1.2 Aspectos Laboratoriais

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Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva – SOBRATI
Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva
Janaysa Barbosa Ribeiro Costa
DENGUE
Aspectos clínicos e laboratoriais
Maceió – AL
2012
JANAYSA BARBOSA RIBEIRO COSTA
DENGUE
Aspectos Clínicos e Laboratoriais
Trabalho de Conclusão de Curso –
Artigo -apresentado à Coordenação
doCurso de Mestrado em Terapia
Intensiva,
em
cumprimento
às
exigências para a obtenção do título de
mestre sob orientação de Cínthia Maria
Xavier Costa.
Maceió – AL
2012
JANAYSA BARBOSA RIBEIRO COSTA
DENGUE
Aspectos Clínicos e Laboratoriais
Trabalho de conclusão de curso – artigo - submetido ao corpo
docente da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva – SOBRATI, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Terapia Intensiva.
Data de Aprovação:______/______/______
Nota: _________
Aprovado por:
______________________________________
Nome do Professor
______________________________________
Nome do Professor
______________________________________
Nome do Professor
Maceió – AL
2012
RESUMO
A dengue é uma doença endêmica que causa morte no mundo todo.
Estima-se que mais de 50 milhões de pessoas adquirem essa infecção
mundialmente e que 500.000 casos chegam à febre hemorrágica da dengue (FHD) e
22.000 óbitos ocorram. A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde
registrou um total de 721.546 casos de dengue no Brasil somente no ano de 2011.
Diante desses fatos tão preocupantes, o presente estudo buscou, com base em uma
revisão bibliográfica, agrupar os principais aspectos clínicos e laboratoriais para que
haja uma maior agilidade noacompanhamento e tratamento dos casos de dengue
grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), uma vez que se trata de uma doença
bastante dinâmica em se tratando de sua evolução e que pode complicar em poucos
dias e levar a morte.
Palavras-chaves: dengue, diagnóstico dengue, febre hemorrágica da dengue,
síndrome do choque da dengue
ABSTRACT
Dengue is an endemic disease that causes death worldwide. It is estimated that over
50 million people worldwide acquire this infection and 500,000 cases that come to
dengue hemorrhagic fever (DHF) and 22,000 deaths occur. The Secretariat of Health
Surveillance, Ministry of Health recorded a total of 721,546 cases of dengue in Brazil
only in 2011. Given these facts so disturbing, this study sought, based on a literature
review, grouping the main clinical and laboratory so that there is greater flexibility in
the monitoring and treatment of severe dengue cases in the Intensive Care Unit
(ICU), a since this is a disease very dynamic when it comes to trends, which can
complicate within days and lead to death.
Keywords: dengue feverdiagnosis dengue, dengue hemorrhagicfever, dengue
shocksyndrome
SUMÁRIO
1
Introdução ............................................................................................................. 7
2
Metodologia .......................................................................................................... 8
3
Revisão de Literatura ............................................................................................ 8
1.1
Aspectos Clínicos ......................................................................................... 10
1.1.1
Dengue Clássica (DC) ............................................................................ 11
1.1.2
Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) ................................................... 12
1.2
Aspectos Laboratoriais ................................................................................. 14
1.2.1
Exames inespecíficos ............................................................................. 14
1.2.2
Exames específicos ............................................................................... 16
1.2.2.1 Testes Sorológicos........................................................................... 17
1.2.2.2 Detecção do Genoma Viral .............................................................. 18
1.2.2.3 Isolamento Viral ............................................................................... 18
1.2.2.4 Diagnóstico Histopatológico ............................................................. 18
1.2.2.5 Imunohistoquímica ........................................................................... 19
1.3
Tratamento ................................................................................................... 19
4 Considerações Finais..............................................................................................24
5 Referências Bibliográficas.......................................................................................25
7
1
INTRODUÇÃO
Estima-se que cerca de 2,5 bilhões de pessoas vivam em regiões
endêmicas ou em áreas de potencial transmissão dos vírus causadores da dengue,
e que anualmente mais de 50 a 100 milhões de infecções por esses vírus ocorram
em todo o mundo, levando a cerca de 500.000 casos de febre hemorrágica da
dengue(FHD) e 22.000 óbitos.(Oliverira, 2010)
O Brasil é o país com maior número de casos de dengue, em todo o
mundo, com mais de três milhões de casos relatados entre 2000 e 2005. Esse
número representa 61% de todos os casos relatados no mundo. (Oliverira, 2010)
A dengue é causada por um arbovírus pertencente ao gênero
Flavivirus, cujas características antigênicas o diferem em quatro sorotipos distintos:
DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. O DENVpode apresentar tanto infecções
assintomáticas quanto quadros graves fatais. Nas Américas, seu principal mosquito
vetor é o Aedes aegypti.(Costa & Façanha, 2011)
Caracteriza-se por uma doença febril aguda que pode ser de curso
benigno ou grave dependendo da forma como se apresente: infecção inaparente,
dengue clássico (DC), febre hemorrágica da dengue (FHD) ousíndrome do choque
da dengue (SCD). Atualmente, é a mais importante arbovirose que afeta o ser
humano. Ocorre e dissemina-seespecialmente nos países tropicais, onde as
condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do
Aedes aegypti.
