Belo Horizonte, 21 de novembro de 2011

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Belo Horizonte, 21 de novembro de 2011
Produção de carne: tempo de abate de bovinos cai para menos de dois
anos - Assessoria de Comunicação da Apta (Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios)
Animais Nelore no ponto de confinamento dos 18 a 20 meses e em condições de abate
com menos de dois anos quando o usual é trinta e seis meses (três anos). A
antecipação da idade de abate permite maximizar o uso dos recursos naturais (solo,
água e planta), melhorar a qualidade do produto e aumentar a rentabilidade e a
sustentabilidade para o produtor, além de se conseguir maior produção. É o que a
pesquisa está conseguindo no Polo Alta Mogiana - Apta Regional, da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA).
A redução no período de confinamento traz como vantagens o menor impacto
ambiental, a melhoria na eficiência durante a recria/terminação e a maior oferta de
carne por hectare por ano, explica o pesquisador Gustavo Rezende Siqueira,
coordenador do Projeto Sustentável de Bovinos. Trata-se de projeto temático, com
vários subprojetos, desenvolvido há cinco anos em parceria com instituições públicas
de
pesquisa
(Polo
Noroeste
Paulista/Apta
Regional,
Instituto
de
Zootecnia,
Universidade Estadual Paulista - Unesp Jaboticabal e Botucatu) e empresas como
Bellman, Phibro, Alltech, Frigorífico Minerva e Nutron.
A equipe de pesquisadores do Polo Alta Mogiana, cuja sede fica em Colina, entende
que o estado de São Paulo vai atuar nas fases de recria e terminação, nas quais é
possível competir com outras culturas, principalmente a cana-de-açúcar. Daí a
importância de avaliar todas as estratégias possíveis para buscar ganhos de eficiência
da produção de carne nestas duas fases, diz Gustavo. Em outras palavras, "pecuária
perde espaço por causa da falta de eficiência, porque tem baixo uso de tecnologia na
sua produção".
Basicamente, o que se busca é realizar durante um ano (a partir da desmama) o
período de recria, que é a principal fonte de renda do produtor, conta Gustavo. "Nesta
fase, ele consegue obter mais lucratividade na arroba produzida." Por isso, a ideia é
ajustar o manejo, com foco em bem estar animal e na nutrição, de forma que esses
animais possam expressar o seu potencial de ganho de peso de forma econômica e
ecologicamente viável.
QUEBRA DE PARADIGMA
A partir da avaliação da recria e terminação de forma conjunta, o projeto gerou outro
resultado que representa "quebra de paradigma", segundo Gustavo. Ao alimentar um
animal na época da seca com as tecnologias de suplementação a pasto, conseguiu-se,
ao final da primeira seca após a desmama, um diferencial de duas a três arrobas por
animal. Se o produtor mantiver um bom padrão de alimentação nas águas (que significa
ganho de peso acima de 800 gramas), essa diferença persiste até a entrada do
confinamento.
Dessa forma, explica Gustavo, comprovou-se uma hipótese, levantada no início da
pesquisa, que contraria uma ideia comum; ou seja, de que, quando o animal no período
de seca não ganha peso de forma adequada, ele alcança o peso daqueles animais que
tiveram o melhor desempenho na seca anterior, devido ao ganho compensatório
durante o período das águas subseqüente. "De forma geral, observa-se que a
implementação de tecnologias durante recria e terminação é viável econômica e
ecologicamente, porém sempre tem de ser adotada com um padrão crescente - e nunca
decrescente. Ou seja, ao iniciar um plano de produção de bovinos, sempre se deve
pensar em melhorar a alimentação do animal, e nunca piorar."
A equipe do projeto reúne ainda os pesquisadores Flavio Dutra de Resende, Marcelo
Henrique de Faria, Anita Schmidek, Regina Kitagawa Grizotto e Fernando Bergantini
Miguel, além dos parceiros de outras instituições.
Brasil pode superar EUA no consumo de café – Diário do Comércio e da
Indústria (DCI)
Nova York - O Brasil pode ultrapassar os Estados Unidos no consumo de café nos
próximos anos. O aumento da riqueza no Brasil está impulsionando o aumento da
procura por espressos e cappuccinos, de acordo com a Abic.
"O Brasil, maior produtor de café do mundo, pode consumir mais café do que os
Estados Unidos em dois ou três anos", disse Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da
Abic.
Falando antes da conferência de café Sintercafé, na Costa Rica, Herszkowicz disse que
o consumo de café no Brasil está aumentando em cerca de 4% cada ano. Brasileiros,
que tradicionalmente consomem café de qualidade inferior ao que é exportado, estão
cada vez mais consumindo grãos finos, disse ele.
"No Brasil a classe média cresceu e tem mais dinheiro hoje em dia. Consumidores
estão cada vez mais sofisticados e querem mais qualidade, eles querem a
diferenciação", disse ele. "Em 2000, você não poderia encontrar o café gourmet nas
prateleiras dos supermercados - agora temos 104 marcas diferentes, que são
certificados como cafés gourmet", disse Herszkowicz.
A indústria de café local estima que meio milhão de casas agora têm máquinas de café
expresso e monodose.
