obsessão - cavaleirosdearuanda

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OBSESSÃO
Existe uma intensa atividade permeando o universo físico e o espiritual. Forças e energias
espirituais influenciam a vida dos encarnados, muitas vezes de forma negativa, provocando
comportamentos e atitudes negativas, criando uma atmosfera densa de ódio e desespero. Esses espíritos
ligados aos vivos e distantes da grande Luz Divina, vivem só para isso. Estamos falando dos obsessores.
Segundo Alex Alprim, obsessão – substantivo feminino. 1- diacronismo: antigo. 2- suposta
apresentação repetida do demônio ao espírito. 3-apego exagerado a um sentimento ou a uma idéia
desarrazoada. 4- ação de molestar com pedidos insistentes; impertinência, perseguição, vexação.
Segundo José Queid Tufasle Hauxan, a obsessão é o domínio que alguns espíritos inferiores
adquirem sobre certos tipos de pessoas.
Se pudéssemos enxergar o mundo espiritual como vemos o universo físico, perceberíamos um
grande número de espíritos passando por nós a todo instante: em nossas casas, no trabalho e nas mais
diversas atividades, tanto interagindo como atuando junto ao mundo dos encarnados.
Na terra existe um grande número de forças espirituais e nem todas com “boas intenções”. Na
verdade – segundo a literatura espírita obtida até os dias atuais por meio de psicografias, mensagens e
contatos mediúnicos – o plano de evolução espiritual em que se encontra nosso planeta o leva a ser um
local de expiação, no qual se concentra um grande número de espíritos vibrando nas baixas freqüências.
Esses espíritos vivem imersos em correntes energéticas e emocionais de ódio, raiva, egoísmo,
amor não-correspondido, entre outras emoções, e estão de tal forma presos ao plano físico que muitos
acreditam ainda estar em seus corpos carnais. Assim, vivem próximos das pessoas com as quais um dia
conviveram, afastando-se dos planos espirituais mais elevados e atrasando sua reencarnação.
Entre esses espíritos, ainda existem aqueles que têm a consciência de que estão mortos e que não
habitam mais um corpo físico; mas como ainda estão presos às vibrações mais baixas do mundo espiritual,
realizam ações que visam prejudicar os vivos e atrapalhar ao máximo a vida e a evolução espiritual de
suas vítimas encarnadas. Esses espíritos são os que chamamos de obsessores.
I - COMO SURGE A OBSESSÃO
Eles nascem de diversas formas. Sua sensibilidade à luz divina foi embrutecida pelo tempo e por
sua natureza moral. Eles ficam estagnados num círculo vicioso e numa obstinação tão intensa que não é
raro se esquecerem quando e por que tudo começou.
Na maioria das vezes, estão tão cansados e vivem há tanto tempo nessa condição que não sabem
mais como caminhar em direção ao esclarecimento e à luz de Deus, necessitando assim de toda ajuda que
lhes possa ser fornecida.
É fácil para nós imaginarmos o surgimento de tais obsessões pelo caminho do ódio. Afinal,
sabemos do que os homens são capazes quando tomados pela raiva descontrolada; mas também surgem
obsessões, até mais graves, em virtude do amor. O amor gera correntes que, unidas a outros sentimentos
(egoísmo, apego, carência afetiva intensa, falta de auto-estima), podem produzir obsessões.
A revolta, a dor, a raiva podem mudar a energia do amor, basta que exista um grande apego
alimentado por um forte egoísmo, gerado num coração que viva uma grande carência, e teremos um
espírito que sentirá uma grande dificuldade de se separar dos entes queridos.
Como o amor e o ódio estão separados por uma barreira quase imperceptível, em algumas
oportunidades, imaginamos que um espírito está com ódio quando, na verdade, ele pode estar escondendo
a dor de um amor não correspondido; ou até mesmo pode ser uma entidade que ainda quer manter o apego
que tinha em vida, agindo de forma a manter a outra pessoa presa ao círculo de sentimentos que
demonstrava quando o espírito estava encarnado.
De todas as formas de obsessão, a gerada pelo amor é a pior de todas, pois aquele que ama sequer
pode imaginar ou aceitar que, na verdade, está atrapalhando seus entes queridos. Ele acredita estar
ajudando-os, supondo que não poderiam viver sem sua presença e auxílio.
A relação entre o obsessor e sua vítima é variada e segue por caminhos tortuosos, mas que
inevitavelmente levam a degradação física e moral do obsediado, o que, por fim, pode levar à “vitória”do
espírito obsessor.
