VI Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas – “VI Abrapcorp 2012 – Comunicação, Discurso, Organizações” São Luiz/MA – 26 a 28 de abril de 2012 Espaço de Iniciação Científica - EIC Abrangência e Limites de Interação e Relacionamento entre Participantes de uma Organização Não-Governamental Resumo O estudo contido neste artigo é proveniente dos resultados de um projeto de pesquisa cadastrado no CNPq que teve como principal objetivo relacionar as práticas cotidianas de uma organização governamental ONG, ao modo pelo qual as diversas formas de interação influenciam os relacionamentos. Os dados foram levantados por meio da metodologia da entrevista em profundidade. A análise permite afirmar que há uma direta correlação entre o entendimento de cada membro da equipe sobre a finalidade do trabalho a realizar e a ausência de rigidez hierárquica. Pode-se concluir que apesar de privilegiar a interação quando dispõe de recursos como diálogo e linguagem, aquela não é suficiente para determinar o processo de compartilhamento: quanto maior a experiência de relacionamento, mais complexo é o entendimento sobre a interação. Palavras-chave Comunicação; Interação; Linguagem; Relacionamento. Introdução Organizações capacitam-se continuamente para a gestão de pessoas e suas relações. Para Davel e Vergara (2009, p. 307) a administração é uma atividade relacional que envolve múltiplas realidades, o que torna o espaço organizacional “uma teia ou uma rede de relações”. Gestão de relacionamento baseia-se na ideia Grunig de comunicação bidirecional simétrica, sendo que para Bruning (2002) deve-se reconhecer que os públicos de uma organização são ativos, interativos e participantes de um processo contínuo de comunicação. Cutlip, Center e Broom (2006) observam que o relacionamento em si afeta muito o processo de comunicação. Comunicação é um processo de se relacionar (CONDIT, 2006). Adota-se, no presente trabalho, a visão defendida por Alex Primo (2005), na qual o processo de interação não deve ser visto como uma característica do meio do qual emerge, mas sim como um processo desenvolvido entre os interagentes. A interação, aqui discutida, é a que possibilita a construção de relacionamentos, o que necessariamente engloba a participação ativa dos envolvidos (interagentes). Nesse sentido, o ambiente não é capaz, por si só, de possibilitar que a interação existente se 1 VI Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas – “VI Abrapcorp 2012 – Comunicação, Discurso, Organizações” São Luiz/MA – 26 a 28 de abril de 2012 Espaço de Iniciação Científica - EIC estenda a outros tipos de relações mais intensas, por meio da interação, a laços de relacionamentos, afetivos ou não. A pergunta de problema que se configura para a investigação é: Que fatores podem ser relacionados a iniciativa individual e participação, na ação de uma equipe multidisciplinar e que peculiaridades de uma ONG em relação a organizações privadas influenciam as possibilidades de construção de relacionamento entre os indivíduos em âmbito organizacional? Adotam-se dois pressupostos para orientar a busca de resposta: A comunicação vai além do simples ato de transmissão, podendo relacionarse a construção e a negociação de significados. As práticas cotidianas da ONG analisada passam por processos sociais que ocorrem num determinado contexto e a dependência que tem dos relacionamentos, promove uma comunicação de grande potencial de possibilitar meios para que os indivíduos, ao compartilharem significados, percepções, opiniões e até mesmo diferenças, interajam em qualquer outro ambiente organizacional. Ao voltar a atenção para as relações que as pessoas desenvolvem, pode-se desvendar a pluralidade e heterogeneidade de linguagens, espaços e práticas que as governam no dia-a-dia organizacional (ROSE, 1996). A análise aqui realizada se particulariza por tratar de uma organização do terceiro setor – a ONG MAE – Meio Ambiente Equilibrado, na qual as relações entre os indivíduos deixam de ser pautadas, muitas vezes, por questões econômicas ou relacionadas à rigidez de hierarquias. O principal objetivo é compreender como a interação sugestiona a necessidade da criação e do desenvolvimento de relacionamentos em uma organização não governamental (ONG), levando-se em conta suas especificidades, uma vez que no interagir culturas são convulsionadas. A metodologia de coleta foi a de entrevistas em profundidade por sua adequação a um levantamento de natureza qualitativa. O método adotado é o estudo de caso. A Interação como Processo Comunicacional Mais do que informar públicos a respeito de suas políticas, ações e valores no sentido de