Opostila do Coroinha II.

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Apresentação - O que é Liturgia?
Liturgia é a ação do Povo de Deus, reunido em Jesus Cristo, na
comunhão do Espírito Santo. É sempre uma celebração de Mistério
Pascal, isto é, passagem da morte para vida, através de sinais, gestos e
palavras. A liturgia é ação de Cristo na Igreja. O ponto culminante de
uma comunidade eclesial é a celebração comunitária, onde todos
expressam sua fé comum; ouvem o mesmo Senhor, Salvador e
Libertador; agradecem os favores de Deus; cantam as mesmas
canções. Aí todos louvam a Deus e os laços do amor fortalecidos.
Cresce a fraternidade e o Povo de Deus se reanima, sobretudo nos
Sacramentos, para continuar a luta pela construção do Reino.
Nenhuma atividade pastoral pode realizar-se sem referencia à liturgia.
Qualquer celebração tem sentido evangelizador e catequético. Toda
ação pastoral terá como ponto de referencia a liturgia, na qual se
celebra a memória e se proclama a atualidade do projeto de Jesus
Cristo. (Conf. Doc. 38 —CNBB)
A celebração litúrgica, como a obra de Cristo Sacerdote, e da Igreja
que é seu Corpo, é uma ação sagrada por excelência. Sua eficácia não
é igualada por nenhuma outra ação da Igreja. (Conf. SC 7)
Quando falamos de liturgia, temos presente:
• A Missa ou Celebração Eucarística;
• Celebração dos Sacramentos (batismo, crisma, eucaristia, penitencia,
unção dos enfermos, ordenação, matrimonio);
• A Celebração dos Sacramentais (bênçãos, encomendação dos
mortos...);
• A Celebração da Palavra ou Culto;
• A Liturgia das Horas;
• O Ano Litúrgico.
A necessária organização litúrgica.
Todos sabemos que nenhuma atividade na comunidade funciona sem
um mínimo de organização. A liturgia não foge desta nescessidade.
Para que a dimensão celebrativa funcione bem. Para que haja
participação de todos, se faz necessário que alguém, uma equipe
pense, planeje, prepare com carinho e dedicação.
As celebrações das comunidades, das paróquias e das Dioceses
precisam de um grupo de pessoas, de uma equipe ou de várias equipes
que prestem esse serviço comunitário. O primeiro critério que esta
equipe ou pessoas devem ter presente, é o "Querer Celebrar Bem".
Celebrar de tal modo que favoreça a participação de todos os
presentes.
O Grupo litúrgico de nossa Paróquia tem como objetivos norteadores
os de:
Reunir e refletir melhor o verdadeiro sentido da liturgia em nossa
paróquia;
Estudar e aprofundar os temas litúrgicos;
Aprimorar sempre nossas liturgias.
E como objetivos específicos temos:
Formar e animar equipes de Liturgia em cada pastoral;
Escolher cantos adequados ao tempo litúrgico;
Valorizar e resgatar nas celebrações os gestos de acolhida e de boasvindas;
Promover curso de canto pastoral, Caminhar junto com a equipe de
liturgia arquidiocesana;
Estudar documentos importantes da Igreja, tais como: constituição
“Sacrosanctum Concilium”; Animação da Liturgia (CNBB) e outros;
Organizar um calendário paroquial de encontros de música sacra para
todos os que estão envolvidos na liturgia da paróquia;
Despertar para a consciência da necessidade de uma liturgia
inculturada;
Valorizar as festas de cunho religioso, devocional e popular.
Importância do Coroinha Segundo João Paulo II
O trabalho realizado pelos coroinhas durante a celebração é de muita
importância, pois ajuda no andamento da celebração e para que tudo
saia dentro do planejado. O Papa João Paulo II escreveu uma carta
dedicada aos coroinhas, veja:
João Paulo II pede para que se dedique maior atenção aos coroinhas
Cidade do Vaticano, 7/4/2004
João Paulo II pediu às comunidades paroquiais e aos
sacerdotes que dediquem maior atenção aos coroinhas,
meninos e jovens que ajudam no serviço ao altar, pois
constituem um "viveiro de vocações sacerdotais”.
O pontífice lança seu pedido na tradicional Carta que envia aos
sacerdotes do mundo com motivo da Quinta-feira Santa, na qual
presta particular atenção à oração e ao compromisso da Igreja para
suscitar vocações à vida consagrada.
"Cuidai especialmente dos coroinhas, que são como um “viveiro” de
vocações sacerdotais", explica o Papa na carta que escreve há 25 anos
aos presbíteros do mundo nesta data, na qual se celebra os momentos
em que Jesus instituiu a Eucaristia e o sacerdócio na última Ceia.
"O grupo de acólitos, bem acompanhado por vós no âmbito da
comunidade paroquial, pode percorrer um válido caminho de
crescimento cristão, formando quase uma espécie de pré-seminário",
declara.
"Recorrendo à cooperação de famílias mais sensíveis e dos catequistas
segui, com solícita atenção, o grupo dos acólitos para que, através do
serviço do altar, cada um deles aprenda a amar cada vez mais o
Senhor Jesus, reconheça-O realmente presente na Eucaristia e saboreie
a beleza da liturgia", sugere o Santo Padre.
"Todas as iniciativas para os acólitos, organizadas a nível diocesano e
por zonas pastorais, devem ser promovidas e estimuladas, tendo
sempre em conta as diversas faixas etárias", sublinha.
O Papa Karol Wojtyla se remete à sua experiência de arcebispo de
Cracóvia, quando pôde apreciar, segundo revela, "quão proveitoso é
dedicar-se à sua formação humana, espiritual e litúrgica".
"Quando crianças e adolescentes realizam o serviço do altar com
alegria e entusiasmo, oferecem aos da sua idade um testemunho
eloqüente da importância e da beleza da Eucaristia", declara.
"Graças à acentuada sensibilidade imaginativa, que caracteriza a sua
idade, e com as explicações e o exemplo dos sacerdotes e dos colegas
mais velhos, também os miúdos podem crescer na fé e apaixonar-se
pelas realidades espirituais", assegura o Santo Padre.
"Nas regulares celebrações dominicais e feriais, os acólitos
encontram-vos a vós, nas vossas mãos vêem “fazer-se” a Eucaristia,
no vosso rosto lêem o reflexo do Mistério, no vosso coração intuem a
chamada a um amor maior", diz o Papa em sua carta aos sacerdotes.
"Sede para eles pais, mestres e testemunhas de piedade eucarística e
santidade de vida", conclui.Ao apresentar esta terça-feira à imprensa a
Carta do Papa aos sacerdotes, o cardeal Darío Castrillón Hoyos,
prefeito da Congregação para o Clero, disse que na promoção de
vocações ao sacerdócio a atenção aos coroinhas é decisiva."Se as
crianças e os jovens vêem no sacerdote a alegria de ser ministros de
Cristo e depositários dos mistérios divinos, a generosidade para
administrar os sacramentos, em particular a Reconciliação e a
Eucaristia, então se perguntarão se não pode ser esta" "a opção mais
cheia de felicidade para suas vidas", afirmou o purpurado colombiano.
Patronos
São Domingo Sávio
O Santo que temos como padroeiro do nosso grupo teve sua primeira
biografia escrita pelo seu pai, educador e pai espiritual: São João
Bosco. Trata-se do pequeno gigante São Domingo Sávio, exemplo
para os que querem ser Santos e a toda juventude.
Nasceu Sávio perto de Turim, na Itália, em 1842;
estudou na aldeia e mais tarde foi um dos primeiro
a ser acolhido por Dom Bosco no seu Oratório.
Estes centros de santificação dos jovens era um
lugar nos arredores de Turim onde assistiam os
jovens como escola do primeiro grau; orientação
profissional; trabalho e tudo proporcionando o
crescimento espiritual e salvação das almas.
São Domingo Sávio era um jovem comum, mas
que interiorizou tão bem a espiritualidade salesiana no seu dia-a-dia
que sua alegria de menino nunca desapareceu, apenas foi purificada de
todo e qualquer pecado.
O Santo de hoje amava demais a Eucaristia, e sua mãe Nossa Senhora;
tinha como um dos lemas por ele vivido. "Antes morrer, do que
pecar!". Domingos Sávio interiormente amadureceu muito com a vida
e sofrimentos que enfrentou no secreto, isto até pegar uma grave
doença e com apenas 15 anos entrar para o Céu em 1857
Oração de São Domingo Sávio
Suplico-vos glorioso São Domingos Sálvio, pela vossa admirável
pureza. Que me dê o desejo de vos imitar nessas angélicas virtudes,
vencendo em todas as ocasiões, de modo que eu as conserve inviolada
até me unir convosco na celeste bem-aventurança prometida aos
inocentes e limpos de coração.
Assim seja.Amém.
São Tarcísio
Viveu por volta do ano de 258 da era cristã,
Tarcísio era acólito, acompanhando o próprio Papa
na celebração Eucarística. Durante a terrível
perseguição de Valeriano, muitos cristãos foram
presos e condenados à morte. Nas tristes prisões, os
cristãos desejavam ardentemente poder fortalecer se com Cristo Eucarístico (chamado viático). Às
vésperas de numerosas execuções de mártires, o
Papa Sixto II não sabia como levar o Pão dos
Fortes àquelas heróicas testemunhas de Cristo que
estavam na cadeia.