Em resposta à crescente demanda no país e no exterior, os produtores brasileiros estão
realizando práticas agrícolas para melhor ajustar a qualidade e buscar preços mais
altos para seus grãos, disse Herszkowicz.
O mundo depende de grandes produtores de café como o Brasil. Suprimentos de graus
superiores de grãos têm curto prazo este ano, enquanto a demanda cresce, depois de o
mau tempo fazer a Colômbia produzir grãos arábicas para duas temporadas.
Confinamento mais caro limita o crescimento da pecuária – Diário do
Comércio e da Indústria (DCI)
O custo de produção nos confinadores brasileiros de bovinos alcançou neste ano um
dos patamares mais altos da história, puxado principalmente pela valorização das
commodities agrícolas. Além disso, a forte valorização da alimentação do gado reduziu
drasticamente a expectativa inicial de crescimento do rebanho confinado do País.
"Neste ano os grãos elevaram muito o custo de produção nos confinamentos. A conta
ficou mais apertada. E este ano com certeza foi um dos mais caros que já vimos",
declarou o diretor da empresa Vera Cruz Agropecuária, com matriz em Goiás, Rodrigo
Penna Siqueira.
Nos últimos dois anos o custo de produção, na região central do País, oscilava entre R$
50 e R$ 55 para cada arroba de boi. Com a alta do milho, os valores registrados em
estados como Goiás e Mato Grosso já ultrapassavam a casa dos R$ 70 por arroba,
afirmou a Associação Nacional dos Confinadores (Assocon). "Normalmente o custo de
produção para o confinador varia entre R$ 50 e R$ 55, e esse ano ficou uns 20% mais
caro. Esse é um dos valores mais caros pagos pelo produtor na história", disse Eduardo
Alves de Moura, presidente da entidade, ao salientar que ao longo desta temporada,
esse foi o grande desafio para o confinador.
Moura considerou que aqueles pecuaristas que trabalharam com vendas no mercado
futuro acabaram fazendo bons negócios, fator que reduziu o impacto do custo. Esse foi
o caso da Vera Cruz Agropecuária que garantiu preços mais elevados "em época de
vacas magras", acrescentou Siqueira. "Nós preferimos travar o preço do gado de julho
até outubro a valores de R$ 96, enquanto a arroba seguia a R$ 90. Em novembro nós
não travamos, pois os valores estavam subindo, e agora estamos vendendo bois a mais
de R$ 100", disse ele.
O impacto da alta do preço das commodities também foi sentido na oferta de animais
confinados. Em seu primeiro levantamento para este ano, a Assocon previa que a
quantidade de animais confinados saltaria 31% ante os volumes registrados no ano
passado. Após a constatação dos custos mais altos, a expectativa agora é de uma alta
muito mais modesta. "Com isso tudo, o avanço que aguardávamos no setor não será
atingido. Se conseguirmos crescer 10% este ano está de bom tamanho. O Mato Grosso
deve ampliar mais do que isso certamente, mas a média nacional ficará nisso", aposta
Moura.
O presidente da Assocon também revelou que sua expectativa para 2012 é que o preço
do milho permanecerá elevado, a exemplo do que ocorreu em 2011, seguindo cotação
ao redor dos R$ 19,00 a R$ 20,00 a saca de 60 quilos pagos à vista na região de Mato
Grosso, porém, sem desconsiderar variações registradas em outras praças e preços
mais elevados como a de São Paulo, Paraná e Goiás, regiões cuja saca do milho vem
sendo cotada entre R$ 22,00 e R$ 29,00. "Acredito que em 2012 o cenário será o
mesmo, tão logo o setor de confinamento deve seguir retraído", comentou ele.
Na propriedade goiana o rebanho de gados confinados cresceu de 16 mil cabeças
registradas no ano passado, para pouco mais de 20 mil este ano. Entretanto, caso o
cenário de valores não se altere, o rebanho pode seguir os passos deste ano. "Já
produzimos muito mais aqui, mais de 35 mil cabeças, mas os custos estão apertados e
temos que esperar o mercado pagar mais para ampliar sem riscos", disse o diretor da
Vera Cruz.
Para tentar minimizar os altos riscos gerados pelos custos de alimentação para as
agropecuárias de confinamento, a Assocon se reuniu com integrantes do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para tentar criar uma linha de
financiamento fixo exclusivo para os confinadores. "Existem financiamentos para
fábricas de ração, e o confinamento é uma fábrica de ração, pois compramos muito
milho, e insumos. E o volume investido em ração é muito alto. E para o setor pecuário
seguir crescendo sem grandes expansões de área precisaremos de algum apoio
governamental. Pois teremos que produzir mais carne em uma área menor", comentou
o presidente da Assocon.
Para ele, o confinamento é a opção para o Brasil produzir mais carne em uma área
menor, a fim de suprir a demanda futura pelo produto. "O governo apoia muito a
agricultura e pouco a pecuária. Queremos que essa linha esteja a disposição todo o
ano para dar uma opção aos confinadores. O Brasil precisa dar opções para que os
produtor agropecuários possam fazer planejamentos a longo prazo, não podemos fazer
financiamentos para resolver problemas pontuais apenas", finalizou Eduardo Alves de
Moura.