estabelecer um diálogo (NASSAR, 2008) uma organização necessita relacionar-se. Define-se relacionamento como um processo de interação 2 VI Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas – “VI Abrapcorp 2012 – Comunicação, Discurso, Organizações” São Luiz/MA – 26 a 28 de abril de 2012 Espaço de Iniciação Científica - EIC interdependente entre duas ou mais pessoas, procurando entender quais implicações o comportamento de um indivíduo tem para a conexão continua como outro indivíduo ou grupo de pessoas, pois cada pessoa depende da outra para alcançar os resultados desejados (MORREALE ET AL., 2007). Esse processo colabora na formação do ato comunicativo que segundo Oliveira (2009, p. 60) “é um espaço de negociação, um lugar de exposição e discussão de interesses, divergentes e demandas diferentes, que utilizam a argumentação para buscar pontos comuns de entendimento.” Para Wood (2000, p. 153, tradução nossa), “a interação está no coração dos relacionamentos, pelo fato de que é por via da comunicação que as pessoas aprendem uma sobre as outras e ganham discernimento sobre valores, crenças e tudo o que possuem em comum.” Ainda para a autora, a comunicação cria compreensão sobre relacionamentos, e a linguagem que usamos para designar interações e eventos reflete e dá forma a nossas percepções de nós mesmos, dos outros e dos relacionamentos (WOOD, 2000). De acordo com Fisher (1987), a comunicação passa a ser entendida, nesse contexto, como o relacionamento que os indivíduos criam por meio da interação. Primo (2005) evidencia que a comunicação tem potencial de configurar-se como o elo, o “entre” na relação que os indivíduos instituem nos processos interacionais. Dessa forma, o processo de interação pode, também, ser compreendido como o intercâmbio existente entre dois ou mais interagentes (PRIMO, 2005), seres vivos ou não. No contexto de relacionamentos revelam-se duas formas de interação (PRIMO, 2005). A primeira, interação mútua, é caracterizada por relações interdependentes, em que existe a possibilidade de criação de um relacionamento (como extensão da própria interação entre dois seres) em meio a um processo de negociação que exige a participação ativa de todos os envolvidos. Esse processo é marcado pela modificação que se observa nos interagentes, pois, ao interagirem, os indivíduos influenciam o comportamento um do outro. A interação reativa, não menos importante, designa um processo mais restrito, condenado a ação e reação e limitado a relações momentâneas de estímulo e resposta que produz, independentemente da quantidade de vezes em que for realizada, o mesmo efeito. A participação e o envolvimento dos indivíduos tornam-se essenciais, à medida que estes, por meio da iniciativa individual, engajam-se em um processo de troca e compartilhamento (PRIMO, 2005), fazendo-se parte dele e parte, também, da própria interação instituída. Para Bakhtin (apud BARGE e LITTLE, 2002, p. 383) “à medida em que estamos engajados em comunicação com outros, estamos engajados em um 3 VI Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas – “VI Abrapcorp 2012 – Comunicação, Discurso, Organizações” São Luiz/MA – 26 a 28 de abril de 2012 Espaço de Iniciação Científica - EIC processo dialógico que continuamente molda e remodela o próprio ser e o outro”. A negociação de sentidos se ilustra a partir da fala de um informante da pesquisa, constante dos dados levantados e explicitados mais amplamente adiante: “- Aqui tem advogado, biólogo, jornalista, têm questões que dependem de todas essas áreas, como que as pessoas não vão interagir? É essencial, resolver tudo junto, eu contribuo com a minha área, você com a sua e resolvemos um problema.” (Fonte: dados da pesquisa) A conversação vista como um processo de interação que se realiza pelo diálogo pode ser considerada um processo de transformação por estar sempre seguida de ação, uma vez que, “em razão de sua competência de análise, de interpretação e de conversação, os atores são sempre os produtores do texto organizacional” (GRAMACCIA, 2001, p.18). É a partir dessa perspectiva que a linguagem pode ser considerada como “inter-ação”, ação social que deixa de ser apenas um ato de dizer e de querer dizer, transformando-se em um ato social pelo qual os indivíduos podem interagir (KOCH, 1997). A conversação, portanto, deve fazer parte de toda prática comunicacional das organizações no sentido de integrar os processos cotidianos em uma ação compartilhada de interação, capaz de envolver os indivíduos e estimulá-los a participar. Metodologia O estudo de caso ao privilegiar a “descrição do fenômeno estudado, busca encontrar padrões nos dados e desenvolver