Foi então que Tarcísio, com cerca de 12 anos de idade, ofereceu-se
dizendo-se pronto para essa piedosa tarefa. Com relação ao perigo,
Tarcísio afirmou que se sentia forte, disposto antes a morrer que a
entregar as Sagradas Hóstias aos pagãos.
Comovido por essa coragem, entregou numa caixinha de prata as
Hóstias que deviam ser distribuídas como viático aos próximos
mártires. Tarcísio passando pela Via Apia, a grande estrada ao lado da
qual se encontram as catacumbas, alguns rapazes notaram sua estranha
compostura e começaram a fazer perguntas do que levava, já
suspeitando de algum segredo dos cristãos.
Ele, porém, julgando ser coisa indigna de entregar, negou-se
terminantemente a fazê-lo. Foi então por eles torturado, batido e
apedrejado. Após sua morte, revistaram-lhe o corpo e a caixinha, e
nada foi achado do Sacramento de Cristo.
Seu corpo foi recolhido por um soldado ocultamente cristão de nome
Quadrado, que o levou ás catacumbas, onde recebeu honorífica
sepultura.
Conservam-se ainda nas catacumbas de São Calixto inscrições e restos
arqueológicos que atestam à veneração que Tarcisio granjeou na
Igreja Romana.
Tarcisio foi declarado padroeiro dos Coroinhas, porque servem ao
Altar ao Presbítero, e como exemplo de São Tarcisio, guarda a
Sagrada Eucaristia com sua própria vida.
Oração de São Tarcísio
Ó glorioso São Tarcísio, que agora no céu estais a gozando o prêmio
do vosso amor verdadeiro a Deus, de fidelidade e proteção constante à
Santa Eucaristia.
Abençoai nossas famílias e os devotos, que buscam em Ti o Amor e a
Coragem de lutar por Jesus Cristo.
Quero, neste dia, seguir sua bravura, sentindo em meu coração a Santa
Eucaristia, seguindo a Jesus Cristo, amando e respeitando o serviço de
sua Igreja, o Magistério de nossa Fé.
Livre-me da maldade e de tudo o que pode me separar de Deus, do
próximo e da salvação eterna. Concedei-me a graça que desejo
alcançar (Pedido).
Graças e louvores se dê a cada momento, ao Digníssimo Santíssimo
Sacramento.
Posições
A posição de um coroinha durante a celebração é muito importante,
pois como é uma pessoa que trabalha diretamente no altar, todos na
assembléia vêm seus movimentos, seja lá quais forem.
SENTADO: É uma posição cômoda que favorece a catequese, boa
para a gente ouvir as Leituras, a homilia e meditar. É a atitude de
quem fica à vontade e ouve com satisfação, sem pressa de sair.
DE PÉ: É uma posição de quem ouve com atenção e respeito, tendo
muita consideração pela pessoa que fala. Indica prontidão e disposição
do "orante". A Bíblia diz: "Quando vos puserdes em pé para orar, (...)"
(Mc 11,25). Falando dos bem-aventurados, João vê uma multidão, de
vestes brancas, "de pé, diante do Cordeiro", que é Jesus (Ap 7,9).
DE JOELHOS: Posição comum diante do Santíssimo Sacramento e
durante a consagração do pão e do vinho. Significa adoração a Deus.
São Paulo diz: "Ao nome de Jesus, se dobre todo joelho, no céu, na
terra e debaixo da terra" (Fl 2,10). Rezar de joelhos é mais comum nas
orações individuais. "Pedro, tendo mandado sair todos, pôs-se de
joelhos para orar" (At 9,40).
GENUFLEXÃO: É um gesto de adoração a Jesus na Eucaristia.
Fazemos quando entramos na igreja e dela saímos se ali existe o
sacrário. Também fazemos genuflexão diante do crucifixo na SextaFeira Santa, em sinal de adoração. (Não é adoração à Cruz, mas a
Jesus que nela foi pregado).
INCLINAÇÃO: Inclinar-se diante de alguém é sinal de grande
respeito. É também adoração, diante do Santíssimo Sacramento. Os
fiéis podem inclinar a cabeça para receber a bênção solene.
MÃOS LEVANTADAS: É atitude dos "orantes". Significa súplica e
entrega a Deus. É o gesto aconselhado por Paulo a Timóteo: "Quero,
pois, que os homens orem em qualquer lugar, levantando ao céu as
mãos puras, sem ira e sem contendas" (1 Tm, 2,8)
MÃOS JUNTAS: Significam recolhimento interior, busca de Deus,
fé, súplica, confiança e entrega da vida. É atitude de profunda piedade.
PROSTRAÇÃO: Gesto muito antigo, bem a gosto dos orientais.
Estes se prostravam com o rosto na terra para orar. Assim fez Jesus no
Horto das Oliveiras. Hoje essa atitude é própria de quem se consagra a
Deus, como na ordenação sacerdotal. Significa morrer para o mundo e
nascer para Deus com uma vida nova e uma nova missão.
SILÊNCIO: O silêncio tem seu valor na oração. Ajuda o
aprofundamento nos mistérios da fé. "O Senhor fala no silêncio do
coração".
É oportuno fazer silêncio depois das Leituras, da homilia e da
Comunhão, para interiorizar o que o Senhor disse. Meditar é também
uma forma de participar. Uma Missa que não tivesse nenhum
momento de silêncio seria como chuva forte e rápida que não penetra
na terra.
Ano Litúrgico
O Ano Litúrgico é o “Calendário religioso”. Contém as datas dos
acontecimentos da História da Salvação. Não coincide com o ano
civil, que começa no dia primeiro de janeiro e termina no dia 31 de
dezembro. O Ano Litúrgico começa e termina quatro semanas antes
do Natal. Tem como base as fases da lua. Compõe-se de dois grandes
ciclos: o Natal e a Páscoa. São como dois pólos em torno dos quais
gira todo o Ano Litúrgico.
O Natal tem um tempo de preparação, que é o Advento; e a Páscoa
tem também um tempo de preparação, que é a Quaresma. Ao lado do
Natal e da Páscoa está um período longo, de 34 semanas, chamado
Tempo Comum. O Ano Litúrgico começa com o Primeiro Domingo
do Advento e termina com o último sábado do Tempo Comum, que é
na véspera do Primeiro Domingo do Advento. A seqüência dos
diversos “tempos” do Ano Litúrgico é a seguinte:
CICLO DO NATAL
ADVENTO
(Advento: Inicia-se o ano litúrgico. Compõe-se de 4 semanas. Começa
4 domingos antes do Natal e termina no dia 24 de dezembro. Não é
um tempo de festas, mas de alegria moderada e preparação para
receber Jesus.)
Início: 4 domingos antes do Natal
Término: 24 de dezembro à tarde
Espiritualidade: Esperança e purificação da vida
Ensinamento: Anúncio da vinda do Messias
Cor: Roxa
NATAL
(Natal: 25 de dezembro. É comemorado com alegria, pois é a festa do
Nascimento do Salvador.)
Início: 25 de dezembro
Término: Na festa do Batismo de Jesus
Espiritualidade: Fé, alegria e acolhimento.
Ensinamento: O filho de Deus se fez Homem
Cor: Branca
TEMPO COMUM
1ª PARTE
(1ª parte: Começa após o batismo de Jesus e acaba na terça antes da
quarta-feira de Cinzas.)
Início: 2ª feira após o Batismo de Jesus
Término: Véspera da Quarta-feira das Cinzas
Espiritualidade: Esperança e escuta da Palavra
Ensinamento: Anúncio do Reino de Deus
Cor: Verde
2ª PARTE
(2ª parte: Começa na segunda após Pentecostes e vai até o sábado
anterior ao 1º Domingo do advento.)
Início: Segunda-feira após o Pentecostes
Término: Véspera do 1º Domingo do Advento
Espiritualidade: Vivência do Reino de Deus
Ensinamento: Os Cristãos são o sinais do Reino
Cor: Verde
CICLO DA PÁSCOA
QUARESMA
Quaresma: Começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira
da semana santa. Tempo forte de conversão e penitência, jejum,
esmola e oração. É um tempo de 5 semanas em que nos preparamos
para a Páscoa.
Não se diz "Aleluia", nem se colocam flores na igreja, não devem ser
usados muitos instrumentos e não se canta o Hino de Louvor. É um
tempo de sacrifício e penitências, não de louvor.
Início: Quarta-Feira das Cinzas
Término: Quarta-feira da Semana Santa
Espiritualidade: Penitência e conversão
Ensinamento: A misericórdia de Deus
Cor: Roxa
PÁSCOA
Páscoa: Começa com a ceia do Senhor na quinta-feira santa. Neste dia
é celebrada a Instituição da Eucaristia e do sacerdote. Na sexta-feira
celebra-se a paixão e morte de Jesus. É o único dia do ano que não
tem missa. Acontece apenas uma Celebração da Palavra.