A quantidade de gados confinados no Brasil ainda é muito inferior aos gados a pasto.
Agora a crise é mais ampla, é de governos – O Estado de SP
O economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados, está
preocupado com a desaceleração do investimento observada nos últimos meses,
sinalizada pela queda nas importações de máquinas e na perda de fôlego na produção
de bens de capital.
Ele explica que, ao contrário da crise de 2008, quando as filiais das multinacionais
recebiam ordem das matrizes para acelerar os investimentos aqui para compensar as
perdas em outros países, hoje o cenário é de cautela: as companhias cortam
investimentos para fazer caixa e enfrentar a crise. "Em 2008 foi diferente porque quem
quebrou foram as famílias e os bancos. Agora, a crise é de governos, é mais ampla",
afirma o economista.
Segundo ele, o reflexo no corte de investimento pode se traduzir na limitação do
crescimento e em mais inflação no segundo trimestre do ano que vem. A seguir, os
principais trechos da entrevista.
O sr. acha que o investimento está murchando?
Todas as indicações são nessa direção. O próprio Nelson Barbosa (atual secretário
executivo do Ministério da Fazenda) falou ao jornal Valor Econômico que a taxa de
investimento neste ano está em 18% do PIB (Produto Interno Bruto). Ela estava perto
de 20%. Vários indicadores apontam para isso. A importação de bens de capital em
quantidade tomou um tombo que está passando despercebido. No terceiro trimestre do
ano passado em relação ao terceiro trimestre de 2009, a importação de bens de capital
tinha crescido 73%. Depois, no quarto trimestre de 2010 e no primeiro trimestre deste
ano, caiu para 36%. Daí veio caindo e no último dado, que é o terceiro trimestre, houve
retração de 4%. Nitidamente tem uma desaceleração. A produção doméstica de bens
de capital veio de números superiores a 20% para uma expansão de apenas 4% no
terceiro trimestre. Aconteceu a mesma coisa com aquele índice do IBGE de insumos
típicos da construção civil. Sabemos que, do ponto de vista financeiro, o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) desacelerou porque
transferiu menos. E o próprio dispêndio nas contas públicas também desacelerou
pesadamente, com a queda na liberação de dinheiro para investimento. Está
acontecendo isso. Outra indicação de desaceleração é o atraso na execução dos
projetos. Um exemplo é a unidade petroquímica da Comperj, um projeto de 2007 que
deveria ter ficado pronto em 2012. Agora o projeto deve ficar pronto em 2017, com
custo gigantescamente maior do que o inicial. Toda a transmissão de energia em alta
tensão está atrasada. E não é só questão de licenciamento. Os projetos da Petrobrás
estão atrasados.
E os custos de investimento?
Os custos de investimento estão subindo sistematicamente. Isso está mostrando que
não é só falta de dinheiro. De um lado, o aumento de custos, tudo o mais constante,
reduz o retorno do projeto. De outro lado, tem uma ineficiência na cadeia da oferta, que
não consegue fazer o delivery das coisas. O licenciamento é importante, mas é só um
pedaço da história. Tem equipamento que não fica pronto, equipamento que não
atende à qualidade esperada. Essa ineficiência da oferta tem a ver com os suspeitos de
sempre: impostos, falta de mão de obra especializada.
O sr. acha que o acirramento da crise levou à desaceleração do investimento?
Em certa medida sim, por causa das multinacionais, que estão claramente tirando o pé
do investimento.
Mas por que os números do investimento estrangeiro continuam tão altos?
Uma parte disso é compra de empresa e outra parte é arbitragem de juros. Em 2009 e
2010, todas as multinacionais que estavam aqui reportavam que estavam sofrendo uma
pressão gigantesca da matriz para ir mais acelerado, a fim de compensar as perdas no
mercado externo. Desta vez há uma inversão, especialmente no caso das empresas
americanas. Elas estão apavoradas com a Europa e com o fato de os EUA voltarem a
crescer mais devagar. A maior parte das empresas que está anunciando resultados
acima do esperado anuncia também que está separando US$ 100 milhões, US$ 200
milhões, US$ 300 milhões para fazer ajustes. Isto é, mandar gente embora, diminuir a
empresa porque está com medo do que vem adiante. Nesse caso, os investimentos são
travados não por causa do que pode ocorrer no Brasil, mas no mundo. O raciocínio do
empresário é que desta vez a recessão mundial não vai pegá-lo desprevenido. Eu
quero estar sentado numa pilha de caixa e ter a certeza de que num cenário de
estresse não terei problemas.
Na crise de 2008 não houve esse movimento?
Na crise de 2008 foi diferente porque quem quebrou foram as famílias e os bancos. E o
Fed (o banco central americano) injetou uma montanha de dinheiro. As empresas não
estavam tão mal e foram basicamente beneficiadas porque rapidamente Brasil, China e
outros países voltaram a crescer e as empresas globais foram beneficiadas por uma
queda violenta da taxa de juros. Os bancos estavam desesperados e quando
conseguiam achar um bom risco de crédito era tudo o que eles queriam. Então, as
empresas estavam tranquilas. Agora as empresas estão assustadas com a recessão
global que pode ou não acontecer. Nós achamos que o mais provável é que não tenha
uma grande recessão, embora na Europa a situação esteja cada vez pior. Agora a crise
é de governos, é mais ampla. Mais do que isso: na Europa é inevitável uma recessão.
