Coleção de Artigos VOLUME 1 O Marketing Jurídico e a Evolução da Advocacia. O mundo que vivemos neste momento não é o mesmo que o de uma hora atrás. Os meios de comunicação, a agilidade de interação entre pessoas, a globalização e demanda crescente de serviços ofertados modificam, a cada momento, os aspectos competitivos do mundo empresarial tornando o mercado extremamente seletivo e implacável com os que se tornaram obsoletos. Um dos reflexos mais visíveis destas mudanças em nossos tempos aparece na área jurídica. A advocacia não mais se encerra na própria função de advogar e agrega agora também a tarefa de buscar diferencial e competividade, aprendendo a administrar modernamente os recursos do escritório através de um planejamento consciente, visando assim a melhor estratégia de marketing e atendimento a clientes usuais e potenciais. É necessário, portanto, que o advogado comece a acreditar em realidades que já são diferenciais para os escritórios de maior destaque e perceba que a saída para acompanhar as rápidas mudanças na cabeça dos clientes, assim como a ampliação de sua participação no mercado, é a profissionalização de sua gestão em moldes empresariais, adaptandose às necessidades de demanda, sem nunca esquecer o foco na ética profissional da atividade. Em resumo: o advogado que não perceber, acompanhar e se antecipar a estas inovações está fadado a viver no passado. É isso que o Marketing Jurídico vem trazer aos escritórios: o entendimento do porquê mudar e antecipar-se ao futuro, como operacionalizar estas mudanças e quais são os benefícios desta renovação consciente. Imagine, apenas a título de exemplo, uma empresa que nos dias atuais não tenha um site com informações atualizadas, reforçando a idéia institucional de empresa solidificada. Apenas esse fato isolado (dentre os muitos a serem analisados) mostra, ao precioso cliente, que esta empresa ou escritório não tem o que praticamente todos os outros tem. Seria o mesmo que comprar um produto com uma embalagem em branco. Você compraria? Este exemplo simplista é apenas para ilustrar o conceito de que o que antes era opcional (no caso o site), acaba tornando-se, rapidamente, essencial para sobrevivência do escritório. tendências evolutivas de mercado. E é exatamente isso que aconteceu com a advocacia. Ela evoluiu. A “nova advocacia” abrange agora novos conceitos até então não assumidos como de competência do direito, mas que certamente fazem agora parte da rotina de qualquer escritório em sincronia com as Esta “reivenção” da advocacia envolve novos parâmetros, tais como: gestão do conhecimento humano, empreendedorismo jurídico, mudança na relação cliente/advogado com serviços mais personalizados, gestão do capital humano, investimento em comunicação integrada e infraestrutura adequada e gestão estratégica planejada, para citar alguns. Todas estas vertentes (e muitas outras) são estudadas e planejadas pelo Marketing Jurídico, fazendo assim com que os advogados e consequentemente seus escritórios e departamentos jurídicos saibam exatamente quais os passos possíveis e necessários a dar em direção da conquista e manutenção de seus clientes. Esta nova percepção dos advogados visualiza que Marketing Jurídico não é mais um palavrão que deve ser evitado e sim uma ferramenta que os auxilia a traçar um objetivo, criar uma estratégia e montar um planejamento para que os resultados de seu trabalho sejam potencializados ao máximo. Acabou-se a era de advogados que confundiam vendas e publicidade com Marketing Jurídico, e que acreditavam que uma agência de publicidade pudesse, sem profissionais focados no assunto, fazer bem o trabalho exigido nesse campo. Porém, fica aqui um aviso. Apesar da era de confusão entre Marketing Jurídico e publicidade ter acabado, ainda existem agências (que muitas vezes se vendem como focadas em marketing para escritórios jurídicos) que tentam implementar uma série de teorias aleatórias de marketing, que em nada refletem a realidade do escritório, sendo ele pequeno, médio ou grande, ou seja, já vêm com modelos implementáveis prontos, sem análise prévia. Afinal de contas, é fácil teorizar sobre marketing, difícil é implementar estas conjugações no dia a dia e rotina do escritório. Qualquer profissional sério de marketing jurídico sabe que, para um diagnóstico preciso da situação de um escritório, é imperativo a análise do mesmo através de filtros de marketing que indicarão qual a percepção do negócio aos olhos do cliente e consequentemente quais são os erros gestacionais cometidos, além de inovações e adaptações que podemos implementar na operação vigente, sempre respeitando os limites colocados pela OAB. Entender onde o escritório está - em termos de marketing - antes de começar a melhorá-lo não é uma simples necessidade, mas uma premissa básica de trabalho. Por fim, como tudo que é importante e interessante deve ter um conceito definido, segue abaixo a definição do nosso valoroso Marketing Jurídico. Se você é um sócio, administrador ou advogado que não gostaria de se tornar obsoleto, leia-o com atenção. Conceito de Marketing Jurídico: "A finalidade básica do marketing é criar e oferecer valor. O Marketing Jurídico, em concreto, é a união entre o advogado e o mercado, ajudando o escritório a orientar melhor seus recursos e esforços, fazendo assim com que suas qualidades diferenciais sejam reconhecidas. O marketing é um processo de construção de marca e mercado, facilitando ao advogado a possibilidade de se fazer conhecer, diferenciar-se positivamente da concorrência e fortalecer sua imagem. A aplicação do marketing jurídico deve ter sempre como base a ética profissional e a excelência técnica do escritório, criando assim uma estratégia profissional de alinhamento com o mercado digna e eficaz.” A Investigação nos Escritórios de Advocacia Caro advogado, não precisa ficar assustado e achar que existe alguma CPI investigando os escritórios para desenterrar algum tipo de sujeira. Falamos aqui da investigação que é feita nos escritórios pelos próprios clientes e ainda – e principalmente – pelo nosso cliente prospectivo. Mas vamos começar pelo princípio. Como você, leitor, sabe se um serviço que pretende contratar tem um mínimo de qualidade? A resposta vem através de uma investigação prévia no site da empresa, através de ligações para a instituição e ainda outras ações dignas de um aprendiz de Sherlock Holmes. Afinal de contas, empresas iniciantes que tentam se passar por grandes ou espertinhos que tentam lucrar com a inocência alheia existem aos montes e não queremos investir nosso precioso dinheiro em um produto ou serviço que possa não estar à altura das nossas expectativas finais. Agora imagine que, dentro desta investigação, você constate que a empresa não tem um site ou, pior, tem uma home-page mal estruturada. Não fica um gostinho de “alguma coisa está errada” na sua avaliação? Ou quando você pede o e-mail do contato desta empresa e ele te apresenta o infame “@hotmail” ou “@yahoo”, ou qualquer outro que não seja o @nomedaempresa? Novamente temos aquele gostinho de “porque será que eles não gastaram 30 reais anuais para ter um domínio e por conseqüência um e-mail representativo”? Realmente lamentável. Essa realidade ainda é verdadeira e representa, na maioria dos casos, empresas que não tiveram o cuidado de estruturar seus empreendimentos de forma ideal e por conseqüência acabam perdendo possíveis clientes que, depois da análise ou percepção efetiva da estrutura empresarial, desistem ou passam para uma empresa mais estruturada. Este número é cada vez mais alto e podemos concluir que na cabeça do cliente, estruturação institucional é sinônimo de qualidade profissional. Transpondo esta colocação para a rotina dos advogados, percebemos que a estrutura institucional dos escritórios que é visualizada pelo mercado, tais como site, folder, e-mails, atendimento telefônico, entre outros, está em constante evolução. Se antes era importante ter um email - qualquer que fosse - hoje é importante ter o e-mail da empresa. Se anos atrás, ter um site interessante era item para grandes corporações, hoje existem fornecedores baratos e eficientes que criam ou transformam sua home-page em algo realmente diferenciado. Com base nestas informações, hoje aqueles que não acompanham os “requisitos” básicos de como se apresentar ao mercado, acabam ficando um passo para trás dos demais que se posicionam corretamente, deixando, com certeza, espaço para concorrência ganhar mais clientela. Infelizmente, ainda hoje existem advogados que insistem em cometer o erro de achar que estes materiais “de visualização” institucional não são importantes. Em minhas consultorias chego ao ponto de escutar “Nunca ganhei um cliente por ter um site”. A questão não é esta. As verdadeiras perguntas são: “Quantos clientes você deixou de ganhar por não ter um site?” ou “Quantos clientes deixaram de acreditar na estrutura prometida quando você fez uma reunião prospectiva e nem cartão e folder você entregou, ao passo que seu concorrente – que também está prospectando a mesma empresa – entregou todos eles, bem estruturados?”