Relatório de Física Experimental IV Experimento 6: DIODO SEMICONDUTOR E RETIFICAÇÃO: FONTES DC E PRINCIPIOS DE UM RECEPTOR DE RADIO AM Grupo: Tábata Pinto Charlie Van Der Geest Felipe A. Gavazza de Souza RA 072410 RA 072925 RA 073055 1. Objetivos do experimento: O objetivo da primeira parte do experimento foi estudar o comportamento da corrente a partir da construção de um retificador por meio de diodos e capacitores. Na segunda parte o objetivo foi estudar a montagem de um radio AM e determinar a freqüência de ressonância. 2. Metodologia experimental: Os materiais utilizados nesse experimento para a montagem experimental foram: Osciloscópio de dois canais, gerador de funções, transformador variável e transformador 110/12 V com derivação central, dois diodos retificadores 1N4004 e resistor de 470 W, bobina de 55 mH, diodo de germânio 1N60, capacitores de 410 pF e 1 nF. Foi montado o circuito da figura abaixo utilizando primeiramente o diodo D1 , com o ponto P desconectado. Foi obtido no osciloscópio a onda de tensão no resistor. Em seguida conectando o ponto P obtivemos outra onda. Finalmente conectou-se um capacitor em paralelo com a resistência e observou-se o efeito na onda. Figura 1. Primeira montagem. Montou-se o circuito da figura abaixo, que representa um diagrama de um dos receptores mais simples de rádio AM, constituído de um circuito ressonante (filtro LC), um diodo de germânio e um capacitor. A partir dele foram coletados dados para o calculo da freqüência de ressonancia do radio AM. Figura 2. Montagem do radio. 3. Resultados e Análises: A Figura 1 sem a conexão P mostra um circuito conhecido como retificador de meia onda. tensões instantâneas maiores que a tensão de limiar (aproximadamente 0,3V para diodos de germânio, como é o caso do experimento). A tensão limiar representa a queda de tensão causada pelo diodo, abaixo desta tensão o diodo causa tensão zero. Isto produz aproximadamente uma meia onda senoidal de tensão através do resistor de carga. Para simplificar nossa discussão, maior do que a tensão de limiar do diodo, sendo então que esta queda se torna insignificante perto do valor da tensão. Na metade negativa do ciclo o diodo esta com a polarização reversa. Ignorando a corrente fuga, o mesmo que a corrente reversa, a corrente de carga cai a zero, é por essa razão que a tensão de carga cai a zero entre 180º e 360º. Figura 3. Curva de retificador de meia onda. O mais importante a ser observado num retificador de meia onda é o seguinte: Ele converteu a tensão de entrada ac numa tensão pulsante cc. Em outras palavras, a tensão de carga é sempre positiva ou zero, dependendo de que metade do ciclo ela se encontra. Colocando de outra forma, a corrente de carga é sempre no mesmo sentido. Esse processo de conversão de ca para cc é conhecido como retificação. A figura 1 com a conexão P mostra um retificador de onda completa. Durante o semi ciclo positivo da tensão, o diodo de cima está com polarização direta e o diodo de baixo com polarização inversa; portanto, a corrente passa pelo diodo de cima, pelo resistor de carga e pela metade superior do enrolamento. Durante o semiciclo negativo, a corrente passa pelo diodo de baixo, pelo resistor de carga e pela metade inferior do enrolamento. Observe que a tensão de carga tem a mesma polaridade porque a corrente através do resistor de carga esta no mesmo sentido, independente do que o diodo esteja conduzindo. É por esse motivo que a tensão de carga é o sinal com retificação de onda completa que aparece na figura abaixo. Figura 4. Curva de retificador de onda completa. Um retificador de onda completa se parece com dois retificadores de meia onda voltados um de costas para o outro, com um retificador controlando o primeiro semiciclo e o outro o semiciclo alternado. Por causa do enrolamento da segunda parte do circuito com derivação central, cada