O diagnóstico da dengue é feito com base em dados clínicos,
epidemiológicos
e
laboratoriais,
utilizando-
se,
para
este
último,
exames
inespecíficos (hemograma, coagulograma, provas de função hepática e dosagem de
albumina sérica) e exames específicos.
8
2
METODOLOGIA
Trata-se de um trabalho fundamentado em uma revisão bibliográfica,
onde foram pesquisados artigos científicos,disponíveis no Portal da Biblioteca Virtual
em Saúde (BVS) como a Base de Dados de Enfermagem (BDENF), Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e ScientificElectronic
Library Online (SCielo). As pesquisas dos artigos foram feitas em julho e agosto de
2012 sendo selecionados apenas aqueles (artigos) entre os anos de 2007 a 2011.
Outras referências foram obtidas do site do Ministério da Saúde e de livros
científicos. Foi usado um total de dezesseis trabalhos científicos.
3
REVISÃO DE LITERATURA
O vírus Dengue (DENV) é o agente causador da dengue, atualmente
um dos mais importantes desafios para a saúde pública mundial entre as doenças
emergentes. A palavra dengue tem origem espanhola e quer dizer melindre, manha,
uma referência ao estado de moleza e prostração que o indivíduo fica submetido ao
ser infectado.
Doença febril aguda, que pode ser de curso benigno ou grave,
dependendo da forma como se apresente: infecção inaparente, dengue clássico
(DC), febre hemorrágica da dengue (FHD) ou síndrome do choque da dengue (SCD)
e formas atípicas.É um vírus RNA. Arbovírus do gênero Flavivírus, pertencente à
família Flaviviridae. São conhecidos quatro sorotipos: DENV 1, DENV 2, DENV 3 e
DENV 4.(Guia de Vigilância, 2009)
O ser humano é a fonte de infecção e o reservatório vertebrado. Os
vetores são os mosquitos do gênero Aedes, da espécie Ae. Aegypti e é a mais
importante na transmissão da doença.(Guia de Vigilância, 2009)
A transmissão se dá pelo ciclo: ser humano – Ae. Aegypti – ser
humano. O mosquito após infectado está apto a transmitir a doença depois de oito a
9
dez dias de incubação extrínseca. O período de incubação da doença é de três a
quinze dias, sendo em média de cinco a seis dias. (Barros, 2008)
A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde
registrou um total de 721.546 casos de dengue no país, excluindo os descartados,
até a semana epidemiológica 39 (25/09 a 01/10/11) de 2011. Houve uma queda de
24% em relação a 2010 que foram notificados 944.662. (Portal da Saúde Sus, 2011)
A suscetibilidade ao vírus da dengue é universal. A imunidade é
permanente para um mesmosorotipo (homóloga). Entretanto, a imunidade cruzada
(heteróloga) existe temporariamente. A fisiopatogeniada resposta imunológica à
infecção aguda por dengue pode ser primária e secundária.
A resposta primária ocorre em pessoas não expostas anteriormente
ao flavivírus, no qual os títulosdos anticorpos se elevam lentamente. A resposta
secundária ocorre em pessoas com infecção aguda por dengue, mas que tiveram
infecção prévia por flavivírus, no qual os títulos de anticorpos se elevamrapidamente,
atingindo níveis altos.
A suscetibilidade, em relação à FHD, não está totalmente
esclarecida. Três teorias mais conhecidas tentam explicar sua ocorrência:
 teoria de Rosen – relaciona o aparecimento de FHD à virulência da cepa
infectante, de modo que as formas mais graves sejam resultantes de cepas
extremamente virulentas;
 teoria de Halstead – relaciona a FHD com infecções sequenciais por
diferentes sorotiposdo vírus da dengue. Nessa teoria, a resposta imunológica,
na segunda infecção, é exacerbada,o que resulta numa forma mais grave da
doença;
 teoria integral de multicausalidade – tem sido proposta por autores cubanos,
segundo a qual se aliam vários fatores de risco às teorias de infecções
sequenciais e de virulência da cepa. São fatores de risco individuais: menores
de quinze anos, adultos do sexo feminino, raça branca, bom estado
nutricional, presença de enfermidades crônicas (alergia, hipertensão, diabetes
anemia
falciforme,
intensidade
da
asma
brônquica),
resposta
preexistência
anterior.São
de
fatores
anticorpos
de
e
risco
10
epidemiológicos:existência de população suscetível, circulação simultânea de
dois ou mais sorotipos, presença de vetor eficiente, alta densidade vetorial,
intervalo de tempo calculado de três meses e cinco anos entre duas infecções
por sorotipos diferentes, sequência das infecções (DEN-2 secundário aos
outros sorotipos), ampla circulação do vírus. (Saúde, 2009)
1.1
Aspectos Clínicos
Clinicamente, a doença pode manifestar-se sob cinco possibilidades:
Assintomática; Oligossintomática; Dengue Clássica (DC); Febre Hemorrágica da
Dengue/Síndrome do Choque da Dengue (FHD/SCD) e formas atípicas.A maioria
dos casos de dengue é autolimitada, cursando com quadro inespecífico de febre,
mal-estar e fraqueza. Mais caracteristicamente, intensa dor muscular e cefaléiaretroocularpodem ocorrer. (Pesaro, 2007)
Na forma oligossintomática, trata-se de uma doença incapacitante
por dois a quatro dias e pode apresentar-se como síndrome exantemática, síndrome
febril ou combinação de ambas, acarretando considerável comprometimento geral.
