GISLAINE NASCIMENTO FURTADO TOSTA

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GISLAINE NASCIMENTO FURTADO TOSTA
MARIA CRISTINA TEZOLINI GRADELLA
ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM E SAÚDE BUCAL PARA AS
GESTANTES DA ESF BOA VISTA
NAVIRAÍ-MS
2011
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GISLAINE NASCIMENTO FURTADO TOSTA
MARIA CRISTINA TEZOLINI GRADELLA
ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM E SAÚDE BUCAL PARA AS
GESTANTES DA ESF BOA VISTA
Projeto de Intervenção apresentado à
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,
como requisito parcial para conclusão do curso
de Pós Graduação em nível de especialização
em Atenção Básica em Saúde da Família.
Orientador (a): Profª Especialista Ethel Ebiner
Eckert
NAVIRAÍ-MS
2011
3
RESUMO
No município de Naviraí, estado de Mato Grosso do Sul, apesar de 8 equipes de ESF com saúde bucal, as
gestantes não estão fazendo acompanhamento adequado da saúde odontológica e consultas de enfermagem
durante a sua gestação. Diante desta realidade, surgiu a necessidade de implantar na ESF Boa Vista a
normatização das consultas de enfermagem para as gestantes e no mesmo dia a consulta odontológica, visando
aumentar a procura, pelas gestantes, aos serviços de saúde bucal. Esta equipe da estratégia de saúde da família é
responsável por 1.459 famílias cadastradas, com um total de 4.919 moradores, sendo 48 gestantes. Para
viabilizar este Projeto de Intervenção, as gestantes serão abordadas em rodas de conversa na recepção da unidade
de saúde, sensibilizando-as para a necessidade de um acompanhamento adequado de enfermagem e odontologia
durante a gestação. Espera-se que o Projeto sensibilize todos os trabalhadores da equipe, treine e capacite todos
os agentes comunitários de saúde, cubra 100% das gestantes quanto à informação em saúde bucal em um prazo
de 6 meses, e preste atendimento odontológico e de enfermagem a todos as gestantes agendados pelos agentes
comunitários ou que procurarem o serviço de Odontologia na unidade de saúde. Com a finalidade de avaliar a
execução do Projeto de Intervenção e reorganizar ou adequar as estratégias adotadas serão utilizados como
instrumentos os percentuais de cada fase.
Descritores: Saúde Pública; Saúde da Mulher.
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SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO...................................................................................
5
2 INTRODUÇÃO........................................................................................
6
3 PROBLEMAS..........................................................................................
7
3.1 PÚBLICO-ALVO...................................................................................
7
4 JUSTIFICATIVA.....................................................................................
8
5 OBJETIVOS.............................................................................................
9
5.1 OBJETIVO GERAL...............................................................................
9
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................
9
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................
6.1 O ENFERMEIRO E A CONSULTA DE PRÉ-NATAL...........................
6.2
A
CONSULTA
DE
PRÉ-NATAL
PRECONIZADA
PELO
MINISTÉRIO DA SAÚDE...........................................................................
6.3 EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ORIENTAÇÕES GERAIS DURANTE O
PRÉ-NATAL.........................................................................................................
7 METODOLOGIA....................................................................................
10
12
13
14
18
7.1 RESULTADOS ESPERADOS................................................................
18
7.2 PRODUTOS ESPERADOS.....................................................................
18
8 CRONOGRAMA.....................................................................................
19
9 ANÁLISE DOS DADOS..........................................................................
20
10 CONCLUSÃO........................................................................................
21
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................
22
5
1 APRESENTAÇÃO
O Curso de Pós-Graduação em Atenção Básica em Saúde da Família à distância,
proporcionou aos estudantes trabalhadores uma reflexão dos conceitos discutidos durante o
curso, bem como, desenvolver ações efetivas para melhoria dos processos de trabalho
contribuindo para a qualidade de vida da população da área adstrita. O curso apresentou
metodologia de ensino de aprendizado organizado através de cadernos, mídias e ferramentas
interativas.