No sábado acontece a solene Vigília Pascal. Forma-se então o Tríduo
Pascal que prepara o ponto máximo da páscoa: o Domingo da
Ressurreição. A Festa da Páscoa não se restringe ao Domingo da
Ressurreição. Ela se estende até a Festa de Pentecostes. (Pentecostes:
É celebrado 50 dias após a Páscoa. Jesus ressuscitado volta ao Pai e
nos envia o Paráclito.)
Início: Quinta-feira Santa (Tríduo Pascal)
Término: No Pentecostes
Espiritualidade: Alegria em Cristo Ressuscitado
Ensinamento: Ressurreição e vida eterna
Cor: Branca
Importante:
Ao todo são 34 semanas. É um período sem grandes acontecimentos.
É um tempo que nos mostra que Deus se fez presente nas coisas mais
simples. É um tempo de esperança e acolhimento da Palavra de Deus.
"O Tempo comum não é tempo vazio. É tempo de a Igreja continuar a
obra de Cristo nas lutas e nos trabalhos pelo Reino." (CNBB Documento 43, 132).
A Missa
Na Missa ou Ceia do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido,
sob a presidência do sacerdote que representa a pessoa de Cristo, para
celebrar a memória do Senhor ou sacrifício eucarístico. Por isso, a esta
reunião local da santa Igreja aplica-se, de modo eminente, a promessa
de Cristo: "Onde dois ou três estão reunidos no meu nome, eu estou
no meio deles" (Mt 18, 20).
Pois, na celebração da Missa, em que se perpetua o sacrifício da cruz,
Cristo está realmente presente tanto na assembléia reunida em seu
nome, como na pessoa do ministro, na sua palavra, e também, de
modo substancial e permanente, sob as espécies eucarísticas. A Missa
consta, por assim dizer, de duas partes, a saber, a liturgia da palavra e
a liturgia eucarística, tão intimamente unidas entre si, que constituem
um só ato de culto. De fato, na Missa se prepara tanto a mesa da
Palavra de Deus como a do Corpo de Cristo, para ensinar e alimentar
os fiéis.
Há também alguns ritos que abrem e encerram a celebração.
Ritos Iniciais
Os ritos que precedem a liturgia da palavra, isto é, entrada, saudação,
ato penitencial, Kýrie, Glória e oração do dia, têm o caráter de
exórdio, introdução e preparação. Sua finalidade é fazer com que os
fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se
disponham para ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar
dignamente a Eucaristia.
Em certas celebrações que, de acordo com as normas dos livros
litúrgicos se ligam com a Missa, omitem-se os ritos iniciais ou são
realizados de um modo próprio.
Entrada
Canto de Entrada: O canto de entrada tem o objetivo de nos ajudar a
rezar. Ele manifesta a Deus nosso louvor e adoração.
Saudação: O Padre saúda a comunidade reunida anunciando a
presença de Jesus.
Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com o diácono e os
ministros, começa o canto da entrada. A finalidade desse canto é abrir
a celebração, promover a união da assembléia, introduzir no mistério
do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote
e dos ministros.
O canto é executado alternadamente pelo grupo de cantores e pelo
povo, ou pelo cantor e pelo povo, ou só pelo grupo de cantores. Podese usar a antífona com seu salmo, do Gradual romano ou do Gradual
simples, ou então outro canto condizente com a ação sagrada e com a
índole do dia ou do tempo, cujo texto tenha sido aprovado pela
Conferência dos Bispos.
Não havendo canto à entrada, a antífona proposta no Missal é recitada
pelos fiéis, ou por alguns deles, ou pelo leitor; ou então, pelo próprio
sacerdote, que também pode adapta-la a modo de exortação inicial.
Saudação ao altar e ao povo reunido
Chegando ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os ministros saúdam
o altar com uma inclinação profunda. Em seguida, em sinal de
veneração o sacerdote e o diácono beijam o altar; e o sacerdote, se for
oportuno, incensa a cruz e o altar.
Executado o canto da entrada, o sacerdote, de pé junto à cadeira, junto
com toda a assembléia faz o sinal da cruz; a seguir, pela saudação,
expressa à comunidade reunida a presença do Senhor. Esta saudação e
a resposta do povo exprimem o mistério da Igreja reunida. Feita a
saudação do povo, o sacerdote, o diácono, ou um ministro leigo, pode
com brevíssimas palavras introduzir os fiéis na Missa do dia.
Ato Penitencial: Em uma atitude de profunda humildade, pedimos
perdão de nossos pecados.
Em seguida, o sacerdote convida para o ato penitencial, que após
breve pausa de silêncio, é realizado por toda a assembléia através de
uma fórmula de confissão geral, e concluído pela absolvição do
sacerdote, absolvição que, contudo, não possui a eficácia do
sacramento da penitência. Aos domingos, particularmente, no tempo
pascal, em lugar do ato penitencial de costume, pode-se fazer, por
vezes, a bênção e aspersão da água em recordação do batismo.
Senhor, tende piedade ( Kýrie, eleison)
Depois do ato penitencial inicia-se sempre o Senhor, tende piedade, a
não ser que já tenha sido rezado no próprio ato penitencial. Tratandose de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua
misericórdia, é executado normalmente por todos, tomando parte nele
o povo e o grupo de cantores ou o cantor. Via de regra, cada
aclamação é repetida duas vezes, não se excluindo, porém, um número
maior de repetições por causa da índole das diversas línguas, da
música ou das circunstâncias.
Quando o Senhor é cantado como parte do ato penitencial, antepõe-se
a cada aclamação uma "invocação" ("tropo").
Glória: Já perdoados, cantamos para louvar e agradecer.
Glória a Deus nas alturas (Glória in excelsis Deo)
O Glória, é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja,
congregada no
Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro. O texto
deste hino não pode ser substituído por outro. Entoado pelo sacerdote
ou, se for o caso, pelo cantor ou o grupo de cantores, é cantado por
toda a assembléia, ou pelo povo que o alterna com o grupo de cantores
ou pelo próprio grupo de cantores. Se não for cantado, deve ser
recitado por todos juntos ou por dois coros dialogando entre si. É
cantado ou recitado aos domingos, exceto no tempo do Advento e da
Quaresma, nas solenidades e festas e ainda em celebrações especiais
mais solenes.
Coleta, A oração do dia: O Padre coloca todas as intenções, e no
final da oração a oração responde com a palavra Amém (que significa
"assim seja").
A seguir, o sacerdote convida o povo a rezar; todos se conservam em
silêncio com o sacerdote por alguns instantes, tomando consciência de
que estão na presença de Deus e formulando interiormente os seus
pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se costuma chamar
"coleta", pela qual se exprime a índole da celebração. Conforme
antiga tradição da Igreja, a oração costuma ser dirigida a Deus Pai, por
Cristo, no Espírito Santo57 e por uma conclusão trinitária, isto é com
uma conclusão mais longa, do seguinte modo:
- quando se dirige ao Pai: Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do
Espírito Santo;
- quando se dirige ao Pai, mas no fim menciona o Filho: Que
convosco vive e reina,
na unidade do Espírito Santo;
- quando se dirige ao Filho: Vós, que sois Deus com o Pai, na unidade
do Espírito
Santo.
O povo, unindo-se à súplica, faz sua a oração pela aclamação Amém.
Na Missa sempre se diz uma única oração do dia.
Liturgia da Palavra
A parte principal da liturgia da palavra é constituída pelas leituras da
Sagrada Escritura e pelos cantos que ocorrem entre elas, sendo
desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e a oração
universal ou dos fiéis. Pois nas leituras explanadas pela homilia Deus
fala ao seu povo, revela o mistério da redenção e da salvação, e
oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha
presente no meio dos fiéis. Pelo silêncio e pelos cantos o povo se
apropria dessa palavra de Deus e a ela adere pela profissão de fé;
alimentado por essa palavra, reza na oração universal pelas
necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro.
O silêncio
A liturgia da palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a
meditação; por isso deve ser de todo evitada qualquer pressa que
impeça o recolhimento. Integram na também breves momentos de
silêncio, de acordo com a assembléia reunida, pelos quais, sob a ação
do Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus e se prepara
a resposta pela oração. Convém que tais momentos de silêncio sejam
observados, por exemplo, antes de se iniciar a própria liturgia da
palavra, após a primeira e a segunda leitura, como também após o
término da homilia.
Leituras bíblicas
Mediante as leituras é preparada para os fiéis a mesa da palavra de
Deus e abrem-se para eles os tesouros da Bíblia61. Por isso, é melhor
conservar a disposição das leituras bíblicas pela qual se manifesta a
unidade dos dois Testamentos e da história da salvação; nem é
permitido trocar as leituras e o salmo responsorial, constituídos da
palavra de Deus, por outros textos não bíblicos.
Na celebração da Missa com povo, as leituras são sempre proferidas
do ambão
Por tradição, o ofício de proferir as leituras não é função presidencial,
mas ministerial.
As leituras sejam pois proclamadas pelo leitor, o Evangelho seja
anunciado pelo
diácono ou, na sua ausência, por outro sacerdote. Na falta, porém, do
diácono ou de outro sacerdote, o próprio sacerdote celebrante leia o
Evangelho; igualmente, na falta de outro leitor idôneo, o sacerdote
celebrante proferirá também as demais leituras. Depois de cada
leitura, quem a leu profere a aclamação; por sua resposta, o povo
reunido presta honra à palavra de Deus, acolhida com fé e de ânimo
agradecido.