Foi o ambiente que ficou pior. Na Europa, o tumulto é muito grande. Nos EUA, há um
impasse político monumental, que só vai se resolver no ano que vem. Será muito
diferente se ganhar Obama ou quem quer que seja dos republicanos. Os empresários,
vendo essa situação, estão preocupados e, na dúvida, põem o que puder no caixa. Em
muitos casos, isso está levando à postergação de investimento. Essa redução de
investimento está me deixando preocupado.
Mas os investimentos anunciados continuam crescendo?
O indicador de anúncio de investimentos é bom, mas deve se tomar muito cuidado.
Esse indicador é limitado porque investimento anunciado pode ser reprogramado. Isso,
o indicador não capta. Um exemplo são as montadoras. Elas têm grandes planos de
investimento que vêm vindo há algum tempo. Dadas as dificuldades do cenário
internacional e da recuperação do mercado americano, onde estão as matrizes, acho
que os investimentos não serão tão rápidos quanto alguns podem esperar. Estamos
num momento de muito anúncio e pouca realização. Outra limitação do indicador de
investimentos anunciado é que você pode até fazer o investimento mas, se ao invés de
demorar três anos, demorar sete, a taxa de investimento, que é anual, cai. A fábrica é a
mesma coisa, mas você dilui o investimento no tempo. Além disso, todo mundo sentiu
os efeitos do dólar no último balanço, então a situação piorou. Não tem efeito no caixa,
mas a dívida aumentou. Isso também ajuda a empurrar os investimentos para frente. A
coisa que mais me chama atenção hoje é a murchada nos investimentos, eles estão
perdendo o vigor.
Quais os reflexos do recuo do investimento?
Limitar o crescimento.
Quando essa limitação vai se traduzir em mais inflação?
Acho que aparece ao longo do segundo trimestre do ano que vem alguma coisa. Se se
confirmar o cenário do governo, um derretimento mundial, vamos ter desvalorização
cambial. Se tiver desvalorização, a solução de atender a demanda via importação não
eliminará o risco de inflação.
Fazenda vai rever para baixo previsão de crescimento de 2011- O Estado
de SP
O governo poderá rever para baixo sua projeção de crescimento do Produto Interno
Bruto (PIB) deste ano, disse ao Estado o secretário executivo do Ministério da Fazenda,
Nelson Barbosa. Ele aguarda os resultados da economia no terceiro trimestre, que o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga no próximo dia 6, para
provavelmente cortar a estimativa atual, divulgada na última sexta-feira, que é de 3,8%.
Embora tenha sido oficializada recentemente, a projeção de 3,8% já está defasada. Ela
foi feita antes da divulgação do IBC-Br, um índice calculado pelo Banco Central que é
uma espécie de prévia do PIB, que apontou queda de 0,32% no terceiro trimestre. Os
cálculos que o Ministério da Fazenda faz para consumo interno também mostram uma
desaceleração mais forte do que o esperado.
"Pode ser que caia para 3,5%", admitiu o secretário, mas ele próprio já mencionou 3%
como piso para a estimativa. Barbosa acha, porém, que uma recessão, caracterizada
pela queda do PIB em dois trimestres consecutivos, é "improvável" em 2011.
"A previsão é que tenha recuperação no quarto trimestre", disse. Segundo explicou, as
empresas costumam liquidar estoques no terceiro trimestre e precisam retomar a
produção no quarto. Por isso é esperada alguma aceleração na atividade econômica.
Recuperação. Quadro muito diferente é esperado para 2012. "Estamos mantendo
nossa projeção de 5% de crescimento", afirmou o secretário - embora, internamente, os
técnicos trabalhem com 4%. "Só os estímulos que já contratamos garantem uma taxa
de 4%", calculou. "Aí teremos uma recuperação do investimento público, o investimento
privado vem junto, e chegamos em 5%."
Na sua avaliação, o mercado exagera ao estimar uma taxa de expansão do PIB de
3,5% no ano que vem. "O mais importante é que para frente o que já está contratado é
uma aceleração da economia", afirmou o secretário.
Os estímulos a que o secretário se refere são: o reajuste do salário mínimo, o fôlego
dado às pequenas e microempresas com o aumento dos limites do Supersimples e os
reflexos dos cortes já feitos na taxa básica de juros da economia (Selic).
Há também as medidas de estímulo ao crédito anunciadas há duas semanas pelo
Banco Central, cujos resultados serão visíveis por volta de março ou abril. "Vamos
começar o ano com um PIB mais desacelerado", previu. "A partir do segundo trimestre,
porém, será visível o reaquecimento da atividade econômica", ressaltou.
Esse quadro depende, porém, de uma grande incógnita: o que acontecerá com a
economia na zona do euro e nos Estados Unidos.