Este presente trabalho tem como objetivo discutir as dificuldades e particularidade do
atendimento de enfermagem e saúde bucal para as gestantes da ESF Boa Vista de Naviraí,
onde são abordados aspectos de atenção odontológica desenvolvidos na Estratégia do
Programa Saúde da Família, alterações fisiológicas destas pacientes, os facilitadores e
impeditivos à assistência odontológica, os aspectos culturais, mitos e crenças da sociedade,
população-alvo e o despreparo dos profissionais de saúde. Estes assuntos têm o intuito de
esclarecer e colocar os cuidados e procedimentos de assistência em saúde bucal às gestantes
na rotina da Equipe de Saúde Bucal.
6
2 INTRODUÇÃO
Este projeto foi desenvolvido a partir de análise e priorização dos problemas na ESF
Boa Vista em Naviraí voltado ao nosso público alvo, as gestantes.
O PSF é a estratégia do Ministério da Saúde em reorganizar a Atenção Básica, que
tem como concepção a possibilidade do acesso universal e contínuo a serviços de saúde de
qualidade, reafirmando os princípios básicos do SUS - universalização, equidade,
descentralização, integralidade e participação da comunidade - mediante o cadastramento e a
vinculação dos usuários e reorientação das praticas profissionais em nível de assistência,
promoção da saúde, prevenção de doenças e reabilitação.
A odontologia e a enfermagem
inserem-se em
ações interdisciplinares,
principalmente entre as áreas do conhecimento em saúde ligadas a processos de educação
continuada voltados para a atenção básica.
7
3 PROBLEMAS
Identificação de gestantes após o 1° trimestre de gestação.
Baixa demanda de gestantes para o atendimento odontológico e consultas de prénatal.
Crenças populares não aconselham as gestantes à procurarem os serviços
odontológicos.
Falta de informação da gestante quanto à saúde bucal antes, durante e após o parto.
Baixo nível de informação das gestantes sobre alimentação, higiene e cuidados com
o RN.
3.1 PÚBLICO-ALVO
Mulheres no período pré-gestacional, gestacional e pós-parto.
População da área adstrita.
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4 JUSTIFICATIVA
Vimos que mesmo participando das consultas de pré-natal com o médico e com o
enfermeiro, o número de gestantes em tratamento odontológico é baixo comparado à
quantidade de mulheres realizando o acompanhamento pré-natal na unidade.
Identificamos também dificuldade na adesão ao tratamento odontológico no primeiro
trimestre devido ao enjôo matinal, muito comum neste período.
A gestante pode ter um aumento do apetite e desejos por alimentos com combinações
incomuns. Estas combinações podem levar à deficiências nutritivas e ganho de peso
excessivo. Normalmente, a gestante tem uma alta ingestão de açúcares em sua dieta e
cominado à uma deficiência em sua higiene bucal, poderá ter um alto índice de cáries.
Partindo destes indicativos, um projeto de intervenção, analise e intervenção destes
casos deve-se realizar rodas de conversa, orientações, visando aumentar o conhecimento e a
importância sobre o acompanhamento de enfermagem e o tratamento odontológico durante a
gravidez.
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5 OBJETIVOS
5.1 OBJETIVO GERAL
Esclarecer para a população sobre a importância da própria saúde e da necessidade
de recuperá-la.
Desenvolver ações de promoção e educação em saúde nos dias de consultas de prénatal com o intuito de transformar os comportamentos e crenças que impedem o atendimento
odontológico e a adesão ao pré-natal.
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Desenvolver atividades de educação em saúde para gestantes e sociedade.

Promover hábitos alimentares saudáveis durante e após a gestação.

Conscientizar toda a equipe da importância de todos atuarem juntos, cada um
no seu setor e também em conjunto para que as gestantes procurem a unidade de saúde para
atendimento. E reconheçam-a como porta de entrada para o sistema de saúde.