categorias conceituais que possibilitem ilustrar, confirmar ou opor-se às suposições teóricas” (GODOY, 2010, p.124). Yin (2001) ao considerar o estudo de caso como uma investigação empírica alerta para o fato de se investigar um determinado fenômeno contemporâneo em um contexto de vida real, “especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos” (YIN, 2001, p.32). Os dados foram coletados por meio de entrevista em profundidade com roteiro semiestruturado, conduzidas pela equipe de pesquisadores na própria sede da organização. O número de entrevistados totalizou 14 e contemplou diferentes níveis hierárquicos, envolvendo todo o conjunto de participantes da ONG MAE (9 homens e 5 mulheres). O procedimento permitiu considerar as manifestações dos informantes por meio de uma análise interpretativa. De acordo com Ludke e André (1986), esta abordagem é caracterizada pelo contato direto dos pesquisadores com a situação que se 4 VI Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas – “VI Abrapcorp 2012 – Comunicação, Discurso, Organizações” São Luiz/MA – 26 a 28 de abril de 2012 Espaço de Iniciação Científica - EIC pretende observar, sendo esta uma etapa predominantemente descritiva. As mencionadas entrevistas foram realizadas entre julho a outubro de 2011. Salienta-se que as entrevistas foram gravadas, transcritas e posteriormente verificadas para análise e discussão do conteúdo. Contextualização do Campo Amostral A ONG MAE cuida de questões ambientais, estudando-as em seus impactos. Fundada há dez anos por voluntários e estagiários do Ministério Público do Meio Ambiente, atua de forma intensa na cidade de Londrina-PR no sentido de despertar o interesse da população e apoio no oferecimento de denúncias junto aos órgãos públicos. Seu corpo funcional integra 14 indivíduos, entre diretores e estagiários de áreas diversificadas e complementares. Compõe-se de uma equipe multidisciplinar que, por seu histórico de inúmeros enfrentamentos, tornou-se referência regional em questões urbano-ambientais. Os membros não possuem horário nem demanda fixa de trabalho. A comunicação é um processo baseado inicialmente na transmissão de mensagens e informações, sendo o envolvimento da comunidade e a parceria em projetos, seus principais pontos de atuação. Nos processos de interação, a MAE apresenta-se com grande potencial não apenas por se configurar como uma organização do terceiro setor, mas principalmente pelo nível de participação de seus membros, que nas reuniões de trabalho discutem e tomam decisões coletivas O próprio trabalho realizado tem como característica a busca pela interação entre todos os agentes envolvidos na questão ambiental: poder público, comunidade, parceiros e empresas privadas. O conhecimento jurídico, científico e documental registrado ao longo do tempo e a constante participação de seus membros em conferências locais, regionais, nacionais e internacionais –, com ações que vão desde publicação de artigos e trabalhos científicos à execução de idéias baseadas em conceitos globais –, fazem da ONG MAE uma fonte para estudo e análise. A Interação na Organização Não-Governamental MAE As organizações por serem constituídas de pessoas não podem prescindir de comunicação (KUNSCH, 2009), sejam nos seus relacionamentos internos ou externos. As pessoas devem ser vistas como atores sociais “criadores e estimuladores dos diferentes processos de interação e de comunicação” (BULGACOV e MARCHIORI, 5 VI Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas – “VI Abrapcorp 2012 – Comunicação, Discurso, Organizações” São Luiz/MA – 26 a 28 de abril de 2012 Espaço de Iniciação Científica - EIC 2010, p.152). Em relação à organização do terceiro setor analisada, pode-se perceber que sua própria finalidade constitui-se como fator que propicia interações entre seus membros. A necessidade de relações humanas, principalmente partindo do pressuposto de que uma ONG não existe sozinha, sem a participação e esforço das pessoas na captação de recursos para sua sobrevivência, aponta diversos aspectos que devem ser observados no sentido de compreender suas práticas cotidianas. Devido às necessidades da vida cotidiana e das atividades realizadas em âmbito organizacional, a comunicação é um aspecto inerente ao ser humano, à convivência em sistemas sociais e à própria natureza das organizações (KUNSCH, 2008). Disso decorre que existe em certo limite, uma interação obrigatória que atinge a todos os indivíduos, sem exceção. Os humanos, no entanto, possuem autonomia no pensar e agir. A interação, nesse contexto, acaba por depender da iniciativa individual no “querer interagir”, A seguinte fala de um dos