Primeira Leitura: Passagem tirada do Antigo Testamento (parte
bíblica que prepara a vinda do Messias).
À primeira leitura segue-se o salmo responsorial, que é parte
integrante da liturgia da palavra, oferecendo uma grande importância
litúrgica e pastoral, por favorecer a meditação da palavra de Deus.
Salmo de Resposta: É um canto ou um salmo que nos ajuda a
entender melhor a mensagem da primeira leitura.
O Salmo responsorial deve responder a cada leitura e normalmente
será tomado do lecionário. De preferência, o salmo responsorial será
cantado, ao menos no que se refere ao refrão do povo.
Assim, o salmista ou cantor do salmo, do ambão ou outro lugar
adequado profere os versículos do salmo, enquanto toda a assembléia
escuta sentada, geralmente participando pelo refrão, a não ser que o
salmo seja proferido de modo contínuo, isto é, sem refrão.
Mas, para que o povo possa mais facilmente recitar o refrão
salmódico, foram escolhidos alguns textos de refrões e de salmos para
os diversos tempos do ano e as várias categorias de Santos, que
poderão ser empregados em lugar do texto correspondente à leitura,
sempre que o salmo é cantado. Se o salmo não puder ser cantado, seja
recitado do modo mais apto para favorecer a meditação da palavra de
Deus.
Em lugar do salmo proposto no lecionário pode-se cantar também um
responsório gradual do Gradual romano ou um salmo responsorial ou
aleluiático do Gradual Simples, como se encontram nesses livros.
Segunda Leitura: Passagem tirada do Novo Testamento, de uma das
cartas (epístolas) dos Apóstolos (Filipenses, Gálatas, Romanos, 1
Coríntios, 2 Coríntios, etc)
Aclamação do Evangelho: Nesta hora ouvimos o padre anunciar a
MENSAGEM DE JESUS. Por isso cantamos "ALELUIA" (que
significa "alegria").
Após a leitura que antecede imediatamente o Evangelho, canta-se o
Aleluia ou outro canto estabelecido pelas rubricas, conforme exigir o
tempo litúrgico. Tal aclamação constitui um rito ou ação por si
mesma, através do qual a assembléia dos fiéis acolhe o Senhor que lhe
vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto. É
cantado por todos, de pé, primeiramente pelo grupo de cantores ou
cantor, sendo repetido, se for o caso; o versículo, porém, é cantado
pelo grupo de cantores ou cantor.
a) O Aleluia é cantado em todo o tempo, exceto na Quaresma. O
Versículo é tomado do lecionário ou do Gradual.
b) No Tempo da Quaresma, no lugar do Aleluia, canta-se o versículo
antes do Evangelho proposto no lecionário. Pode-se cantar também
um segundo salmo ou trato, como se encontra no Gradual.
Havendo apenas uma leitura antes do Evangelho:
a) no tempo em que se diz o Aleluia, pode haver um salmo aleluiático,
ou um salmo e o Aleluia com seu versículo;
b) no tempo em que não se diz o Aleluia, pode haver um salmo e o
versículo antes do Evangelho ou somente o salmo;
c) O Aleluia ou o versículo antes do Evangelho podem ser omitidos
quando não são cantados.
A seqüência que, exceto nos dias da Páscoa e de Pentecostes, é
facultativa, é
cantada antes do Aleluia
Evangelho: Jesus nos fala apresentando-nos o REINO DE DEUS.
A leitura do Evangelho constitui o ponto alto da liturgia da palavra. A
própria Liturgia ensina que se lhe deve manifestar a maior veneração,
uma vez que a cerca mais do que as outras, de honra especial, tanto
por parte do ministro delegado para anunciá-la, que se prepara pela
bênção ou oração; como por parte dos fiéis que pelas aclamações
reconhecem e professam que o Cristo está presente e lhes fala, e que
ouvem de pé a leitura; ou ainda pelos sinais de veneração prestados ao
Evangeliário.
Homilia: O Padre explica as leituras e o Evangelho.
A homilia é uma parte da liturgia e vivamente recomendada, sendo
indispensável para nutrir a vida cristã. Convém que seja uma
explicação de algum aspecto das leituras da Sagrada Escritura ou de
outro texto do Ordinário ou do Próprio da Missa do dia, levando em
conta tanto o mistério celebrado, como as necessidades particulares
dos ouvintes.
A homilia, via de regra é proferida pelo próprio sacerdote celebrante
ou é por ele delegada a um sacerdote concelebrante ou,
ocasionalmente, a um diácono, nunca, porém, a um leigo.
Em casos especiais e por motivo razoável a homilia também pode ser
feita pelo Bispo ou presbítero que participa da celebração sem que
possa concelebrar. Aos domingos e festas de preceito haja homilia,
não podendo ser omitida a não ser por motivo grave, em todas as
Missas celebradas com participação do povo; também é recomendada
nos outros dias, sobretudo nos dias de semana do Avento, Quaresma e
Tempo pascal, como ainda em outras festas e ocasiões em que o povo
acorre à igreja em maior número.
Após a homilia convém observar um breve tempo de silêncio.
Profissão de Fé (Credo): Momento em que professamos tudo aquilo
que como cristãos devemos acreditar.
O símbolo ou profissão de fé tem por objetivo levar todo o povo
reunido a responder à palavra de Deus anunciada da sagrada Escritura
e explicada pela homilia, bem como, proclamando a regra da fé
através de fórmula aprovada para o uso litúrgico, recordar e professar
os grandes mistérios da fé, antes de iniciar sua celebração na
Eucaristia.
O símbolo deve ser cantado ou recitado pelo sacerdote com o povo
aos domingos e solenidades; pode-se também dizer em celebrações
especiais de caráter mais solene. Quando cantado, é entoado pelo
sacerdote ou, se for oportuno, pelo cantor ou pelo grupo de cantores; é
cantado por todo o povo junto, ou pelo povo alternando com o grupo
de cantores. Se não for cantado, será recitado por todos juntos, ou por
dois coros alternando entre si.
Oração dos Fiéis: A comunidade reunida reza pela Igreja e por todas
as pessoas do mundo.
Na oração universal ou oração dos fiéis, o povo responde de certo
modo à palavra de Deus acolhida na fé e exercendo a sua função
sacerdotal, eleva preces a Deus pela salvação de todos.
Convém que normalmente se faça esta oração nas Missas com o povo,
de tal sorte que se reze pela Santa Igreja, pelos governantes, pelos que
sofrem necessidades, por todos os seres humanos e pela salvação do
mundo inteiro.
Normalmente serão estas as séries de intenções:
a) pelas necessidades da Igreja;
b) pelos poderes públicos e pela salvação de todo o mundo;
c) pelos que sofrem qualquer dificuldade;
d) pela comunidade local.
No entanto, em alguma celebração especial, tal como Confirmação,
Matrimônio, Exéquias, as intenções podem referir-se mais
estreitamente àquelas circunstâncias.
Cabe ao sacerdote celebrante, de sua cadeira, dirigir a oração. Ele a
introduz com breve exortação, convidando os fiéis a rezarem e depois
a conclui.
As intenções propostas sejam sóbrias, compostas por sábia liberdade e
breves palavras e expressem a oração de toda a comunidade. As
intenções são proferidas, do ambão ou de outro lugar apropriado, pelo
diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo.
O povo, de pé, exprime a sua súplica, seja por uma invocação comum
após as intenções proferidas, seja por uma oração em silêncio.
Liturgia Eucarística
Na última Ceia, Cristo instituiu o sacrifício e a ceia pascal, que tornam
continuamente presente na Igreja o sacrifício da cruz, quando o
sacerdote, represente do Cristo Senhor, realiza aquilo mesmo que o
Senhor fez e entregou aos discípulos para que o fizessem em sua
memória.
Cristo, na verdade, tomou o pão e o cálice, deu graças, partiu o pão e
deu-o a seus discípulos dizendo: Tomai, comei, bebei; isto é o meu
Corpo; este é o cálice do meu Sangue. Fazei isto em memória de mim.
Por isso a Igreja dispôs toda a celebração da liturgia eucarística em
partes que correspondem às palavras e gestos de Cristo. De fato:
1) Na preparação dos dons levam-se ao altar o pão e o vinho com
água, isto é, aqueles elementos que Cristo tomou em suas mãos.
2) Na Oração eucarística rendem-se graças a Deus por toda a obra da
salvação e as oferendas tornam-se Corpo e Sangue de Cristo.
3) Pela fração do pão e pela Comunhão os fiéis, embora muitos,
recebem o Corpo e o Sangue do Senhor de um só pão e de um só
cálice, do mesmo modo como os Apóstolos, das mãos do próprio
Cristo.
Preparação das Oferendas: Momento em que oferecemos a nossa
vida, ou seja, tudo o que somos ao Senhor. Logo depois ocorre a
oração sobre as oferendas, que por intermédio do sacerdote, Jesus
consagra o Pão e o Vinho.
No início da liturgia eucarística são levadas ao altar as oferendas que
se converterão no Corpo e Sangue de Cristo.