. Pense nisso e verifique se as reuniões que você está fazendo estão sendo realmente bem aproveitadas. O mundo mudou e está mais exigente. Tenha certeza que seu cliente prospectivo necessita de um padrão mínimo de qualidade empresarial e, com certeza, vai investigar sua estrutura antes de contratar seu serviço. Prepare-se. O Atendimento Telefônico e as Portas Todos sabemos que a porta de entrada de um escritório de advocacia é seu atendimento telefônico. É o primeiro contato que o cliente tem com a banca jurídica e se feito erroneamente, pode ser desastroso. “A porta da rua é a serventia da casa”. Quem já não escutou este ditado permeando uma circunstância em que uma pessoa não está apreciando uma determinada ocorrência e tem a possibilidade de abandonar a situação desagradável? E se esta pessoa que tem o poder de abandonar for nosso cliente e a situação a ser abandonada for o escritório jurídico? Pois é. Infelizmente, o que deveria ser apenas um ditado mal-educado, está aos poucos se revelando um fantasma futuro no atendimento dos escritórios de advocacia e pode trazer conseqüências empresariais infelizes. Antes de falarmos deste assunto principal, a título de exemplificação, vamos nos ater aos acontecimentos que estão se desenvolvendo na atualidade da sociedade brasileira. Como sabemos, recentemente foi assinada uma nova lei sobre as empresas que se utilizam de atendimento direto ao cliente, ou o mais conhecido “Call Center”. Com novas regras de atendimento mais específicas, a partir de dezembro de 2008, consumidores não poderão mais ser feitos de bobo, esperando e rezando para que alguém com um pouco de competência cruze o caminho (ou melhor, a linha) e solucione os seus problemas. Sem nos aprofundarmos nas novas regras e no alívio que isso traz ao consumidor brasileiro, vamos nos indagar o porquê das mesmas terem acontecido. E a resposta é uma só: ninguém mais aguenta ser atendido por pessoas que não estão envolvidas com o processo da empresa. E isto é uma regra geral. Não importa se é para reclamar de um serviço pago ou o primeiro contato com um escritório jurídico: as pessoas querem ser atendidas por pessoas envolvidas com o fluxo de informações da empresa e que transmitam confiança, segurança e profissionalismo no atendimento. Porém, vamos voltar ao começo de nossa conversa em que falávamos sobre o infame ditado. Como você, sócio ou administrador do escritório, sabe com certeza que seu atendimento é feito hoje por pessoas que convencem que sua empresa tem o cuidado necessário em atender, resolver e satisfazer o cliente ? Você poderia responder com certeza que as infâmias abaixo não acontecem no seu escritório ? - Recepcionista atende o telefone empresarial e diz apenas “Alô” ou “advocacia” ao invés de identificar a empresa e a pessoa que está falando. - Recepcionista ou funcionário precisa passar a ligação para advogado e ao perceber que o mesmo não se encontra na mesa, faz alguma piada ao cliente, tal como: “Ele deve estar no banheiro”, “Ele deu uma fugidinha” ou algo do gênero ? - Recepcionista esquece de passar recados para os advogados, deixando, na cabeça do cliente, a impressão de que o escritório não retornou suas ligações ? - Recepcionista trata as pessoas ao telefone com gírias ou expressões íntimas, como, por exemplo: “querido”, “meu bem” e “paixão”? - Os procedimentos telefônicos até uma resposta efetiva para o cliente estão demorando mais que 3 minutos ? - Existe um manual de atendimento escrito em seu escritório para que todas as situações acima citadas sejam regras e não mais aconteçam ? Estas e outras circunstâncias deveriam ser abolidas pelos sócios e administradores, prevalecendo assim, a consciência de um atendimento eficaz e, principalmente, profissionalizado. E em conclusão ao nosso assunto “portas”, fica aqui meu conselho: nunca deixe a falta de profissionalismo de uma “atendente-porta” bagunçar seu atendimento telefônico, ou seja, a “porta de entrada” de seu escritório. Se a situação se prolongar, com certeza este cliente, descontente, usará “a porta da rua” e irá direto para seu concorrente, à procura de um melhor atendimento. Para a primeira boa impressão não existe uma segunda chance. Estagiário Elite Uma realidade atualmente verdadeira, é que hoje o curso de Direito é o que diploma mais alunos, de tal forma que o mercado não possui capacidade para absorvê-los. Este fato, por si só, já deveria fazer os “novos entrantes” (vulgo estagiários) buscarem rapidamente seu espaço na concorrida vida empresarial. Correto? Nada deveria ser mais interessante jovem recém formado, cheio de ambições e muita disposição, deparar-se com portas abertas no de trabalho. Correto? para um sonhos, do que mercado A resposta para as duas perguntas acima é negativa. Essa não parece ser estudantes de Direito. a realidade dos Infelizmente, o jovem universitário não tem uma visão de longo prazo; pois se tivesse, ingressaria em estágios disposto a assimilar e agregar conhecimentos práticos ao seu currículo e, ainda, vislumbrando a possibilidade, futura, de tornar-se um associado ou, quem sabe, sócio do escritório de advocacia em que trabalha. Mas contratar um estagiário de Direito não tem sido tarefa fácil aos escritórios jurídicos. Grande parte dos graduandos em Direito tem como meta os concursos públicos, visando estabilidade profissional e financeira. Ou seja, prefere-se tentar ser um juiz imediatamente do que aprender a ser um juiz. Pensar alto é uma coisa, pular etapas de crescimento profissional é outra. Mas vamos analisar um pouco as circunstâncias, considerando dois importantes pontos. Primeiramente, para ser inscrito em concurso público, deverá ser aprovado no exame da OAB; onde, em cada dez inscritos, apenas dois são aprovados. Segundo, o serviço público não premia o mérito individual e sim coletivo; portanto, aumentos salariais não contemplam os méritos de cada um, mas de uma categoria, ficando ainda submetidos à aprovação orçamentária. Nesse campo distorcido de trabalho, surge a figura que chamo de Estagiário Elite. Ele segue alguns parâmetros irreais de conduta, tais como: Não se submetem às tarefas requeridas nos estágios, considerando-as desprezíveis e muito abaixo do potencial que acreditam ter, como por exemplo: ir ao fórum para levantamento de processos, enfrentar filas bancárias para recolhimento de custas processuais, tirar cópias de processos, entre outras. Outros tantos, especialmente os advindos de instituições de primeira linha, buscam estagiar em grandes bancas de advogados, por mero status, rejeitando propostas de pequenos e médios escritórios. Consideram-se bem preparados para redigir peças e não se dispõem ao grande aprendizado oferecido pelos escritórios por meio de estágios. Reivindicam altíssimas bolsas-auxílio, pois consideram os valores propostos muito aquém de suas capacidades intelectuais e não aceitam ganhar o equivalente a um auxiliar administrativo; inviabilizando aos escritórios, suas contratações. Durante o período do estágio, o jovem precisa ter em mente que não vai mudar a estratégia da empresa, não vai ser chamado a opinar sobre métodos e processos, ele vai conquistar, ou não, a confiança e o respeito dos futuros chefes e colegas. A alta rotatividade desses estudantes tem prejudicado a eficiência dos escritórios jurídicos, muitos dos quais têm optado em contratar advogados formados, pois a relação custo-benefício tem sido favorável. Em resumo, a importância do estagiário não está naquilo que ele acha que pode demonstrar, está nas pequenas virtudes que ele, de fato, demonstra como a humildade para aprender e a paciência para esperar. O Estagiário Elite com certeza será o futuro Advogado Inexperiente. A Zona de Conforto dos Advogados: Porque os escritórios abandonam o sucesso. Caro Advogado, Gostaria de começar este artigo com a pergunta mais misteriosa do mundo jurídico: Porque alguns escritórios crescem e prosperam financeiramente e outros continuam pequenos e lutando bravamente para manter-se? A resposta é simples e impressionante: porque os escritórios que desejam crescer, acabam eventualmente crescendo. Você, prezado leitor, deve estar pensando: “Mas como assim, é apenas querer crescer e crescemos? Não funciona desta maneira”. E você tem razão, não funciona assim. Mas definitivamente começa assim. Mas vamos então pormenorizar os fatos: Você já se deparou, em algum trecho de