RELATÓRIO DE PROJETO DE PESQUISA PUIP Nome do Projeto: Levantamento dos fatores relacionados aos pacientes que comprometem a adesão à terapia medicamentosa da Hipertensão ao Arterial Sistêmica (HAS) e/ou Diabetes Mellitus (DM). Protocolo: 00015 Nome da Coordenadora: Roniele Balvedi Iacovski, Msc Nome da Colaboradora: Carine Raquel Blatt, Msc Nome das Bolsistas PUIC orientados pela coordenadora (Roniele B. Iacovski): - Tamiris Henrique Raulino (PUIC: 02122) - Juliana Medeiros de Souza (PUIC: 02121) Campus/Unidade: Tubarão Data do Relatório: 15/09/2008 Tipo do Projeto: ( X ) PUIP ( ) PUIC Disciplina ( ) PUIC Continuado ( ) PUIC Individual 1. Introdução O conceito de adesão tem sido amplamente discutido, variando entre diversos autores, mas, de forma geral, é compreendido como a utilização dos medicamentos prescritos, ou outros procedimentos, no que se refere a horários, doses, tempo de tratamento, com uma proporção de cumprimento variável (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006; LEITE, 2005; REINERS, 2005). A discussão sobre o tema adesão foi fomentada, em parte, pelo ao alto consumo de medicamentos e pelo elevado custo gerado para sua aquisição por parte do setor público (MARIN et al., 2003a). O alto consumo de medicamentos, demonstrado por diversos estudos, tem despertado a preocupação de profissionais e de gestores de saúde. (LEITE; VASCONCELLOS, 2003). Mas, se as estatísticas brasileiras comprovam o alto consumo de medicamentos por que, então, tantas pessoas não adotam o tratamento que lhes é prescrito ou não o realizam adequadamente? Por que isso acontece? Será que o paciente tem consciência das conseqüências da não-adesão sobre sua saúde? Assim, a questão da não-adesão ao tratamento medicamentoso prescrito foi incluída na lista de preocupações dos profissionais de saúde. A não-adesão à terapia medicamentos pode estar relacionada a fatores relativos aos profissionais e aos serviços de saúde, ao tratamento, à patologia e ao paciente (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006; LEITE, 2005; REINERS, 2005; LEITE; VASCONCELOS, 2003). Certas atitudes do prescritor, como linguagem, tempo dispensado à consulta, atendimento, verbalizações e questionamentos podem desmotivar os pacientes para cumprimento da terapia ou gerar dúvidas que acarretam em erros de administração (LEITE, 2005; ROCHA, 2003). A não disponibilização dos medicamentos pelos serviços de saúde é considerada um entrave importante à adesão a terapia medicamentosa, sendo então, o acesso ao medicamento, fator que pode, também, comprometer a adesão (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006). Os esquemas terapêuticos geralmente são complicados e exigem grande empenho por parte do paciente, que precisa adaptar sua rotina, mudando horários de alimentação e seu ritmo diário para cumprir o tratamento (LEITE, 2005). Este é outro fator que estimula o abandono ou o não seguimento da prescrição. A quebra da confiança depositada pelo paciente na prescrição, na equipe de saúde ou no médico pode ter resultado negativo sobre a adesão, sendo fator que contribui para as estatísticas relacionadas aos insucessos dos tratamentos medicamentos ou não medicamentosos. Todos esses fatores apontados, associados ou de forma isolada, influenciam no modo como uma pessoa, na ocorrência de uma enfermidade decidirá por tratar-se ou não. Em todos os casos, o farmacêutico deve tentar compreender a percepção do paciente sobre sua doença e tratamento (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006). Dentre os fatores relativos ao paciente na adesão, sua compreensão e conhecimento da doença, sua percepção dos efeitos colaterais causados pela terapia, seus valores e crenças em relação saúde, o meio social e cultural (faixa salarial, escolaridade) (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006; LEITE, 2005; REINERS, 2005; LEITE; VASCONCELLOS, 2003) e as limitações físicas (deficiência visual) são fenômenos que podem comprometer ou interromper o seguimento da terapia medicamentosa (LEITE, 2005; REINERS, 2005; LEITE; VASCONCELLOS, 2003). Como sempre existe um motivo para a não adesão ao tratamento, no exercício do cuidado farmacêutico, compete ao farmacêutico à identificação do paciente que não está aderindo ao tratamento, bem como, cabe a este profissional investigar o motivo ou causa (fatores) da não adesão (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006). Desta maneira, nenhum estudo deve deixar de discutir a questão do papel do paciente no processo saúde/doença/tratamento (LEFÈVRE; TEIXEIRA, 2001). No campo dos medicamentos, o entendimento de que o paciente é sujeito ativo, que participa e assume responsabilidades sobre seu tratamento, que o adere ou não, permite