Cartilha DP 001 - ORIENTACOES DIALISE - Fundação Pró-Rim

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DP 001
15/06/2011
13/10/2015
01
Orientação para Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD)
1. Diálise Peritoneal
A Diálise Peritoneal é uma terapia de substituição da função renal para pacientes portadores
de Insuficiência Renal Aguda ou Crônica (IRC/IRA), sendo também um processo de filtração do
sangue onde ocorre a retirada do excesso de água e substâncias que não são mais aproveitadas
pelo corpo, e que deveriam ser eliminadas através da urina. Esta modalidade de terapia aproveita o
revestimento interior do abdômen chamado membrana peritoneal para que a filtragem do sangue
possa ser realizada.
2. Como funciona a Diálise Peritoneal
A membrana peritoneal tem muitos vasos sanguíneos. O sangue que circula na membrana
peritoneal, assim como o sangue de todo o corpo, está com excesso de potássio, uréia e outras
substâncias que devem ser eliminadas. Na diálise peritoneal, um líquido especial, chamado solução
para diálise, entra no abdômen através de um cateter. As substâncias tóxicas passarão, aos poucos,
através das paredes dos vasos sanguíneos da membrana peritoneal para a solução de diálise.
Depois de algumas horas, a solução é drenada do abdômen e a seguir volta-se a encher o abdômen
com uma nova solução de diálise para que o processo de purificação seja repetido. Alguns dias antes
da primeira diálise, o cateter que permite a entrada e a saída da solução de diálise da cavidade
abdominal é colocado através de uma pequena cirurgia. O cateter fica instalado permanentemente.
3. Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD)
A CAPD permite a realização da diálise no seu domicílio em todo o território nacional, sem
restrição de raça, idade ou condição social. Antes de ingressar na CAPD: o paciente e seus familiares
passam por um período de treinamento realizado pelo enfermeiro da Unidade de Diálise, durante o
qual serão capacitados para realizar as trocas de bolsas de solução de CAPD, cuidados com o
cateter e a identificar eventuais complicações que podem ocorrer no tratamento. A CAPD permite
drenar e infundir por gravidade, a solução de diálise na cavidade peritoneal, usando bolsas plásticas
conectadas ao sistema de equipo em “Y”.
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Orientação para Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD)
O sistema de troca de bolsas de CAPD utiliza um equipo em “Y” conectado a 2 bolsas
plásticas, uma vazia e outra contendo a solução de diálise. A bolsa cheia contendo a solução de
diálise é infundida e a bolsa vazia é usada para drenar a solução antiga que estava na cavidade
peritoneal. Da mesma forma que diversas doenças podem dar origem à perda total da função renal, o
peso e a altura diferem de um paciente para outro e a prescrição de CAPD varia no número de trocas
de bolsas e volume de solução a ser infundido.
Normalmente, são realizadas 4 trocas de bolsas diariamente, que podem ser adaptadas aos
horários e estilo de vida do paciente.
O procedimento de troca leva aproximadamente 30 minutos, ou seja, as trocas podem ser
feitas pela manhã antes de sair de casa, no almoço, à tardinha e à noite antes de dormir. No período
de permanência da solução dentro do abdômen, aproximadamente 4 – 6 horas, a membrana
peritoneal em contato com a solução de diálise atua como um filtro para o sangue. Após este período,
uma nova troca de CAPD é realizada. Durante o período entre as trocas o paciente fica livre das
bolsas, mantendo um pequeno equipo de transferência fechado, fixado e escondido por baixo das
roupas.
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Orientação para Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD)
4. Benefícios da Diálise Peritoneal Contínua Domiciliar – CAPD

Preserva a função renal residual por mais tempo, promovendo uma melhor qualidade de
vida, e remoção mais eficiente das substâncias tóxicas e de líquidos.

Diálise mais lenta e estável, promovendo maior estabilidade cardíaca, maior controle da
anemia e da pressão arterial.

Maior liberdade e independência.

Maior flexibilidade de horários para realizar a diálise.

Menor necessidade de deslocamento para comparecer ao hospital ou à clínica de diálise
para consultas mensais e exames laboratoriais.

Menor necessidade de deslocamento para comparecer ao hospital ou à clínica de diálise
para consultas mensais e exames laboratoriais.