circuito do diodo recebe apenas uma metade da tensão da segunda parte do circuito. Supondo que os diodos sejam ideais, isso quer dizer que a tensão de pico retificada é metade da tensão de pico da segunda parte do circuito. A saída de um retificador médio é uma tensão cc pulsante. O que precisamos realmente para a maioria dos circuitos eletrônicos é uma tensão cc constante, do mesmo tipo da produzida por uma bateria. Para converter sinais de meia onda e sinais de onda completa em tensão cc constante, precisamos de um filtro - como um capacitor. O capacitor é colocado em paralelo com a resistência R. Uma fonte ca gera uma tensão senoidal com uma tensão de pico Vp. Durante o primeiro quarto do ciclo de tensão da fonte, o diodo está com polarização direta. Idealmente, ele se comporta como uma chave fechada. Como o diodo liga a fonte diretamente atraves do capacitor, este se carrega até a tensão de pico Vp. Logo depois de passado o pico positivo, o diodo para de conduzir, o que quer dizer que a chave está aberta, pois o capacitor tem Vp volts por meio dele com a mesma polaridade da tensão. Como a tensão da fonte é ligeiramente menor que Vp, o diodo passa para a polarização reversa. Com o diodo agora aberto, o capacitor se descarrega atraves da resistência de carga. Mas aqui está todo o sentido do capacitor de entrada: a constante de tempo de descarga (o produto de R por C) é muito maior que o período T do sinal de entrada. Por causa disso, o capacitor perde somente uma pequena parte de sua carga durante o tempo que está desligado o diodo. Quando a tensão da fonte atinge novamente seu pico, o diodo conduz durante um breve intervalo de tempo e recarrega o capacitor até a tensão de pico. Em outras palavras, depois do capcitor ter sido carregado durante o primeiro quarto do ciclo, sua tensão é aproximandamente igual à tensão de pico da fonte. A tensão de carga é então uma tensão cc quase perfeita. Único desvio de uma tensão cc pura são as pequenas ondulações causadas pelas cargas e descargas do capacitor, como foi observado no experimento. Quanto menor a ondulação, melhor é a retificação. Para a filtragem de onda completa, comparado com a filtragem de meia onda, o capacitor é carregado com uma freqüência duas vezes maior e tem somente metade do tempo de descarga. Como conseqüência, a ondulação é menor e a tensão de saída cc se aproxima mais da tensão de pico. Abaixo a figura da tensão cc obtida: Figura 5. Filtro de onda completa usando um capacitor. Rádio-Galena Uma quantidade enorme de ondas eletromagnéticas e produzida a todo instante pelas estações de radio, em diversas freqüências (entre 100 kHz e 300.000 kHz). São as chamadas ondas de radiofreqüência. Essas ondas podem ser captadas por um receptor elétrico simples e reproduzidas por caixas de som, utilizando-se apenas a energia que elas mesmas transportam. A partir do inicio do século XX, foram introduzidos nos receptores de radiofreqüência com diodos semicondutores, que permitem a passagem da corrente em um sentido, mas impede no sentido oposto. Um dos primeiros semicondutores utilizados foi o galena. Nesse experimento utilizamos o germânio. Entretanto, por força do habito, qualquer receptor pequeno e simples, como o montado no experimento, continua sendo chamado "rádio-galena", mesmo que o semicondutor utilizado seja outro. Figura 6. Rádio-Galena Nossa montagem compõe-se basicamente de quatro partes: Recepção: O esquema de recepção de ondas eletromagnéticas de radiofreqüência consiste em uma bobina ligada de um lado a uma antena e a um terra do outro. O sistema de recepção pode captar radio-difusão de inúmeras freqüências. Essas ondas quando atingem a antena, fazem oscilar as cargas elétricas contidas em toda a extensão da antena até a terra. Produzse assim uma corrente elétrica alternada. Por isso não é necessário tomadas ou baterias no