informantes ilustra esse aspecto:- Eu acredito que a nossa comunicação privilegia sim a interação, aqui comunicação é interação, ela envolve as pessoas, faz eles refletirem, mudarem pensamentos, conceitos, posturas. A comunicação não é só passar recados, a gente passa ideias, passa reflexões, isso que é muito importante e causa uma interação, nos obriga a interagir, necessitamos um do outro aqui dentro, porque cada um desempenha um papel diferente e fundamental para que a ONG vá pra frente. (Fonte: dados da pesquisa). Trata-se de uma preocupação que as organizações não devem perder, principalmente levando-se em consideração que comunicar não significa puramente interagir. A relação entre comunicação e interação se manifesta de diferentes formas na ONG MAE, conforme expressa este outro participante: - A comunicação praticada aqui privilegia muito a interação, totalmente. Aqui tudo é interação, tudo vem da comunicação entre a gente. Até as conversas são importantes, são essenciais para o nosso trabalho, nossas ações. A gente tá conectado o tempo todo. (Fonte: dados da pesquisa). O que se pode depreender dessas percepções é que na organização em estudo a comunicação atua de duas formas: na simples transmissão de mensagens e informações, que ocorre de maneira a restringir a participação ativa de todos os indivíduos e no compartilhamento e negociação de mensagens e informações, quando os indivíduos por meio de suas atitudes, falas, participação, promovem o diálogo e crescem com a experiência. No segundo caso, as mensagens não são impostas ou apenas repassadas, são geradas e discutidas pelos indivíduos de forma a possibilitar reflexão e mudança de 6 VI Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas – “VI Abrapcorp 2012 – Comunicação, Discurso, Organizações” São Luiz/MA – 26 a 28 de abril de 2012 Espaço de Iniciação Científica - EIC conceitos, de opiniões e de pensamentos (características da interação mútua, em que os indivíduos se transformam, crescem e evoluem em termos de ideias e comportamentos). Compreende-se, também que a comunicação existente na ONG MAE, apesar de se configurar inicialmente como transmissora, transcende para a interacional nos processos em que as equipes se reúnem, discutem questões e tomam decisões coletivas, o que propicia a interação entre os indivíduos de forma a envolvê-los num processo quase ‘obrigatório’. Percebe-se ainda nessa perspectiva que existe a necessidade de envolvimento dos indivíduos na interação, ressurgindo o aspecto do “querer interagir” de cada um e, portanto, interação tida como um processo múltiplo interligado ao meio, ao próprio processo de comunicação e à vontade individual. Outra fala de informante assim se pronuncia: “- Então, o que foi interessante é justamente que apesar de ter uma certa hierarquia, no caso, uma hierarquia com as atribuições (presidente e vice-presidente), as decisões são sempre discutidas coletivamente. E, na verdade, eu até penso no caso dessas hierarquias, é mais pela experiência das pessoas que estão ocupando essas funções do que necessariamente uma apropriação ali do espaço.” (Fonte: dados da pesquisa). A principal característica do meio, citada nos relatos como importante aspecto na discussão acerca da temática de interação, é portanto a ausência de estruturas e hierarquias rígidas e inflexíveis. Vale frisar que na ONG analisada nota-se a presença de certa hierarquia pautada por cargos específicos, porém, como os próprios membros relataram, a hierarquia está mais relacionada a uma nomeação necessária às questões burocráticas e não ao aspecto decisório ou centralizador, comumente estabelecido em organizações mais hierarquizadas. Observe-se o que vai ressaltado nesta expressão: “Outra coisa são as relações de confiança que a gente cria aqui dentro, ouso dizer que aqui na ONG não existe a ideia de hierarquia, exceto situações burocráticas, em que uma pessoa ficou responsável por organizar determinado assunto.” (Fonte: dados da pesquisa). Observa-se que em todas as atividades e funções existe respeito em relação a metas e prazos preestabelecidos, mesmo sem uma hierarquia rígida, podendo ressaltar a importância das relações nesse processo. A expressão do informante a seguir, fornece uma visão singular do ambiente na ONG quanto a esse aspecto: “Acho que isso é um diferencial de sermos uma organização do terceiro setor, com certeza. Nas organizações privadas, que são mais compartimentalizadas, tem a questão da 7 VI Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas – “VI Abrapcorp 2012 – Comunicação, Discurso, Organizações” São Luiz/MA – 26 a 28 de abril de 2012 Espaço de Iniciação Científica - EIC hierarquia que ela é respeitada. Os departamentos, em tese, eles têm que trabalhar em conjunto para que a grande engrenagem funcione, vá para frente e gere dinheiro, mas assim a interação acaba sendo muito mais reativa, porque eles dependem disso para continuar na empresa, receber salário, crescer hierarquicamente. Aqui a gente trabalha muito, temos muitas atividades, mas cada um desempenha suas atividades do jeito que preferir, no seu tempo, seguindo os prazos.” (Fonte: dados da pesquisa). A análise leva a crer que quando existe uma questão de escolha (em que se pode ou não registrar comprometimento do indivíduo com a causa), o simples fato de o indivíduo escolher se comprometer o coloca em uma situação de total envolvimento, mesmo em ausência de hierarquia rígida (aqui relacionada aos indivíduos serem submetidos a cargos de chefia que os cobrem e pressionem, independentemente da intensidade desses fatores). “- Eu acredito que a primeira parte é, por estarem dentro de uma organização na qual a gente não vive hierarquia, não tem isso como a base das relações, dos relacionamentos, acredito que a relação de amistosa, principalmente na questão de ajuda profissional, seja a base dos princípios de interação entre as pessoas, e a boa convivência.” (Fonte: dados da pesquisa). É como se o simples ato de escolher proporcionasse mais responsabilidade ao sujeito que se compromete com a ação. A escolha se torna, então, suficiente para gerar uma espécie de senso de valor, de honra e de comprometimento no indivíduo, que passa a não depender mais de hierarquias e estruturas rígidas para que cumpra seu papel. Dessa forma, ambientes mais flexíveis e abertos às informações tendem a estimular práticas interacionais, bem como a participação espontânea dos indivíduos, tendo em vista que a comunicação acaba por nutrir os relacionamentos que se constroem no cotidiano da organização. Quando se pensa em relacionamentos aparentemente há o crescimento da confidencia individual na medida em que um indivíduo entende o outro, além da compreensão de como um relacionamento acontece (Berger e Calabrese, 1975; Parks e Adelman, 1983; Surra e Bohman, 1991, apud Wood, 2000). “Então, como eu te falei aqui é bem aberto assim. Eu acho que você mesma veio aqui um belo dia, falou comigo ou com outra pessoa e acho que você teve o acesso diretamente por intermédio dessas pessoas que não vão ficar defendendo, tipo “tem que falar com o presidente, tem que falar com não sei quem” e a gente já pode articular as coisas para facilitar.” (Fonte: dados da pesquisa). O estímulo à participação e à interação pode ser observado pela forma em que os processos são percebidos pelos membros da ONG e pelo esforço desses em transformá8 VI Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas – “VI Abrapcorp 2012 – Comunicação, Discurso, Organizações” São Luiz/MA – 26 a 28 de abril de 2012 Espaço de Iniciação Científica - EIC la em um ambiente interativo, como revela este outro relato: “- As oportunidades que a gente tem buscado criar, inclusive mais internamente pra que as pessoas se conheçam porque muita gente vem as vezes só numa parte do semestre o resto não, ai tem um envolvimento tão pequeno aqui na ONG, que as vezes a pessoa tá há dois, três anos aqui fazendo parte de um grupo específico de estudos e ela me pergunta algo extremamente banal, (...) e aí você fala: Pô, esse cara não tem a exata noção do que a gente é e faz, apesar do tempo!” (Fonte: dados da pesquisa). Nesse contexto, a presença de uma iniciativa individual do sujeito em agir espontaneamente pode ser considerada como um fator de extrema influência para o processo de interação. O “querer interagir” é o princípio básico para que a interação não se restrinja a uma simples ação momentânea de estímulo e resposta, condenada à transmissão. O ambiente naturalmente interativo identificado na ONG é condição indispensável para que a interação flua como um processo capaz de atingir e envolver a todos por meio da iniciativa e vontade individual, constantemente estimulada nas práticas cotidianas organizacionais: “- Esperamos que eles sejam proativos e estimulamos essa proatividade, aqui é assim, você tem uma ideia você é pai dela, você cuida, entendeu? Se você acha, você cuida e você resolve (...) quando se refere ao movimento de ação da ONG, sempre a proatividade, que é a pessoa ter iniciativa, sempre.” (Fonte: dados da pesquisa). A interação, num contexto mais amplo, depende da vontade individual, ou seja, é necessário que o indivíduo se permita envolver e queira agir continuamente, ter atitude nos processos interacionais, estando disposto, portanto, a se ‘alimentar’ da interação ao mesmo tempo em que a ‘alimenta’ com suas contribuições. Observa-se, também, a importância do estímulo por parte da organização no que diz respeito a fazer com que os indivíduos despertem sua iniciativa individual, animando-se também para a transformação da realidade social em que estão inseridos e passem a agir, nesse processo constante, como atores sociais. “- Eu acredito que dependa das pessoas mesmo, de cada um. Por exemplo, acredito que qualquer interação só pode ser realizada se os envolvidos querem interagir ou de fato necessitem disso. Aqui dentro tem gente que não interage porque não quer e eu não consigo me aproximar, pode ser timidez ou qualquer coisa, mas acho que depende muito de cada um.” (Fonte: dados da pesquisa) A intervenção das organizações, por meio do estímulo ao processo de interação, pode levar várias consequências positivas aos aspectos comunicacionais, como, por 9 VI Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas – “VI Abrapcorp 2012 – Comunicação, Discurso, Organizações” São Luiz/MA – 26 a 28 de abril de 2012 Espaço de Iniciação Científica - EIC exemplo, a adaptação a mudanças organizacionais. Essas mudanças ocorrem em todas as organizações, seja de pequeno ou grande impacto, no nível estratégico ou operacional, tendo em vista que são caracterizadas como sistemas sociais abertos que se comunicam e se relacionam (NASSAR, 2008), interagindo constantemente com o ambiente em que se situam. “- Pra que as pessoas estejam o maior tempo possível junto e compreendam o que cada um tá fazendo e não só de uma forma assim profissional, de agregar né, to fazendo certa atividade um cara tem um pedaço do conhecimento ele trás pra que isso vire uma terceira coisa, isso é, toda a hora a gente tem que estimular” (Fonte: dados da pesquisa) Conhecer e acompanhar a dinâmica organizacional é uma necessidade premente, uma questão de sobrevivência. (MARCHIORI, 2008), Neste sentido, indivíduos que vivenciam as práticas cotidianas de sua organização por meio da participação ativa nos processos de interação tendem a promover mudanças, uma vez que se encontram em um ambiente interativo mutante em um processo de renovação e reconstrução dos significados, incorporando-os e reincorporando-os também de forma constante. “- Às vezes eu sou até chato de tentar demonstrar que não importa só o que você sabe, importa o que você sabe em relação ao outro, então assim, é, esses espaços de troca de conhecimento que é dentro dos grupos, que é no convívio diário através dos projetos”(Fonte: dados da pesquisa) Essa adaptação às mudanças ou a novos cenários e desafios na qual estão dispostos os membros da ONG propicia, além de uma melhor aceitação frente às mudanças e transformações, um aprendizado capaz de os diferenciar na área em que atuam. Os diferentes profissionais, membros da ONG, interagem constantemente, trocando informações e conhecimentos e, dessa forma, aprendendo com o conhecimento do outro em um movimento contínuo e multidisciplinar. Na ONG MAE, esse movimento é fortalecido pela presença de profissionais de diversas áreas e formações acadêmicas atuando de forma conjunta: “- Aqui não se faz nada sozinho, segmentado. A multidisciplinariedade e a trans são requisitos básicos, um profissional de determinada área, não atua sozinho em um trabalho ambiental, vai sempre depender de outros, por outro lado, o olhar especializado também é muito importante. Um grupo pode demandar outro.” (Fonte: dados da pesquisa). Os relatos indicam a existência de interação entre os próprios conhecimentos, que se renovam, se complementam, se reconstroem, se transformam ao mesmo tempo em que apresentam a multidisciplinariedade como importante estimulador do processo de 10 VI Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas – “VI Abrapcorp 2012 – Comunicação, Discurso, Organizações” São Luiz/MA – 26 a 28 de abril de 2012 Espaço de Iniciação Científica - EIC interação. “- Claro, você vai lá, mas na volta você vem fazer uma exposição aqui pra gente, então toda a hora as pessoas, dentro do próprio conhecimento delas, elas são instigadas a demonstrar o que elas sabem em relação ao outro e fora dele também né” (Fonte: dados da pesquisa). O estímulo nasce da necessidade de resolução de atividades organizacionais e que faz com que diferentes profissionais tenham que desenvolver relacionamentos internos. “Necessariamente, a única forma de fazer as coisas aqui dentro é juntando os pedaços de cada um, um biólogo sozinho não consegue fazer nada, um jornalista sozinho nada, um cara do direito sozinho também nada, um cientista social consegue desenvolver uma mera análise social sem muita