(Ribeiro, Sousa, & Araújo, 2008)
As principais doenças que fazem o diagnóstico diferencial são:
influenza,
rubéola
e
outras
doenças
exantemáticas,
hepatite
infecciosa,
hantaviroses, riquetsioses, gripe, faringite, sepse, meningite meningocócica, etc.
Além destas, outras doenças devem ser consideradas de acordo com a situação
epidemiológica de cada região. (Lupi, Carneiro, & Coelho, 2007)
O Ministério da Saúde, considerando que a classificação da dengue,
na maioria das vezes é retrospectiva e depende de critérios clínicos e laboratoriais
nem sempre disponíveis nos primeiros dias da doença, e a dificuldade de se
enquadrar na referida classificação alguns casos, preconizou a adoção do protocolo
de conduta a ser utilizado frente a todo paciente com suspeita de dengue para
facilitar a conduta terapêutica.
11
Propõe nesse protocolo uma abordagem clínico-evolutiva baseada
no reconhecimento de elementos clínico-laboratoriais e de condições associadas
que podem ser indicativos de gravidade. Assim espera-se orientar a conduta
terapêutica adequada para cada situação, evitando-se complicações e obtendo
redução da letalidade da doença. A abordagem terapêutica se faz a partir do
estadiamento dos casos nos seguintes grupos a seguir, com classificação definitiva
apenas no encerramento do caso.
CLASSIFICAÇÃO
CARACTERÍSTICAS
Os pacientes suspeitos de dengue, com prova do laço negativa e
GRUPO A
ausência de manifestações hemorrágicas espontâneas e sinais de
alerta. Esse grupo corresponde a dengue clássica.
Os pacientes suspeitos de dengue que não apresentam sinais de
GRUPO B
alerta, porém apresentam manifestações hemorrágicas espontâneas
sem repercussão hemodinâmica e prova do laço positiva.
Os pacientes suspeitos de dengue que apresentam algum sinal de
alerta, podendo apresentar ou não manifestações hemorrágicas. Os
pacientes do grupo C não apresentam hipotensão, ao passo que os
GRUPO C e D
pacientes do grupo D apresentam pressão convergente, hipotensão
ou choque. Nesses grupos estão os pacientes mais graves e essa
classificação corresponde à febre hemorrágica da dengue e à
síndrome do choque da dengue. São pacientes que necessitam de
cuidados intensivos.
Fonte: (Aguiar & Soares Ribeiro, 2009)
1.1.1 Dengue Clássica (DC)
A primeira manifestação é a febre alta (39° a 40°C), de início
abrupto, seguida de cefaleia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia, astenia, dor
retroorbital, náuseas, vômitos, exantema, prurido cutâneo. Hepatomegalia dolorosa
pode ocorrer, ocasionalmente, desde o aparecimento da febre.
12
Alguns aspectos clínicos dependem da idade do paciente. Desse
modo, dor abdominal generalizada tem sido observada, mais frequentemente entre
crianças, e manifestações hemorrágicas, como petéquias, epistaxe, gengivorragia, e
metrorragia, têm sido relatadas mais frequentemente entre adultos, ao fim do
período febril.(Guia de Vigilância, 2009)
1.1.2 Febre Hemorrágica da Dengue (FHD)
Os sintomas iniciais são semelhantes aos da DC, entretanto há um
agravamento do quadro, geralmente entre o 3º ou 4º dia de evolução, com
aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório. A fragilidade
capilar é evidenciada pela positividade da prova do laço. Outras manifestações
hemorrágicas incluem petéquias, equimoses, epistaxe, gengivorragia, hemorragia
em diversos órgãos (gastrintestinal, intracranianaetc.) e hemorragia espontânea
pelos locais de punção venosa. (Saúde, 2009) Deve-se atentar para as fases de
evolução da doença: fase febril, fase crítica ou defervecência e a fase de
recuperação.