"Esse é um cenário em que não há uma crise financeira na Europa", ressalvou Barbosa.
"É para o caso de ficar como está hoje: uma recessão na Europa e uma desaceleração
nos Estados Unidos." Se houver uma crise bancária, admitiu o secretário, o quadro será
totalmente diferente. "Mas acho que não vai acontecer não, o Banco Central Europeu
não deixa." /L.A.O.
O Brasil é hoje a versão 2.0 da Espanha de 2003 – O Estado de SP
MADRI. A Espanha é "irresgatável" e seus crescimento nos últimos anos foi "baseado
numa ficção". O alerta é de uma das principais referências hoje na Espanha, o
economista Santiago Nino Becerra, autor de dois livros sobre a crise econômica que
afeta o país. Em entrevista ao Estado, o economista diz que um resgate para a
Espanha custaria 800 bilhões à UE e ao FMI, dinheiro que "simplesmente não existe".
Becerra também alerta que há sinais claros de que o Brasil está seguindo o mesmo
caminho de endividamento e de crescimento pelo crédito adotado pela Espanha há dez
anos. "O Brasil hoje é a Espanha de 2003, em versão 2.0."
A seguir, os principais trechos da entrevista.
Como, depois de anos de euforia, a Espanha chegou a essa situação? A festa não era
real?
A festa em todo o mundo tem sido uma ficção e ainda é uma ficção nos países onde
continua. Quando a capacidade de endividamento se esgotou, o pagamento da dívida
se tornou impossível.
Como o sr. explica que ninguém na classe política viu essa ameaça e a criação de
bolhas ?
Certamente sabiam. Mas tinham de ignorar essa possibilidade. O hiperendividamento
era, desde o final dos anos 80, a única opção para crescer.
O sr. já alertava para os riscos em 2006. O que diziam as pessoas ao ouvir essa
advertência?
Quem me escutava admitia que o crescimento da dívida era insustentável. Na Espanha,
entre 1996 e 2005, a dívida privada cresceu 140%.
Na segunda-feira, quando um novo governo assume o poder, há coisas que ele possa
fazer diferente do governo atual para solucionar a crise?
Na segunda-feira, alguém ligará para Moncloa (palácio do governo) e perguntará pelo
presidente do novo governo e dirá a ele que pegue papel e lápis para tomar nota do
que terá de fazer o novo governo do Reino da Espanha. Isso se já não lhe foi dito.
Depois de Portugal, Irlanda e Grécia, a Espanha é resgatável?
A Espanha é irresgatável, assim como a Itália. Seriam necessários uns 800 bilhões.
valor que simplesmente não existe.
Os planos de austeridade terão efeitos sociais profundos. Serão suficientes para tirar os
países da crise?
O problema não é o gasto, e sim a arrecadação. Ao não crescer, a arrecadação é
reduzida e a renda pública cai. Como os países europeus têm compromisso de déficit, a
única possibilidade é o corte de gastos públicos, mesmo que isso deprima ainda mais a
economia.
O Brasil vive um boom. A Espanha pode servir de lição sobre como não fazer as
coisas?
Acredito que o Brasil vive uma situação virtual como a que viveu a Espanha de 1995 a
2007. Pelo que eu sei, a economia brasileira navega em um mar de créditos no qual o
governo incentiva o consumo de tudo, como ocorreu na Espanha. Para "resolver" a
questão da distribuição de renda, o Brasil deu acesso a crédito a um porcentual enorme
da população. Algo parecido com o que ocorreu na Espanha. De 1997 a 2007, os
salários reais dos espanhóis só cresceram 0,7%. Mas a população consumiu de tudo.
Penso que o Brasil hoje é a Espanha em 2003, numa versão 2.0. / J.C.
A nova promoção do Brasil - O Estado de SP
O governo tem mais um motivo para comemorar a boa imagem do Brasil no mercado
internacional. Pela terceira vez neste ano, a nota de crédito do País foi elevada por uma
das principais agências de classificação de risco. Três meses depois de ter rebaixado a
nota dos Estados Unidos, a Standard & Poors (S&P;) aumentou a do Brasil de BBBpara BBB. Essa promoção tem um valor especial num momento de muita desconfiança
em relação à dívida pública de vários países do mundo rico, incluída a terceira maior
potência da zona do euro, a Itália. A iniciativa é naturalmente bem-vinda, mas de fato a
S&P; somente se alinhou com alguns meses de atraso à Fitch e à Moodys. As duas já
haviam movido o Brasil um pouco mais para cima na escala dos países com grau de
investimento - a primeira em abril, a segunda em junho.
A função principal das agências de classificação de risco é avaliar para os mercados a
qualidade do crédito de empresas e entidades públicas. A avaliação é muitas vezes
discutível. Em todas as grandes crises financeiras dos últimos 20 anos deixaram de
acionar o sinal de alarme ou só o acionaram muito tarde. Apesar disso, suas notas são
levadas em consideração e têm reflexos na operação das instituições financeiras,
facilitando ou dificultando a concessão de empréstimos a tomadores com grau de
investimento ou rotulados como de alto risco. Embora muito criticadas, essas agências
continuam tendo influência e por isso as suas avaliações são acompanhadas com
interesse por empresários e autoridades.