sua vida, com uma situação em que claramente, tudo que era preciso para finalizar determinada necessidade ou tarefa era, nada mais, nada menos, do que vontade para fazer? Imagine, reservada as devidas proporções, escrever um artigo como este que você está lendo. O processo todo dá bastante trabalho: identificar um tema interessante, organizar seu pensamento e tópicos de abordagem, colocar tudo no papel, revisar, enviar para os interessados em publicá-lo, entre outros detalhes. O que me diferencia de outras pessoas que gostariam de ver seus artigos publicados, é que eu, literalmente, coloquei a ideia em prática, independente do trabalho que isso acarrete para mim. Tenho certeza que os escritórios e seus sócios têm milhares de idéias ótimas, que com certeza gerariam maior rentabilidade para os mesmos. Mas porque então essas bancas não crescem com estas idéias? A resposta vem quando averiguamos que estas idéias não passam disso, ou seja, idéias. Ninguém as colocou em prática. Esta vontade de atuar pró-ativamente que fica apenas no imaginário do advogado é o que chamamos de “trabalhar dentro da zona de conforto”. A zona de conforto é uma área em que as pessoas estão acostumadas a atuar e que não traz novas surpresas nem trabalho extra para as mesmas. Atuar dentro desta área seria ótimo se não trouxesse estagnação constante ao escritório. Devemos entender que o perfil dos advogados e suas bancas estão mudando. Os advogados, em grande parte, já perceberam que “colocar em prática” é crescer e estão trabalhando para, cada vez mais, implementar idéias rentáveis ao escritório, sempre balanceado com sua estrutura interna. Então agora temos uma pergunta que o leitor deve estar se fazendo: “Mas colocar em prática o quê?”. Vamos então analisar um pouco o seu perfil de advogado para resposta desta pergunta. 1 - Você é um daqueles advogados, donos de escritório, que adoram comentar frases como: “O mercado está difícil”, “Não sei o que fazer para elevar o nível de rentabilidade de meu escritório”, “o Código de Ética nos imobiliza” ou a clássica “É complicado fazer as coisas”?. 2 - Na prática você já parou para pensar porque seu escritório está nesta situação? 3 – O que foi implementado em seu escritório à partir de seus pensamentos para melhoria? Se a resposta final para esta seqüência foi “nada”, você e seu escritório precisam sair da zona de conforto. Lembra da história do rapaz que entrava todo dia na igreja para rezar aos céus para ele ganhar na loteria? E, que um dia, Deus, já sem muita paciência, respondeu para ele: “Eu te ajudo, mas você tem que jogar pelo menos um dia.”. Brincadeiras à parte, esta é a postura que alguns escritórios assumem para sair do aperto empresarial. Nas minhas consultorias vejo mais pessoas se lamentando do que efetivamente querendo mudar para melhor. Muitos sócios acreditam que algo ou alguém irá surgir e, sem trabalho exaustivo deste membro, erguer o escritório. Aí vem uma pergunta da minha parte: Você, sócio que acredita no trabalho sobrenatural, realmente aceita o fato de que os sócios dos escritórios de mega porte que hoje “governam” o cenário jurídico, não tiveram que sair de suas zonas de conforto, suar a camisa e dedicar mais do que horas extras de trabalho para erguer seus escritórios e serem o que são hoje? Acredito que neste ponto do artigo tenhamos estabelecido que o importante não é apenas ter idéias e sim colocá-las em prática. Surgem então, detalhes que podem atrapalhar a visão geral do que fazer para acessar aquele tão esperado sucesso e crescimento. Antes de comentar quais são estes detalhes, é importante ressaltar um pensamento básico para que todas as peças estejam prontas para trabalhar de maneira correta: a função do advogado é advogar e não administrar, não fazer marketing, não fazer finanças, etc. Com isso em pensamento, podemos seguir em frente. Visão Macro Um dos detalhes que podem surgir quando sairmos da zona de conforto e implementarmos nossas idéias para o escritório é o planejamento ideal e estratégico para o mesmo. Assim como o profissional de marketing não entende de leis específicas, o advogado tem certa dificuldade em criar um plano de atuação que envolva ações de curto, médio e longo prazo. Portanto uma visão macro do que pode ser feito e os passos envolvidos neste planejamento devem ser criados e executados por profissionais qualificados que garantam que todo o trabalho desenvolvido seja focado para o objetivo final do sócio e para que sua idéia seja implementada da maneira mais objetiva possível. Tempo Grande parte dos sócios se vê com a agenda lotada para implementar ações criadas por ele ou por um profissional de marketing. Aqui devemos nos lembrar do início do artigo e reafirmar um velho ditado americano que diz “No pain, no gain”, ou seja, “sem esforço, sem recompensa”. Em resumo, devemos fazer mais pelo escritório para crescê-lo. Aquele que não tem tempo para crescer seu escritório, com certeza não merece que ele cresça. Eu pessoalmente conheço vários sócios que, como desculpa principal para não sair de sua zona de conforto, diziam que não tinham tempo. Analiso esta resposta de duas maneiras: a primeira é acreditar que o advogado em questão não consegue organizar corretamente seu tempo, gastando-o em outras tarefas menos importantes (afinal o que é mais importante para um sócio do que trabalhar organizado e crescer estruturadamente seu negócio?). A segunda e mais irônica maneira de vermos esta resposta, é saber que quanto menos tempo este advogado tem para implementar ações nos dias de hoje, mas tempo ele terá de sobra no futuro, pois com certeza seus competidores (aquele que acharam tempo para implementar ações de crescimento e estruturação) colocaram seu negócio em risco, com grandes chances de assumir seus clientes. Ressalto um caso real de um advogado que dizia não ter tempo para as ações de crescimento. O detalhe fica nas 2 horas de almoço que o mesmo fazia todos os dias. Como ele está hoje? Perdeu 35% de sua clientela e quase 52% de seu faturamento mensal. Pouco tempo hoje, tempo de sobra no futuro, com clientes migrando para escritórios estruturados. Custo Alguns advogados podem levantar a bandeira do custo, ou seja, para chamar pessoas especializadas em criar, implementar ou gerenciar as ações necessárias para estruturar e crescer o escritório e seu rendimento, o sócio teria gastos enormes e fora do budget possível pela banca. Isto não é mais verdade. O que acontece hoje no mercado é que os fornecedores estão cada vez mais focados e acessíveis a qualquer tamanho de negócio. Consultorias de marketing, agências de comunicação integrada, fornecedores de serviços administrativos, etc. Uma grande parte está atuando em nichos de mercado focado em pequenos e médios escritórios. O que falta apenas é contatá-los e trabalhar um valor que seja compatível com seu porte de atuação. Baseado em tudo que foi comentado neste artigo, o prezado advogado tem duas opções distintas: continuar tendo milhares de idéias e não reservar o tempo e a disposição para implementá-las (continuando assim no mesmo patamar de atuação hoje trabalhada) ou aceitar o fato de que a mudança e crescimento de seu escritório baseiam-se apenas no fato primordial de que você precisa querer mudar e querer crescer, sem desculpas. Resumindo: pare de achar que a concorrência é “sortuda” e de culpar a falta de dinheiro e de tempo pela falta de pró-atividade interna. Assuma definitivamente a vontade de estruturar, crescer e potencializar seu mercado e seu futuro mega escritório. Bom crescimento! O Sócio Faz-Tudo e a Excelência Empresarial O mundo globalizado, as informações que circulam quase à velocidade da luz, a constante renovação tecnológica, e por fim as pessoas cada dia mais “antenadas” nos acontecimentos mundiais, têm levado, cada vez mais, uma busca incessante à profissionalização. Hoje é inconcebível uma empresa que não esmere pela excelência em seus produtos ou serviços, sendo fator imprescindível e não mais diferencial em relação a seus concorrentes. Mas como alcançar a excelência empresarial? Para a empresa alcançar a excelência é preciso que esforço, determinação, empreendedorismo, e até mudança cultural interna sejam trabalhados. Com uma ação administrativa rigorosa, planejamento estratégico, qualidade no atendimento de seus clientes, preocupação constante com a transparência das informações, desenvolvimento dos recursos humanos, entre outros, a organização, com certeza, caminhará firmemente para atingir um novo patamar de qualidade. Qualquer empresa, seja ela produtora ou prestadora de serviços, que vise atender às grandes corporações, precisará engajar-se nesse novo modelo organizacional. Entre elas, não poderíamos deixar de citar os escritórios jurídicos, onde