Os sintomas podem ir desde simples defeitos morais e alterações emocionais, passar pela
dominação física, chegando até a completa desagregação da normalidade psíquica.
Na obsessão há sempre um constrangimento; na influência natural, não. Esta última é passageira, a
obsessão é insistente.
Nos processos de desajustes considerados obsessão, sempre vamos encontrar sinais que podem
caracterizar o fenômeno:
 sonhos ruins
 pesadelos freqüentes
 indução ao vício
 mundanismo
 instintos de agressividade além do normal
 idéia de abandono da vida social ou familiar
 idéia de suicídio
 ruídos estranhos à volta do paciente
 freqüente visão de vultos
 impressão de ouvir vozes
Os espíritos envolvidos são sempre espíritos maus ou ignorantes.
Nas influências naturais, geralmente as entidades envolvidas são espíritos sofredores ou ignorantes.
Na obsessão sempre existe uma insistência de um espírito em fazer algo de ruim com o paciente. Há uma
pressão quase que constante de uma criatura sobre a outra.
I I– CARACTERÍSTICAS DA OBSESSÃO
A obsessão possui diversas causas. Kardec, além de nos dar clara explicação sobre isso, classificou
este fenômeno segundo certas características que nos facilita entender a gravidade dos casos em exame.
Partindo do que observamos até o momento, percebemos que as obsessões são as ações que
influenciam os vivos, estimulando reações e semeando a discórdia e o ódio, nascido da força exercida
pelos espíritos inferiores. Eles influenciam maleficamente, como os demônios das histórias bíblicas, e
assim, como ocorre nessas histórias, as formas do obsessor atuar também são sutis e intangíveis, e só após
muito tempo é que se tornam evidentes. Mas podemos dividi-las da seguinte forma:
 Obsessão simples
Nesse tipo de obsessão há um constrangimento bem limitado da vontade do
obsediado. O espírito mau não domina as faculdades psíquicas em profundidade.
O espírito obsessor por meio da sua vontade, motivado pelos mais diversos
sentimentos, exerce uma persistência férrea, tenaz, influenciando em todas as áreas da vida
de sua vítima, provocando a ira de pessoas próximas, atrapalhando seus relacionamentos,
atuando por meio de sugestões de pensamento que vão contra a forma habitual da vítima
agir.
Na maior parte das vezes, com o auxílio da auto-análise e do bom-senso, a vítima
afasta esses pensamentos “ruins” e retoma o controle da sua vida. E quando esse tipo de
ataque é detectado, cabe ao obsediado confiar no caminho espiritual e fazer sua vida um
exemplo de luz e de dedicação pessoal, pois dessa forma afasta a chance de novos ataques.
Procurando praticar o bem, ele estará pautando sua vida de acordo com os ditames dos
grandes mestres e livrando-se da ação do obsessor.
 Subjugação
É uma forma de obsessão na qual a vítima encarnada está sob domínio completo de
uma força desencarnada. Quando esse tipo de obsessão ocorre, vemos a pessoa apática
como se estivesse sonâmbula, tendo vontades que estão em desacordo com sua
personalidade, e até afastando pessoas próximas que a critiquem ou que questionem suas
“novas” atitudes.
Ocorre um domínio muito intenso das faculdades morais e do próprio corpo físico,
provocando as crises conhecidas popularmente como possessão. A influência inicia-se à
nível moral, depois evolui para o domínio fluídico perispitual e por extensão chega ao
corpo físico.
O espírito obsessor não toma o lugar do espírito encarnado no corpo do obsediado.
O que ocorre é uma supressão da vontade da vítima, por meio da supremacia da vontade do
obsessor. Embora seja facilmente detectável, a sua cura exige uma mudança vibracional no
obsediado, o que envolve uma grande disciplina moral e a aproximação e dogmas da
doutrina espírita, de forma que leve o espírito obsessor a compreender sua falta e buscar o
caminho da luz divina.
 Fascinação
Há uma ilusão profunda que afeta as faculdades mentais, fazendo com que o
obsediado não se julgue como tal. O espírito o engana e a fraqueza do doente é explorada.
O orgulho é sua perdição. Todo fascinado é muito orgulhoso.
Esse tipo de obsessão é das mais difíceis de quebrar, isso porque a vítima não
acredita que está sob efeito de qualquer força negativa. Na verdade, algumas vezes, ela
julga que é a única que não está obsediada, enquanto todos à sua volta estariam.