observar que os fatores intrínsecos ao paciente são os que determinam, de forma mais decisiva, o resultado do processo terapêutico (LEITE; VASCONCELLOS, 2003). A identificação e a compressão dos fatores que levam a não adesão poderá determinar as intervenções e cuidados necessários para alterar a atitude do paciente e propiciar sua adesão (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006). Portanto, a abordagem dos fatores da não adesão medicamentosa, sob a perspectiva do paciente, pode contribuir para a compreensão do relacionamento do paciente com sua terapia medicamentosa e nortear medidas efetivas que melhorarem o benefício da terapêutica prescrita e, por conseqüência, que favoreçam o uso racional de medicamentos (MARIN et al., 2003b). Para Haaijer-Ruskamp e Hemminki (1993), a pesquisa qualitativa na área de medicamentos referem-se aos métodos chamados qualitativos, a exemplo da pesquisa antropológica. Neste caso, podem ser desenvolvidas metodologias que propiciam o estudo de fenômenos em profundidade, como a pesquisa participante, a etnografia e as entrevistas abertas, focando os objetivos do estudo em fatores sociais, culturais e psicológicos e sua influência no uso de medicamentos. Esse tipo de abordagem permite a compreensão dos significados do uso de medicamentos e contribuem para que as ciências sociais entendam a questão, principalmente porque a saúde é um campo complexo de conhecimentos que vão nortear as atitudes em relação aos cuidados de saúde, entre eles, a utilização de medicamentos. Então a abordagem qualitativa de estudo da adesão, sob a perspectiva do paciente, pode contribuir para a compreensão do relacionamento do paciente com sua terapia medicamentosa e nortear medidas efetivas que melhorarem o benefício da terapêutica prescrita e, por conseqüência, que favoreçam o uso racional de medicamentos. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo levantar na população usuária dos serviços da Unidade Básica de Saúde (UBS) - SAIS (Serviço de Assistência Integrada a Saúde) e dos serviços da Farmácia Central (FC), do município de Tubarão, os fatores que comprometem a adesão à terapia medicamentosa da HAS e/ou da DM. 2. Objetivos 2.1 Objetivo Geral Levantar os fatores que comprometem a adesão à terapia medicamentosa da HAS e/ou da DM na população atendida pela Unidade Básica de Sáude (UBS) - SAIS e na população usuária dos serviços da Farmácia Central (FC), do Município de Tubarão/SC. 2.2 Objetivos Específicos - Elaborar um Instrumento para a Coleta de Dados qualitativo, para as questões relacionadas à adesão a terapia medicamentosa; - Levantar as características sócio-econômica cultural dos participantes da pesquisa, através de um questionário; - Averiguar as formas com as quais os usuários dos serviços SAIS e FC têm acesso aos medicamentos; - Determinar quais, dentre os fatores externos ao paciente, que com maior freqüência comprometem a adesão ao tratamento medicamentoso; - Determinar quais, dentre os fatores intrínsecos ao paciente, que representam o pensamento compartilhado dominante; - Definir o grau de compartilhamento das idéias sobre os fatores intrínsecos e externos aos pacientes entrevistados. 3. Material e Métodos Locais de obtenção dos dados, seleção e caracterização dos participantes da pesquisa Este estudo foi realizado na Farmácia Municipal Central situada, atualmente, no centro do Município de Tubarão, que tem a finalidade de dispensar os medicamentos da assistência básica a toda a população de Tubarão. Também foram entrevistados usuários da Unidade Básica de Saúde (UBS) – SAIS, situada nas dependências da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Está presta serviços a moradores do bairro Dehon, do bairro Morrotes e, ainda, a estudantes e colaboradores da Unisul e do colégio Dehon. A detecção dos pacientes que não estejam aderindo às terapias medicamentosas da HAS e/ou DM e, ainda, a abordagem dos mesmos sobre a possibilidade e interesse em participarem da pesquisa (identificação e seleção da amostra) foi realizada pelas duas bolsistas PUIC. O número total de usuários que foram efetivados na pesquisa foi determinado pela demanda dos serviços dois serviços de saúde (Farmácia Central e SAIS), sofrendo a influência da freqüência do uso dos serviços por parte de pacientes que não estavam aderindo às terapias medicamentosas e da habilidade das acadêmicas bolsistas PUIC em identificar potenciais voluntários. Foi critério de exclusão do paciente da amostra o não aceite em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ou o Consentimento para Fotografias, Vídeos e Gravações. Foi único critério de inclusão do paciente na amostra ser portador de HAS e/ou DM. Elaboração e Validação do Instrumento para a Coleta