hoje são poucos os que se preocupam com os itens acima citados, na sua totalidade. Uma farta parcela destes escritórios atua com direito empresarial, propiciando atendimento jurídico em todas as questões da corporação. Querer trabalhar com empresas significa adaptar-se aos padrões exigidos no mercado atual, ou seja, a comentada excelência empresarial. Por isso, é condição sine qua non que, tantos pequenos médios ou grandes escritórios busquem qualificar e espelhar seus serviços nos termos “qualidade total”, que supõe uma empresa alinhada com os padrões necessários no mercado contemporâneo. E como ficam os escritórios que têm um sócio faz tudo? Aonde existe qualidade neste profissional? Aquela postura tão arraigada ao advogado, fundador da sociedade, onde ele além de advogar, também administra, cuida das finanças, dos recursos humanos, atende ao cliente, prospecta novos negócios, enfim, é polivalente e auto-suficiente, está totalmente ultrapassada e torna-se ineficaz no mundo atual. Os escritórios jurídicos que ainda administram seus negócios dessa forma estarão fadados à extinção. Faz-se necessário, na maioria dos casos, a contratação de administradores, a departamentalização das áreas, a delegação de tarefas, a criação de processos de trabalho, a informatização das tarefas. O advogado deverá cercar-se de bons profissionais que aliviem a sobrecarga de seu trabalho, para fazer aquilo que ele melhor sabe fazer, advogar. É comum, hoje, especialmente nas grandes bancas, ter na linha de frente, o administrador. É ele que, com visão estratégica, busca resultados, alavanca negócios, recupera finanças, motiva colaboradores, avalia os pontos fortes a fim de potencializá-los e os pontos fracos, buscando corrigi-los. O advogado deverá focar seus esforços no objeto da sociedade e deixar que todas as demais atividades, que são meios para atingir o resultado, sejam realizadas e administradas por profissionais especializados. Será necessário que o advogado, quase sempre habituado à centralização, acomode-se a essa nova tendência empresarial e ofereça aos seus clientes um trabalho altamente profissionalizado. Mas o tempo urge, e as decisões de mudanças precisam ser tomadas com rapidez. Sabemos que a concorrência é maciça e, especialmente no mundo jurídico, se você advogado e seu escritório não saírem à frente, forem os precursores, outros tomarão o seu lugar. Só assim o escritório, independente de seu tamanho, pode atingir a excelência empresarial necessária para continuar atuando alinhado com o mercado que o cerca. Indicação de Clientes: Um dia ela acaba. Antes de entrarmos propriamente no tema do artigo que é a indicação de clientes e como ela pode ser prejudicial ao escritório, gostaria de tirar algumas linhas para falar de estruturação. Vamos partir de uma premissa básica: queremos indicação de clientes para que nosso escritório cresça e tenha melhor rendimento. Neste ponto já entram as minhas primeiras perguntas – de muitas – à você, leitor advogado, que está lendo: Seu escritório está preparado e apto a crescer? Se hoje lhe fossem “presenteados” dez novos clientes, você e seus funcionários estariam em condições de tratá-los com a devida qualidade? Você negaria estes novos serviços ou expandiria seu escritório para comportar a nova empreitada? Lembre-se que o fato de atender um cliente bem não quer dizer que você atenderá dez com a mesma qualidade. Se a resposta é negativa, já descobrimos que a estrutura para crescimento de seu escritório está falha – ou pelo menos o pensamento para o crescimento – e portanto este aumento de clientela, seja através de indicação, seja através de ferramentas trabalhadas para tal ação, não tem uma finalidade, tendo em vista que o escritório não consegue aumentar sua produtividade. Querer crescer em trabalho e rendimento sem cogitar o crescimento físico do escritório é uma falha que deve ser repensada e corrigida. Hoje, por incrível que pareça, ainda existe a mentalidade de “negar serviço pois não temos estrutura”, ao passo que o ideal seria “vou aumentar a estrutura para trabalhar a demanda que está entrando no escritório”. É assim que os escritórios crescem: geram demanda e se estruturam para recebê-la. Posto isto, vem o nosso ponto principal do artigo, a indicação. Vamos supor que você considerou a situação proposta acima, chegou a conclusão de que tem pensamento para o crescimento e quer crescer, mas acredita que ainda a indicação é a melhor ferramenta. Minha opinião? Você está absolutamente certo. Indicação é e sempre será a melhor ferramenta de captação de clientela que já existiu. Que isso fique bem claro desde agora. O problema é que ela, mais cedo ou mais tarde, acaba. Fisicamente falando, em algum ponto cronológico do escritório, elas vão começar a diminuir e ficar menos fáceis de serem exploradas. Algum leitor, dos mais atentos, deve ter percebido, no começo do artigo, a frase “a indicação de clientes e como ela pode ser prejudicial ao escritório”. Explico. Ela é prejudicial quando a banca acredita veemente que esta é a única saída para conhecer novos clientes e fica então presa a este “caminho”. Conheço escritórios que se sustentaram por anos a fio apenas com indicações e agora, com a escassez de tal fato, estão – tarde demais – tentando uma saída inovadora para não ficar exclusivamente na mão desta ferramenta. Um exemplo clássico disso é uma conceituada banca de São Paulo que, depois de esfregar na cara de seus concorrentes que tinha as melhores indicações do mercado, teve que, nos últimos anos, diminuir seus funcionários de aproximadamente 100 para 40, devido a redução de lucros e a falta de novas indicações de seus clientes. Neste caso específico – que obviamente não citarei o nome – o escritório ainda tentou um plano de emergência, dando descontos para trabalhos de clientes que indicassem novos clientes. A resposta da maioria foi clara: “Vocês são ótimos, mas meus contatos se esgotaram e não temos mais ninguém para indicar.” Mas vamos começar do início, conceituando os fatos. Marketing de respaldo (ou mais comumente chamado de “indicação”) não é estratégia, é uma tática. A indicação é apenas um dos elementos que o escritório pode recorrer para ganhar novos clientes, mesmo atuando dentro do escopo ético imposto pela OAB. Portanto, indicação é apenas uma tática específica, um ponto dentre os demais que deveriam ser trabalhados pela banca. Hoje em dia, os escritórios confiam demais nela, e perdem de vista aquilo que deveria ser sua espinha dorsal de atuação: a estratégia. Na estratégia, com um plano de ação montado e estruturado a favor do escritório, podemos perceber e acionar várias “táticas” para se conquistar nosso objetivo, que, neste nosso caso, seria o contato com novos clientes. Resumidamente, partimos de um plano maior e estruturado para então, depois, falarmos sobre as táticas pontuais. Em minhas consultorias, é comum eu ouvir “nossa estratégia de conquista de mercado é a indicação, mas ela está ficando escassa”. Os escritórios confundem tática de marketing com estratégia real de marketing. Mais perguntas para você: baseado no que acabamos de conceituar, você ainda acredita que é importante deixar seu escritório à mercê de apenas uma tática, apenas um ponto menor dentro de uma estrutura que pode ser trabalhada muito melhor? Vai deixar realmente o crescimento do seu escritório baseado na sorte e na promessa de que as pessoas que gostam da qualidade de nosso trabalho tenham vários e vários contatos? Ou prefere estruturar para o futuro? O tradicional “plantar agora para colher frutos no futuro”? Ainda dentro destes questionamentos ao amigo leitor, outro dia estava vendo um episódio destes novos seriados americanos e o título do mesmo me chamou atenção. Era “Homem de fé, homem de ciência”, onde um dos personagens defendia cegamente uma posição de fé e o outro defendia, com argumentos sustentados, sua posição científica em determinado assunto. Trazendo isto para nossa esfera jurídica, eu particularmente me identifico mais com o homem de ciência, pois, em minha visão, acreditar fervorosamente que nossos caminhos para estruturação e crescimento possam se abrir, apenas porque queremos que eles estejam a nosso favor, é algo que não posso assumir como concreto e real. Na minha concepção o crescimento passa por 4 etapas científicas: Análise Onde estudamos e entendemos como nosso escritório se porta frente ao mercado (cliente externo) e ao funcionário (cliente interno), passando pela compreensão de sua estrutura física, seu potencial de investimento e criatividade para gerar material intelectual. Elaboração de Estratégia Onde criamos o plano que nos guiará pelos pontos que precisamos conquistar. É a escolha do melhor caminho para resolver os