conexão, então, tá junto é o que garante essa visão mais integrada.” (Fonte: dados da pesquisa). Ressalta-se que apesar da interação entre os profissionais ser inicialmente reativa, ela não se restringe à momentaneidade e nem é configurada apenas com base na ação e reação, uma vez que o ambiente em que os profissionais estão inseridos é interativo e cercado de estímulos à participação e ao envolvimento. Observa-se, na ONG MAE, que as conversações com os outros, principalmente em função das reuniões de trabalho que são continuamente realizadas com os mais diversos grupos, oferecem ao individuo que se engaja no processo interacional, uma perspectiva de análise sobre sua própria experiência (Harvey, Weber e Orbuch, 1990; Planalp, Rutherford e Honeycutt, 1988 apud Wood, 2000, tradução nossa), o que certamente capacita com maior intensidade às pessoas que vivenciam relacionamentos. Para Greenhalgh (2002) os relacionamentos mais óbvios no ambiente organizacional são aqueles que envolvem pessoas de diferentes papéis na organização. Nesse cenário, a equipe multidisciplinar pode ser entendida como um primeiro passo para a existência de uma interação que flua como um processo capaz de envolver os indivíduos de forma a transformá-los por meio da negociação e da incorporação de significados, possibilitando a construção de relacionamentos. A interação mútua, portanto, é capaz de fazer com que as relações sociais estimuladas entre os indivíduos, inicialmente profissionais, ultrapassem a rotina organizacional diária, podendo alcançar um nível de intensidade e envolvimento capaz de torná-los mais do que colegas de trabalho. Martin (1991, 1992 apud Wood, 2000, p. 137, tradução nossa) demonstrou em suas pesquisas que “maior experiência de relacionamento promove entendimentos mais complexos de interação.” Esse nível intenso de relação, entendido aqui como relacionamento, pode ser considerado na ONG MAE, os quais pautam-se pela liberdade e flexibilidade. Essas 11 VI Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas – “VI Abrapcorp 2012 – Comunicação, Discurso, Organizações” São Luiz/MA – 26 a 28 de abril de 2012 Espaço de Iniciação Científica - EIC relações ressaltam valores fortes e intensos como a confiança, tendo em vista que os indivíduos julgam realmente se conhecerem: “- Acho até que são os relacionamentos que fazem as coisas acontecerem aqui, dependemos disso. Os objetivos da ONG exigem isso, as nossas ações, a nossa própria finalidade. Isso é natural aqui, não precisa formalizar nada, tudo vai acontecendo... Principalmente no fortalecimento da convivência e também dos resultados que a gente alcança.” Pode-se analisar que a proximidade entre os indivíduos é fruto da convivência direta e interativa que possuem e, nesse sentido, o fato de estarem descobertos pela falta de competitividade e ausência de hierarquia rígida os leva a se conhecerem profundamente, despertando o sentimento de confiança, considerado por Greenhalgh como “a dimensão mais importante dos relacionamentos interpessoais” (2002, p.48). “As relações que a gente constrói dentro da ONG acabam nos aproximando de tal forma que não dá pra ficar só no campo profissional.” Para o autor, o sentido mais amplo do sentimento de confiança é uma pessoa ser capaz de zelar pelos interesses de outra, sem a possibilidade de quebra desse laço de lealdade em troca de favores ou da aprovação de outras pessoas (GREENHALGH, 2002). Nessa perspectiva, o relacionamento existente entre os membros da ONG têm por base a confiança. Os relatos revelam um interesse coletivo existente, não havendo interesses individuais diferentes ou conflitantes e não havendo, consequentemente, a possibilidade de um indivíduo não zelar pelo interesse do outro. “- Dá pra afirmar que a ONG é uma família, isso decorre da questão da confiança que a gente deposita em cada um, no momento em que você trabalha com isso, não tem como você se desconectar.” Junto à confiança pode-se analisar, em mesmo grau, o respeito que, de acordo com Greenhalgh (2002), pode ser determinado por dois fatores: a evidência de um sólido sistema de valores e a vontade de agir de acordo com a outra pessoa. O primeiro fator, pessoal de cada indivíduo, está relacionado á integridade, enquanto o segundo relaciona-se ao fato das pessoas se comportarem de acordo com suas convicções e obrigações. Na ONG MAE, apesar de não haver um meio eficaz de análise da integridade de cada indivíduo, evidencia-se esse aspecto por meio das ações coletivas desempenhadas em prol do meio ambiente, dos interesses da população, além do fato de se dedicarem a uma organização por convicções pessoais. Observa-se, na ONG