radio-galena. Sintonia: De todas as ondas eletromagnéticas existentes no espaço em torno de nós, deseja-se captar apenas a freqüência desejada no radio. A própria bobina de recepção serve como sintonizador, sendo uma bobina ou um capacitor variável, como no caso do experimento, produzindo assim uma capacitância variável. Ao variar o valor da capacitância, variamos também o produto L*C (indutância por capacitância) do circuito ressonante formado por esses dois componentes elétricos. Ou seja, para cada valor L*C, o circuito ressonante “ressoa” apenas uma determinada freqüência de ondas eletromagnéticas. Assim, no circuito de sintonia, a corrente elétrica e alternada tem freqüência igual a da onda eletromagnética selecionada. Teoricamente, a frequência de ressonância (aquela com que excitamos o circuito) implica que as reatâncias do capacitor e da bobina possuem módulos iguais. Assim, XL = Xc 1 = wL wC => w2 = 1 LC => f2 = 1 . 4π2LC A agudeza da curva de ressonância é descrita mediante um parâmetro adimensional denominado fator de qualidade Q0 que é definido como o cociente entre a freqüência angular de ressonância ω0 e a largura da curva de ressonância: Para verificar a freqüência de ressonância do circuito LC substituímos a geração de corrente alternada da bobina da antena p/ terra, por um gerador de funções acoplando uma pequena bobina como na figura 2, assim pode-se observar as seguintes freqüências no osciloscópio: V (pico-a-pico) 13,0 21,0 30,0 41,0 39,0 18,0 8,2 6,0 4,6 Freqüência (kHz) 643 670 690 708 730 774 868 9510 9601 Tabela 1. Resultados das variações de freqüência . Graficamente: Gráfico 1. Gráfico variação de freqüências pela tensão. Assim, pode se avaliar que a freqüência de ressonância é o pico do gráfico, que fica em 708 kHz. Durante o experimento pode-se anotar um intervalo de freqüência Δf igual a 30kHz, sendo então o fator de qualidade: Q = 708/30 = 23,6 Detecção: Acontece quando a onda selecionada é uma combinação de duas outras ondas: a “onda portadora” ou de “radiofreqüência” (que caracteriza a estação da emissora) e a onda de “audiofreqüência” (que contém as informações sonoras). Para ouvir os sons, usamos um sistema de detecção composto por um diodo, auxiliado por um pequeno capacitor, formando um filtro de retificação como aquele estudado anteriormente nesse mesmo experimento. Primeiramente a corrente produzida no circuito é retificada pelo diodo, ou seja, transformada de alternada para contínua. Em seguida é necessário separar as componentes de radiofreqüência e de audiofreqüência. A separação se dá quando o capacitor age como um filtro, deixando passar o sinal de radiofreqüência, que é conduzido para a terra, e impedindo a passagem do sinal de audiofreqüência, que é enviado para as caixas de som. Reprodução: Nossa montagem contou com um sistema de reprodução simples de caixas de som. Ele transforma o sinal (elétrico) de audiofreqüência numa vibração (mecânica) idêntica a produzida próximo ao microfone na estação de radio. Finalmente, então ligando a antena e o terra pudemos escutar as vibrações sonoras. 4. Conclusão: Por meio deste experimento pudemos entender melhor um circuito retificador e a implicação do uso de um capacitor associado ao diodo nesse tipo de circuito. Entendemos também como funciona um “Radio-galena”, um dos receptores mais simples de radio AM, constituído de um circuito ressonante (filtro LC), um diodo de germânio e um capacitor. 5. Bibliografia: (1) Malvino, A. P. Eletrônica, Vol. 1, Edição revisada, Makron Books do Brasil Editora Ltda, São Paulo, 1986. (2) http://www.cienciamao.if.usp.br/dados/rec/_olaboratorioemcasaradio-.arquivo.pdf , acessado em 7 de outubro de 2009. (3) http://www.fisica.ufs.br/CorpoDocente/egsantana/elecmagnet/induccion/alterna1/alterna1.ht m , acessado em 7 de outubro de 2009. (4) Apostila da Disciplina F429, segundo semestre de 2009.