problemas e metas apresentados, para que, em um tempo definido de trabalho e investimento, possamos atingir nosso objetivo. Ação Onde efetivamente fazemos a implementação do plano traçado. Esta é a etapa mais importante da investida, tendo em vista que de nada vale analisar, elaborar, e, no fim, não colocar em prática. Os sócios e administradores do escritório tem que estar muito próximos nesta etapa do trabalho. Pós-Análise Onde fazemos uma análise da ação que foi executada, verificando o que deu certo, o que foi feito erroneamente – com suas correções – e o que trouxe resultados efetivos e deve ser colocado em prática mais vezes. Regularmente percebemos itens novos e táticas mais elaboradas que não havíamos notado na análise inicial, fazendo assim voltarmos à primeira fase de análise, às vezes com maiores informações e maior retorno final. Um ponto a ser lembrado, independente do planejamento e estratégia admitidos para o escritório, é de que a qualidade do trabalho é o fator mais importante, e que não existe estratégia forte o suficiente para manter um escritório que seja fraco na sua concepção intelectual. Criar uma estratégia elaborada e ampla, não ficar operacionalizando uma tática apenas, colocar efetivamente em prática o plano gerado e trabalhar adequadamente e em níveis condizentes com o mercado, é a melhor maneira para se crescer e efetivamente ser reconhecido como escritório de visão no cenário atual. E você, é um homem de fé ou um homem de ciência? Dicas de Contratação Pergunta: Sou advogado formado há 3 anos e tenho como meta conseguir uma vaga em um escritório de renome.Qual a estratégia que devo adotar para conseguir colocar-me? Resposta: Prezado, Hoje existem no mercado muitos advogados que buscam ser contratados por escritórios de renome mas não sabem como fazê-lo. Partindo do princípio que em 3 anos como advogado você tenha acumulado o mínimo de experiência, eu indicaria 4 caminhos básicos a serem trabalhados: Imagem Profissional: Os escritórios contratantes precisam visualizar sua experiência e sua imagem pessoal da melhor maneira possível. Para isso, é necessário trabalhar, de uma maneira correta, seu currículo. Já vi muitos advogados que tem a experiência prática mas não conseguem transmitir isso para o papel. Lembre-se que o escritório está querendo contratar uma pessoa para solucionar um problema. Seja melhorar sua atuação no mercado, seja trabalhar pontualmente ações dos clientes, seja expandir o escritório. Eles tem um problema e querem te contratar para solucioná-lo. Portanto o mínimo que você pode fazer é mostrar, em seu currículo, estas suas experiências que possam agregar valor ao escritório. Cases de sucesso, especialidades, afinidades de área, pró-atividade, pensamento moderno para evolução e inovação jurídica são alguns pontos que você deveria tocar em seu resumo profissional. Um outro detalhe, que para os mais "moderninhos" é irrelevante: para uma entrevista, terno e gravata nunca sairão do contexto. Não faça erros clássicos de achar que, pelo escritório ser moderno, algumas tradições são esquecidas. Instrução: Não se deixe enganar. Advogado nunca pára de aprender. Tanto na esfera jurídica, quanto em outras áreas "complementares" da formação do advogado (línguas, marketing jurídico, noções de mercado, etc), advogado deve sempre ganhar mais conhecimento. Os escritórios hoje - principalmente as bancas de renome às quais você se refere - tendem a contratar advogados que tenham o "pacote completo" e não apenas sejam focados em uma determinada função. Networking: Para conseguir contatos - e por fim gerar entrevistas de emprego - é importante explorar seu networking. Em 3 anos, tenho certeza que você cruzou com um número grande de pessoas que possam te indicar ou abrir caminhos para este seu novo objetivo. Se você nunca "catalogou" seus contatos, é hora de fazê-lo. Coloque no papel todos esses conhecidos, seu grau de intimidade com eles e tente retomar este contato, através de telefonema, almoço, jantar ou o tradicional "cafezinho". Consultoria Especializada: Ninguém melhor do que uma consultoria especializada para colocar seu nome direto no hall de entrada de uma grande banca. O forte de uma consultoria é ter o acesso direto aos escritórios, que pedem diretamente a esta empresa a indicação de profissionais qualificados. Hoje existe ainda um conceito de que estas consultorias são caras e não entendem do meio jurídico. Isso não é mais verdade, pois existem empresas que fazem este trabalho focado para o mundo jurídico e por valores bem acessíveis. Basta você pesquisar. A Paralisia Decisória. Começo este artigo com uma abordagem um pouco irônica, vinda de uma amiga minha, que, inconformada como a humanidade vêm se portando perante a fé em algo superior, soltou a máxima em um debate: “Pergunte se alguém quer conhecer Deus. A maioria dirá que sim. Agora pergunte quem, destes “fervorosos”, quer morrer para conhecer Deus. A resposta será uma série de engasgos e enfeites vocais típicos de quem foi pego na realidade da situação”. Citei este exemplo, não para incitar discussões religiosas – alguns já estão me crucificando dizendo que conhecem Deus e que não estão mortos – mas sim para mostrar que qualquer objetivo grandioso tem seu caminho árduo a ser seguido. A tempo para minha consciência continuar limpa: não quero criar um bando de suicidas que querem ver Deus e sim traçar um parâmetro com a realidade atual dos escritórios. Então vamos lá. Pergunto ao querido advogado, mantenedor de sua marca jurídica: o quanto é importante crescer seu escritório? O quanto é importante manter seus clientes e ainda conhecer novos ? O quanto é importante ter uma rentabilidade que proporcione, a você e aos seus funcionários, um padrão de vida interessante e condizente com sua vontade ? Acredito que para as três perguntas, tenha recebido a resposta “muito importante !”. Agora vamos ao comparativo: “O quanto é importante você parar de jogar a responsabilidade do crescimento, da rentabilidade mensal e da sua estruturação para as costas dos outros ?” Se a resposta também foi um sincero “muito importante”, parabéns, você entendeu que só depende de você para mudar seu escritório. Agora se a resposta foi “ainda bem que eu não faço isso”, vamos continuar conversando, afinal de contas, se seus negócios vão mal, a culpa é do mercado, do governo, dos impostos, do concorrente que é mais sortudo, etc, certo? Tirando a hipótese que o escritório está do jeito que você quer, tanto na sua parte financeira, tanto na sua estruturação para o mercado, você precisará passar por este caminho árduo que citamos acima. Não existe mudança benéfica sem trabalho – e muito – envolvido. E não estou falando do trabalho jurídico rotineiro e sim do trabalho “extra” envolvendo etapas de marketing como posicionamento da sua imagem mercadológica, ações trabalhadas para encantar e fidelizar seu cliente, estratégias para encontrar novos clientes que possam tornar-se empresas rentáveis em seu portfólio e ainda o seu marketing pessoal que – também – é muito importante. Acho que podemos entender que trabalho extra é o que não falta. Se você me acompanhou até agora e tem certeza que quer colocar estas novas tarefas em prática, com certeza quer saber quais são estes pontos. Segundo Philip Kotler, professor e referência mundial em marketing, são oito as etapas mais importantes para aplicação em quaisquer caminhos de sustentação de marketing: Missão do Negócio: conhecer e mostrar o motivo pelo qual o escritório trabalha. O propósito de sua contribuição para a sociedade no geral. Análise SWOT (strengths, weaknesses, opportunities, threats): entender quais são os pontos fortes e fracos de seu negócio, bem como as oportunidades e ameaças que permeiam todas as negociações empresariais atuais. Formulação de Metas: saber aonde queremos chegar e quais os objetivos palpáveis que queremos que nossa organização tenha como futuro. Formulação de Estratégia: planejar quais os caminhos que utilizaremos para chegar aos objetivos criados no tópico acima. Geralmente é nesta etapa que geramos um plano de ação de marketing pontual. Formulação de Programas: estruturar planos de programas baseados na estratégia definida. Definir todas as estruturas necessárias para que o plano de ação tenha suporte eficiente e adequado. Implementação: efetivar a operacionalização do plano na realidade do escritório ou empresa. Feedback: monitorar os resultados derivados da implementação das ações de marketing, tanto interna quanto externamente. Controle: corrigir as ações que estão dando pouco ou nenhum resultado esperado. Criação de medidas melhoradas a partir desta experiência. Antes do caro leitor empolgar-se quanto aos procedimentos acima citados, vale lembrar