Aumentar o número de gestantes com 7 ou mais consultas de pré-natal.
10
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O Programa de Saúde da Família, conhecido como Estratégia Saúde da Família
(ESF), foi criado no País oficialmente pelo Ministério da Saúde (MS) na década de 90 e
inspirado em outros países, adquirindo suas próprias características (OGATA et al, 2009).
É um Programa dinamizador do Sistema Único de Saúde (SUS), pois, incorpora e
reafirma os princípios básicos do mesmo: universalização, descentralização, integralidade e
participação da comunidade, tendo caráter substitutivo por tratar-se da desfocalização da
atenção curativa e práticas convencionais de assistência por um processo de trabalho baseado
no conceito de promoção da saúde (DIAS et al, 2005).
Composto por uma Equipe multiprofissional - Médico, Enfermeiro, Cirurgião
Dentista, Técnicos de Saúde Bucal, Técnicos de Enfermagem e Agentes Comunitários de
saúde -, a ESF procura prestar um atendimento de qualidade, integral e humanitário em
Unidades Básicas, reorganizando a prática assistencial em novas bases e critérios, garantindo
a equidade como também acesso universal aos serviços prestados (OLIVEIRA et al, 2006).
O Enfermeiro, dentre os vários profissionais que desenvolvem suas atividades
laborais na ESF, é um Profissional da Saúde capacitado para desenvolver cuidados diretos de
Enfermagem e prestar assistência que envolve desde a consulta de Enfermagem propriamente
dita, à Supervisão e Coordenação das ações dos Agentes Comunitários de Saúde e Técnicos
de Enfermagem, conforme protocolos estabelecidos nos programas do Ministério da Saúde e
as disposições legais da Profissão (ALENCAR, 2006).
Neste sentido, a consulta de Enfermagem é de responsabilidade exclusiva do
Enfermeiro, cabendo ao mesmo prestar assistência de qualidade e desenvolver processos de
trabalho baseados nos conceitos de prevenção, promoção e vigilância da saúde, garantindo
bem-estar e melhor qualidade de vida para a comunidade assistida (LEAL, 2004).
A consulta de Enfermagem é também desenvolvida na ESF e está vinculada aos
programas criados pelo Ministério da Saúde, destacando-se: Hiperdia,Consulta de Pré-natal,
Consulta de Crescimento e Desenvolvimento (CD), Saúde da Mulher, Planejamento Familiar,
Visitas Domiciliares, Saúde escolar, Saúde do Homem, entre outras atividades. Ressalta-se
que as ações voltadas a Saúde do Homem ainda são incipientes dentro da política de saúde no
Brasil (SCHIRMER et al, 2000).
O Pré-natal é de grande importância na História da Saúde Pública por diminuir
consideravelmente o risco de complicações pré e pós-parto através de consultas periódicas e
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contínuas com o Médico e Enfermeiro, nas quais tem o intuito de prevenir intercorrências
obstétricas potencialmente evitáveis (PEREIRA e BACHION, 2005).
Na consulta de Pré-natal, o Enfermeiro desenvolve assistência integral à gestante,
realizando condutas e procedimentos técnicos no decorrer da gestação, assegurando para que
ocorra uma gravidez sem intercorrências e/ou minimizando desconfortos que poderão surgir
no período gestacional, através de medidas preventivas para o binômio mãe e feto
(SCHIRMER, 2000).
De acordo com o Ministério da Saúde, as gestantes estão aderindo ao Pré-natal
devido à qualidade da assistência prestada pelo serviço e profissionais de Saúde, pois as
mesmas estão cada vez mais conscientes da importância deste atendimento para a redução dos
elevados índices de mortalidade materno e perinatal (BRASIL, 2005).
Ressalta-se que o SUS preconiza dentro de seus princípios e diretrizes a integralidade
da assistência que é entendida como "conjunto articulado e contínuo das ações e serviços
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigido para cada caso em todos os níveis de
complexidade do sistema" (SANTOS, 2006). Percebemos então que a integralidade na
assistência depende essencialmente de quem a pratica, neste caso, o Enfermeiro.
