, colocam a pessoa numa situação de desvantagem.
Em pesquisa realizada por Machado(2001) junto a 120 professores da rede regular de
ensino, foi constatado que na formação desses profissionais não há disciplina que cuide
da educação inclusiva e a fala dos entrevistados denuncia a falta de conhecimento
sobre os recursos disponíveis para as pessoas com deficiência visual.
Por isso o processo de desenvolvimento e aprendizagem da leitura-escrita deve ter como
meta a ação funcional, significativa, vivenciada e construída pela criança, mediante
cooperação conjunta professor-aluno, colegas e familiares.
Cabe ao professor a análise, organização e sistematização de atividades pedagógicas
específicas, necessárias ao desenvolvimento integral do aluno, como também propor e
adaptar atividades lúdicas, prazerosas e situações de interação, socialização e coletiva
com os demais alunos da escola.
BIBLIOGRAFIA
www.wikipedia.org/
REFERENCIAL SOBRE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM de Alunos com Necessidades
Especiais
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Saberes e Práticas
da Inclusão: Desenvolvendo Competências para o Atendimento às Necessidades
Educacionais Especiais de Alunos Cegos e de Alunos com Baixa Visão. 2. ª ed.
Brasília: MEC/SEESP, 2006.
______. Educação Infantil – Saberes e Práticas da Inclusão: Dificuldades de
Comunicação Sinalização: Deficiência Visual. 4 .ª ed. Elaboração: Profª. Marilda
Moraes Garcia Bruno – consultora autônoma. Brasília: MEC/SEESP, 2006.
______. Secretaria de Ensino Fundamental. Secretaria de Educação Especial,
Parâmetros Curriculares Nacionais: Adaptações Curriculares. Brasília: MEC/
SEF/SEESP, 1999.
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