que muitos artigos já falaram sobre os pontos acima, porém não falaremos sobre caminhos de atuação e sim sobre decisão. Falamos, falamos e ainda não entramos no tema do artigo, ou seja, a paralisia decisória. E aqui vem a chave do sucesso para todos os pontos comentados anteriormente: a decisão. Ou seja, de nada adianta saber as etapas, entender que são importantes para seu escritório, mas não fazer nada a respeito. Não decidir por abraçar e implementar as etapas comentadas acima é a mesma coisa que nem conhecê-las. Se você é um advogado nascido à partir de 1950, esqueça o chavão usado no governo de João Goulart em 64, quando paralisia decisória era o “apelido” dado ao fato de que deputados e senadores reuniam-se apenas para o veto, nunca para aprovar nada de concreto. O que temos em mãos nos escritórios hoje é a paralisia decisória de dois tipos: a paralisia burocrática e a paralisia do medo. A primeira - paralisia burocrática - leva o leitor a acreditar que estamos falando de escritórios grandes, com diversos setores e pessoas, no qual cada ação deve ser aprovada com seu superior e este, por sua vez, com seu superior imediato, criando assim uma cadeia de trabalho que inviabiliza o mais engajado dos trabalhadores. Não é bem assim. Hoje, mesmo nos pequenos escritórios, vemos os sócios e advogados impondo-se burocracias ou metodologias que impedem seu próprio crescimento e amadurecimento profissional. Frases como “vou deixar para criar meu plano de ação depois que fechar um novo cliente” ou “vou esperar para ter um site assim que eu colocar meu financeiro em ordem” ou ainda a irônica “a próxima reunião que eu for e pedirem meu folder, vou criar um” ilustram o quanto um sócio ou advogado pode travar o processo evolutivo como um todo. E o que é mais engraçado, ele nem pode estar percebendo o que está fazendo com seu negócio. O outro item comentado é a paralisia decisória do medo, que por si só já explica sua síntese. Advogados, no geral, tendem a ter medo de tomar decisões em áreas que não compreendem completamente. Por vezes, o advogado toma decisões milionárias para seus clientes, tratando, com certeza única, meios de estruturar a causa do mesmo e assim sair vencedor. Fazem isso sem pestanejar. Mas ao voltarem para seus escritórios, não conseguem decidir, por exemplo, se investem em um site ou se “deixam as coisas como estão por enquanto”. Isto é o medo de investir em algo de que eles não entendem por completo, seja na sua eficácia ou no seu retorno estratégico para o escritório. Veja bem, eu, um profissional de marketing, também teria medo e desconhecimento de causa se o cenário fosse inverso e tivesse que tomar uma decisão jurídica. O que me difere do exemplo acima é que, se precisasse tomar esta decisão, eu, com certeza, contrataria um profissional que sabe qual a maneira e estratégia adequadas para meu caso. Não deixaria simplesmente de tomar a decisão, mas sim agregaria um profissional capacitado para me ajudar a escolher o melhor caminho decisório. Acredito que ajuda para decisão é bem mais interessante do que paralisia decisória. Pode parecer que estou tentando “vender” os serviços de profissionais de marketing, mas não é nada disso. Em todos meus artigos sempre levanto a bandeira da profissionalização dos escritórios, independente de seu tamanho e por isso, nada mais convencional do que o bom e velho ditado “cada macaco no seu galho”. Advogado é para advogar, profissional de marketing é para fazer seu escritório crescer e ter rentabilidade. Mas toda regra tem sua exceção. Posso citar um recente caso atípico acontecido comigo, onde um advogado nem esperou eu enviar uma proposta formal de trabalho e, finalizada minha apresentação, me disse: “Começamos amanhã.” Obviamente feliz por mais um cliente, não deixei de perguntar sobre o porquê, depois de tantos contatos telefônicos – ficamos “namorando” uma reunião durante 6 meses aproximadamente – fechamos contrato no nosso primeiro encontro. Ele respondeu: “Considero irrelevante o crescimento do meu escritório nos últimos anos. Estou cansado de bater nas mesmas teclas e sempre ter os mesmos resultados.” Esta frase, ao meu ver, é a mais pura verdade. Existem escritórios que querem resultados diferentes, mas sempre batem na mesma tecla. Aplicar a mesma estratégia levará sempre ao mesmo resultado. Isso é sensato para com seu escritório? Outro ponto que não posso deixar de ressaltar do exemplo colocado é a rapidez. Apesar do “namoro” extenso com o cliente, a partir do momento de sua decisão, todas as decisões posteriores foram feitas em questão de horas, o que rendeu ao mesmo melhorias e implementação de estratégias extremamente focadas e acertadas. Para visualizar o quanto o fator rapidez é importante no sucesso de suas estratégias mercadológicas, imagine um cenário: sai uma lei nova que altera a condição de um setor específico no mercado. Todos os empresários daquele setor estão perdidos, sem informação. Qual seu passo ? Falar com seus advogados que “precisamos estudar isso brevemente”, falar para você mesmo “só vou terminar algumas coisinhas que estão pendentes para começar a estudar esta nova lei” ou algo do gênero ? OU você vai marcar uma palestra para, no máximo 15 dias (usando estes dias para se tornar perito no assunto), e chamar todos estes empresários para se tornar o “salvador empresarial” do momento ? Pense nisso, pois todos que estão lendo esta matéria – seus concorrentes – também estão pensando. Para finalizar, gostaria de comentar um pouco sobre o fator decisão. Seguem abaixo algumas dicas que podem ajudar na tomada de uma decisão: Análise Para escolher uma decisão acertadamente é necessário analisar com muito cuidado os caminhos envolvidos, avaliando a sua complexidade, tentando assim evitar prejuízos ao máximo. Diversidade de Percepções Procure obter perspectivas de outras pessoas em relação à forma como encaram a situação em causa. Normalmente os que estão de fora vêem sempre as opções com diferentes percepções do que os que estão inseridos na decisão em si. Efeito Dominó Geralmente uma decisão influencia outras ao longo do caminho. Certifique-se que sua decisão não criará, para você, um problema futuro. Acerto por Eliminação Conhecer bem a situação em questão e os resultados de sua decisão, com certeza ajudará a riscar da sua lista algumas das opções que tinha colocado como possíveis soluções. Acredite em Você Deixe a sua experiência e o seu instinto falar por si. A soma destas duas forças trará a certeza da melhor escolha e, consequentemente, a tomada da decisão adequada. Decisões são escolhas que fazemos em nossas vidas, tanto pessoalmente, quanto profissionalmente. Se você diz já ter feito todo o possível para melhorar seu escritório e não conseguiu é porque não fez tudo ainda. As decisões que você tomou ontem refletem o que você enfrenta hoje. Se não está gostando do seu hoje, tome, agora, uma decisão correta, que lhe garanta um amanhã melhor. E, por falar em decisões, cabe a você decidir se este artigo foi interessante e condizente com seu futuro. Bom crescimento! Pensamentos para o Novo Modelo na Gestão de Pessoas A era do conhecimento, a busca constante e frenética por informações, exigiu mudanças rápidas, especialmente, refletidas nas organizações. Decisões que, no passado, eram tomadas de forma lenta e centralizada, foram substituídas por decisões ágeis, imediatas e eficazes; pois, do contrário, a organização correria o risco de perder competitividade no mercado, altamente dinâmico. Esse novo cenário provocou a quebra de velhos paradigmas ou “modelos mentais”, até então, fortemente arraigados àqueles que detinham as funções gerenciais. Os antigos gerentes transformaram-se em líderes motivadores, incentivadores e educadores, integrando suas equipes às estratégias empresariais e, portanto, à busca de resultados. Aquele antigo modelo em que competia, unicamente, ao departamento de RH administrar as pessoas, foi rapidamente substituído. O líder passou a formar outros líderes em suas equipes, sempre atende às competências pessoais e permitindo que todos participassem do processo decisório. O conhecimento passou a ser compartilhado, facilitando o aprendizado e crescimento a todos na organização. Uma via de mão dupla entre líder e liderados. Diferentemente do antigo gerente, o novo líder já não se sente ameaçado em seu poder; contrariamente, ganha mais poder por meio do conhecimento. Os liderados espelham-se em seus líderes e passam a segui-los e admirá-los. Os talentos são rapidamente reconhecidos e aproveitados. Pessoas motivadas, desafiadas e valorizadas produzem mais e melhor. Todos ganham no processo. A organização ganha em competitividade e eterniza-se no mercado. Reflita sobre este novo modelo de gestão de