Sendo assim, vai depender do Enfermeiro que a consulta tenha nuances diferentes,
atendendo às expectativas da paciente e fazendo com que aconteça uma relação de confiança
entre o profissional e paciente, preconizando uma assistência de qualidade e humanitária
(OLIVEIRA et al, 2007).
No que se refere aos problemas de saúde, a atuação do Enfermeiro na consulta prénatal possibilita a identificação de agravos e posterior avaliação do cuidado de cada gestante
realizando as intervenções de Enfermagem adequadas (PEREIRA e BACHION, 2005).
Em caso de agravos à saúde, a gestante em questão será encaminhada para um nível
de atenção mais complexo levando consigo informações e dados clínicos sobre o motivo do
encaminhamento (BRASIL, 2005).
Mas, a assistência no pré-natal, ainda necessita de permanentes atualizações por parte
dos profissionais de saúde para assegurar às mulheres que ali consultam o direito de um pré e
pós-parto humanizado que garanta a saúde e bem-estar materno e neonatal (SERRUYA et al,
2004).
Nesse contexto, o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM)
criado em 1983 e instituído pelo Ministério da Saúde, tem como bases legais a assistência
integral à saúde da mulher, desde o controle da saúde sexual e reprodutiva a partir do
planejamento familiar, até a assistência pré-natal e puerpério. Sendo assim, os profissionais
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deveriam ser capacitados para atender a comunidade de modo a operacionalizar esta idéia,
eficaz e condizente com seus conceitos (OSIS, 1998). Contudo, ressalta-se a definição de
qualidade na saúde referida por (Almeida 2002).
Qualidade na saúde significa, portanto, a sistematização de todos os seus processos,
em todas as áreas e esferas de gestão (federal, estadual e municipal), na busca da ética e da
técnica, englobando, na pluralidade de ações, os procedimentos, interesses e motivações para
levar ao paciente conforto e bem-estar, compensado-o dos sofrimentos que a doença lhe traz.
A partir destes conceitos, a motivação pessoal para este estudo foi conhecer a real
importância da assistência pré-natal de qualidade prestada especialmente por parte do
Enfermeiro e do Dentista durante as consultas de Enfermagem e Atendimento Odontológico
na Estratégia Saúde da Família Boa Vista.
Diante disto, indagamos: quais são as ações desenvolvidas pelo Enfermeiro na ESF
durante o pré-natal de baixo risco?
Justificamos que conhecer as ações desenvolvidas pelo Enfermeiro na consulta de
Enfermagem, trará benefícios e contribuições positivas no decorrer do ciclo gestacional,
vivenciado pelas mulheres de maneiras diferentes.
Contudo, o estudo torna-se relevante, pois trará conhecimentos à comunidade
científica e demais profissionais, possibilitando ampliar suas habilidades e competências
relativas à saúde da mulher no período reprodutivo, atendendo as expectativas dos clientes e
contribuindo positivamente no decorrer do período gestacional, já que as gestantes estão cada
vez mais se integrando e participando dos programas desenvolvidos na ESF.
6.1 O ENFERMEIRO E A CONSULTA DE PRÉ-NATAL
A importância do Profissional de Saúde não está meramente ilustrada na função
hospitalar, ao contrário, no decorrer de todos estes anos após a mudarmos o conceito de
modelo curativo, foi proposto a implantação de uma assistência voltada para o ser humano
como um todo, reafirmando os ideais de integralidade da assistência através de um
atendimento multidisciplinar. O Enfermeiro entra neste contexto de forma a prevenir,
promover e recuperar a saúde do indivíduo e da comunidade. Desenvolve trabalhos tanto
individuais quanto coletivos, visando a efetividade da qualidade da assistência e promoção da
saúde, assegurando acesso universal aos serviços de saúde (GOLDMAN, 2007).