Nesse caso, o espírito obsessor vai se inserindo discretamente e ganhando espaço na
vida do obsediado, como uma erva daninha, vai se enraizando, plantando desconfianças e
medos, manias e desejos, até o ponto em que se instala definitivamente. A pessoa estará de
tal forma envolvida que quase se forma uma simbiose psíquica que, caso se concretize,
tornará ainda mais complexa a situação.
Nesse caso, o bom senso e a autocrítica se esvaem e a pessoa precisa de uma intensa
ajuda espiritual, do mais alto nível, para superar o assédio dessas forças malignas. Às vezes,
a obsessão leva a delírios nos quais o obsediado acredita ser uma pessoa com uma missão
divina, e pode até perder a razão, tornando-se um esquizofrênico, afastando-se do convívio
social e, com o tempo, precisando de ajuda psiquiátrica.
- fascinação em grupos – chamamos a atenção para o fato de que um grupo espírita
pode cair por completo sob o domínio de espíritos fascinadores. Daí, a necessidade da
vigilância e de se ter na vida administrativa da casa normas bem definidas de trabalho e
conduta. A obsessão pode se desenvolver de forma epidêmica, junto a um grupo, a uma
família ou uma sociedade. Pode ser desenvolvida por mais de um espírito mau.

auto-obsessão
Ainda existem aqueles que, mesmo desencarnados, estão obsediados, e o pior, por
eles mesmos. Tais espíritos acreditam serem pessoas sem valor e não se perdoam pelos
“erros” que acreditam terem cometido em vida.
Eles acham que jamais poderão receber a Luz Divina e reingressar na vida
reencarnatória, pois estão presos a uma neurose espiritual tão intensa que os cega a tudo à
sua volta. Em grande parte das vezes, infligem a si mesmos os mais diversos castigos e,
mesmo quando recebem a ajuda de outros espíritos e as almas iluminadas, eles argumentam
que seus crimes são imperdoáveis e anseiam por “castigos” que possam “purificá-los”.
Vivem acreditando que são indignos de qualquer perdão.
Na auto-obsessão encontramos uma condição doentia da mente, onde o encarnado
atormenta a si próprio. As causas deste tipo de obsessão residem nos problemas anímicos
do paciente. Espíritos atrasados ou doentios podem ser vistos associados a esses casos, mas
estão ali devido à sintonia mental com o enfermo. Não são causa, mas sim, efeitos. Na
auto-obsessão, a mente se fecha em si mesma e a psicoterapia terrena pode ser utilizada
associada ã terapia espírita.
III – CAUSAS DA OBSESSÃO
É de vital importância para a cura da obsessão, descobrirmos as causas que levaram o obsediado a
cair sob o domínio do espírito obsessor. Sabemos, através de Kardec, que no pano de fundo de todas as
obsessões está a fraqueza moral, ou seja, as imperfeições da alma.
Assim, também o é com as enfermidades do corpo físico: quando as doenças se instalam no
organismo de alguém, isto se dá em face de uma fraqueza orgânica. É necessário que o médico examine o
caso de modo a descobrir o que facilitou a presença da enfermidade. Na obsessão, teremos que proceder
com metodologia semelhante.
As causas dos distúrbios são variadas. Em estudos realizados no Grupo espírita Bezerra de
Menezes classificamos as causas da obsessão como sendo originárias de quatro fontes distintas:
 moral – na causa moral, encontramos as imperfeições morais do espírito
encarnado dominando sua vida psíquica. A má conduta atrai maus espíritos que se
afinizam com o encarnado.
Depois da fase de sintonia, inicia-se um delicado processo de interinfluenciação,
onde as vontades e desejos são trocados. Mais tarde, a vontade do encarnado será
gradualmente substituída pela do desencarnado, instalando-se a obsessão moral, também
denominada vampirismo.
 causa cármica – há o comprometimento do encarnado com criaturas com a
quem fez mal em outras vidas, gerando ódio e desejos de vingança. A lei de causa e
efeito regula estes processos de ajustes entre os envolvidos. O comprometimento do
passado facilita os laços que unem o espírito desencarnado ao paciente. Em linhas
gerais, sua ação tem início com uma sutil influenciação sobre o encarnado. Logo após a
fase da infância, começa a complicar-se, vindo com os anos a instalar-se a obsessão.
Varia de intensidade, segundo a gravidade dos dramas.