MAE, que a interação vivenciada pelos seus membros propõe por si só a abertura a questionamentos e a desconstrução dos significados gerados nos processos interacionais, o que certamente colabora com a afirmação de 12 VI Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas – “VI Abrapcorp 2012 – Comunicação, Discurso, Organizações” São Luiz/MA – 26 a 28 de abril de 2012 Espaço de Iniciação Científica - EIC Condit (2006, p. 6 tradução nossa) “dentro de cada nível de relacionamento é incorporado outro, de modo similar constituído por um conjunto de interações dinâmicas”. Relacionamentos são tanto sobre presença e ausência, quanto sobre similaridade e diferença (CONDIT, 2006). Nesse contexto, existe uma tendência natural à diversidade, a discussão, ao crescimento dos indivíduos nos processos de negociação, desde que não sejam incoerentes à causa comum pela qual se destinam as práticas da organização. Considerações Finais Esse estudo revela que o processo de comunicação existente é mais do que um meio para interação, configurando-se como a própria interação uma vez que proporciona aos indivíduos se conhecerem, se respeitarem e se aceitarem por meio das interações vivenciadas no cotidiano organizacional. As interações iniciais são consideradas por Wood (2000, p. 137) como a “gênese dos relacionamentos”. Esses fatores, relacionados aos estímulos da própria organização para que seus membros interajam, num processo em que se modificam ao mesmo tempo em que contribuem com a modificação dos outros, acabam por envolvê-los em um vínculo intenso de relações humanas. Relacionamentos devem ser vistos como um processo em continuo desenvolvimento os quais evoluem ao longo do tempo tendo como base as interações de um com o outro ou outros (Wood, 2000). Dessa forma, a comunicação constitui relações (CONDIT, 2006) que continuamente se modificam no ambiente estudado. Na ONG MAE a interação é um processo natural, as pessoas agem no sentido de encorajar a interação sendo esse processo uma pratica comunicacional vivenciada por todos. Assim, a realidade diária dos indivíduos passa a ser socialmente interpretada e construída pelas próprias pessoas em um processo participativo e interativo, fazendo com que a comunicação entre elas, deixe de ser uma ação isolada e passe a fluir por toda a organização, estimulando os indivíduos a “quererem interagir” por meio da iniciativa individual. A ONG MAE privilegia a interação pois estimula os relacionamentos, ao dispor de recursos como o diálogo e a linguagem, entendendo que quanto maior a experiência de relacionamento, mais complexo é o entendimento sobre interação. Portanto compreende-se que a comunicação vai além do simples ato de transmissão, ao relacionar-se a construção e negociação continua de significados. Essas atitudes dos 13 VI Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas – “VI Abrapcorp 2012 – Comunicação, Discurso, Organizações” São Luiz/MA – 26 a 28 de abril de 2012 Espaço de Iniciação Científica - EIC indivíduos na ONG MAE promovem uma comunicação onde ao compartilharem significados, percepções, visões, opiniões e até mesmo diferenças, adquiram em função de suas inúmeras e diversificadas experiências condições para interagirem em qualquer outro ambiente organizacional e principalmente na extensão dos seus inúmeros relacionamentos com os diferentes públicos. Ressalta-se a pluralidade e heterogeneidade de linguagens e práticas que governam o cotidiano da ONG MAE, o que segundo Rose (1996) reforça as relações que as pessoas desenvolvem nos ambientes organizacionais. As conversações levam a um processo de transformação da realidade. Este caso revela que a interação continua e intensa tem a capacidade de mobilizar conhecimento nos indivíduos que aprendem com suas próprias experiências. O mais interessante de se observar é que os processos são contínuos e intensos, com a capacidade de naturalmente unir os indivíduos em múltiplos processos de comunicação, que se renovam a cada experiência que a organização vivencia. São as contribuições individuais que, nos processos de interação, tornam-se presentes e intensamente vivenciadas pelos indivíduos. Referências bibliográficas BARGE, K.; LITTLE, M. Dialogical wisdom, communicative practice, and organizational life. Communication Theory,Vol. 12, 2002, p. 375-397. BRUNING, Stephen D. Relationship building as a retention strategy: linking relationship attitudes and satisfaction evaluation to behavioral outcomes. Public Relations Review, Vol. 28, No. 1, 2002, p. 39-48. CONDIT, Celeste M. Communication as relationality. In: SHEPHERD, Gregory J.; ST. 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