Possibilidade de retorno das atividades profissionais, escolares e do lar, bem como de
lazer (ir à praia, andar de bicicleta, jogar bola, etc.).

Maior convívio social e familiar devido ao tratamento domiciliar.

Maior possibilidade de desenvolvimento físico nas crianças.

Via de acesso permanente e indolor devido à flexibilidade do cateter peritoneal;
Maior liberdade para passeios e viagens longas.
5. Vivendo com a Diálise Peritoneal
A Diálise Peritoneal Domiciliar é uma opção dialítica para quase todos os pacientes com a
Doença Renal Crônica. Muitos paciente em Diálise Peritoneal retornam às suas atividades sociais e
profissionais. A equipe clínica renal pode orientar o paciente em relação aos diferentes locais de troca
(trabalho, escola, domicílio).
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Orientação para Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD)
Desde que o local esteja limpo, as trocas de bolsas de CAPD podem ser realizadas no local
de férias. Não é necessário procurar outro centro de diálise se desejar ou precisar viajar. A Baxter e a
Fresenius possuem o sistema Travel Club que está disponível para assegurar a entrega do seu
material na localidade que você indicar suas férias.
Esportes e exercícios são importantes também para os pacientes em Diálise Peritoneal, e
todos são encorajados a ter uma atividade física. Recomenda-se sempre seguir orientação da equipe
clínica antes de iniciar uma nova rotina de exercícios. Como em qualquer doença crônica, podem
existir momentos em que os pacientes se sintam cansados em realizar a diálise. O mais importante é
lembrar que nunca se está sozinho. A doença renal acomete várias pessoas em toda a parte do
mundo e sempre existirá uma equipe clínica especializada pronta para dar suporte e orientação, tanto
para os pacientes como para seus familiares.
A diálise Peritoneal é um tratamento simples e flexível. Qualquer modalidade escolhida, DPAC
ou DPA, é de fácil aprendizado e logo se torna parte de uma rotina diária. Muitos pacientes são
capazes de levar uma vida completamente independente, longe do ambiente hospitalar e se sentem
seguros porque sabem que, caso necessitem, sempre há ajuda e orientação de profissionais
especializados.
6. Cuidados com Seu Cateter
A realização da diálise peritoneal domiciliar envolve o cumprimento das rotinas e cuidados de
higiene ensinada durante as fases de treinamento, como:

Preparar o ambiente durante a troca das bolsas.

Colocar a mascara adequadamente.

Realizar a lavagem correta das mãos usando sabão neutro.
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
Secar as mãos com uma toalha limpa ou papel toalha.

Tomar banho diariamente.

Lavar ao redor do local de saída do cateter com água corrente e sabão neutro e secar
com uma toalha limpa.
Seguindo estes cuidados, estará evitando a presença de infecções e da interrupção do
tratamento. Se preferir, na hora do banho lave ao redor do local de saída do cateter com sabonete
antisseptico líquido e enxague com água em abundância, secando em seguida com uma toalha
limpa, e fixar o cateter sem tracionar.
Mantenha longe do Cateter: Tesoura, gilete, estilete e agulhas.
7. Intercorrências e limitações da Diálise Peritoneal – CAPD

Risco de infecção peritoneal (peritonite) devido a alterações no procedimento da técnica
de troca de bolsas e/ou cuidados precários com o cateter.

Dependências de familiares ou outras pessoas para a realização das trocas no caso de
limitações motoras e visuais do paciente.

Possibilidade de ganho de peso.