de Dados (Questionário) Neste estudo foi elaborado um Instrumento de Coleta de Dados (questionário) composto por questões fechadas e abertas. As questões fechadas tiveram o objetivo de levantar as características sócio-econômica cultural dos voluntários da pesquisa. As questões abertas permitiram a coleta de dados através da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), desenvolvida por Lefèvre e Lefèvre, em 2003, para levantamento dos fatores, que na percepção dos pacientes participantes, comprometem a adesão ao tratamento medicamentoso da HAS e/ou DM. Foi realizado um estudo piloto, aplicado pelas bolsistas PUIC, com 11 pacientes que aguardavam atendimento na Farmácia Central do município de Tubarão. Estes pacientes foram selecionados de forma aleatória. Este procedimento permitiu a detecção de perguntas que estavam elaboradas de forma inadequada ou que estavam abrindo margem à dupla interpretação, por parte dos entrevistados e, que por conseqüência, não estavam favorecendo a obtenção das informações necessárias para o cumprimento dos objetivos propostos pela pesquisa. Procedimentos de Coleta de Dados Coleta de Dados Propriamente Dita O período de coleta de dados iniciou-se em agosto de 2007 e estendeu-se até junho de 2008. As entrevistas foram realizadas na própria FC (Farmácia Central) e no SAIS. A abordagem e as entrevistas dos pacientes, que não estavam aderindo às terapias da HAS e/ou do DM (identificação e seleção da amostra), foram realizadas pelas duas acadêmicas bolsistas PUIC. As entrevistadoras ao observarem que o paciente era portador de uma prescrição médica que continha algum dos medicamentos utilizados para o tratamento da HAS e/ou da DM faziam a abordagem do paciente questionando-o se era o proprietário da prescrição, ou seja, se era portador de alguma das doenças crônicas acima referenciadas. Em seguida, os objetivos do estudo, bem como, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e o Consentimento para Fotografias, Vídeos e Gravações eram apresentados, e a assinatura dos referidos documentos também era solicitada. Somente após a assinatura dos documentos relacionados os procedimentos éticos da pesquisa iniciava-se a coleta dos dados quantitativos e qualitativos. As entrevistas foram conduzidas através das perguntas contidas no Instrumento de Coleta de Dados (questionário quali-quantitativo). Somente o voluntário que aceitou assinar os dois documentos foi efetivado na pesquisa como membro participante. Cada entrevista teve duração máxima de 10 minutos. As respostas referentes às questões abertas foram gravadas e, posteriormente, transcritas. Procedimentos Éticos da Pesquisa De acordo com os preceitos éticos vigentes nesta instituição de ensino, este projeto de pesquisa foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade do Sul de Santa Catarina (CEP – UNISUL), em Tubarão – SC, sendo aprovado sob o protocolo número 07.050.4.03.III. Em todas as suas etapas ocorreu a observação das normas éticas contidas na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), entre elas, a utilização do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Consentimento para Fotografias, Vídeos e Gravações, para cada um dos pacientes entrevistados. Organização, análise e tratamento dos dados Os dados quantitativos coletados, referentes ao nível sócio-econômico cultural do paciente, foram analisados através da estatística descritiva, sendo organizados e apresentados em freqüências absoluta e relativa. Esses dados foram dispostos em forma de tabelas e/ou gráficos, e para auxiliar com os cálculos, foi utilizada a planilha do Microsoft Excel®. Os dados qualitativos foram analisados por meio da metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) desenvolvida por Lefèvre e Lefèvre, em 2003, com o auxílio do software Qualiquantisoft® desenvolvido pela Sales e Paschoal Informática, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP). Até o presente momento apenas parte dos dados qualitativos foram analisados em decorrência do atraso na liberação da licença de uso empresarial do programa Qualiquantisoft®. Os dados faltantes, independente do encerramento da bolsa de pesquisa PUIP, serão analisados para elaboração de artigo científico. 