Resenha palestra Prof. Delfim Netto maio/09

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RESENHA DE PALESTRA – PROF. ANTONIO DELFIM NETTO
Anotações feitas pelo Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida
A palestra foi em Maringá – PR no dia 15-04-2009 nas comemorações dos 56
anos da ACIM Associação Comercial de Maringá - 1953-2009. O local da
palestra foi o Teatro Marista, lotado.
O Professor Delfim Netto é Professor Emérito da USP e tem vasto currículo,
incluindo várias participações como Ministro de Estado. Formado em Economia
pela USP, se doutorou no ramo em 198l. É um verdadeiro guru de economia no
Brasil.
Tema da palestra: Conjuntura Econômica Atual
(eu não gravo as palestras; anoto a essência num caderninho e depois reabro o
assunto da forma que entendi, realçando o que achei de mais destaque)
Ao abrir a palestra o Professor Delfim já iniciou com uma irreverência: Tenho uma boa notícia para todos. O Mundo não vai terminar...
Sobre o Capitalismo
... é de sua natureza... o aumento da desigualdade entre as pessoas e entre as
regiões;
... a flutuação da produção e do emprego;
Ano de 1750 - até então a economia mundial girava de uma forma que a
produção de alimentos era baixa e a população crescia num ritmo lento. De 1750
em diante, progressos tecnológicos, mais tecnologia, mais produção, mais
alimento, mais renda, cresce o PIB per capita.
Ano de 1500 - expansão geográfica da humanidade. As grandes navegações.
Por volta de 1650 – proteção às patentes;
Por volta de 1750 – seleção de animais; mais produtividade;
1780 – época da Independência dos USA. Época de Adam Smith
1780 – época do motor a vapor – impulso na navegação, na produção em
massa, etc.
1800 – introdução do arado de ferro – produtividade; uso do aço em escala...
Taxa de crescimento entre 1790 e 2006, tomando 1790 como índice 100.
Crescimento médio anual de 1,82%. (Brasil) entre 1790 e 2006.
PIB per capital real dos USA passa nesse período de 100 dolares para 5.100
dolares.
As recessões ocorrem na economia mundial, mas o período de retomada após
elas tem sido mais curto.
O papel mais importante do Estado é diminuir a desigualdade entre todos.
Economia de Mercado X Estado
Estado - > para garantir a existência dos mercados;
 Para corrigir os defeitos do mercado;
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 Para criar o Estado Indutor
Nesse formato, a “urna”, o voto livre entra para corrigir rumos de tudo
isso.
Ele diz que o Estado é fundamental para nortear o crescimento. Não o
Estado “produtor”, mas o Estado Indutor.
A moeda é uma instituição baseada na confiança.
Ele mostrou uma série de gráficos, claro que todos protegidos por direito
autoral, como tudo o mais.
Sua empresa: Idéias Consultoria.
O sistema está dependurado na Confiança.
Pessoas – mão de obra; Empresas – geram produção; Elo no meio –
Sistema Financeiro.
Ele disse que a Crise da sub prime americana foi um grande “171” aplicado
nos crédulos. Disse que há Assimetria na informação sobre Mercado. O
devedor sabe mais de si do que o credor. O credor, na crise de confiança, corta
o crédito. A crise da sub prime estourou em 16-09-2008 nos USA.
Pelo estudo das recessões anteriores, infere-se que a recessão atual pode durar
até maio de 2010, quando seria “zerada”. Diante do quadro, o que fazer?
1 – restabelecer o crédito interbancário;
2 – O sistema produtivo não pode ficar refém da intermediação financeira.
Perspectivas para o Brasil. O petróleo do Pré Sal está estimado em 80
bilhões de barris pelo menos. Nos garantem um bom futuro. O que nos
colocou em saia justa nas décadas passadas foi a crise energética de 1973-1976,
quando a OPEP elevou o preço do petróleo de forma acentuada e reduziu a
produção. A outra crise que o Brasil experimentou foi na década de 80, por falta
de crédito externo. Ele lembrou que no cenário do País explorando o petróleo
do pré sal não teremos mais risco de crise energética, nem de falta de liquidez.
Então é céu de brigadeiro, desde que o País seja governado de forma regular para
cima.
Disse que na crise atual, o BACEN agiu no rumo certo, mas em velocidade
lenta demais e na dimensão homeopática. O Brasil teria errado em apoiar mais
os bancos grandes em relação aos pequenos, o que geraria desconfiança do povo
nos bancos pequenos e estes tenderiam a ter dificuldade de captar recursos no
mercado. Também o governo teria apoiado mais os bancos oficiais em
detrimento dos bancos privados, o que também ele entende que geraria alguma
incerteza no mercado (que vive de confiança).
Mostrou uma série de previsões de crescimento da Economia mundial feitas
por grandes bancos internacionais. Acha que algumas são muito pessimistas.
Fala-se em crescimento negativo (recessão) de -3,7% no ano para a economia
global; fala-se em crescimento de +0,5% no ano para países emergentes. Ele
mostrou projeções do PIB feitas pelo IBGE.
Ele deu a seguinte opinião sobre o valor das previsões em geral, no caso:
“Valem rigorosamente nada...”
Quem faz o crescimento é o setor privado. Está em boas mãos no Brasil.
Ele disse que na parte cambial o Brasil já “rendeu” neste ano um ganho de
aproximadamente 27%.
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O BNDES fez um levantamento dos pedidos de crédito represados durante a
crise e viu que não diminuiu a demanda por crédito nos setores de infraestrutura.
O que diminuiu foi a demanda dos demais setores da nossa economia.
O panorama não é tão feio. É menos do que pintavam...
Mostrou um gráfico (deve estar disponível no site da empresa dele) no qual o
Brasil tende a um crescimento negativo num trimestre e na projeção que ele tem,
o crescimento “negativo” deve ser zerado em seis a dez meses a partir do início
do negativo.
Isto foi o que consegui captar, da forma que pude entender e espero que o
conteúdo seja útil àqueles que gostam da economia e não conseguiram ter o
privilégio de assistir a fala do Professor Delfim ao vivo.
[email protected]
cel. (44) 99829818
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