Na consulta de pré-natal, especialmente na ESF, o Enfermeiro é parte essencial no
atendimento e assistência de pré-parto, parto e pós-parto por se tratar de um Profissional
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capaz de atender as expectativas e necessidades das gestantes neste período de tantas
transformações, sejam elas, físicas, emocionais ou sociais. Por se tratar de um período
importante, especialmente na vida da Mulher, o enfermeiro é capaz de acompanhar, orientar e
auxiliar a futura mãe para desenvolver uma gravidez promovendo segurança e bem-estar
(BEZERRA, 2009).
Sendo assim, a consulta de Enfermagem no pré-natal ganha matizes diferentes no
que diz respeito a implantação de um atendimento assistencial de forma integral e de
qualidade, além de visar a efetividade na prevenção e recuperação de agravos a saúde.
6.2 A CONSULTA DE PRÉ-NATAL PRECONIZADA PELO MINISTÉRIO DA
SAÚDE
Entende-se que é durante as consultas de pré-natal que os Profissionais de Saúde
devem orientar e preparar as futuras mães para o período de pré-parto, parto e pós- parto.
Sendo assim, o Ministério da Saúde (MS) publicou um Manual Técnico de pré-natal e
puerpério para orientar e melhor capacitar estes profissionais para garantir a saúde e bem-estar
materno-fetal
através
de
uma
assistência
integral
de
promoção
a
saúde.
É com esta assistência que as consultas de pré-natal têm grande importância na diminuição
dos índices de morbimortalidade, já que grande parte das causas de morte materna são
evitáveis. Lembrando-se que a morte materna pode ser classificada em direta - complicações
obstétricas relacionadas à gravidez, parto e puerpério, ou indireta - aquelas que decorrem de
doenças preexistentes ou intercorrentes no período gestacional (COSTA et al, 2002).
A captação e acolhimento das mulheres com suspeita ou com gravidez diagnosticada é fator
crucial para prevenção e tratamento precoce de fatores que possam por em risco a gestação e a
vida da própria mulher, sendo a equipe de saúde também responsável por realizar a procura
direta a estas mulheres (MINAS GERAIS, 2006).
O Enfermeiro como profissional capacitado, integrante da equipe de saúde e
regulamentado pela Lei nº 7.498 de 25 de julho de 1986, está habilitado para realizar a
consulta de enfermagem, assim como a prescrição de medicamentos institucionalizados pelo
Ministério da Saúde (MS) de acordo com os Programas de Saúde Pública e rotinas que sejam
aprovadas nas Instituições de saúde - pública ou privada e solicitação de exames de rotina e
complementares, segundo resolução COFEN nº 195/1997, além de encaminhamentos quando
necessário (ALVIM et al, 2007).
14
Ainda na opinião do autor supracitado anteriormente, a primeira consulta de prénatal deve ser voltada para colher todo o histórico da gestante (anamnese) a fim de obter
dados sobre os processos de saúde-doença, desde a identificação da mesma, história da
gravidez atual, antecedentes familiares, obstétricos, assim como o fornecimento do cartão da
gestante devidamente atualizado. Dentre as condutas, incluem também o Cálculo da Idade
Gestacional, Data Provável do Parto, Medida da Altura Uterina, Ausculta dos Batimentos
Cardiofetais, Avaliação Nutricional, Controle de Pressão Arterial, orientações gerais e
específicas
quanto
às
dúvidas
indagadas
pela
própria
gestante
ou
família.
Nessa linha de pensamento refere Brasil (2005) que realiza-se também o exame físico da
paciente, que engloba: exame físico geral (inspeção, palpação, percussão e ausculta) e ginecoobstétrico, verificação dos Sinais Vitais, verificação de medidas antropométricas, entre outros,
tendo como objetivo avaliar possíveis alterações no corpo da gestante para que possam ser
investigados e tratados precocemente. Durante as consultas também deve ser solicitado
exames laboratoriais e sorologias que é primordial para prevenir, detectar e tratar problemas
que podem pôr em risco tanto a gestante quanto o concepto. Os exames devem ser solicitados
logo na primeira consulta, podendo ser repetidos também no decorrer da gestação.