 Contaminações – Encontramos perturbações que são produto do
envolvimento de pessoas com as entidades atrasadas que trabalham em terreiros
primitivos e seitas estranhas. Essas entidades do baixo mundo espiritual envolvem
psicologicamente aqueles que se põem sob suas orientações, acabando por obsediá-las
ou fasciná-las. Nos terreiros primitivos, há que solicite ao invisível ajuda material e que
atenda todo tipo de interesses terrenos.
Não tarda a se formarem entre o encarnado e as entidades atrasadas poderosos
vínculos magnéticos. Instalam profunda desarmonia na vida emocional e mesmo material
dos envolvidos. Esta influência nem sempre cessa pelo simples afastamento do ambiente
em questão. As contaminações são mais freqüentes do que se imagina.
IV – DESOBSESSÃO
O espiritismo ainda continua sendo a principal saída para a cura desta patologia.
Em face disso, nós trabalhadores da causa espírita temos que nos esforçar para termos um melhor
conhecimento das causas da obsessão e dos métodos que pode levar ao alívio e cura daqueles que batem
às nossas portas.
Muito se tem escrito sobre a obsessão, mas a maioria destes trabalhos quase pouco tem a ver com a
prática da casa espírita. Um dos mais constantes obstáculos para a cura da obsessão é a dificuldade que se
tem para identificá-la.
Freqüentemente a obsessão é confundida com uma simples influência ou com mediunidade a ser
desenvolvida.
Não existe como tratar da obsessão sem o apoio e o interesse de todas as pessoas envolvidas no
caso. É necessário o envolvimento espiritual e pessoal para que tanto o obsessor quanto o obsediado se
vejam livres das amarras que os prendem, de forma a alcançarem a luz e a liberdade.
Kardec quem ensina, obsessão se trata agindo sobre o encarnado e o desencarnado.
Como a obsessão é um processo com profundas raízes espirituais, é preciso tomar cuidado e não
agir solidariamente para debelar o problema. É sempre necessária a presença de um grupo considerável de
médiuns, e o tratamento deve ser feito de preferência em um centro espírita ou outro local especializado
nas práticas de curas espirituais.
Alguns estudiosos do espiritismo afirmaram que não existem técnicas para se tratar da obsessão e
chegaram a depositar nas mãos dos espíritos ou do tempo, a solução de casos, que se classificavam desde
os mais comuns, até os mais graves na patologia obsessiva. Como veremos, as coisas não são tão simples
assim. Existem fatores e providências que precisam ser observados nesse procedimento terapêutico, para
que se consiga libertar definitivamente uma pessoa obsediada do seu obsessor. A isso denominamos
técnicas de desobsessão.
A desobsessão envolve uma série de condutas tendo em vista livrar o obsediado de sua prisão
mental.
A técnica básica do tratamento da obsessão fundamenta-se na doutrinação dos espíritos envolvidos,
encarnados e desencarnados. Doutrinar significa instruir em uma doutrina. É isso que se vai fazer com o
paciente, com sua família, se necessário, e com o espírito que o atormenta. Atualmente o termo
“doutrinar” vem sendo mudado por “esclarecer”, que na verdade é a mesma coisa. Tudo uma questão de
forma.
Allan Kardec afirma que a pessoa obsediada precisa trabalhar para seu melhoramento moral e, diz
textualmente, que a cura de quase todos os casos de obsessão têm solução através desse esforço. Portanto,
a equipe de desobsessão deverá ajudá-la nesse procedimento de automelhoramento.
O codificador Allan Kardec se expressa nos seguintes termos, a respeito da necessidade de se
doutrinar espíritos obsessores: “Nos casos de obsessão grave... faz-se também necessário, e acima de tudo,
agir sobre o ser inteligente, com o qual se deve falar com autoridade, sendo que essa autoridade só é dada
pela superioridade moral. Quanto maior for essa, tanto maior será a autoridade. E ainda não é tudo, pois
para assegurar a libertação, é preciso convencer o espírito perverso a renunciar aos seus maus intentos;
despertar-lhe o arrependimento e o desejo do bem, através de instruções habilmente dirigidas com a ajuda
de evocações particulares, feitas no interesse de sua educação moral”.
Está claro que não se pode extinguir as obsessões graves se não houver um trabalho feito junto do
espírito obsessor, para convencê-lo a deixar de perturbar o obsediado. Isso só poderá ser feito por meio de
sessões mediúnicas realizadas exclusivamente para esse fim (o paciente nunca deve estar presente).
Através de evocações particulares, pode-se conseguir contato com o espírito perturbador, obter dele
informações dos motivos da perseguição e instruí-lo para que abandone seus intentos.