4. Resultados: 4.1 Determinação do perfil sócio-econômico dos diabéticos e/ou hipertensos entrevistados. Dos 139 (100%) diabéticos e/ou hipertensos entrevistados, 5,76% (8) eram diabéticos, 23,75% (33) eram diabéticos e hipertensos e 70,49% (98) eram hipertensos. A maioria dos entrevistados se encontrava com idade entre 55 e 70 anos de idade, independente da patologia. (Tabela 1). Tabela 1 - Distribuição dos pacientes entrevistados por patologia segundo idade. IDADE Diabetes No./% 35 I----- 40 40 I----- 45 45 I----- 50 50 I----- 55 55 I----- 60 60 I----- 65 65 I----- 70 70 I----- 75 75 I----- 80 80 I----- 85 85 I-----I 90 Não respondeu Total PATOLOGIA Diabetes e Hipertensão Hipertensão No./% No./% 1/0,72 1/0,72 1/0,72 1/0,72 1/0,72 1/0,72 2/1,44 8/5,76 2/1,44 2/1,44 6/4,32 8/5,75 11/7,91 19/13,66 26/18,70 13/9,35 7/5,03 2/1,44 1/0,72 1/0,72 98/70,49 6/4,32 6/4,32 6/4,32 9/6,47 3/2,16 2/1,44 1/0,72 33/23,75 Total No./% 2/1,44 3/2,16 7/5,03 15/10,79 18/12,94 25/17,98 36/25,89 17/12,23 11/7,91 3/2,16 1/0,72 1/0,72 139/100 Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2007. Dos 139 (100%) diabéticos e/ou hipertensos entrevistados, 77,7% (108) eram do sexo feminino e 22,30% (31) eram do sexo masculino. A maioria dos entrevistados (60,43%) não chegou a concluir o primeiro grau. (Tabela 2). Tabela 2 - Distribuição dos pacientes hipertensos e/ou diabéticos entrevistados por sexo segundo nível de escolaridade. SEXO Nível de Escolaridade Não sabe ler e escrever Não soube responder Outros Primeiro grau completo Primeiro grau incompleto Segundo grau completo Segundo grau incompleto Terceiro grau completo Total F No./% M No./% 14/10,07 1/0,72 1/0,72 1/0,72 16/11,51 6/4,32 66/47,48 18/12,94 6/4,32 3/2,16 3/2,16 2/1,44 2/1,44 108/77,7 31/22,30 Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2007. Total No./% 15/10,8 1/0,72 1/0,72 22/15,82 84/60,43 9/6,47 5/3,6 2/1,44 139/100 Das 108 (77,69%) mulheres que participaram deste estudo, observou-se que 76 (54,67%) eram portadoras de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Apenas cinco (3,6%) entrevistadas tinham diabetes. Sendo assim, entre as mulheres a doença mais prevalente foi a HAS. O mesmo fato foi observado na população masculina, onde 22 (15,82%) dos entrevistados eram hipertensos e apenas três (2,16%) eram diabéticos. (Tabela 3). Tabela 3 - Distribuição dos pacientes entrevistados por sexo segundo patologia. F No./% Patologia Diabetes Hipertensão Diabetes e Hipertensão Total SEXO M No./% 5/3,6 3/2,16 76/54,67 22/15,82 27/19,42 6/4,32 108/77,69 31/22,30 Total No./% 8/5,76 98/70,50 33/23,74 139/100 Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2007. Dos 139 (100%) pacientes entrevistados, 83 (59,7%) apresentaram renda média familiar entre um e três salários mínimos, sendo que apenas cinco (3,6%) apresentaram renda média familiar acima de seis salários mínimos. Referente ao nível de escolaridade dos pacientes entrevistados, 84 (60,43%) não chegaram a concluir o primeiro grau, e 15 (10,8%) desses pacientes não sabem ler nem escrever. (Tabela 4). Tabela 4 - Distribuição dos pacientes por nível de escolaridade segundo renda média familiar. RENDA MÉDIA FAMILIAR Nível de Escolaridade Não sabe ler e escrever 1º. Grau incompleto 1º. Grau completo 2º. Grau incompleto 2º. Grau completo Terceiro grau completo Não soube responder Outros Total Até 1 salário Mínimo 1-3 salários Mínimos 3-6 salários Mínimos Não possuem Renda >6 salários Mínimos Não respondeu Total No./% No./% No./% No./% No./% No./% No./% 1/0,72 18/12,94 7/5,03 2/1,44 1/0,72 29/20,86 1/0,72 1/0,72 1/0,72 1/0,72 1/0,72 2/1,44 5/3,6 1/0,72 1/0,72 15/10,8 84/60,43 22/15,82 5/3,6 9/6,47 2/1,44 1/0,72 1/0,72 139/100 2/1,44 11/7,91 8/5,76 57/41,0 5/3,6 9/6,47 2/1,44 2/1,44 5/3,6 1/0,72 1/0,72 20/14,4 83/59,7 Fonte: Pesquisa realizada pela pesquisadora, 2007. 4.2 Determinação da percepção dos pacientes diabéticos e/ou hipertensos entrevistados sobre sua doença e sobre as suas dificuldades de adesão aos tratamentos farmacológicos. As respostas referentes à percepção dos pacientes diabéticos e/ou hipertensos entrevistados sobre sua doença e também sobre as dificuldades de adesão ao tratamento medicamentoso foram analisadas com o auxilio do software Qualiquantisoft®, porém das 139 (100%) entrevistas foram escolhidas, de forma aleatória, apenas 50 (35,97%), e estas foram utilizadas para formular os respectivos Discursos do Sujeito Coletivo (DSC’s). Referente à pergunta “Como você descobriu que era Diabético (a) e/ou Hipertenso (a)?”, foram formuladas 10 Idéias Centrais (ICs), cada qual com seu respectivo Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). As ICs originadas do questionamento, juntamente com os DSCs originados para cada IC, são apresentadas no quadro 1. Síntese das Idéias Centrais (IC’s) Discursos do Sujeito Coletivo (DSCs) Freqüência (n = 50) Percentuais (%) ICA Diabetes e Hipertensão são hereditárias ...A Diabetes ela é hereditária, a minha mãe já era...a hipertensão também...já faz uns quinze anos...eu sempre consultava com o Dr., e ele dizia pra mim - Um dia tu vai ter diabete... 