Primeiramente prepara-se o altar ou mesa do Senhor, que é o centro de
toda a
liturgia eucarística, colocando-se nele o corporal, o purificatório, o
missal e o cálice, a não ser que se prepare na credência.
A seguir, trazem-se as oferendas. É louvável que os fiéis apresentem o
pão e o vinho que o sacerdote ou o diácono recebem em lugar
adequado para serem levados ao altar. Embora os fiéis já não tragam
de casa, como outrora, o pão e o vinho destinados à liturgia, o rito de
levá-los ao altar conserva a mesma força e significado espiritual.
Também são recebidos o dinheiro ou outros donativos oferecidos
pelos fiéis para os pobres ou para a igreja, ou recolhidos no recinto
dela; serão, no entanto, colocados em lugar conveniente, fora da mesa
eucarística.
O canto do ofertório acompanha a procissão das oferendas e se
prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o
altar. As normas relativas ao modo de cantar são as mesmas que para
o canto da entrada. O canto pode sempre fazer parte dos ritos das
oferendas, mesmo sem a procissão dos dons.
O pão e o vinho são depositados sobre o altar pelo sacerdote,
proferindo as fórmulas estabelecidas; o sacerdote pode incensar as
oferendas colocadas sobre o altar e, em seguida, a cruz e o próprio
altar, para simbolizar que a oferta da Igreja e sua oração sobem, qual
incenso, à presença de Deus. Em seguida, também o sacerdote, por
causa do ministério sagrado e o povo, em razão da dignidade batismal,
podem ser incensados pelo diácono ou por outro ministro.
Em seguida, o sacerdote lava as mãos, ao lado do altar, exprimindo
por esse rito o seu desejo de purificação interior.
Oração sobre as oferendas
Depositadas as oferendas sobre o altar e terminados os ritos que as
acompanham, conclui-se a preparação dos dons e prepara-se a Oração
eucarística com o convite aos fiéis a rezarem com o sacerdote, e com a
oração sobre as oferendas. Na Missa se diz uma só oração sobre as
oferendas, que termina com a conclusão mais breve, isto é: Por Cristo,
nosso Senhor; se, no fim, se fizer menção do Filho, a conclusão será:
Que vive e reina para sempre. O povo, unindo-se à oração, a faz sua
pela aclamação Amém.
Oração Eucarística: Momento principal da celebração. Onde
recordamos a morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo. Não
é apenas uma lembrança de um fato que aconteceu, mas sim algo que
acontece hoje, aqui, agora na Eucaristia.
Inicia-se agora a Oração eucarística, centro e ápice de toda a
celebração, prece de ação de graças e santificação. O sacerdote
convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e ação de
graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai, por Cristo, no
Espírito Santo, em nome de toda a comunidade. O sentido desta
oração é que toda a assembléia se una com Cristo na proclamação das
maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício. A oração eucarística
exige que todos a ouçam respeitosamente e em silêncio.
Podem distinguir-se do seguinte modo os principais elementos que
compõem a
Oração eucarística:
a) Ação de graças (expressa principalmente no Prefácio) em que o
sacerdote, em
nome de todo o povo santo, glorifica a Deus e lhe rende graças por
toda a obra da salvação ou por um dos seus aspectos, de acordo com o
dia, a festividade ou o tempo.
b) A aclamação pela qual toda a assembléia, unindo-se aos espíritos
celestes canta o Santo. Esta aclamação, parte da própria Oração
eucarística, é proferida por todo o povo com o sacerdote.
c) A epiclese, na qual a Igreja implora por meio de invocações
especiais a força do Espírito Santo para que os dons oferecidos pelo
ser humano sejam consagrados, isto é, se tornem o Corpo e Sangue de
Cristo, e que a hóstia imaculada se torne a salvação daqueles que vão
recebê-la em Comunhão.
d) A narrativa da instituição e consagração, quando pelas palavras e
ações de Cristo se realiza o sacrifício que ele instituiu na última Ceia,
ao oferecer o seu Corpo e Sangue sob as espécies de pão e vinha, e
entregá-los aos apóstolos como comida e bebida, dando-lhes a ordem
de perpetuar este mistério.
e) A anamnese, pela qual, cumprindo a ordem recebida do Cristo
Senhor através dos Apóstolos, a Igreja faz a memória do próprio
Cristo, relembrando principalmente a sua bem aventurada paixão, a
gloriosa ressurreição e a ascensão aos céus.
f) A oblação, pela qual a Igreja, em particular a assembléia atualmente
reunida, realizando esta memória, oferece ao Pai, no Espírito Santo, a
hóstia imaculada; ela deseja, porém, que os fiéis não apenas ofereçam
a hóstia imaculada, mas aprendam a oferecer-se a si próprios, e se
aperfeiçoem, cada vez mais, pela mediação do Cristo, na união com
Deus e com o próximo, para que finalmente Deus seja tudo em todos.
g) As intercessões, pelas quais se exprime que a Eucaristia é celebrada
em comunhão com toda a Igreja, tanto celeste como terrestre, que a
oblação é feita por ela e por todos os seus membros vivos e defuntos,
que foram chamados a participar da redenção e da salvação obtidas
pelo Corpo e Sangue de Cristo.
h) A doxologia final que exprime a glorificação de Deus, e é
confirmada e concluída pela aclamação Amém do povo.
Ritos da Comunhão
Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo a
ordem do Senhor, o seu Corpo e Sangue sejam recebidos como
alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. Esta é a
finalidade da fração do pão e os outros ritos preparatórios, pelos quais
os fiéis são imediatamente encaminhados à Comunhão.
A Oração do Senhor
Na Oração do Senhor pede-se o pão de cada dia, que lembra para os
cristãos antes de tudo o pão eucarístico, e pede-se a purificação dos
pecados, a fim de que as coisas santas sejam verdadeiramente dadas
aos santos. O sacerdote profere o convite, todos os fiéis recitam a
oração com o sacerdote, e o sacerdote acrescenta sozinho o
embolismo, que o povo encerra com a doxologia.
Desenvolvendo o último pedido do Pai-nosso, o embolismo suplica
que toda a comunidade dos fiéis seja libertada do poder do mal. O
convite, a própria oração, o embolismo e a doxologia com que o povo
encerra o rito são cantados ou proferidos em voz alta.
Rito da paz
Segue-se o rito da paz no qual a Igreja implora a paz e a unidade para
si mesma e para toda a família humana e os fiéis se exprimem a
comunhão eclesial e a mútua caridade, antes de comungar do
Sacramento.
Quanto ao próprio sinal de transmissão da paz, seja estabelecido pelas
Conferências dos Bispos, de acordo com a índole e os costumes dos
povos, o modo de realizá-lo. Convém, no entanto, que cada qual
expresse a paz de maneira sóbria apenas aos que lhe estão mais
próximos.
Fração do pão
O sacerdote parte o pão eucarístico, ajudado, se for o caso, pelo
diácono ou um concelebrante. O gesto da fração realizado por Cristo
na última ceia, que no tempo apostólico deu o nome a toda a ação
eucarística, significa que muitos fiéis pela Comunhão no único pão da
vida, que é o Cristo, morto e ressuscitado pela salvação do mundo,
formam um só corpo ( 1Cor 10, 17). A fração se inicia terminada a
transmissão da paz, e é realizada com a devida reverência, contudo, de
modo que não se prolongue desnecessariamente nem seja considerada
de excessiva importância. Este rito é reservado ao sacerdote e ao
diácono.
O sacerdote faz a fração do pão e coloca uma parte da hóstia no cálice,
para significar a unidade do Corpo e do Sangue do Senhor na obra da
salvação, ou seja, do Corpo vivente e glorioso de Cristo Jesus. O
grupo dos cantores ou o cantor ordinariamente canta ou, ao menos, diz
em voz alta, a súplica Cordeiro de Deus, à qual o povo responde. A
invocação acompanha a fração do pão; por isso, pode-se repetir
quantas vezes for necessário até o final do rito. A última vez concluise com as palavras dai-nos a paz.
Comunhão: Momento em que vamos em direção do banquete do
Senhor receber o seu Corpo e o seu Sangue.
O sacerdote prepara-se por uma oração em silêncio para receber
frutuosamente o Corpo e Sangue de Cristo. Os fiéis fazem o mesmo,
rezando em silêncio. A seguir, o sacerdote mostra aos fiéis o pão
eucarístico sobre a patena ou sobre o cálice e convida-os ao banquete
de Cristo; e, unindo-se aos fiéis, faz um ato de humildade, usando as
palavras prescritas do Evangelho.
É muito recomendável que os fiéis, como também o próprio sacerdote
deve fazer, recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na
mesma Missa e participem do cálice nos casos previstos, para que,
também através dos sinais, a Comunhão se manifeste mais claramente
como participação no sacrifício celebrado atualmente.
Enquanto o sacerdote recebe o Sacramento, entoa-se o canto da
comunhão que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos
comungantes, demonstra a alegria dos corações e realça mais a índole
"comunitária" da procissão para receber a Eucaristia. O canto
prolonga-se enquanto se ministra a Comunhão aos fiéis. Havendo,
porém, um hino após a Comunhão, encerre-se em tempo o canto da
Comunhão. Haja o cuidado para que também os cantores possam
comungar com facilidade.