Ressaltamos que as condições morais elevadas do doutrinador e dos médiuns que vão tratar das
evocações e instrução de obsessores são essenciais para o sucesso da tarefa libertadora nos procedimentos
desobsessivos.
O perseguidor, reconhecido como tal, entre os encarnados, pode revelar modificações, mas talvez a
suposta vítima não esteja convertida. Na obsessão, as dificuldades não são unilaterais. O eventual
afastamento do perseguidor nem sempre significa a extinção da dívida. E, em qualquer parte do universo
receberemos sempre de acordo com as nossas próprias obras.
A obsessão é sempre uma prova, nunca um acontecimento eventual. No seu exame, contudo,
precisamos considerar os méritos da vítima e a dispensa da misericórdia divina a todos os que sofrem.
A reunião para tratar tais casos tem características específicas, pois todos os esforços devem ser
coordenados e deve-se agir com um grande senso de solidariedade e compaixão. Antes de começar o
trabalho, é necessário definir o foco que será seguido, e todos deverão exercitar sua força de vontade de
forma a que formem um só feixe de energia e de luz divina. O obsediado deverá ser assistido com práticas
espirituais diárias, que sejam instrutivas e que lhe dêem um forte alicerce. Além disso, deverá praticar atos
sadios e desenvolver novamente a sua força de vontade, quebrando as amarras e correntes que foram
forjadas no universo espiritual.
A prece, mesmo que seja uma oração pessoal e singela, é de grande valor na prática da cura da
obsessão. Ela deve ser acompanhada por meditações e pelo aprofundamento da vítima nos assuntos
espirituais, por isso lhe dará os recursos necessários para ir além e renascer para uma vida plena e livre as
vontades obsessoras.
Para atenuar ou afastar os efeitos da obsessão, é imprescindível o sentimento do amor universal no
coração daquele que fala em nome de Jesus. Por isso, é indispensável a dedicação pela fraternidade mais
pura.
Os que se entregam à tarefa da cura das obsessões precisam ponderar, antes de tudo, a necessidade
de iluminação interior do médium perturbado, porquanto na sua educação espiritual reside a própria cura.
Se a execução desse esforço não se efetua, tende cuidado, porque, então, os efeitos serão extensivos a
todos os centros de força orgânica e psíquica.
Deve ser dada igualmente uma especial atenção ao ambiente e ao lar do obsediado, o qual deve ser
limpo das manifestações dos espíritos baixos, pois eles se manifestam com mais facilidade em ambientes
sujos, malcuidados e com grande quantidade de energia negativa estagnada. Para melhorar esses
ambientes é preciso livrar-se de plantas velhas e doentes, de coisas quebradas, e deixar o ar ventilar em
todos os cômodos, além de sempre fazer orações e preces em todos os locais da casa onde se sinta a
presença de forças obsessoras.
A família é uma grande chave para a cura da obsessão. É ela que torna possível a recuperação do
obsediado, que fortalece a vítima por meio da infinita energia do amor e lhe dá a chance de recuperar o
controle sobre a sua vida. Recomenda-se a todos seguirem a prática espiritual da prece. Dessa forma, criase uma corrente fluídica positiva em torno de todos, gerando a elevação da freqüência vibracional dos
espíritos em volta das pessoas que estão imersas na situação; assim, elas recebem cada vez mais força e
energia desses espíritos iluminados, gerando um círculo virtuoso e próspero de amor e luz.
O processo obsessivo possui sempre raízes profundas, e a melhora do estado obsessivo varia em
cada caso. Algumas vezes, não notamos sinais de melhora, pois cremos que tudo deve ser instantâneo,
como se fosse um remédio para dor de cabeça. Depois, quando se vê que a cura demorará abandonam-se
as práticas e surge a descrença quanto à eficácia da cura, buscando outros recursos para se ver livre do
obsessor. Mas não raro, tais caminhos apenas levam a mais dor e problemas.
Considerando, pois, toda essa complexidade que a desobsessão envolve, devemos confiar na
misericórdia de Jesus, lembrando que Ele não se impôs a ninguém; não pretendeu transformar ninguém
num só golpe; semeou sua mensagem de amor, amando sem queixas e sem imposições de qualquer
natureza, espalhando, através da renunciação aos gozos terrenos, as bases da felicidade e da paz; e diante
dos obsediados, amando perseguidos e perseguidores, lecionou misericórdia, libertando os obsediados dos
seus obsessores.