O reconhecimento do Brasil como um país confiável para investidores e fornecedores
de empréstimos demorou. Só em 2008 recebeu da S&P; o grau de investimento, já
concedido a economias de nível semelhante ou até menor de desenvolvimento. Com a
nova nota, o País se equipara a México, Peru, Rússia e África do Sul.
A partir de 2008 várias economias do mundo rico entraram em crise e passaram a exibir
um quadro fiscal preocupante, com grandes déficits orçamentários e endividamento
muito elevado. Apesar disso, as agências demoraram para baixar as notas da dívida
soberana desses países.
Mesmo com o rebaixamento, alguns continuam acima do Brasil na escala de
classificação. A Irlanda é ainda avaliada como BBB+, embora tenha precisado da ajuda
da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional para não quebrar. A Espanha,
sob forte pressão dos mercados por causa do mau estado de suas contas, foi rebaixada
de AA para AA- e permanece em posição melhor que a do Brasil. A Itália, em 20 de
setembro, foi rebaixada de A+ para A, embora sua dívida equivalha a 120% do Produto
Interno Bruto (PIB). A dívida bruta do setor público brasileiro corresponde a 55% do
PIB, segundo a estimativa da S&P;, ou a cerca de 65%, de acordo com o FMI.
A reclassificação do Brasil não deverá resultar em maior volume de financiamentos ao
setor público a curtíssimo prazo, mas é mais um elemento para compor a imagem do
Tesouro Nacional como um devedor digno de confiança. O Tesouro já tem obtido
melhores condições de financiamento no mercado internacional e essa tendência
deverá manter-se nos próximos anos, se nenhum acidente ocorrer.
Como sempre, a avaliação positiva da agência veio acompanhada de algumas
advertências. A promoção foi justificada com uma referência às medidas orçamentárias
tomadas neste ano. A política fiscal mais severa, segundo a agência, abriu espaço para
uma política monetária mais branda e mais adequada para o enfrentamento da crise
global.
Do lado positivo, a avaliação dos economistas da S&P; coincide, essencialmente, com
a orientação anunciada oficialmente pelo governo. Além disso, eles mostram confiar na
promessa de cumprimento integral da meta de superávit primário no próximo ano.
Alertam, no entanto, para a necessidade de elevar o investimento, considerado muito
baixo, e para o risco de continuar aumentando o crédito fornecido pelos bancos
públicos.
As mesmas advertências têm sido feitas no dia a dia por muitos analistas, mas com
uma diferença. Nem todos se mostram tão confiantes quanto o pessoal da S&P; nas
promessas de seriedade fiscal do governo.
Um passeio nas contas do governo reserva surpresas – O Estado de SP
Como estipula a legislação, o governo federal apresentou ontem o Relatório de
Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 5.º Bimestre de 2011. Alinhar dados
dessa contabilidade não se justifica num editorial, mas um passeio por ela permite
destacar alguns pontos curiosos e avaliar melhor a situação.
Partindo da conclusão do relatório, verifica-se que se podem aumentar os limites de
empenho e movimentação financeira, de R$ 11.968,0 milhões, para o Executivo; R$
26,7 milhões, para o Legislativo; R$ 123,3 milhões, para o Judiciário; e R$ 40,8
milhões, para o Ministério Público da União. Não se pensa em reduzir as despesas
financeiras, que se elevam a R$ 1.029,2 bilhões, enquanto as despesas primárias são
de R$ 936,7 bilhões.
O governo, neste período do ano, reviu os parâmetros que presidiram a elaboração do
Orçamento: na 4.ª avaliação se previa um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)
de 4,5%; agora, prevê-se 3,8% (talvez com otimismo). Apesar disso, registra-se um
aumento de receitas de R$ 44,8 bilhões (+4,6%), que não é efeito apenas de inflação
maior.
Nas receitas administradas, entre as quais se destacam os impostos ou contribuições
indiretas (Cofins/PIS/Pasep), projeta-se um crescimento de R$ 931,7 milhões, enquanto
nas demais receitas se registram R$ 4,7 bilhões de dividendos das empresas estatais e
R$ 3,5 bilhões das concessões. O déficit da Previdência Social ficou R$ 2,2 bilhões
inferior às previsões.
Do lado das despesas, entre a 4.ª e a 5.ª avaliações, há um surpreendente aumento de
10% com o pagamento de abonos e seguro-desemprego, num momento em que se
verifica queda do número de desempregados. O governo atribui o aumento desses
gastos à maior formalização do emprego e ao aumento da rotatividade. A redução das
despesas com pessoal e encargos sociais, de 0,4%, se deve essencialmente ao menor
número de condenações judiciais.
Se o governo merece aplausos por estar dando maior clareza às suas contas, o
relatório acaba nos deixando preocupados com o fato de que o aumento das receitas
não se acompanha de maior austeridade nos gastos públicos, mas, ao contrário, por
seu aumento linear.