pessoas. A Onda Tecnológica Advocatícia. Pense bem. O mundo atual muda constantemente, principalmente na parte tecnológica. A inovação de hoje é o item ultrapassado de amanhã. Porque a advocacia não deveria acompanhar esta evolução? Se você, advogado, ainda não percebeu, sua profissão mudou. E muito. Vamos imaginar que você seja um daqueles advogados românticos da profissão que ainda defende o papel e caneta como únicos meios de trabalho com o mercado. Colocarei alguns motivos abaixo para você “rever seus conceitos”, como diria aquela famosa propaganda. Antes de uma crítica mais aprofundada do conservadorismo da profissão, quero deixar claro que sei que sem o papel e caneta não existiria a advocacia atual e o que demonstro aqui é apenas a adequação ao mercado consumidor e as facilidades que as novas tecnologias trazem ao mesmo. “Começando pelo começo”, como diria um amigo meu, podemos citar a Internet. Hoje em dia é praticamente impossível um escritório – e até o advogado autônomo – trabalhar sem estar conectado a World Wide Web, mais conhecida como internet. Tudo é feito através dela: consultas, contatos, investigações, colaborações e outras atividades inerentes a profissão. Não comentarei muito sobre a ferramenta pois acredito que 99,9999% do mercado entenda a internet como item básico de atuação mercadológica, inclusive com o e-mail, fator essencial de comunicação empresarial atual. Passamos então às novas tecnologias envolvendo a imagem corporativa do escritório e sua comunicação com o mercado. É aqui que reside o que comentei anteriormente sobre evolução. Alguns anos atrás, ter um email (mesmo que fosse gratuito) e ter um site (mesmo que fosse feito pelo seu sobrinho de 12 anos) eram suficientes para impressionar o mercado. Faça isso hoje e veja a reputação do seu escritório desfacelar por completo. Como a revolução tecnológica não pára, outras coisas foram sendo incorporadas na rotina do advogado atualizado nos últimos anos. Cito algumas: - ferramenta jurídica de controle processual, que dá ao utilizante poder de controlar várias funções em seu escritório, tais como timesheet, cadastro de clientes, financeiro, administrativo e, obviamente, o andamento dos processos de seus clientes, podendo inclusive enviar relatórios e cruzar informações de mercado. - ferramenta de CRM (Customer Relationship Management), o tradicional programa de “manter relacionamento com o cliente”, que traz ao escritório, mais propriamente à pessoa que trata diretamente de novos negócios, a capacidade de manter um histórico de evolução do seu cotidiano com o cliente, fator extremamente importante e valioso nos dias atuais. Alguns outros exemplos de itens que podem ser trabalhados dentro de um programa de CRM: filtro de tarefas por dia, execução e monitoramento de ações de comunicação com o mercado e determinação de padrões de comportamento (traçar o perfil dos clientes com maior propensão de fuga para a concorrência, ou seja, retenção mais precisa de mercado). - a intranet que traz a possibilidade de disponibilizar itens específicos para o cliente e funcionário do escritório. - comunicadores instantâneos tais como o Skype, entre outros, que disponibiliza o atendimento instantâneo ao cliente. - as redes sociais de comunicação tais como Facebook, Twitter e Linkedin entre outros, que são canais de relacionamento direto do escritório com o mercado. - a digitalização de papéis que, além de liberar valioso espaço físico do escritório, traz uma organização precisa para a rotina dos trabalhos. Citando apenas estas inovações acima, acredito que temos a noção da reestrutura recente da advocacia em seu escopo tecnológico geral. A verdade é que se formos comentar a fundo todas as inovações ocorridas nos últimos anos, este artigo se transforma em um livro. Em um mundo que está tentando ser mais “paperless”, ou seja, ecologicamente correto - reduzindo assim a utilização de papel - até a visita do estagiário ao fórum está se tornando uma aventura tecnológica, com fotos digitais e scanners de mão, para citar apenas duas inovações. É importante, portanto, que o amigo advogado perceba que só existem dois caminhos referentes a onda da inovação tecnológica advocatícia: ou a surfamos ou somos engolidos por ela. Bom crescimento ! As Leis Imutáveis do Marketing Jurídico (Parte 1) Todos sabemos que a profissão de advogado é intrinsecamente ligada às leis que guiam a sociedade. Mas e as leis que guiam os advogados? Falaremos aqui mais especificadamente das leis do marketing jurídico, que se seguidas corretamente, colocam o escritório – e por consequência seus advogados – corretamente dentro do contexto esperado pelo mercado, tanto em termos de suas atividades quanto de sua marca jurídica. Para criar suspense, colocarei as leis em ordem decrescente, da mais “amena” para a mais importante a ser levada em consideração. Eternas mudanças eternas: No mercado, nada pára. Tudo muda constantemente. Metodologias de trabalho, maneiras de atuar pró ativamente e prospectivamente, novas áreas de interesse para seu cliente, novas teses a serem ofertadas, entre outras mudanças. Se seu escritório quer continuadamente ser visto como apto a trabalhar o mercado, é preciso entender que todos os seus esforços para estabelecer-se vão ser, necessariamente, exigidos ciclicamente, ou seja, crescer não significa manter-se no topo. Se pararmos de injetar combustível no motor, com certeza o avião cairá. Os maiores escritórios sabem dessa verdade, conservando, atuando e “injetando combustível” constantemente em seu escritório através de ações constantes de marketing em seus departamentos de comunicação com o mercado. Concorrência deve ser vigiada: Você conhece a frase “mantenha seus amigos perto e os inimigos mais perto ainda”? Esta frase foi escrita por Sun-Tzu, general chinês do século V, autor do famoso "A Arte da Guerra". Esta é uma lei imutável, não só do marketing jurídico, mas de toda empresa que queira prosperar. Saber como anda a concorrência, o que eles estão fazendo e como as ações deles estão trazendo resultados efetivos, é uma maneira de contrastar suas próprias ações e como o escritório está operando no mercado. Isto é o bom e velho Benchmarking. Não se engane: todo dia, um escritório concorrente tenta roubar seu cliente (apesar do Código de Ética). O que você faz com essa informação? Você tenta fidelizar seu cliente (existem várias técnicas de fidelização hoje em dia), analisando como seu concorrente está tentando tirar seu próprio cliente de você ou apenas reza para que o cliente fique conosco? Aprenda a ter paciência: Quem se lembra do personagem Mr. Miyagi, o bom velhinho que ensina Daniel Larusso a se defender no filme oitentista Karatê Kid? Uma das suas primeiras lições, e que podemos aplicar em toda empresa que quer crescer, é “aprenda a ter paciência”. Trazendo para nossa realidade, existem escritórios que, literalmente, querem ver resultados imediatos de suas ações de conquista de mercado. Sei que é frustrante: você se mostra, aparece corretamente para seu prospect, detalha suas capacidades e aponta como ele pode ter lucro através de seu trabalho. E nada acontece. Partindo do princípio que você está fazendo uma ação correta, focada e eficaz (sem falar ética) de conquista de mercado, posso dizer que, por experiência própria, o mercado é lento por natureza. A verdade é que o “namoro” com o futuro cliente pode durar anos. Mas aí vem a boa notícia: também por experiência própria, posso dizer que o namoro que mais demora é o que traz um cliente que fica mais tempo conosco, mais fidelizado. Portanto, aprenda a ter paciência quando tratar com conquista de mercado, pequeno gafanhoto. Mudanças vem de cima pra baixo: Conheço vários escritórios que antes de tentarem mudar sua percepção perante o mercado, tentam mudar as coisas internamente. Até aí tudo bem, afinal de contas nada melhor do que “arrumar a casa” antes de se mostrar da maneira correta para o mundo. O problema acontece quando os sócios acreditam que todos têm que mudar - menos eles. Agendam grandes reuniões internas, falam que daqui pra frente tudo será perfeito, todos os procedimentos serão executados, que existirá tudo que foi prometido e na primeira oportunidade, quando lhes é pedido o esforço extra para concretizar tais diretrizes, desfilam uma série de desculpas que só fazem descomprometer e desiludir os funcionários mais interessados no desenvolvimento do escritório. “Vá começando a reunião semanal que depois eu entro”, “Eu acho muito importante resolvermos essa questão mas agora não tenho tempo”, “Eu sei que aprovei essa ação, mas agora mudei de idéia” são as desculpas mas odiadas pelos funcionários que idealizam o escritório como um local de crescimento (sim, existem funcionários