Para o canto da comunhão pode-se tomar a antífona do Gradual
romano, com ou sem o salmo, a antífona com o salmo do Gradual
Simples ou outro canto adequado, aprovado pela Conferência dos
Bispos. O canto é executado só pelo grupo dos cantores ou pelo grupo
dos cantores ou cantor com o povo. Não havendo canto, a antífona
proposta no Missal pode ser recitada pelos fiéis, por alguns dentre eles
ou pelo leitor, ou então pelo próprio sacerdote, depois de ter
comungado, antes de distribuir a Comunhão aos fiéis.
Terminada a distribuição da Comunhão, ser for oportuno, o sacerdote
e os fiéis oram por algum tempo em silêncio. Se desejar, toda a
assembléia pode entoar ainda um salmo ou outro canto de louvor ou
hino.
Para completar a oração do povo de Deus e encerrar todo o rito da
Comunhão, o sacerdote profere a oração depois da Comunhão, em que
implora os frutos do mistério celebrado. Na Missa se diz uma só
oração depois da Comunhão, que termina com a conclusão mais
breve, ou seja:
se for dirigida ao Pai: Por Cristo, nosso Senhor;
se for dirigida ao Pai, mas no fim
se fizer menção do Filho: Que vive e reina para sempre;
se for dirigida ao Filho: Que viveis e reinais para sempre.
O povo pela aclamação Amém faz sua a oração.
Ritos Finais
Avisos: O Padre ou algum leigo da comunidade anuncia algum evento
ou informa algo de interesse à comunidade.
Aos ritos de encerramento pertencem:
a) breves comunicações, se forem necessárias;
b) saudação e bênção do sacerdote, que em certos dias e ocasiões é
enriquecida e expressa pela oração sobre o povo, ou por outra fórmula
mais solene;
c) despedida do povo pelo diácono ou pelo sacerdote, para que cada
qual retorne às suas boas obras, louvando e bendizendo a Deus;
d) o beijo ao altar pelo sacerdote e o diácono e, em seguida, a
inclinação profunda ao altar pelo sacerdote, o diácono e os outros
ministros.
Funções e Ministérios na Missa
A Celebração eucarística constitui uma ação de Cristo e da Igreja, isto
é, o povo santo, unido e ordenado sob a direção do Bispo. Por isso,
pertence a todo o Corpo da Igreja e o manifesta e afeta; mas atinge a
cada um dos seus membros de modo diferente, conforme a
diversidade de ordens, ofícios e da participação atual. Desta forma, o
povo cristão, "geração escolhida, sacerdócio real, gente santa, povo de
conquista", manifesta sua organização coerente e hierárquica. Todos,
portanto, quer ministros ordenados, quer fiéis leigos, exercendo suas
funções e ministérios, façam tudo e só aquilo que lhes compete.
Funções da Ordem Sacra
Toda celebração legítima da Eucaristia é dirigida pelo Bispo,
pessoalmente ou através dos presbíteros, seus auxiliares.
Quando o Bispo está presente à Missa com afluência do povo, é de
máxima conveniência que ele celebre a Eucaristia e associe a si os
presbíteros na sagrada ação como concelebrantes. Isto se faz, não para
aumentar a solenidade exterior do rito, mas para manifestar mais
claramente o mistério da Igreja, "sacramento da unidade".
Se o Bispo não celebra a Eucaristia, mas delega outro para fazê-lo,
convém que ele próprio, de cruz peitoral, de estola e revestido do
pluvial sobre a alva, presida a liturgia da palavra, e no fim da Missa,
dê a bênção. O presbítero, que na Igreja tem o poder sagrado da
Ordem para oferecer o sacrifício em nome de Cristo, também está à
frente do povo fiel reunido, preside à sua oração, anuncia-lhe a
mensagem da salvação, associa a si o povo no oferecimento do
sacrifício a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo, dá aos seus irmãos
o pão da vida eterna e participa com eles do mesmo alimento.
Portanto, quando celebra a Eucaristia, ele deve servir a Deus e ao
povo com dignidade e humildade, e, pelo seu modo de agir e proferir
as palavras divinas, sugerir aos fiéis uma presença viva de Cristo.
Depois do presbítero, o diácono, em virtude da sagrada ordenação
recebida, ocupa o primeiro lugar entre aqueles que servem na
celebração eucarística. A sagrada Ordem do diaconado, realmente, foi
tida em grande apreço na Igreja já desde os inícios da era apostólica.
Na Missa, o diácono tem partes próprias no anúncio do Evangelho e,
por vezes, na pregação da palavra de Deus, na proclamação das
intenções da oração universal, servindo o sacerdote na preparação do
altar e na celebração do sacrifício, na distribuição da Eucaristia aos
fiéis, sobretudo sob a espécie do vinho e, por vezes, na orientação do
povo quanto aos gestos e posições do corpo.
Funções do Povo de Deus
Na celebração da Missa os fiéis constituem o povo santo, o povo
adquirido e o sacerdócio régio, para dar graças a Deus e oferecer o
sacrifício perfeito, não apenas pelas mãos do sacerdote, mas também
juntamente com ele, e aprender a oferecer-se a si próprios. Esforcemse, pois, por manifestar isto através de um profundo senso religioso e
da caridade para com os irmãos que participam da mesma celebração.
Por isso, evitem qualquer tipo de individualismo ou divisão,
considerando sempre que todos têm um único Pai nos céus e, por este
motivo, são todos irmãos entre si.
Formem um único corpo, seja ouvindo a palavra de Deus, seja
tomando parte nas orações e no canto, ou sobretudo na oblação
comum do sacrifício e na comum participação da mesa do Senhor. Tal
unidade se manifesta muito bem quando todos os fiéis realizam em
comum os mesmos gestos e assumem as mesmas atitudes externas.
Os fiéis não se recusem a servir com alegria ao povo de Deus, sempre
que solicitados para algum ministério particular ou função na
celebração.
O ministério do acólito e do leitor instituídos
O acólito é instituído para o serviço do altar e auxiliar o sacerdote e o
diácono. Compete-lhe principalmente preparar o altar e os vasos
sagrados, e, se necessário, distribuir aos fiéis a Eucaristia, da qual é
ministro extraordinário.
No ministério do altar, o acólito possui partes próprias que ele mesmo
deve exercer. O leitor é instituído para proferir as leituras da sagrada
Escritura, exceto o Evangelho. Pode igualmente propor as intenções
para a oração universal, e faltando o salmista, proferir o salmo entre as
leituras. Na celebração eucarística, o leitor tem uma função própria,
que ele mesmo deve exercer.
As demais funções
Não havendo acólito instituído, podem ser delegados ministros leigos
para o serviço do altar e ajuda ao sacerdote e ao diácono, que levem a
cruz, as velas, o turíbulo, o pão, o vinho e a água, ou também sejam
delegados como ministros extraordinários para a distribuição da
sagrada Comunhão.
Na falta de leitor instituído, sejam delegados outros leigos, realmente
capazes de exercerem esta função e cuidadosamente preparados, para
proferir as leituras da Sagrada Escritura, para que os fiéis, ao ouvirem
as leituras divinas, concebam no coração um suave e vivo afeto pela
Sagrada Escritura.
Compete ao salmista proclamar o salmo ou outro cântico bíblico
colocado entre as leituras. Para bem exercer a sua função é necessário
que o salmista saiba salmodiar e tenha boa pronúncia e dicção.
Entre os fiéis, exerce sua função litúrgica o grupo dos cantores ou
coral. Cabe-lhe executar as partes que lhe são próprias, conforme os
diversos gêneros de cantos, e promover a ativa participação dos fiéis
no canto. O que se diz do grupo de cantores vale também, com as
devidas ressalvas, para os outros músicos, sobretudo para o organista.
Convém que haja um cantor ou regente de coro para dirigir e sustentar
o canto do povo. Mesmo não havendo um grupo de cantores, compete
ao cantor dirigir os diversos cantos, com a devida participação do
povo.
Exercem também uma função litúrgica:
a) O sacristão, que dispõe com cuidado os livros litúrgicos, os
paramentos e outras coisas necessárias na celebração da Missa.
b) O comentarista, que, oportunamente, dirige aos fiéis breves
explicações e exortações, visando a introduzi-los na celebração e
dispô-los para entendê-la melhor. Convém que as exortações do
comentarista sejam cuidadosamente preparadas, sóbrias e claras. Ao
desempenhar sua função, o comentarista fica em pé em lugar
adequado voltado para os fiéis, não, porém, no ambão.
c) Os que fazem as coletas na igreja.
d) Os que, em certas regiões, acolhem os fiéis às portas da igreja e os
levam aos seus lugares e organizam as suas procissões.
É conveniente, ao menos nas igrejas catedrais e outras igrejas maiores,
que haja algum ministro competente ou mestre de cerimônias, a fim de
que as ações sagradas sejam devidamente organizadas e exercidas
com decoro, ordem e piedade pelos ministros sagrados e os fiéis
leigos.
As funções litúrgicas, que não são próprias do sacerdote ou do
diácono e das quais se trata acima, podem ser confiadas também pelo
pároco ou reitor da igreja a leigos idôneos com bênção litúrgica ou
designação temporária. Quanto à função de servir ao sacerdote junto
ao altar, observem-se as normas dadas pelo Bispo para sua diocese.