Não cabe, aqui, repensar todo o problema fiscal do Brasil, porém mereceria uma
reflexão o fato de que, ao aumentar a carga tributária, o governo disso se aproveita
para rever, para cima, os gastos dos Três Poderes da Federação. Seria certamente
melhor que, na hipótese de uma queda das receitas, se pensasse em melhoria da
qualidade das despesas.
Governo do Japão doará recursos para apoiar produção de frutas no Jaíba
– Seapa/MG
A Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) – órgão do governo japonês
responsável pela implementação da Assistência Oficial para o Desenvolvimento (ODA) e o governo de Minas Gerais, por meio das Secretarias de Desenvolvimento Econômico
(SEDE) e de Agricultura, Pecuária a Abastecimento (SEAPA), assinaram nesta sextafeira (18/11), um memorando de entendimentos para a doação de US$ 3 milhões para a
melhoria dos processos de produção de frutas, no Projeto Jaíba. Os recursos serão
usados nos próximos quatro anos, na execução do “Projeto de Desenvolvimento de
Capacidades na Pós-colheita e Práticas de Marketing na Região do Jaíba”, que prevê a
compra de máquinas e equipamentos para a classificação e embalagem de frutas.
O memorando, assinado pela secretária de Desenvolvimento Econômico, Dorothea
Werneck, pelo secretário adjunto de Agricultura, Paulo Afonso Romano, e pelo
representante chefe da Jica para o Brasil, Katsuhiko Haga, inclui a implantação de um
sistema de informação de mercado a ser desenvolvido e disponibilizado aos produtores
locais para melhorar as condições de negociação de frutas, bem como a capacitação
para planejamento de marketing. Além disso, está previsto também o controle de
qualidade através da melhoria na infraestrutura de armazenagem (câmaras frias e túnel
de resfriamento), a doação de máquina de seleção e classificação de frutas, bem como
treinamento e certificação.
Dorothea Werneck agradeceu aos japoneses pelo trabalho conjunto, lembrando que “a
parceria entre os governos de Minas Gerais e do Japão tem resultados positivos.
Especificamente neste momento queremos melhorar os gargalos na comercialização da
produção do Jaíba e por isto firmamos este acordo com a Jica, que vem se somar ao
entusiasmo dos agricultores locais que querem desenvolver o grande potencial agrícola
da região”, disse ela.
Já o representante chefe da Jica, Katsuhiko Haga lembrou que a agência de
cooperação já realizou importantes projetos na área da agricultura no Brasil. “Apesar de
este projeto ter tido uma boa avaliação, sabemos que na área agrícola nunca podemos
parar e nos dar por satisfeitos. A demanda por alimentos é sempre crescente e os
consumidores cada dia mais exigentes, assim há sempre a necessidade de adaptação
dos agricultores ao mercado”, destacou.
Katsuhiko Haga enfatizou que a Jica quer muito que a região do Jaíba se desenvolva
de modo a se transformar em uma referência nacional da agricultura irrigada. Um dos
nossos desejos é que a região tenha sua marca própria e que se torne conhecida como
“Produtos de Jaíba”.
A assinatura do memorando foi precedida por um diagnóstico apresentado aos técnicos
da Jica, em 2010, pela Central Exportaminas, órgão vinculado à SEDE. O trabalho, que
conta também com o cenário futuro (até 2025) da produção e exportação de frutas da
região, faz parte do Projeto Perecíveis, que foi financiado pelo Banco Mundial (Bird).
Em julho deste ano, o governador Antônio Anastasia e a secretária Dorothéa Werneck
estiveram no Japão e se reuniram com autoridades da Jica para discutir o assunto. No
mês passado, foi a vez de uma equipe da Jica se reunir com o Governo de Minas, em
Belo Horizonte, para detalhar a implementação dos recursos para a contratação de
serviços e a aquisição de equipamentos para a região do Jaíba.
FAEMG faz reivindicações ao ministério da agricultura – Portal do
Agronegócio
O ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Carlos Vaz, fez visita
à FAEMG
O ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Carlos Vaz, fez visita
à FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais),
acompanhado do chefe de gabinete, Aluízio Davis Neto, e da superintendente regional
da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Cleide Edvirges Santos Laia.
A diretoria da FAEMG apresentou as demandas do agronegócio mineiro, dentre elas a
regulamentação especial para os produtores de queijo artesanal, a simplificação do
Sisbov (Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalino), novos
instrumentos para a comercialização do café e alocação de crédito rural.
A FAEMG também abordou o excessivo rigor das legislações trabalhista e ambiental,
que oneram pesadamente o produtor rural, prejudicando a competitividade do produto
brasileiro no mercado externo.
Redução da oferta de café força alta – Diário do Comércio
Em algumas regiões produtoras do país, como no Sul de Minas, vendedores estão mais
capitalizados.
MICHELLE VALVERDE.
A redução da oferta de café, tanto no mercado interno como no externo, tem
contribuído para a manutenção dos preços em patamares lucrativos em Minas Gerais.
De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(Cepea), na parcial entre 31 de outubro e 17 de novembro foi registrada variação
positiva de até 7% nos valores pagos pela saca de 60 quilos nas principais regiões
produtoras do Estado.