É neste período que o profissional de saúde poderá avaliar o risco gravídico e orientar a futura
mãe quanto a problemas potenciais ou não que exigem atendimento especializado,
preparando-a para reconhecer fatores externos e internos além de sinais e sintomas que podem
afetar a saúde materno e fetal. Lembrando que o fator de risco gestacional é reavaliado a cada
consulta de pré-natal (CANDEIAS, 1980).
Vale lembrar também que é durante as consultas de pré-natal, que a gestante deve
receber também apoio emocional e psicológico, pois estes fatores podem interferir na
qualidade de vida da mesma, afetando direta ou indiretamente a sua saúde (SOUZA et al,
2009).
6.3 EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ORIENTAÇÕES GERAIS DURANTE O PRÉ-NATAL
O pré-natal além de oferecer uma assistência integral, transmite à gestante a
capacidade de conduzir com mais confiança e autonomia a gestação e o parto, preparando-a
também para enfrentar um pós-parto com mais tranqüilidade. Sendo assim, o Enfermeiro deve
orientar, de modo eficaz, sobre as principais condutas a serem realizadas pela gestante durante
e após o período gestacional.
15
Para isso, o Enfermeiro poderá fazer estas orientações tanto durante as consultas de
pré-natal quanto em visitas domiciliares e ações educativas em grupos ou individuais
(ALVIM et al, 2007).
Primordialmente, deve ser indagado a importância do Pré-natal para que a gestante
possa estar ciente de que deve comparecer às consultas para garantir uma assistência global e
eficaz, podendo prevenir, diagnosticar e tratar precocemente as principais intercorrências e
complicações que podem vir a acontecer durante a gestação (CALDERON et al, 2006).
A assistência pré-natal, realizada pelo Enfermeiro e médico, direciona e explica os
principais cuidados sobre o parto e com o recém-nascido, com o objetivo de diminuir as taxas
de morbimortalidade materno-infantil, baixo peso ao nascer e retardo do crescimento intrauterino (RODRIGUES et al, 2010).
Aspectos sobre higiene, realização de atividades físicas e dietas devem ser abordados
durante a consulta. A higiene deve ser abordada como forma de influenciar a gestante para
promover o auto-cuidado. Os exercícios físicos devem ser orientados principalmente em
gestantes sedentárias. Já a realização de dieta deve ser avaliada de acordo com as condições
nutricionais da gestante, sendo elaborada para que permita um ganho de peso adequado
(DIAS, 2005).
Quanto à alimentação é importante orientar sobre os principais alimentos que devem
estar presentes na dieta da gestante e reforçar a realização de seis refeições diárias. Avaliar as
condições físicas e o IMC (Índice de Massa Corpórea) de cada uma é essencial para indicar a
dieta mais correta, como já citado. O ideal é que a gestante ganhe cerca de dez quilos para
poder gerar um bebê saudável e com peso ideal, tomando como referência o gráfico de
peso/idade gestacional. Alimentação rica em ácido fólico, ferro e cálcio não pode faltar na
dieta da gestante (CASTELO, 2005).
O Enfermeiro, durante as consultas de pré-natal, também deve abordar a sexualidade
na gestação como tema primordial, já que a mulher em questão passa por uma série de
transformações psicológicas e fisiológicas. Porém, estas devem saber que a diminuição da
libido sexual é comum, mas que a relação sexual em si, não causa dano ao feto e assim como
também não causa o aborto. É importante também que os pais estejam saudáveis, pois durante
a penetração ou ejaculação, as DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) poderão ser
transmitidas ao feto (RICO, 2010).