Necessidade de espaço para estocar o material em casa.
8. Intercorrências relacionadas à Diálise Peritoneal – CAPD
Sinais e Sintomas
Fator Relacionado
Dor nas omoplatas
Pode estar relacionada à entrada de ar na cavidade abdominal ou à
distensão do diafragma.
Falta de apetite
Em geral no início do tratamento, pode estar relacionado à absorção de
glicose do efluente.
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Sinais e Sintomas
Fator Relacionado
Efluente hemático
Em mulheres está geralmente relacionada à menstruação, ou de
maneira geral, secundária a lista de pequenas bridas. A conduta consiste
em realizar trocas em temperatura ambiente.
Cefaléia e tonturas
Pode estar relacionado à alteração da pressão arterial.
Cansaço e dispnéia
Relacionado à hipervolemia (tosse seca, dor abdominal intensa, mal
estar geral e agitação).
Obstipação Intestinal
Em geral decorrente da falta de atividade física e baixa ingestão de
alimentos ricos em fibra. Nestes casos, tomar medicação laxativa
diariamente conforme prescrição médica.
Demora na infusão
Secundário à perfuração incompleta da bolsa pelo "spike" ou por
translocação do cateter.
Há a possibilidade também do cateter estar obstruído por fibrina.
Drenagem insuficiente
ou inexistente.
Semelhante ao item anterior.
Retenção de volume
Se retenção de volume por mais de duas trocas consecutivas e o volume
de efluente drenado inferior há 1800 ml, procurar o Serviço de Diálise
com urgência ou ao Pronto Socorro em horários não comerciais.
Hiperemia ou drenagem
de pus pelo orifício da
saída do cateter
peritoneal.
Pode estar relacionada à inflamação devido a contaminação da ponta do
cateter, ou infecção da saída do cateter ou do túnel, ou outras infecções
devido à falta de cuidados com a higiene das mãos ou ambiente, e a
falta do uso da máscara.
Líquido turvo de aspecto
leitoso; Dor abdominal;
Febre; Náuseas;
Vômitos; Diarréia
Pode estar relacionada à inflamação da membrana peritoneal, e pode
acontecer por contaminação da ponta do cateter ou da bolsa, infecção
da saída do cateter ou do túnel, ou outras infecções devido à falta de
cuidados com a higiene das mãos ou ambiente, e a falta do uso da
máscara.
Hipoglicemia
Sintomas como sudorese fria, cefaléia e sonolência em paciente
diabético tratados com hipoglicemia ou insulina, devem fazer com que o
paciente tome um copo de água com açúcar e procurar o serviço de
diálise ou ao Pronto Socorro em horários não comerciais.
Extravasamentos do
liquido pelo orifício de
saída do cateter.
Procurar imediatamente a unidade de diálise ou ao Pronto Socorro em
horários não comerciais.
Hipertensão/ Hipotensão
Quando o paciente apresenta cefaléia na região da nuca, sonolência,
mal estar geral, náuseas e vômitos verificar a pressão arterial. Se estiver
alta tomar a medicação corretamente e caso estivar baixa procurar a
unidade de diálise ou ao Pronto Socorro em horários não comerciais.
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9. O que fazer quando surgir um dos sintomas acima?

Entrar em contato imediatamente com a Unidade de Diálise.

Vir até a unidade para que o médico possa avaliar e encaminhar para a coleta de
exames, a fim de que possa realizar o diagnóstico correto e o tratamento possa ser
iniciado, ou procurar o Pronto Socorro em horários não comerciais.
LEMBRETE

Não faltar a consulta mensal.

Qualquer um dos problemas relacionados acima entrar em contato com a Unidade de
Diálise.

Realizar o curativo do local de saída do cateter diariamente. Se houver prescrição
médica, fazer o uso da pomada conforme prescrição.

Desprezar o líquido drenado no vaso sanitário, e as bolsas de infusão e coletora em saco
preto separado das caixas de papelão.

Conferir a quantidade de material entregue em sua residência com a quantidade
especificada na nota fiscal.

O equipo de transferência entregue junto com os demais materiais (bolsas de diálise,
máscaras, tampinhas), deve ser trazido na unidade para a realização da troca do mesmo.
NÃO DEVE SER TROCADO EM CASA.


Atentar para nível de concentração das bolsas de diálise:
o
1,5% - tarja na cor amarela
o
2,5% - tarja na cor verde.
o
4,25% - tarja na cor vermelha.
Quando houver problemas com a entrega de material, entrar em contato com uma das
Centrais de Atendimento abaixo, conforme o tipo de fornecedor:
o
BAXTER - SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE (SAC): 0800 – 012 55 22
o
FRESENIUS - SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE (SAC): 0800 - 012 34 34
o
CONTATO COM A UNIDADE DE DIÁLISE PERITONEAL - PALMAS: (63) 3215-4324 /
3218-7816
o
CONTATO COM A UNIDADE DE DIÁLISE PERITONEAL – GURUPI: (63) 3312-0181
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