2014.2 - Walder Souza

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO
CENTRO DE LETRAS E ARTES
PPGAC - PROGRAMA DE PÓS-GRADUACÃO EM ARTES CÊNICAS
Mestrado e Doutorado
Professor: Walder Gervásio Virgulino de Souza (WALDER VIRGOLINO)
Linha de Pesquisa: Processos e Métodos de Construção Cênica (PMC)
Curso: Das Luvas e Fitas Brancas às diferentes texturas do Veludo Azul : uma discussão possível, a partir de
conceitos propostos por Michel Foucault, Gilles Deleuze e Félix Guattari, sobre diversas formas de
resistência, inclusive teatrais e performáticas, a sutis biopolíticas de opressão e de exercício do Poder, tanto
no Brasil quanto no resto do mundo.
Horário: Quintas-feiras das 15:00 às 18:00 horas.
Período: 2014.2.
EMENTA: O curso tem por objetivo: 1) aprofundar o conhecimento da “Obra de arte total”
(Gesamtkunstwerk ), idealizada por Richard Wagner para a encenação de suas óperas. No entanto, apesar
da série de esboços e maquetes que o cenógrafo suíço Adolphe Appia preparara, em 1892, para O Ouro do
Reno e, em 1896, para Parsifal, atribuindo à luz o efeito de lançar sombras e criar espaço para produzir
profundidade e distância, as soluções cênicas mais convencionais foram mantidas por Cosima, a viúva de
Wagner, até sua morte; 2) refletir sobre o fascínio que as músicas de Wagner e de Beethoven exerceram
sobre mentes e corações alemães do século XIX e do início do século XX (anos do nazismo), considerando,
nessa perspectiva, a introjeção dos mitos germânicos pelas massas, conforme analisada por Carlo Ginzburg
e por Elias Canetti, que em seu livro “Massa e Poder” dedica, inclusive, dois ensaios ao “Caso Schreber”,
que está presente, indiretamente, no filme “A Fita Branca” de Michael Haneke, que pretendemos exibir e
criticar ; 3) estudar a retomada de grandes óperas clássicas por encenadores de vanguarda, modernos e
contemporâneos: encenações realizadas tanto em espaços convencionais por homens de teatro como
Bertolt Brecht, Bob Wilson, Peter Brook, Claude Régy e Gerald Thomas quanto pelo teatro de rua. O grupo
Buraco d’Oráculo, por exemplo, montou, em 2013, a “Ópera do Trabalho”, dando continuidade, de certa
forma, à tradição inaugurada pela “Ópera dos mendigos” (1728) de John Gay, pela “Ópera dos três vinténs”
(1931) de Bertolt Brecht e Kurt Weil e pela “Ópera do Malandro” (1978) de Chico Buarque e Ruy Guerra; 4)
mostrar a importância da musicalidade do espetáculo, do silêncio, das zonas cênicas de claridade e de
escuridão, dos movimentos dos corpos e de sua imobilidade, fulgurantes naquelas regiões do entre dois,
próprias do teatral e do performativo. Neste particular, será proposta uma análise da nova música,
teorizada por Adorno, através da entrada em contato com as composições de Schoenberg e de seu
discípulo John Cage; 5) aprofundar, finalmente, nossos estudos sobre as posições políticas assumidas ou
não por nossos musicistas de vanguarda (compositores e intérpretes) durante as duas ditaduras que
tomaram o poder no Brasil ao longo do século XX.
BIBLIOGRAFIA INICIAL:
1 ADORNO, Theodor W. Filosofia da Nova Música. Trad. Magda França. São Paulo: Perspectiva, 2011. (Col.
Estudos;26).
2 _________. Introdução à Sociologia da Música : Doze preleções teóricas. Trad. Fernando R. de Moraes
Rego. São Paulo: Editora Unesp, 2011. (Col. Adorno).
3 AGAMBEN, Giorgio. Estado de Exceção: Homo Sacer, II, 1. Trad. Iraci D. Poleti. São Paulo: Boitempo
Editorial, 2004 (Col. Estado de Sítio).
4 BENJAMIN, Walter. Origem do Drama Barroco Alemão. Tradução, apresentação e notas: Sergio Paulo
Rouanet. São Paulo: Editora Brasiliense, 1984.(Col. Elogio da Filosofia).
5 CAGE, John. De Segunda a um ano. Tradução de Rogério Duprat; revista por Augusto de Campos. 2. ed.
Rio de Janeiro: Cobogó, 2013.
6 HOBSBAWM, Eric J. História Social do Jazz. Trad.: Angela Noronha. 6. Ed. São Paulo: Paz e Terra, s/d.
7 NIETZSCHE, Frederico. A Origem da Tragédia. Trad.: Álvaro Ribeiro. 4.Ed. Lisboa: Guimarães Editores,
LDA., 1985.
8 OLIVEIRA, Willy Corrêa de. “Uma Intromissão”. In: LEIBOWITZ, René. Shoenberg. São Paulo: Perspectiva,
1981. (Col. Signos/Música;3).
9 ROUSSET, Jean. La littérature de l’âge baroque en France: Circé et la paon. Paris: José Corti, 1954.
10 WISNIK, José Miguel. O Som e o Sentido: Uma Outra História das Músicas.2.Ed. São Paulo: Companhia
das Letras, 2011.
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