Cores Litúrgicas
As diferentes cores das vestes litúrgicas visam manifestar
externamente o caráter dos mistérios celebrados, e também a
consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do ano
litúrgico.
No princípio havia uma certa preferência pelo branco. Não existiam
ainda as chamadas "cores litúrgicas". Estas cores foram fixadas em
Roma no século XII. Em pouco tempo os cristãos do mundo inteiro
aderiram a este costume. Veja abaixo as cores litúrgicas e seus
significados:
BRANCO
Usado na Páscoa, no Natal, nas Festas do Senhor, nas
Festas de Nossa Senhora e dos Santos, exceto dos mártires.
Simboliza alegria, ressurreição, vitória, pureza e alegria.
ROXO
Usado no Advento e na Quaresma. É símbolo da penitência
e da serenidade. Também pode ser usado nas missas dos
defuntos e na confissão.
VERMELHO
Lembra o fogo do Espírito Santo. Por isso é a cor de
Pentecostes. Lembra também o sangue. É a cor dos
mártires e da sexta-feira da Paixão.
PRETO
É sinal de tristeza e luto. Hoje é pouco usado na liturgia
VERDE
Usa-se nos domingos do Tempo Comum e nos dias da
semana. Está ligado ao crescimento, à esperança.
ROSA
O rosa pode ser usado no 3º domingo do Advento
(Gaudete) e 4º domingo da Quaresma (Laetare).
Símbolos
Temos alguns símbolos que vemos na liturgia e as vezes não
entendemos bem o que vejamos alguns deles e seus significados:
Iniciais das palavras latinas Iesus
Hominum Salvator, que significam: Jesus
Salvador dos homens. Empregam-se
sempre em paramentos litúrgicos, em
portas de sacrário e nas hóstias.
Primeira e última letra do alfabeto grego.
No Cristianismo aplicam-se a Cristo,
princípio e fim de todas as coisas.
O peixe – símbolo de Cristo. No início do
cristianismo, em tempos de perseguição, o
peixe era o sinal que circulava entre os
cristãos para representar o Salvador. É que
as iniciais da palavra peixe na língua grega
– IXTYS – explicavam quem era Jesus:
Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador. Em
tempos de perseguição e na cultura grega
da época fazia sentido. Hoje estamos longe
dessa realidade e isso dificulta a
compreensão do símbolo.
São as iniciais das palavras latinas Iesus
Nazarenus Rex.
Estas letras, do alfabeto grego,
correspondem em português a C e R.
Unidas, formam as iniciais da palavra
CRISTÓS (Cristo). Esta significação
simbólica é, porém, ignorada por muitos.
Vestes e Paramentos
Camisa Clergyman: Camisa usada por
sacerdotes com gola especial.
Túnica ou Alva: Vestimenta, quase
sempre de cor branca, que veste o
sacerdote e os coroinhas, recobrindo todo
o seu corpo.
Cíngulo: Cordão branco posto à cintura
para prender a alva
Sobrepeliz: Veste branca usada sobre a
batina por coroinhas em algumas
comunidades também é usada por
cerimoniarios.
Estola: Usada por cima da alva ou túnica,
é uma tira comprida de pano. É o símbolo
do poder sacerdotal, e a cor varia de
acordo com o tempo litúrgico. Além de
ser usada na missa, também o é na
administração dos sacramentos e nos
sacramentais.
Estola Diáconal: Semelhante à estola
sacerdotal, mas na transversal.
Casula: É o traje usado pelo sacerdote
durante as ações sagradas, usadas
geralmente nas Missas, Domingos,
solenidades e festas. É usada sobre a
túnica e a estola.
Dalmática: Veste própria do diácono, que
a usa sobre a alva e a estola. Também o
Bispo e o usa, debaixo da casula, em
ocasiões especiais.
Batina: utilizada pelos sacerdotes
Capa Pluvial: Capa comprida usada pelo
sacerdote, e também pelo diácono, para
bênção, procissões eucarísticas e aspersão
dos fiéis com água benta.
Véu Umeral ou Véu de Ombros:
Manto usado pelos ministros ordenados,
colocando sobre os ombros dos mesmos,
com o qual seguram o ostensório.
Mitra: Chapéu usado pelo bispo, o
coroinha que fica encarregado de
segurá-lo durante a celebração deve usar
o véu umeral e a esse coroinha se dá o
nome de mitrífero.
Solidéu: Acessório que o bispo usa
embaixo da mitra, na celebração
geralmente o bispo usa o solidéu em
algumas partes que ele usa a mitra sobre
ele.
Objetos Sagrados
Cálice: Objeto onde é colocado o vinho,
durante a celebração na hora da
consagração esse vinho se torna o Sangue
de Cristo. Quando for manejá-lo tenha
cuidado e o segure com as duas mãos, uma
na sua base e outra sobre ele. Para não
confundir o cálice com a Âmbula repare
que ele não tem tampa.
Âmbula ou Cibório: Objeto onde são
guardadas as partículas da comunhão
(hóstias), que na hora da consagração se
tornam o Corpo de Cristo, cuidado ao
manejá-las porque geralmente carregamos
mais de uma, então a segure firme. Repare
que a âmbula (ou cibório) tem tampa,
algumas ainda têm uma “capinha” chamada
conopeu.
Galhetas: São duas pequenas “garrafinhas”
que podem ser tanto de vidro ou de louça.
Nelas ficam a água e o vinho (que mais
tarde é consagrado como o Sangue de
Cristo) segure-as com cuidado para evitar
acidentes. A galheta com água é usada
novamente após a comunhão na purificação
do cálice.
Turíbulo: É um compartimento onde o
incenso é queimado. Seu manejo requer
atenção, pois ao se balançar numa igreja
temos que tomar o cuidado para não acertar
os outros. São usadas quatro vezes numa
cerimônia normal: Entrada, Evangelho,
Ofertório e Consagração. Também pode ser
usado em outras partes dependendo do tipo
da celebração. O coroinha ou acólito
encarregado do turíbulo é chamado de
turiferário.
Naveta: Pequeno compartimento onde é
guardado o incenso que é usado no
Turíbulo vem acompanhado de uma
pequena “colherinha” que o celebrante usa
para colocar as pedras de incenso dentro do
Turíbulo o Coroinha ou Acólito
encarregado da naveta é chamado de
naveteiro.
Incenso: Resina de aroma suave. Produz
uma fumaça que sobe aos céus,
simbolizando as nossas preces e orações a
Deus.
Sineta ou Carrilhão: É usada para chamar
a atenção da assembléia na parte mais
importante da missa, a Consagração. Seu
uso requer um pouco de experiência
Crucifixo: Geralmente é usado em missas
campais (fora da igreja) onde não se tem
um pregado a parede. Ele deve ficar sobre o
altar e com a face de Jesus voltada para o
Padre e de costas para o resto da
assembléia.
Cruz Processional: Utilizada na entrada da
missa e em procissões.
Castiçal: Local onde a vela fica durante a
celebração, existem vários modelos de
diferentes tipos e tamanhos. Algumas vezes
é solicitado aos coroinhas segurarem o
castiçal ao lado da mesa da palavra durante
a proclamação do Evangelho.
Ostensório ou Custódia: É usado em
situações onde o Santíssimo é exposto ao
povo, para manejá-lo é necessário muita
atenção com suas pontas e para não deixálo cair pois é um material muito frágil e
geralmente tem uma tampa de vidro no
centro, que com uma queda pode ser
quebrar e ainda se a hóstia consagrada
estiver dentro dele temos que manuseá-lo
com o véu umeral.
Círio Pascal: Vela grande, que é benzida
solenemente na Vigília Pascal do Sábado
Santo e que permanece nas celebrações até
o Domingo de Pentecostes. Acende-se
também nas celebrações do Batismo.
Sacrário: Local onde ficam armazenadas
as hóstias consagradas, geralmente fica uma
luz vermelha ao seu lado indicando a
presença do corpo de Cristo. Quando
entramos na Igreja e vemos essa luz acesa
temos que ter o maior respeito pois estamos
dentro da casa de Deus e Jesus está
conosco.
Patena: Pequeno prato de metal onde fica a
hóstia que o padre eleva na consagração.
Em algumas comunidades os coroinhas a
usam para na hora da comunhão não deixar
que a hóstia oferecida pelos ministros e
padres ao povo não caia no chão.
Pala: Pequeno pedaço de plástico ou
papelão que é usado para cobrir o cálice
para protegê-lo.
Sanguinho ou Sanguíneo: Pano de linho
que é usado para fazer a purificação do
cálice, das âmbulas e da bem como os
dedos e os lábios após comungar.
Manustérgio: Pequena toalha que é usada
pelo sacerdote para enxugar as mãos.
Corporal: Pano branco de linho, que,
estendido sobre o altar, recebe sobre si a
patena com a hóstia grande, o cálice com o
vinho e as âmbulas com as hóstias
pequenas. É também sobre ele que se
coloca o ostensório e a teca.