2 2,67 ICB Através de uma consulta com aferição de Pressão Arterial ...Eu descobri porque fui no médico...não sentia nada... ai ele mediu a pressão...deu que tinha pressão alta... 3 4 18 24 2 2,67 8 10,67 19 25,33 8 10,67 3 4 12 16 ICC Observou a presença de sintomas ICD Por estar em hospitalização ICE Através da verificação da Pressão Arterial ICF Através de uma consulta médica ICG Através de exames ICH Ocorreram complicações da doença ICI Decorrente de outros acontecimentos ...tinha um pouquinho de dor de cabeça...dava aquele calorão... dava aquela dor no peito...eu senti secura na boca, falta de saliva...tonta...quando fiquei grávida...as mãos suavam muito...fui ficando assim aborrecida, fui ficando nervosa...eu comecei a vomitar...eu tinha muita canseira...Eu só queria dormir, chorar... ...Eu parava muito no hospital...Ai ele mandou eu fazer os exames...A hipertensão porque eu fui operada e antes de operada sempre subia... ...Porque eu comecei a medir...depois que eu medir, a pressão estava alterada...É porque nós temos o aparelho em casa e ele mede a pressão lá...nas palestras eles começaram a olhar a pressão...fui medir a pressão na farmácia... ...eu senti secura na boca, falta de saliva, muita dor de cabeça e tonta...eu procurei o médico... e fiz todos os exames...foi no susto que eu levei... Ai fui ao médico...eu fui em Florianópolis passear ai fui lá e consultei né...eu também sempre consultava com o Dr...eu fui no médico, fiz exame de sangue tudo né...eu de tarde sente mal...ai eu fui no médico... ...Eu parava muito no hospital...Ai ele mandou eu fazer os exames...E a diabetes aconteceu que eu fui faze um exame no médico pra vê uma coisa e soube que tinha diabetes...fui fazer um exame e apareceu...procurei o médico e fiz todos os exames...Eu fui consultar com o Dr...ele mandou fazer aquele teste...fazendo exame e lá mesmo que eu descobri...Há eu fui no médico, fiz exame de sangue tudo né... ...Porque me deu derrame...eu soube quando eu tive o infarto... Porque eu tive aneurisma...aí disseram que era da pressão alta... ...eu fui atropelado na faixa de pedestre...comecei a ser hipertenso...Por motivo de problema de família...Eu descobri ...quando fiquei grávida...foi no susto que eu levei...eu tava muito doente, muito doente...ai eu ficava fumando, tomando uma cachacinha, quando eu vi a pressão tava muito alta...eu fui descobri depois que deu infarte...me bateu uma dor na perna...eu fui internado...fiz cateterismo... Quadro 1: ICs e DSCs formulados a partir das respostas dos pacientes a pergunta: “Como você descobriu que era Diabético (a) e/ou Hipertenso (a)?”. Fonte: Pesquisa realizada pela pesquisadora, 2007. Após a análise das respostas fornecidas à pergunta “Para você como é ser Diabético(a) e/ou Hipertenso(a)?”, foram formuladas 12 ICs. A partir do depoimento dos 50 pacientes os DSC formulados permitem observar diferentes pontos de vista no que diz respeito à percepção do paciente quanto a sua vivência com a HAS e/ou a DM. As ICs e seus respectivos DSC são apresentados no quadro 2. Síntese das Idéias Centrais (IC’s) ICA É difícil porque tem que seguir restrições alimentares. ICB Algumas vezes é incomodo. ICC Não é bom. ICD É ter sintomas. ICE É ter que tomar remédios. ICF Não sente nada. ICG Ruim/desagradável. ICH É péssimo/horroroso. ICI Não soube responder. ICJ ICK ICL Já acostumou. É ter que ter cuidado. Não é incomodo. Discursos do Sujeito Coletivo (DSCs) ...É uma tristeza, é uma tristeza... eu sou comilona...gosto de comer, e desde muito cedo a gente sempre tem restrições...Incomoda muito... muda tudo, a alimentação... ...Algumas vezes, mais é raro...Incomoda muito...ás vezes à noite a gente sente assim um calorão...Eu acho que sim...só dor de cabeça e uma falta de ar assim...abafada...Incomoda...a gente fica ruim né...eu sinto dor de cabeça, dor na nuca... ...Bom não é... ...só tontura...A gente se sente agoniado né...muita dor de cabeça, tonteira... seca a saliva...ás vezes à noite a gente sente assim um calorão... eu não me incomodo...quando a diabetes alteia a pessoa muda, modifica a pessoa, a pessoa sente dor de cabeça, e a pressão quando alteia da um calorão né...Incomoda, ela me da um abafo aqui dentro, ela me abafa o peito, deixa eu ruim, ruim, atacado, coração acelerado...não me incomodo...me da sono e um desanimo...Eu sinto calor, eu sinto dor aqui oh e calor no rosto...dor na nuca... ..Ai eu me sinto bem porque a gente ta tomando esses remédios né...eu não to assim muito contente com esse medicamento...tem que tomar o remedinho. ...Eu não sinto nada...eu me sinto normal...não me incomoda...eu não sinto sintomas nenhum...não to sentindo nada. ...Eu me sinto assim aborrecida né, da um sono...Ruim, bem ruim...Eu me incomodei no começo...me sentia ruim em tomar remédio da diabete... ...Péssima, péssima... ...