Durante o pré-natal é feita a avaliação do cartão de vacina da gestante e a mesma é
orientada a fazer a vacina anti-tetânica (dT), evitando assim o tétano neonatal e materno. A
cobertura vacinal nem sempre atinge todas as gestantes e mulheres de idade fértil e essa
16
ineficácia está relacionada às condições sócio-econômicas, pois onde existe a maior
quantidade de mortes causadas pelo tétano neonatal ou mal de sete dias, é em áreas de
população pobre (VIEIRA et al, 2006).
A gestante em questão deve ser orientada também a reconhecer sinais e sintomas de
alerta que podem por em risco sua vida e a do seu bebê. São eles: sangramentos, cefaléia
persistente, febre, contrações e perdas vaginais anormais, movimentação fetal diminuída, dor
abdominal, transtornos visuais, ocorrências clínicas ou cirúrgicas. Nestas situações, a gestante
deve ser orientada a procurar atendimento médico de urgência (NASCIMENTO et al, 2009).
Já os sinais e sintomas do parto também indicam a necessidade de atendimento especializado.
É necessário que a gestante seja orientada a permanecer tranquila para poder
desfrutar do trabalho de parto de uma maneira saudável, levando consigo uma experiência
positiva ao dar à luz. Deve-se informar que o trabalho de parto acontece gradualmente,
podendo ocorrer: a perda do tampão mucoso, ruptura da bolsa uterina e o início das
contrações uterinas, entre outros (SANTANA et al, 2009).
Vale lembrar que os cuidados com a gestante não acaba com o nascimento do bebê,
ao contrário, as consultas puerperais devem-se dar início logo após o parto com o intuito de
orientar a mãe sobre os cuidados com o bebê, cuidados no pós-parto, aleitamento materno e
planejamento familiar, além de orientar quanto a seus anseios e medos muitas vezes causados
por mitos, como por exemplo, o do leite fraco (RAVELLI, 2008).
Quanto ao aleitamento materno, a mãe em questão deve saber que até os 06 meses de
idade, o bebê só necessita do seu leite e nada mais, pois, este tem todos os nutrientes
necessários para o seu crescimento e desenvolvimento normal, além de água e ter benefícios
imunobiológicos. Após esse período, deve ser oferecido outros alimentos gradualmente até
que o bebê possa alimentar-se do mesmo cardápio do restante da família, porém o leite
materno pode ser oferecido até os dois anos ou mais (SOUZA et al, 2007).
Informar ainda que após o nascimento, o recém-nascido deve ser atendido para
consultas que possam avaliar o seu crescimento e desenvolvimento (CD), a partir da coleta de
informações a cerca da alimentação, higiene, sono, eliminações, vacinação, entre outros, além
de um exame físico que possibilite também a aferição de medidas antropométricas para
posterior avaliação da curva do crescimento a partir de sua idade, peso, estatura, perímetro
cefálico e abdominal. A gestante deve saber que estas consultas são essenciais para prevenir,
avaliar e tratar alterações que o bebê possa vir a apresentar além de garantir assistência
integral à saúde de seu bebê (BRASIL, 2002).
17
Alguns cuidados essenciais com o bebê devem ser repassados à gestante,
especialmente no terceiro trimestre de gestação. Esta deve estar ciente da importância da
triagem neonatal, que engloba a realização do teste do pezinho, uma medida preventiva que
diagnostica precocemente diversas doenças congênitas e infecciosas. O ideal é que seja
realizado entre o terceiro e sétimo dia de vida (SOUZA et al, 2002).
Durante o Pré-Natal, especialmente a partir do terceiro trimestre, faz-se orientações a
gestante com relação ao contraceptivo a ser utilizado no puerpério, pois o retorno da ovulação
ocorre em torno de vinte e sete dias em mulheres que não estão amamentando. Nas puérperas
que realizam o aleitamento exclusivo, este período é ampliado por vários meses. É importante
informar à paciente que existem métodos de anticoncepção que são ideais para uso durante
amamentação, pois não causa risco ao recém-nascido. Ao relatar sobre o contraceptivo,
enfatizar que o intervalo entre duas gestações subseqüentes são um dos fatores mais
consideráveis na morbimortalidade neonatal (VIEIRA et al, 2008).