Prova do laço
A Prova do laço deve ser realizada na triagem, obrigatoriamente, em
todo paciente com suspeita de dengue e que não apresente sangramento
espontâneo. (Oliveira, 2009)
• Verificar a pressão arterial e calcular o valor médio pela fórmula
(PAS +PAD)/2; por exemplo, PA de 100 x 60 mmHg, então 100+60=160, 160/2=80;
então, a média de pressão arterial é de 80 mmHg.
• Insuflar o manguito até o valor médio e manter durante cinco
minutos nos adultos e três minutos em crianças.
• Desenhar um quadrado com 2,5 cm de lado no antebraço e contar
o número de petéquias formadas dentro dele; a prova será positiva se houver 20 ou
13
mais petéquias em adultos e dez ou mais em crianças; atenção para o surgimento
de possíveis petéquias em todo o antebraço, dorso das mãos e nos dedos.
• Se a prova do laço apresentar-se positiva antes do tempo
preconizado para adultos e crianças, a mesma pode ser interrompida.
• A prova do laço frequentemente pode ser negativa em pessoas
obesas e durante o choque.(Dengue : diagnóstico e manejo clínico – adulto e
criança, 2011)
A fase febril é caracterizada por febre (39º - 40ºC), mialgia, cefaleia,
artralgia, exantema, frequentemente indistinguíveis de outras patologias febris
agudas. Podem ocorrer manifestações hemorrágicas discretas como gengivorragia e
epistaxe: O reconhecimento da evolução para formas graves nesta fase pode ser
difícil, devendo observar-se para tal os sinais de alerta/alarme descritos a seguir.
(Verdeal, Costa, Vanzillotta, Macedo, Bozza, & Toscano, 2011)
Sinais de alerta/alarme:
 Dor abdominal intensa e contínua
 Vômito persistente
 Acúmulo de fluidos
 Sangramento de mucosa
 Hemorragias importantes (hematêmese e/ou melena)
 Letargia, fraqueza
 Diminuição abrupta da temperatura
 Hepatomegalia> 2 cm dolorosa
 Laboratório: aumento do hematócrito (HT%) concomitante com plaquetopenia.
A fase crítica ou defervescência caracteriza-se pelas manifestações
clínico-laboratoriais da disfunção endotelial promovida pela infecção viral, com
aumento da permeabilidade vascular e extravasamento de plasma para o espaço
extravascular. Esta fase é marcada pela súbita defervescência, alterações
circulatórias e perfusionais (hipotensão e choque de inicio hipovolêmico), derrames
14
serosos (pleural e ascite) e disfunções orgânicas tais como insuficiência hepática,
encefalite, miocardite e distúrbios de coagulação.(Verdeal, Costa, Vanzillotta,
Macedo, Bozza, & Toscano, 2011)
Na fase recuperação há uma melhora progressiva da disfunção
endotelial com gradual reabsorção do fluido extravascular, estabilização do
hematócrito e recuperação progressiva das plaquetas. Pode ocorrer ainda prurido e
bradicardia ao eletrocardiograma. Nesta fase, há de ser cuidado com a reposição de
líquidos, pois acontece uma progressiva recuperação da função endotelial, devendose evitar uma sobrecarga volêmica, insuficiência cardíaca congestiva e perpetuação
da insuficiência respiratória e dos derrames serosos. (Verdeal, Costa, Vanzillotta,
Macedo, Bozza, & Toscano, 2011)
1.2
Aspectos Laboratoriais
O diagnóstico laboratorial acurado e eficiente da infecção pelos
DENV é muito importante para os cuidados clínicos do paciente, para a vigilância
epidemiológica, para o estudo da patogênese da infecção, para a pesquisa de
formulações de vacinas, e, além disso, contribui também para a detecção precoce
de focos de epidemia.
1.2.1 Exames inespecíficos
Hematócrito, contagem de plaquetas e dosagem de albumina sérica
são os mais importantes para o diagnóstico e acompanhamento dos pacientes com
dengue, especialmente os que apresentarem sinais de alarme, sangramento, e para
pacientes em situações especiais, como criança, gestante, idoso (>65 anos),
portadores de hipertensão arterial, diabetes melitus, asma brônquica, alergias,
doença hematológica ou renal crônicas, doença severa do sistema cardiovascular,
doença ácido-péptica ou doença auto-imune.