A perseverança é a ferramenta principal para a libertação do obsediado, e ela é necessária para
seguir o tratamento e atingir os objetivos e metas da plenitude, da paz e da liberdade. A bondade divina
atende a todos mediante o empenho de cada pessoa, que ela comunica ao universo, por meio de suas ações
e dedicação, os caminhos e atalhos que lhe surgem à frente.
No tratamento da desobsessão é preciso saber distinguir seus efeitos, daqueles outros causados
pelas influências naturais e das alterações emocionais oriundas do próprio psiquismo do paciente.
Existem pessoas que procuram o centro espírita portando desequilíbrios psicológicos que, embora
possam se beneficiar dos ensinamentos da espiritualidade, também necessitam do apoio de terapeutas.
A relação com a vida atual, a própria educação que recebeu ou seu passado na recuperação da
normalidade almejada, mas o entrevistador ou orientador não deve dispensar a competente orientação
profissional, quando achar isso necessário.
É evidente que o entrevistador ou dirigente do centro espírita tem de saber diferenciar a obsessão
das outras anomalias psíquicas. Existem algumas regras gerais que podem ser observadas, mas o que vai
ajudá-los em profundidade será a experiência em torno dos casos examinados.
No trabalho de desobsessão, relembramos alguns conceitos doutrinários conhecidos e falamos da
necessidade de se lidar com a obsessão de maneira racional, valendo-se de técnicas para se conseguir
resultados satisfatórios no seu tratamento.
Além do que vimos anteriormente, existe uma ferramenta que é um dos recursos heróicos no
combate à obsessão: é a chamada sessão de desobsessão. Essa sessão é a base na qual se fundamental a
recuperação do obsediado, ele não deve participar dela, nem ser usado como médiuns de seu obsessor,
devendo ficar em casa em meio a preces, leituras ou meditações, para auxiliar o trabalho.
Para tal é necessária a presença de um grupo de médiuns seguros, que exercitem a doutrina em
todos os instantes da vida; devem ser pessoas sérias, dispostas a trabalharem pelo alívio das misérias dos
que caíram presas da obsessão. São homens e espíritos unidos pelo amor ao bem comum, desenvolvendo
seus métodos de trabalho com o intento de auxiliarem os sofredores.
O livro dos médiuns é um poderoso guia capaz de fornecer informações seguras de como se lidar
nas sessões de desobsessão.
Para o sucesso da sessão é preciso a tutela de um orientador que possua grande autoridade e uma
intensa força de vontade, inabalável crença na força divina, a fim de se dirigir aos espíritos obsessores. Ele
deve ser conhecedor do assunto, com prática e facilidade para expor a doutrina, e suas ações devem
sempre ser o reflexo de suas palavras, não agindo com hipocresia e tampouco se deixando levar pelo
orgulho, pois ambas se tornam fissuras que prejudicam o trabalho espiritual da desobsessão.
Durante a sessão, ele deve agir procurando orientar, ensinar e esclarecer o obsessor quanto aos
males que está praticando. Enquanto isso, todos os médiuns deverão se unir em um só coro espiritual de
luz e oração.
Alguns fatores devem ser considerados quando vamos formar uma equipe para desobsessão:
 o número de participantes, que nunca deve ser excessivo. Os grupos
pequenos realizam os melhores trabalhos; as condições morais do grupo devem ser
acima da média comum;
 vícios e hábitos grosseiros devem ser combatidos;
 a mediunidade em desobsessão tem que ser praticada de forma religiosa;
 os pensamentos devem estar em uníssono, falando uma só língua, desejando
um só fim. A desarmonia entre os membros da equipe prejudica a desobsessão e atrai
para os participantes a obsessão;
 devemos contar com passistas e doutrinadores.
Certamente, cada casa espírita possui uma estrutura humana, e mesmo material, que nem sempre
permite que um trabalho de desobsessão possa ser realizado na sua plenitude. Porém, quando a boa
vontade e a seriedade estão presentes, bons resultados não faltarão.
Concluída a conversão do obsessor, o ex-obsediado deve ser esclarecido quanto à necessidade de
modificar os padrões de vida que o levaram àquela situação. Deve ser dito a ele tudo o que fez e que
provocou tamanho caos.
Para evitar uma recaída, ela também deverá manter a disciplina desenvolvida durante a
desobsessão, reforçando as suas defesas morais e espirituais, não deixando de tomar cuidado com suas
ações e palavras, a fim de enriquecer sua vida espiritual e deixar as baixas vibrações para trás.
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