É muito interessante...a gente se incomodava né, agora to mais tranqüila né, porque já faz três meses que eu to afastada do trabalho, mais a gente se incomoda no trabalho né... ..Eu sou conformada... ...A cuidado né, cuidado absoluto... ... Não...não incomoda...não senti nada... Freqüência (n = 50) Percentuais (%) 2 3,57 6 10,71 1 1,79 17 30,36 3 5,36 12 21,43 4 7,14 1 1,79 2 3,57 3 1 4 5,36 1,79 7,14 Quadro 2: ICs e DSCs formulados a partir das respostas dos pacientes a pergunta: “Para você como é ser Diabético(a) e/ou Hipertenso(a)?”. Fonte: Pesquisa realizada pela pesquisadora, 2007. Frente a pergunta “Como é para você ter que tomar os medicamentos?”, foram formuladas 9 Idéias Centrais (ICs), cada qual com seu respectivo Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). As ICs originadas do questionamento, juntamente com os DSC’s originados para cada IC, são apresentadas no quadro 3. Entretanto, fica claro que 38 (70,38%) pacientes já incorporaram a sua rotina diária a necessidade de tomar os medicamentos, considerando normal o fato de seguir o tratamento prescrito. Síntese das Idéias Centrais (IC’s) É incomodo, porque ICA causa reações adversas. ICB É indiferente, segue o tratamento/normal. ICC Já acostumou. ICD É ruim. ICE Para se sentir melhor. ICG Se sente incomodado pela falta de medicação. Não soube responder. ICH Toma quando necessário. ICI Algumas vezes é incomodo. ICF Discursos do Sujeito Coletivo (DSCs) ...Chato, cansativo...ele muda todo o meu mecanismo interno... ...Ah é como o médico indicou...Me sinto bem... me sinto, me sinto bem...é comum, o remédio eu tomo com facilidade...tomo certinho...levo uma vida normal...Tranqüilo...Não me incomodo...tomo corretamente como o médico manda né...Tudo normal...é continuado né, ai eu tenho que tomar continuado, ai eu tomo...a gente toma tranqüilo...É normal... ...A gente já acostumou...já to acostumada né...é o meu serviço...Já acostumei né, já acostumei no horário certinho já...Se quer agüentar tem que tomar né, se não...tomo todo dia...não me incomodo...Já acostumei, ás vezes eu esqueço...fiquei no hábito já...remédio é sagrado, todos os dias, eu não esqueço... ...era bom se não precisasse né...Tem hora que me da nojo, mais sou obrigado a tomar...é muito remédio né...a boca fica amargando o dia inteiro... ...Eu me sinto melhor né...Me sinto muito bem...A eu me sinto porque sei que tenho que tomar pra poder melhorar né... ...Normal, me incomodo quando ta faltado só, o remédio... ...Não, não, não... ...Bem...é necessário né...Eu só tomo quando eu vejo que to com a pressão alta...tomo à tarde quando é necessário... ...A esse branco que ta incomodando...Não, o ruim é quando a gente sai né, pra levar o remédio... Freqüência (n = 50) Percentuais (%) 1 1,85 19 35,19 19 35,19 4 7,41 4 7,41 1 1,85 1 1,85 3 5,56 2 3,70 Quadro 3: ICs e DSCs formulados a partir das respostas dos pacientes a pergunta: “Como é para você ter que tomar os medicamentos?”. Fonte: Pesquisa realizada pela pesquisadora, 2007. Frente à pergunta “A gente tem percebido que muitos pacientes que tem o mesmo problema do(a) senhor(a) não tem tomado os medicamentos como o médico manda, porque o(a) senhor(a) acha que isso acontece?” foram formuladas 19 Idéias Centrais (ICs). As ICs originadas do questionamento, juntamente com os DSCs originados para cada IC, são apresentadas no quadro 4. Síntese das Idéias Centrais (IC’s) Discursos do Sujeito Coletivo (DSCs) Freqüência (n = 50) Percentuais (%) ICA Porque é analfabeto. ICB Porque acha que está curado. ICC Não precisa do remédio. ICD Por esquecimento. ICE Relaxamento/descuido. ICF Por não valorizar a saúde. ICG ICH Não soube responder. O paciente não valoriza a medicação por ser de graça. ICI Por falta de dinheiro. ICJ Alguns pacientes não querem gastar ou não tem dinheiro. ICK Falta de informação. ICL Por não apresentar sintomas. ICM Decorrente de outros problemas. ICN Porque acha que não precisa do remédio. ICO ICP Porque acha que não está doente. Por não saber que tem a ...mais eu sei ler, mais tem gente que não sabe ler, e tem gente que toma remédio pela cor... ...Porque acham que ta bom né, acham que não precisa... ...Porque acham que ta bom né...eles acham que nada vai acontecer né...por causa de descuido né... ...ás vezes esquece...Por esquecimento, talvez não está sentindo nada...se esquecem ou não dão bola...deve ser né esquecimento...não gosta né, eu acho que sim né...Ás vezes a pessoa é esquecida né... ...É relaxamento né...Descuido né, descuido, porque é de graça... mais é descuido da pessoa...se fazem de bobo...É relaxado né...não ligam a doença que tem...sabe que ta doente, tem que tomar né...não querem né...Porque não tem vontade de melhorar, porque são relaxado...isso aí é falta de atenção deles, relaxamento...ou não acredita no medicamento. ...Ah porque eles não se importam, não se interessam com a saúde deles...eles não tomam porque eles tomam, porque uma festinha, porque um churrasquinho na casa deles...as pessoas sei lá, não ligam, se esquecem ou não dão bola...não ligam a doença que tem...