15
No início da dengue clássica pode ser observada neutropenia com
subsequentelinfocitose atípica (cerca de 15 a 20% de linfócitos atípicos). Em cerca
de 50 a 90% dos casos da dengue clássica há leucopenia com linfocitose que ocorre
à medida que a fase febril aproxima-se do final. Trombocitopenia acontece em
média de 35 a 50% de casos de dengue clássica confirmados e 40% podeocorrer
sem hemorragia. Na dengue clássica não complicada o hematócrito, a hemoglobina
e as provas de coagulação são normais. (Lupi, Carneiro, & Coelho, 2007)
O hemograma tem como finalidade principal avaliar o
hematócrito, para identificação de hemoconcentração. Hemoconcentração
indica provável alteração de permeabilidade capilar (extravasamento
plasmático), associado à gravidade, além de definir a necessidade de
hidratação e resposta a terapia de reposição instituída. Queda de
hematócrito pode sugerir hemorragias. (dengue manejo adulto 2011)
Na contagem de plaquetas haverá uma leve plaquetopenia na
dengue clássica com valores ligeiramente abaixo de 150.000/mm 3 a partir do 3º dia
de doença. (Oliveira, 2009)
A plaquetopenia não constitui necessariamente fator de
risco para sangramento em pacientes com suspeita de dengue, mas a
queda progressiva de plaquetas indica necessidade de um
acompanhamento mais atento, pois indica que o doente pode se complicar,
sendo considerado um sinal de alarme. A elevação das plaquetas, quando
associada à melhora clínica do paciente, aponta para a recuperação
favorável.(Dengue : diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança, 2011)
No
coagulograma
poderá
haver
aumento
nos
tempos
de
protrombina, tromboplastina parcial e trombina. Diminuição de fibrinogênio,
protrombina, fator VIII, fator XII, antitrombina e antiplasmina. Na bioquímica será
encontrada hipoalbuminemia e discreto aumento dos testes de função hepática:
aminotransferaseaspartato sérica – AST (conhecida anteriormente por transaminase
glutâmicooxalacética– TGO) e aminotransferase alanina sérica – ALT (conhecida
anteriormente por transaminase glutâmico pirúvica – TGP).(Guia de Vigilância, 2009)
Na febre hemorrágica da dengue (FHD), o paciente apresenta
trombocitopenia moderada ou marcante que pode chegar a menos que 50.000/mm3.
Aumento no nível de hematócrito, o que reflete extravasamento de plasma. Existe
boa correlação entre os níveis de hematócrito, a perda de volume plasmático e a
gravidade
da
doença.
Aumento
abrupto
de
hematócrito
levando
à
hemoconcentração, definida como aumento maior ou igual a 20% no nível de
16
hematócrito, pode representar extravasamento plasmático. (Lupi, Carneiro, &
Coelho, 2007)
A presença de alteração de permeabilidade capilar pode
ser detectada por hemoconcentração maior ou igual a 20%, derrame
cavitário ou proteína baixa, mas na prática clínica apenas
hemoconcentração tem sido rotineiramente utilizado. Porém, algumas
observações têm levantado discussões sobre tais critérios indicando a
possibilidade de redefinição de caso. Tem sido sugerido que
hemoconcentração pode não ser apropriada para definição de alterações de
permeabilidade capilar. A hemoconcentração pode ocorrer devido à
desidratação em consequência dos vômitos, hipertermia ou inadequada
reposição de fluidos, características clínicas presentes na FHD. Neste
contexto, as presenças de derrame cavitário e hipoproteinemia, poderiam
apresentar uma maior especificidade para estas alterações de endotélio
capilar. (Brito, 2007)
Aumento da transaminase oxaloacética (TGO) pode ser visto na
maioria dos pacientes com dengue hemorrágica. Evidências de extravasamento
plasmático incluindo hipoproteinemia e hipoalbuminemia são comuns, e em
aproximadamente dois terços dos pacientes pode ser observada inversão da relação
albumina/globulina. (Lupi, Carneiro, & Coelho, 2007)
Anormalidades
na
coagulação
podem
ser
observadas
com
frequência, e parece existir correlação entre gravidade da doença e evidência
laboratorial de coagulação intravascular disseminada. Os tempos de tromboplastina
parcial (TTP) e de trombina (TT) podem estar aumentados. As dosagens de
fibrinogênio e de proteínas do complemento normalmente apresentam-se diminuídas
e correlacionam-se com a severidade da doença. (Lupi, Carneiro, & Coelho, 2007)
1.2.2 Exames específicos
Como a dengue tem uma apresentação clínica muito polimorfa, o
diagnóstico laboratorial é muito importante para confirmar a suspeita. Atualmente, o
diagnóstico laboratorial da dengue pode ser feito seguindo diferentes linhas de
pesquisa, entre elas: isolamento do vírus, detecção do genoma viral (reação de
cadeia em polimerase – PCR), diagnóstico histopatológico, imunohistoquímica e
testes
sorológicos:
(Immunoglobulin
M
(IgM)
capture
enzymelinkedimmunosorbentassay (MAC-Elisa), indirectimmunoglobulin G Elisa,
17
fixação de complemento, detecção de antígenos NS1, teste de inibição da
hemaglutinação e teste de neutralização.(Lupi, Carneiro, & Coelho, 2007)
1.2.2.1 Testes Sorológicos
A técnica de imunoensaio enzimático (ELISA) é usada para detectar
anticorpos da classe IgM e IgG contra a dengue em amostras de soro ou plasma por
meio da enzima que atua como marcador.
A infecção pelo DENV em indivíduo susceptível (não imune) produz
uma resposta primária caracterizada pelo desenvolvimento lento de títulos baixos de
anticorpos (Acs). O primeiro isotipo de Acs a ser detectado é o IgManti-dengue. O
segundo isotipo, IgGanti-dengue, aparece em títulos baixos por volta do final da
primeira semana da doença instalada, os quais aumentam lentamente.