Ainda segundo os pesquisadores do Cepea, na região do Cerrado mineiro a saca de 60
quilos do produto, que estava valendo R$ 480,69 no dia 31 de outubro, encerrou cotada
a R$ 506,01 em 17 de novembro, o que representa uma evolução de 5,3% na parcial
deste mês.
No mesmo período, a alta também foi observada no Sul de Minas, que é o principal
polo produtor do Estado, respondendo por cerca de 40% da produção total. Na região,
a saca do grão antes avaliada em R$ 463,92 e passou para R$ 496,71, incremento de
7% na parcial de novembro.
De acordo com o Cepea, em algumas regiões produtoras do país, como o Sul de Minas
Gerais, vendedores estão mais capitalizados e apostam em preços maiores e, por isso,
mantêm-se retraídos à espera de cotações mais elevadas.
De acordo com o Cepea, em outubro as cotações internacionais recuaram
expressivamente em alguns dias do mês. A variação se deveu, principalmente, às
oscilações de mercado causadas pelas crises financeiras na Europa e nos Estados
Unidos. No mercado interno, o preço também recuou e não teve forças para se
recuperar nos dias em que houve avanço externo. Assim, as negociações continuaram
lentas no mercado físico brasileiro.
Nesse cenário, o Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 bebida dura para melhor,
posto na capital paulista, teve média de R$ 490,45 por saca de 60 quilos em outubro,
recuo de 4,1% em relação à de setembro.
Comercialização - No mercado internacional, as cotações de arábica na Bolsa de Nova
York (ICE Futures) caíram durante a maior parte de outubro, acompanhando o cenário
mundial instável. O contrato com vencimento em dezembro fechou o dia 31 daquele
mês a 226,95 centavos de dólar por libra-peso, queda de 1,7% em relação ao dia 3.
Segundo o Boletim Cepea - Café Arábica, a comercialização da safra 2011/12 esteve,
em termos percentuais, um pouco mais adiantada até o final de outubro em
comparação com o mesmo período do ano passado em boa parte das regiões
produtoras consultadas pelo Cepea.
O bom ritmo deve-se a vários fatores. Um deles é que a safra atual é menor que a
anterior; outro é que os preços estão relativamente atrativos ao produtor desde o início
da safra e, ainda, a demanda, que se mantém firme, uma vez que os estoques
internacionais estão baixos.
Segundo dados da COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB), a
temporada atual (arábica e robusta) está 10,3% inferior à passada, com a colheita
estimada em 43,2 milhões de sacas de 60 quilos no país. Assim, apesar de a
percentagem de comercialização ser superior à do ano passado em algumas regiões,
em números absolutos a quantidade de GRÃOS já comercializada seria menor na safra
atual.
Colaboradores do Cepea comentam, no entanto, que o volume de sacas
comercializadas poderia ser mais próximo do verificado na safra 2010/11 se alguns
vendedores não se mantivessem retraídos, apostando em preços maiores.
Faemg - Segundo o coordenador da assessoria técnica da Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Pierre Santos Vilela, os preços atuais
pagos pela saca do produto estão em média 38% superiores que os valores praticados
em igual período do ano passado, o que foi suficiente para capitalizar os cafeicultores.
A expectativa, segundo Vilela, é que os preços se mantenham no patamar atual até
pelo menos o início da próxima safra. A estimativa é que a safra do próximo ano em
Minas Gerais fique pelo menos 15% superior, isso devido ao ano de bianualidade
positiva e ao maior investimento nos cuidados com os cafezais.
"A tendência para o próximo ano é de que o grão continue valorizado devido aos
estoques ainda baixos, porém não teremos altas tão significativas como as observadas
neste ano devido à maior oferta do grão. A sustentação dos preços também dependerá
dos rumos da economia mundial, principalmente devido à crise global", disse Vilela.
Paraguai vai rever sistema de vacinação após foco de aftosa – Agência
Estado
O Paraguai vai rever seu sistema de vacinação contra a febre aftosa. De acordo com o
Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal do Paraguai (Senacsa), o foco da
doença registrado em setembro no distrito de San Pedro, região Central do país,
ocorreu em função de uma falha na imunização de bovinos. Uma vacinação estratégica
será realizada no distrito de 21 de novembro a 21 de dezembro.
- Foi constatado que houve uma ruptura de imunidade, o que causou o surto de febre
aftosa. Por esta razão, o serviço nacional procederá com uma revisão da vacinação
total do sistema - afirmou o presidente do Senacsa, Daniel Lopez Rojas.
O objetivo da medida a ser implantada pelas autoridades veterinárias é fortalecer o
sistema de vacinação dos animais, aumentando as fiscalizações no manuseio da
vacina e da brigada de vacinação estabelecida pelos pequenos produtores.
Segundo Rojas, a vacinação do rebanho é uma responsabilidade partilhada pelos
órgãos públicos com o setor privado.
- O proprietário do estabelecimento é obrigado a vacinar seu gado. A Comissão de
Saúde Animal é responsável pela auditoria e o Senacsa, por meio de unidades zonais
distribuídas em todo o país, supervisiona a vacinação de animais para a eficácia da
imunização - explicou.
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