Teca ou Pixed: Pequeno compartimento
usado pelos ministros da comunhão para
levar o Corpo de Cristo aos doentes da
comunidade
Bolsa de Viático: Bolsa, de tamanho
pequeno, quase sempre de pano, em que é
colocada a teca em que são levadas as
Hóstias consagradas aos doentes e idosos.
Caldeira ou Caldeirinha: Local onde fica
a água benta que o padre asperge sobre a
comunidade ou algum objeto que vai ser
benzido.
Asperges: Usado junto com a caldeirinha
para aspergir a água benta sobre o povo ou
algum objeto. tem diversos tamanhos e
modelos.
Bacia: Composto por uma jarra e uma
bacia, é onde o padre lava sua mão durante
a celebração.
A Bíblia
O que é a Bíblia?
É a coleção de livros, proclamados pela Igreja como escritos sob à
inspiração do Espírito Santo, que contém a Palavra de Deus. É uma
biblioteca de 73 livros de épocas, autores e escritos diferentes. Muito
embora a Bíblia tenha sido inspirada pelo Espírito Santo, foi escrita
por homens escolhidos por Deus que, com sua cultura, sua época e sua
fé, colaboraram para que Deus se revelasse à humanidade.
Todas as narrações bíblicas foram primeiramente vividas e oralmente
transmitidas e só posteriormente escritas. Este período durou
aproximadamente 900 anos e tem o nome de Tradição Oral.
História da Bíblia
A Bíblia nasceu no meio de um povo do Oriente Médio que morava
perto do Mar Mediterrâneo. No tempo de Abraão se chamava Terra de
Canaã por causa dos canancus que já moravam naquela terra. No
tempo da formação do povo se chamou terra de Israel. Bem mais tarde
toda essa região recebeu o nome de Palestina.
A Bíblia começou a ser escrita durante o reinado de Salomão, por
volta do ano 950 a.C. O Antigo Testamento (AT) ficou pronto por
volta do ano 50 a.C. O Novo Testamento ficou pronto no final do 1º
século. Portanto, a Tradição Escrita durou aproximadamente outros
900 anos.
Nenhum Livro da Bíblia foi escrito com os capítulos numerados.
Quem teve a ideia de dividir a Bíblia em capítulos foi Estevan
Langton arcebispo de Cantuária, professor na Universidade de Paris,
em 1214 d.C. Em 1551 Robert Etiene. redator e editor em Paris, fez a
experiência dividindo o NT da língua grega em versículos.
O Cânon - A divisão da Bíblia
A Bíblia é dividida em duas partes, o Antigo Testamento contendo os
livros que narram a história do Povo de Deus e foram escritos antes de
Cristo (a.C). Correspondem a Primeira Aliança e o Novo Testamento
contendo os livros que narram a vida de Jesus e das primeiras
comunidades cristãs. Contam a história do novo Povo de Deus e foram
escritos depois de Crist (d.C.). Correspondem à Nova Aliamiça.
O Antigo Testamento contém 46 Livros e o Novo Testamento contém
27 Livros.
Livros do Antigo Testamento
O Pentateuco
São os cinco primeiro livros. Eles contém a LEI DA PRIMEIRA
ALIANÇA. São também chamados de TORÁ que quer dizer LEI.
São eles: Gênesis, Êxodo, Levitico, Números e Deuteronômio.
Os Livros Históricos: São 16 livros históricos e narram à história da
FORMAÇÃO DO POVO, com a vida, os nomes, as lutas e a fé de
seus heróis e do próprio povo.
São eles: Josué - Juizes - Rute - I Samuel - II Samuel - I Reis - II Reis
- I Crônicas - II Crônicas - I Esdras - II Esdras ou Meemias - Tobias Judite - Ester - I Macabeus e II Macabeus.
Os Livros Sapienciais:
São 7 livros sapienciais. Nestes livros encontramos reflexões e
expressões de sabedoria, poesias, cantos, orações, hinos e provérbios,
nos quais o povo registra seus sentimentos e expressa sua sabedoria
tirada da experiência da vida.
São eles: Jó - Salmos - Provérbios - Eclesiastes - Cântico dos Cânticos
- Sabedoria - Eclesiástico.
Os Livros Proféticos:
São 18 livros proféticos. Estes livros trazem a mensagem, a ação e
alguns dados sobre a vida dos profetas.
São eles: lsaías - Jeremias - Lamentações - Báruc - Ezequiel - Daniel Oséias - Joel - Amós - Abdias - Jonas - Miquéias - Naun - Habacuc Sofonias - Ageu - Zacarias e Malaquias
Livros do Novo Testamento
O Evangelho:
Evangelho é uma palavra da língua grega que significa BOA NOVA
ou BOA NOTICIA.
São eles: Mateus - Marcos - Lucas - João.
Os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas são também chamados de
EVANGELHOS SONÓTICOS porque, colocados em colunas
paralelas pode-se perceber muita semelhança entre eles Mc. 3,14,
Mt.10,5, Lc.6,13. Já o estilo evangelho de João difere destes.
Os Atos dos Apóstolos:
Este livro narra, sobretudo a reflexão de Lucas sobre os Apóstolos,
mas especialmente de Pedro e Paulo. Descreve, também, um pouco da
organização e das dificuldades de algumas das primeiras comunidades
cristãs e reflete sobre isso com o olhar de Deus.
As Cartas:
São também chamadas de epístolas.
São elas: I Romanos - II Romanos - I Coríntios - II Coríntios - Gálatas
- Filipenses - Colossenses - I Tessalonicenses - lI Tessalonicenses - I
Timóteo - II Timóteo - Tito - Filêrnon - Hebreus - Tiago - I Pedro - II
Pedro - I João - II João - III João - Judas e Apocalipse.
As Sete Chaves para ler, conhecer e viver a Palavra de Deus.
Primeiro passo para conhecer a Bíblia é ler a própria Bíblia. Você tem
Sete Chaves que abrem o seu coração para ler a Bíblia de forma
libertadora, agradável e correta. Estas chaves são fáceis de encontrar,
pois elas estão simbolizadas em seu próprio corpo.
Com as "Sete Chaves" você encontra a Palavra de Deus que está na
Bíblia e na vida e entenderá melhor o sentido escondido atrás das
palavras.
1) Pés: Bem plantados na realidade.
Para ler bem a Bíblia é preciso ler bem a vida, conhecer a realidade
pessoal, familiar e comunitária do país e do mundo. É preciso
conhecer também a realidade na qual viveu o Povo da Bíblia. A Bíblia
não caiu do céu prontinha. Ela nasceu das lutas, das alegrias, da
esperança e da fé de um povo (Ex 3,7).
2) Olhos: Bem abertos.
Um olho deve estar sobre o texto da Bíblia e o outro sobre o texto da
vida. O que fala o texto da Bíblia? O que fala o texto da vida? A
Palavra de Deus está na Bíblia e está na vida. Precisamos ter olhos
para enxergá-la.
3) Ouvidos: Atentos, em alerta.
Um ouvido deve escutar o chamado de Deus e o outro escutar o seu
irmão.
4) Coração: Livre para amar.
Ler a Bíblia com sentimento, com a emoção que o texto provoca. Só
quem ama a Deus e ao próximo pode entender o que Deus fala na
Bíblia e na vida. Coração pronto para viver em converção.
5) Boca: Para anunciar e denunciar.
Aquilo que os olhos viram, os ouvidos ouviram e o coração sentiu
sobre a palavra de Deus e a vida.
6) Cabeça: Para pensar.
Usar a inteligência para meditar, estudar e buscar respostas para
nossas dúvidas. Ler a Bíblia e ler também outros livros que nos
expliquem a Bíblia.
7) Joelhos: Dobrados em oração.
Só com muita fé e oração dá para entender a Bíblia e a vida. Pedir o
dom da sabedoria ao Espírito Santo para entender a Bíblia.
Regras de Ouro para ler a Bíblia
1) Leia-a todos os dias.
Quando tiver vontade e quando não tiver também. É como um
remédio, com ou sem vontade tomamos porque é necessário.
2) Tenha uma hora marcada para a leitura.
Descobrir o melhor período do dia para você e fazer dele há sua hora
com Deus.
3) Marque a duração da leitura.
O ideal é que seja de 30 a 40 minutos, no mínimo, por dia.
4) Escolha um bom lugar.
É bom que se leia no mesmo lugar todos os dias. Deve ser um lugar
tranqüilo, silencioso que facilite a concentração e favoreça a criação
de um clima de oração. Se, num determinado dia, não se puder fazer o
trabalho na hora marcada e no lugar escolhido, não faz mal. Em
qualquer lugar e em qualquer hora devemos ler. O importante é que
leia todos os dias.
5) Leia com lápis ou caneta na mão.
Sublinhe na sua Bíblia e anote no seu caderno as passagens mais
importantes, tudo o que chamar a sua atenção, as coisas que Deus
falou ao seu coração de modo especial. Isto facilita encontrar as
passagens quando precisar delas.
6) Faça tudo em espírito de oração.
Quando se lê a Bíblia faz-se um diálogo com Deus; você escuta você
se sensibiliza você chora. É um encontro entre duas pessoas que se
amam.
"Quando oramos falamos a Deus. Quando lemos as Sagradas
Escrituras é Deus que nos fala”.
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