Altos títulos de IgG são detectáveis mesmo na fase
aguda da doença, e continuam a aumentar durante as duas semanas
seguintes, aproximadamente. A cinética dos títulos de IgMantidengue na
infecção secundária pelo DENV não é mais variável, aparecendo
tardiamente durante a fase febril da doença, frequentemente precedido pelo
IgG. Algumas reações falso-positivas para IgMantidengue são observadas
em infecções secundárias. A detecção de IgMantidengue não é últil para a
sorotipagem. (André, 2011)
A detecção de antígenos NS1é nova ferramenta diagnóstica e se
trata de um teste qualitativo, usado na detecção da antigenemia NS1 da dengue
pela técnica Elisa de captura, auxilia no diagnóstico sorológico da doença em
amostras colhidas principalmente até o terceiro dia do início dos sintomas. O ideal é
que a amostra seja colhida no primeiro dia dos sintomas, o que, muitas vezes,
permitirá a liberação do resultado antes do momento da defervescência da febre.
O uso da proteína NS1 tem uma alta especificidade (82 a 100%),
mas tem moderada sensibilidade (mediana 64%, intervalo de 34-72%). De acordo
com a literatura, a sensibilidade é mais baixa nas infecções secundárias, quando
comparadacom as infecções primárias.(Dengue : diagnóstico e manejo clínico –
adulto e criança, 2011)
A técnica de hemaglutinação utiliza partículas de gelatina ou látex
que são sensibilizadas com vírus inativado, baseando-se no princípio de que as
18
partículas sensibilizadas se aglutinam na presença de anticorpos dirigidos contra
epítopos do vírus da dengue presentes no soro ou plasma do indivíduo.(Vilas boas,
2011)
Existem várias outras técnicas que também podem ser utilizadas no
diagnóstico sorológico do vírus da dengue como fixação de complemento (FC) e
neutralização (N). No entanto, nenhum desses testes identifica o sorotipo envolvido.
1.2.2.2 Detecção do Genoma Viral
Já a detecção do vírus (carga viral) por meio de seu material
genético, utilizada para a avaliação dos sorotipos, deve ser feita, de preferência, no
período da viremia durante a primeira semana de infecção. Uma das técnicas
utilizadas
é
a
reação
de
polimerase
em
cadeia
(PCR),
utilizando
a
transcriptasereversa (RT), pois, nesse caso, são utilizados “primers” (ou iniciadores)
específicos capazes de permitir a amplificação exclusiva de DENV-1, DENV-2,
DENV-3 ou DENV-4. (Vilas boas, 2011)
1.2.2.3 Isolamento Viral
É o método mais específico para o isolamento e a identificação do
sorotipo do DENV responsável pela infecção. Pode ser realizado em amostras de
sangue, líquido céfalo-raquidiano (LCR) e fragmentos de vísceras (fígado, baço,
coração, pulmão, rim e cérebro). A colheita da amostra de sangue deverá ser feita
na primeira semana da doença (entre 3º e 4º dia), durante o período de viremia,
preferencialmente até o quinto dia do início dos sintomas.
1.2.2.4 Diagnóstico Histopatológico
19
Realizado em material obtido após a morte do paciente. As lesões
anatomopatológicas podem ser encontradas no fígado, baço, coração, linfonodos,
rins e cérebro. O diagnóstico é presuntivo.(Guia de Vigilância, 2009)
1.2.2.5 Imunohistoquímica
Esse método permite a detecção de antígenos virais em cortes de
tecidos fixados em formalina e emblocados em parafina, corados pela fosfatase
alcalina ou peroxidase marcada com anticorpo específico. Essa técnica é bastante
sensível e específica.(Guia de Vigilância, 2009)
1.3
Tratamento
O tratamento baseia-se principalmente em hidratação adequada,
levando em consideração o estadiamento (Grupo A, B, C e D) da doença, segundo
os sinais e sintomas apresentados pelo paciente, para decidir condutas, bem como o
reconhecimento precoce dos sinais de alerta/alarme apresentados anteriormente. É
importante reconhecer precocemente os sinais de extravasamento plasmático para
correção rápida com infusão de fluidos. Quanto ao tipo de unidade de saúde para o
atendimento dos pacientes de dengue, deve-se levar em consideração o
estadiamento da doença, seguindo as indicações a seguir:
 Tratamento ambulatorial para os pacientes que se consultam durante as
primeiras 48 horase que não apresentam sangramento e nem sinal de
alerta/alarme. Esses pacientes pertencem aoGrupo A;
 Tratamento em unidade de saúde com leitos de observação para os pacientes
que apresentamalgum tipo de sangramento (espontâneo ou induzido). Esses
pertencem ao Grupo B;
 Tratamento em unidade hospitalar com leitos de internação para os pacientes
que apresentam sinais de alerta/alarme. Esses pertencem ao Grupo C;
20
 Tratamento em unidade hospitalar com leitos de UTI (Unidade de Terapia
Intensiva) para pacientes que apresentem sinais de choque. Esses pertencem
ao Grupo D.