É porque se acham pouca coisa...Porque não tem vontade de melhorar...Porque eles não tem interesse da saúde deles...não se importam né... ...Ah isso eu não sei né. ...Descuido né, descuido, porque é de graça...relaxamento... ...muitas pessoas que a gente sabe que tem é porque é caro.. ...Porque tem gente que não que toma né, provavelmente, não que toma, não que gasta, alguém, tem pessoas que não tem dinheiro pra comprar... ... é questão de informação, questão de formação...alguém diz alguma coisa pra eles...Não tomam porque não sabem da orientação, não lê sobre isso né, sobre pressão alta, é a pessoa desinformada né...Porque é ignorância deles né... ..talvez não está sentindo nada...Porque não sofreram o suficiente ainda... ...Às vezes lê, tem algum problema de depressão... se entra em depressão a pessoa se acha que não precisa tomar aquele medicamento, que já ta bom... ...a pessoa se acha que não precisa tomar aquele medicamento, que já ta bom...Eles levam por uma brincadeira o diabete... ...Porque fica se achando... que não é doente... ...Mais a maior parte também não sabe né, 1 1,59 1 1,59 3 4,76 8 12,70 21 33,33 9 14,29 1 1,59 1 1,59 1 1,59 1 1,59 4 6,35 2 3,17 1 1,59 2 3,17 1 1,59 2 3,17 doença. ICQ Porque querem ingerir bebida alcoólica. ICR Por ter medo de assumir a doença. ICS Por ter medo de tomar a medicação. mais a pessoa não sabe que tem pressão alta...descuido né ...pensam que não tem né... ...porque diariamente os homens hoje, todo mundo querem beber, quem bebe não tenta... ..Falta de coragem, falta de coragem, entendeu, falta de atitude, falta de coragem, eles não tem coragem para assumir. 1 1,59 1 1,59 ...Tem medo né...medo de tomar né... 2 3,17 Quadro 4: ICs e DSCs formulados a partir das respostas dos pacientes a pergunta: A gente tem percebido que muitos pacientes que tem o mesmo problema do(a) senhor(a) não tem tomado os medicamentos como o médico manda, porque o(a) senhor(a) acha que isso acontece?”. Fonte: Pesquisa realizada pela pesquisadora, 2007. 5. Conclusões Observou-se, através dos dados quantitativos deste estudo, que entre a população entrevistada a maioria era do sexo feminino. E, ainda, que a patologia de maior freqüência entre os 139 entrevistados foi a Hipertensão Arterial Sistêmica. No que se refere à renda média familiar observou-se que grande parte da população entrevistada referiu sobreviver com uma renda que variava de um a três salários mínimos (R$ 350,00 – R$ 1050,00). Quando foram questionados sobre seu nível de escolaridade observou-se que mais da metade não havia chagado a contemplar o ensino fundamental. O encontro de significativo percentual da população entrevistada com baixo nível de escolaridade e com deficiente renda média mensal familiar pode ser considerado fator que influencia negativamente sobre o processo de adesão do paciente as terapias prescritas, sendo considerado este, um fato extrínseco ao paciente. O baixo nível de escolaridade pode estar dificultando a compreensão do paciente sobre a importância de seu tratamento ou, ainda, sobre o entendimento da gravidade de sua patologia. Sem esta compreensão o paciente acaba por não realizar ou realizar de forma inadequada o tratamento farmacológico. Já, o baixo nível econômico encontrado entre parte da população entrevistada pode estar contribuindo para dificultar o acesso dos pacientes aos medicamentos, assim, comprometendo de forma integral ou parcial a adesão terapêutica. Ainda, ao final deste estudo pode-se perceber, que na percepção dos pacientes entrevistados existem outros dois fatores extrínsecos, que com maior freqüência, podem comprometer a adesão a terapêutica da HAS e/ou do DM. Estes são revelados através da IC K e da ICI. Nos depoimentos a “falta de dinheiro” foi referida por um paciente. Através deste depoimento o DSC “...muitas pessoas que a gente sabe que tem é porque é caro...” revela que o custo do tratamento pode comprometer a adesão. Já, o DSC revela que: “... é questão de informação, questão de formação...alguém diz alguma coisa pra eles...Não tomam porque não sabem da orientação, não lê sobre isso né, sobre pressão alta, é a pessoa desinformada né...Porque é ignorância deles né...”. Quanto aos fatores intrínsecos pode-se perceber, que na percepção dos pacientes entrevistados, são 15 os fatores que podem comprometer a adesão a terapêutica da HAS e/ou do DM. Estes são revelados através das ICA, ICB, ICC, ICD, ICE, IC F, ICH, ICL, ICM, ICN, ICO, ICP, ICQ, ICR e da ICS. O DSC que representa a fala de 21 dos pacientes entrevistados revela que: “...