Outro fator muito importante a ser relatado com a gestante são seus direitos durante o
trabalho de parto, parto e puerpério, pois a mesma pode ter um acompanhante durante todo
esse período, previsto na lei nº11.108/05, e 07 de abril de 2005. Esta lei foi criada para tornar
o parto realizado em ambiente hospitalar mais humanizado, pois a parturiente sente-se mais
segura de sua capacidade de dar à luz ao lado de alguém de sua confiança (TOMELERI et al,
2007).
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7 METODOLOGIA
A proposta desse projeto é de forma planejada, contínua, progressiva e organizada da
seguinte maneira:

Realizar rodas de conversa e palestras, visando aumentar o conhecimento e a
importância sobre a adesão ao pré-natal e ao tratamento odontológico durante a gravidez.

Conscientizar toda a equipe da ESF sobre a importância de todos atuarem
juntos, cada um no seu setor e também em conjunto para que as gestantes procurem a unidade
de saúde para atendimento.

Explicar claramente e detalhadamente sobre a importância do atendimento de
enfermagem e odontológico.
7.1 RESULTADOS ESPERADOS

Aumento das informações sobre a importância do tratamento, bem como das
complicações que podem desenvolver.

Acompanhamento de 100% das gestantes, através da busca ativa dos ACS,
garantindo 7 ou mais consultas de pré-natal.

Adesão correta ao tratamento odontológico e conscientização das mulheres.

Envolvimento de toda a população adstrita.
7.2 PRODUTOS ESPERADOS

Todas as gestantes realizarem no mínimo 7 consultas de pré-natal e
tratamento odontológico quando necessário.

Diminuir os problemas bucais relacionados à gravidez.

Informação e tratamentos corretos, quando necessário.
o
19
8 CRONOGRAMA
2012
Março Abril Maio Junho Julho Agosto
Sensibilização da equipe
X
X
X
Capacitação dos agentes comunitários de saúde
X
Educação em Saúde
Ação
Reunião
Palestra
Oficina
Capacitação
Ações de saúde coletiva
X
X
X
Ações educativas nas visitas
domiciliares e rodas de conversas na
X
X
X
própria recepção da unidade
Procedimentos Curativos/preventivos
Atendimento odontológico e consulta
X
X
X
de enfermagem no mesmo dia
Avaliação e monitoramento
Tabulação dos instrumentos de
avaliação
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
20
9 ANÁLISE DOS DADOS
Para a viabilidade deste projeto é imprescindível a utilização de pessoal treinado e
motivado para alcançar bons resultados. A acessibilidade para a utilização dos serviços é
importante, como, por exemplo, a facilidade de acesso; porém, outros fatores são importantes,
como a desmistificação sobre o tratamento odontológico nas gestantes e sobre o
acompanhamento de pré-natal com o enfermeiro.
Esse Projeto mostra-se viável de ser executado devido ao fato de ser simples, de fácil
execução e de baixo custo. Em relação à estrutura física e de recursos materiais, a Unidade de
Saúde da Família Boa Vista apresenta boas condições de atender à clientela de gestantes,
inclusive com sala de espera ampla. Um Projeto de Intervenção organizando os serviços da
unidade tem também como objetivo otimizar os recursos disponíveis para atendimento, fato
importante no atual contexto de escassez de recursos.
21
10 CONCLUSÃO
O presente Projeto, apesar da intervenção ainda não ter ocorrido, tem medidas
educativas que visam contribuir para a qualidade de vida das gestantes e adequado
acompanhamento de pré-natal.
Entende-se importante direcionar esforços à saúde das gestantes para diminuir a
morbimortalidade neonatal e gestacional.
22
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Atenção à
Saúde da Mulher. Brasília, DF, 2010.
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