CUIDADOS DOS PACIENTES COM DENGUE NA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA (UTI)
Todo paciente que apresentar extremidades frias, inquietação, dor
abdominal aguda, diurese diminuída, sangramento e hemoconcentração deve ser
hospitalizado. Enquadram-se nesse parâmetro os pacientes dos grupos C e D do
protocolo do Ministério da Saúde.
O aspecto mais importante do tratamento do paciente no início de
fase crítica ou na síndrome do choque da dengue(SCD) é proporcionar cuidados
intensivoscom um monitoramento constante da pressão arterial, hematócrito,
contagem de plaquetas, débito urinário, manifestações hemorrágicas e grau de
consciência.
Deve-se administrar oxigênio via máscara facial/cânula nasal em
todos os casos de choque efetivo ou iminente. Deve ser dada preferência para
ventilação nasal com pressão positiva contínua das vias aéreas se houver
insuficiência respiratória aguda associada à SCD, visto que reduz a necessidade de
intubação e ventilação.
Parar sangramento com técnica adequada, como por exemplo
tamponamento nasal anterior no caso de epistaxe profunda. Devem-se evitar
também procedimentos invasivos às cegas, como por exemplo, inserção de tubo
nasogástrico e lavagem estomacal. Não se deve fazer transfusão de sangue ou de
plaquetas baseado somente na contagem de plaquetas. Infusão de plasma fresco
congelado e concentrado de plaquetas pode ser benéfico em pacientes com
coagulação intravascular disseminada.
Os pacientes do grupo C devem ser acompanhados no leito de
internação por período não mínimo a 48 horas com reposição volêmica para adultos
e crianças.
Para adultos implementar a fase de expanção com hidratação
imediata de solução salina isotônica ou ringer lactato 20mL/Kg/h em duas horas.
Após duas horasda fase de hidratação fazer reavaliação clínica e laboratorial
(hematócrito). Se não houver melhora repetir três vezes a fase de expansão e se,
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ainda assim, não houver melhora, conduzir o paciente para o grupo D. Havendo
melhora clínica e laboratorial iniciar fase de manuntenção que é dividida em duas
subetapas: a primeira fase que consiste em infudir25mL/Kg em seis horas e a
segunda fase com 25mL/Kg em 8 horas sendo 1/3 de soro fisiológico e 2/3 de soro
glicosado. (Dengue : diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança, 2011)
Para crianças, na fase de expansão, infundir 20mL/Kg/h por duas
horas podendo ser repetida três vezes se necessário. Reavaliar após duas horas
clinicamente e laboratorialmente (hematócrito) e repetir a fase de expansão em até
três vezes caso não haja melhora dos sinais hemodinâmicos e laboratoriais. Devese conduzir o paciente para o grupo D se não houver melhora do quadro. Havendo
melhora, iniciar fase de manutenção com base no peso da criança (necessidade
hídrica basal, segundo a regra de Holliday-Segar).

Até 10 Kg: 100mL/Kg/dia

10 a 20 Kg: 1.000mL + 50mL/Kg/dia para cada Kg acima de
10 Kg

Acima de 20 Kg: 1.500 mL + 20mL/Kg/dia para cada Kg
acima de 20Kg

Sódio: 3mEq em 100 mL de solução ou 2 a 3 mEq/Kg/dia

Potássio: 2mEq em 100 mL ou 2 a 5 mEq/Kg/dia (Dengue :
diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança, 2011)
Nos pacientes enquadrados no grupo D observa-se presença de
sinais de choque (choque, pressão arterial convergente ≤ 20 mmHg, extremidades
frias, cianose, pulso rápido e fino, hipotensão arterial, etc.), desconforto respiratório
ou disfunção grave de órgãos.
São pacientes que necessitam de cuidados na unidade de terapia
intensiva (UTI). Iniciar rapidamente terapia de infusão volêmica na fase expansiva
com solução salina isotônica 20mL/Kg em 20 minutos. Repetir por até três vezes de
acordo com avaliação clínica. Fazer reavaliação clínica em 15 a 30 minutos, solicitar
hematócrito após duas horas e repetir fase de expansão.Havendo melhora clínica e
laboratorial conduzir o paciente para o grupo C mantendo conduta recomendada
para esse grupo. (Dengue : diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança, 2011)
22
O intensivista deve suspeitar de complicações hemorrágicas quando
os sinais de hipoperfusão persistirem após a infusão de volume, associados à queda
do hematócrito (Ht). A revisão do Ht deve ser feita após a primeira etapa de
ressuscitação volêmica. Na vigência de choque, o Ht< 40% em crianças e mulheres
adultas, e < 45% em homens adultos pode indicar sangramento.