É relaxamento né...Descuido né, descuido, porque é de graça... mais é descuido da pessoa...se fazem de bobo...É relaxado né...não ligam a doença que tem...sabe que ta doente, tem que tomar né...não querem né...Porque não tem vontade de melhorar, porque são relaxado...isso aí é falta de atenção deles, relaxamento...ou não acredita no medicamento....” Nos demais depoimentos a não valorização de sua saúde pelo paciente portador de HAS e/ou DM foi referida por 9 pacientes. Através destes depoimentos o DSC “...Ah porque eles não se importam, não se interessam com a saúde deles...eles não tomam porque eles tomam, porque uma festinha, porque um churrasquinho na casa deles...as pessoas sei lá, não ligam, se esquecem ou não dão bola...não ligam a doença que tem...É porque se acham pouca coisa...Porque não tem vontade de melhorar...Porque eles não tem interesse da saúde deles...não se importam né...” revela mais um fator intrínseco ao paciente que pode estar comprometendo a adesão terapêutica. Já, o DSC revela que: “...ás vezes esquece...Por esquecimento, talvez não está sentindo nada...se esquecem ou não dão bola...deve ser né esquecimento...não gosta né, eu acho que sim né...Ás vezes a pessoa é esquecida né...” é inerente ao paciente esquecer de utilizar sua medicação, comprometendo assim, o sucesso de seu tratamento. 6. Limitações do Estudo e Observações As demais respostas ao questionamento qualitativo (relativa à percepção do paciente sobre sua doença, sobre as dificuldades encontradas para realizar o tratamento farmacológico) serão analisadas posteriormente, sendo assim, ainda não obteve um Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) final e representativo de toda a população entrevistada. A impossibilidade de se analisar todas as 139 respostas do questionário qualitativo deveu-se a demora na aquisição software Qualiquantisoft®. O referido instrumento de análise de dados qualitativos foi adquirido apenas no mês de março de 2008, após a liberação da verba pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, parceira deste projeto. Os dados referentes aos 89 depoimentos faltantes serão analisados, ainda no decorrer deste ano, para redação do artigo científico. 7. Conclusões BRASIL. Ministério da Saúde. Incentivo a Assistência Farmacêutica básica: o que é e como funciona. Brasília: Ministério da Saúde, 2001a. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus: Brasília: Ministério da Saúde, 2001b. p. 19-58 CIPOLLE, R. J., STRAND, L. M., MORLEY, P. C. O exercício do cuidado farmacêutico. Brasília: Conselho Federal de Farmácia, 2006. 396 p. HAAIJER-RUSKAMP, F. M.; HEMMINKI, E. The social aspects of drug use. In: DUKES, M. N. G. Drug utilization studies. Copenhagen: WHO - Regional Office for Europe. 1993. JORDAN, M. S. Aderência ao tratamento antiretroviral em Aids: revisão da literatura médica. In: TEIXEIRA, P. R. Tá difícil de engolir? São Paulo: Editora Nepaids, 2000. LEFÈVRE, F.; A. M. Depoimentos e Discursos: uma proposta de análise em pesquisa social. Brasília: Liber Livro Editora, 2005. 97 p. LEFÈVRE, F.; TEIXEIRA, J. J. V. A prescrição medicamentosa sob a ótica do paciente idoso. Revista de Saúde Pública, 2001; v. 35, n. 2: 207-213 LEITE, S. N. Adesão à Terapêutica Medicamentosa: O que o farmacêutico tem a ver com isso?. In: LEITE, S. N.; CORDEIRO, B. C. (Org.). O Farmacêutico na Atenção à Saúde. Itajaí: Universidade do Vale do Itajaí, 2005. 189 p. LEITE, S. N.; VASCONCELLOS, M. P. C. Adesão á Terapêutica Medicamentosa: Elementos para discussão de conceitos pressupostos adotados na literatura. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 8, n. 3, p. 775-82, 2003. MARIN, N.; LUIZA, V. L. ; CASTRO, C. G. S. O.; SANTOS, S. M. Org. Assistência Farmacêutica para Gerentes Municipais: Dispensação Ambulatorial e Atenção Farmacêutica. Rio de Janeiro: OPAS/OMS, 2003a. 373p. MARIN, N.; LUIZA, V. L. ; CASTRO, C. G. S. O.; SANTOS, S. M. Org. Assistência Farmacêutica para Gerentes Municipais: O Uso Racional de Medicamentos. Rio de Janeiro: OPAS/OMS, 2003b. 373p. NEMES, M. I. B. Aderência ao tratamento por antiretrovirais em serviços públicos no Estado de São Paulo. Ministério da Saúde, Brasília. 2000 PAULO, L. G.; ZANINI, A. C. Compliance: sobre o encontro paciente/médico. São Roque: IPEX Editora, 1997. REINERS, A. A. O. Interação profissional de saúde e usuário hipertenso: Contribuição para a não-adesão ao regime terapêutico. (Pós-Graduação), Ribeirão Preto, 2005. 142 p. ROCHA, A. Adesão ao Tratamento: O papel do médico. Revista de Saúde Pública. v. 10, n. 3, jul/set. São Paulo, 2003; p. 215-218. VASCONCELLOS, E. M. A terapêutica médica e as práticas populares de saúde. Saúde em Debate. v. 49. n. 50, p. 100-06, 1996.