A utilização excepcional de colóides nesta situação deve idealmente
ser orientada por metas perfusionais (pressão arterial média (PAM), diurese, pressão
venosa central (PVC), SvcO2, lactato). A inserção de cateteres venosos profundos
para infusão, avaliação da PVC e SvcO2 deve ser limitada, priorizando os sítios de
punção compressíveis e evitando o acesso subclávio. Sempre que possível, a
punção deverá ser guiada por ultrassonografia. (Parkash O, 2010)
Apesar de não haver consenso quanto ao limiar mínimo de
contagem de plaquetas para a punção de acesso central seguro, sugere-se a
transfusão de plaquetas com o objetivo de atingir 50.000/mm3 para a realização de
procedimentos na UTI e cirurgias de urgência nos pacientes com dengue.(Verdeal,
Costa, Vanzillotta, Macedo, Bozza, & Toscano, 2011)
O ideal é a transfusão de plaquetas isotipadas, filtradas e com tempo
de existência menor que 72 horas, ou obtidas por aférese (doador único). As
manifestações hemorrágicas na dengue são produzidas pela elevada fragilidade
vascular, trombocitopenia e consumo do fibrinogênio que devem ser avaliadas
clinica e laboratorialmente, caracterizando-se coagulação intravascular disseminada
(CIVD).
A disfunção miocárdica aguda reversível é a complicação cardíaca
mais documentada na dengue, sendo a depressão miocárdica frequente nos casos
de choque.Embora a síndrome do choque relacionado à dengue ocorra
primariamente em razão do aumento da permeabilidade vascular, com consequente
padrão hipovolêmico, a persistência da instabilidade hemodinâmica depois de
adequada expansão volêmica requer avaliação e tratamento da disfunção ventricular
associada, aos moldes do tratamento atual da sepse.(Pesaro, 2007)
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Graus diferentes de disfunção hepática são frequentemente
encontrados em pacientes com dengue. A maioria dos estudos mostra que as
elevações de transaminases ocorrem em mais de 60% dos casos.(Parkash O, 2010)
A hepatite grave (alanina aminotransferase, ALT > 300 IU) está
associada à maior tempo de internação hospitalar, a uma frequência maior de
sangramentos graves e desenvolvimento de insuficiência renal aguda, evolução para
encefalopatia e maior mortalidade. A hepatite fulminante deve ser classificada como
superaguda quando a encefalopatia e a coagulopatia se instalam antes dos sete
dias de evolução da doença e a forma aguda no período de sete a vinte e oito dias.
A encefalopatia hepática, classificada a partir de graus de gravidade
(grau I: alterações do humor e ritmo do sono; grau II: confusão mental; grau III:
torpor; grau IV: coma) é o melhor critério para indicação de UTI, preferencialmente
em unidades com acesso ao sistema de transplantes.(Verdeal, Costa, Vanzillotta,
Macedo, Bozza, & Toscano, 2011)
Deve-se
toracocentese,
evitar
paracentese,
procedimentos
pericardiocentese.
invasivos
No
desnecessários,
tratamento
do
choque
compensado, é aceitável catéter periférico de grande calibre, nas formas iniciais de
reanimação.
A via intraóssea em crianças pode ser escolha para administração
de líquidos e medicamentos durante a parada cardiorrespiratória(RCP) ou
tratamento do choque descompensado, se o acesso vascular não for rapidamente
conseguido. No contexto de parada cardíaca ou respiratória, quando não se
estabelece a via aérea por intubação orotraqueal, por excessivo sangramento de
vias aéreas, o uso de máscara laríngea pode ser uma alternativa efetiva.
Deve-se manter avaliação clínica contínua de todos os pacientes
hospitalizados, registrando sinais vitais, diurese, controle hídrico, assim como os
sinais de alarme. Essa classificação determina as decisões clínicas, de laboratórios,
de hospitalização e terapêutica, pois o paciente pode, durante a evolução da
doença, passar de um grupo a outro, em curto tempo.(Guia de Vigilância, 2009)
24
4
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Já que existem quatro diferentes sorotipos do vírus da dengue
capazes de causar a doença, o desenvolvimento de vacina para a dengue clássica e
para a dengue hemorrágica é difícil. Portanto, se vê claramente a necessidade de
diagnosticar
o
mais
precocemente
possível
tanto
clinicamente
como
laboratorialmente os casos de dengue para que seja implantado tratamento eficaz.
O monitoramento dos pacientes graves na UTI através de exames
laboratoriais se faz importante para evolução do quadro clínico e conduta terapêutica
a ser tomada, pois se trata de uma doença onde não há tratamento específico e que
evolui para casos mais graves muito rapidamente, sendo necessária avaliação
clínica e laboratorial constante a fim de que esses pacientes não cheguem a óbito.
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5
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(2011).
Fonte:
Portal
da
Saúde
Sus:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/informe_dengue_2011_37_39.pdf
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