que vestem a camisa, mesmo nos tempos atuais) e desanimam continuamente quando percebem que as mudanças não vem dos sócios, pessoas que deveriam dar o exemplo. O escritório deve falar a língua do mercado: Por mais impressionante que possa parecer, ainda existem advogados que acreditam que falar “difícil” (o conhecido “juridiquês”) com seu cliente e com o mercado em geral é uma maneira de impressionar e ser visto como diferenciado. Nada mais longe da realidade. Em minhas palestras, brinco que muitos sócios de escritórios jurídicos, se fossem ao exterior, ainda tentariam se comunicar em português, independente da língua padrão do país em que se encontram. Brincadeiras a parte, a verdade é que o escritório deve falar a língua do mercado. Esta língua, na minha concepção, é o marketing. Veja bem, o marketing fala com o empresário - o atual ou futuro cliente do escritório - em todas as suas formas: fala ao empresário culto (aquele que teve uma instrução escolar bem graduada), fala ao empresário intuitivo (aquele que não teve tanto estudo, mas investiu em uma idéia vencedora e agora tem sua empresa atuante e forte no mercado), fala ao estudante (que logo se tornará o futuro empresário), enfim fala corretamente e em uma linguagem que seja adaptada e correta ao empresário, que é ao escritório, o querido alvo prospectivo. A verdade é que o escritório deve se portar da exata maneira que o mercado espera que ele se coloque. Isso nos leva a próxima lei, citada abaixo. Projete-se corretamente: Aqui a premissa é simples. Você será visto como você se projeta. Vamos colocar uma situação para ilustrar: se uma pessoa vai ao seu escritório para uma entrevista de emprego vestindo bermudas e chinelo, você contrataria? Independente da produção intelectual dessa pessoa, você gostaria de ter na sua equipe de trabalho, pessoa com tão pouca noção? O mesmo se aplica ao escritório. Toda iniciativa de marketing lida com a percepção que o mercado desenvolve em relação a um serviço ou produto. Ou seja, o que se vende é a imagem do escritório junto a seu mercado. O serviço em si, suas qualidades e particularidades apenas sustentam a percepção dessa imagem pelos consumidores. Voltando ao comparativo de nosso exemplo, o “candidato sem noção” agora é o escritório que não tem sua estrutura empresarial pronta e adaptada a modernidade. Leia-se estrutura empresarial como logotipo, site, folder, folder digital, newsletter, e-mail representativo, etc, ou seja, todos os itens que traduzem a imagem do escritório como um negócio alinhado ao mercado e suas tendências atuais, necessárias ao empresariado moderno. Ninguém quer mais hoje um escritório que tenha a mentalidade “balançinha/martelinho/senhora justiça” e que ainda a transmita em seus materiais. Além disso, fazendo um link com nosso primeiro item “Mudanças Eternas”, essa imagem corporativa deve ser constantemente aprimorada, levando-se em consideração que o mercado evolui rapidamente. Alguns anos atrás não existia e-mail, site, Youtube, redes sociais e outros aparatos comuns aos dias de hoje. Você ainda imagina algum escritório trabalhando sua marca sem considerar estas ferramentas? Você já considerou todas para fortalecer sua imagem corporativa? Por termos ainda muito temas e colocações para fazer ao advogado leitor, esse artigo foi dividido em duas partes. A parte final das “Leis Imutáveis do Marketing Jurídico” será publicada na próxima edição da revista. Até lá ! Bom crescimento ! As Leis Imutáveis do Marketing Jurídico (Parte 2) Nesta segunda parte do artigo vemos os quatro últimos itens das premissas do marketing jurídico que todo escritório deveria entender para alinhar-se ao mercado, crescer e, mais importante, manter-se no topo, tanto financeiramente quanto estruturalmente. Como colocamos as leis em ordem decrescente, da mais “amena” para a mais importante, estas são as colocações mais relevantes de toda listagem. Vamos a elas. Fracasso faz parte do negócio: O sucesso de muitas iniciativas depende de um lento processo de tentativas frustrantes, de erro e acerto. O que é importante, na verdade, é não deixar-se levar pelo negativismo. Conheço casos de sócios que, tanto em sua vida pessoal quanto profissional, tiveram diversos insucessos, fato este que não impediu que eles efetivamente alcançassem a estabilidade e sucesso ímpar em seus escritórios. Um plano de marketing pode ser essencial para limitar as perdas de mercado durante um recuo estratégico em período de crise ou reestruturação interna da empresa. Um bom marketing mantém a imagem corporativa do escritório enquanto são efetuados ajustes para corrigir algo que não deu certo, algum cliente que saiu inesperadamente da lista de remuneração ativa ou algum objetivo que não foi realizado. Parceiros são indispensáveis: Lembrando de nossa infância, você já conseguiu completar um álbum de figurinhas sozinho? Provavelmente não e teve que trocá-las com seus amigos. Ele dava as que você precisava e vice versa. Vários anos depois, a brincadeira continua a mesma. Sozinho, o escritório pode conseguir muita coisa, mas saiba de antemão, que com parcerias suas conquistas serão dobradas. Um fator importante, que também é lei imutável, dita que uma parceria boa deve ser interessante para os dois lados, ou seja, o advogado deve sempre tentar trabalhar o que os americanos chamam de win-win situation (situação onde todos ganham). Parceiros que ficam “esperando clientes” podem ser facilmente substituídos por parceiros que pro – ativamente geram receita, por indicação, para esse “indicador”. Além do mais, esse parceiro também quer ser o alvo de seus clientes, ou seja, construa sistemas de trabalho “complementares”, onde cada cliente seu possa ser atendido, em outra área, pelo seu parceiro. Assim todos conseguem completar seus álbuns de figurinhas. Quer pagar quanto?: Saiba quanto seu serviço vale. Saiba precificar seu serviço. Apesar de o mercado estar difícil para todos, não se nivele por baixo. Um exemplo clássico de como o advogado não sabe se validar no mercado, é a falta de cobrança nas consultas jurídicas. Advogados que não cobram por seus conhecimentos podem ter a ilusão de que são mais acessíveis aos seus prospectivos, mas na verdade só estão treinando o mercado a acreditar que consultas advocatícias são gratuitas, deixando a profissão cada vez mais denegrida. Você já foi a uma consulta médica onde não teve que pagar para ouvir a opinião do médico? O princípio é o mesmo, só que a classe médica vem sabendo cobrar pelo seu conhecimento. Não se deixe intimidar pelo bom e velho “Mas porque você cobra pela consulta se seu concorrente não cobra?”. A curto prazo esse cliente perceberá que qualidade de trabalho tem custo e se ele quer solução definitiva para seu problema, existe valor envolvido. Sempre tentando exemplificar, lembro uma pequena história que rola na internet há tempos: sabendo que um determinado técnico de informática apenas apertou um parafuso para consertar seu computador, um cliente ficou muito bravo por ter sido cobrado 500 reais pelo serviço. O técnico disse que o empresário entenderia quando visse a nota de serviços. O empresário recebeu a nota, leu e pagou sem mais brigar com o rapaz. Na nota dizia “Parafuso: R$ 1,00. Saber qual parafuso apertar, depois que vários técnicos falharam: R$ 499,00”. Saiba valorizar seu trabalho. Você, você, você: Eu particularmente considero esta a regra mais importante do marketing jurídico. É importante que você, advogado leitor, entenda, desde agora, que não é o marketing jurídico que muda seu escritório. Não é o planejamento, o plano de ação, a atuação precisa, ou a inovação que mudam seu escritório. É você que muda o escritório. De nada adianta implementar uma série de atitudes e procedimentos internos de marketing, se o dono, os sócios ou os advogados responsáveis pelas mudanças estão descompassados com o trabalho real. Existem vários “cases” em que as ferramentas de marketing são ativadas, mas o sócio não as trabalha da maneira correta para tirar proveito da efetividade da mesma. Um exemplo: vários escritórios associam-se a entidades (câmaras de comércio, por exemplo) na intenção de ampliar seu networking, porém na verdade ganham apenas uma conta a mais para pagar ao final do mês. Por que isso acontece? Porque este sócio ou advogado não está efetivamente ativo dentro desta ferramenta de marketing jurídico. Se estivesse, estaria “trabalhando” a câmara, agilizando palestras, comitês e eventos dentro da entidade, potencializando assim esse tão desejado networking fortalecido. Mas na verdade o advogado descompromissado fica esperando que estes contatos se desenvolvam sozinhos e quando isso não acontece (e não vai acontecer mesmo) coloca a culpa na ferramenta. Várias outras ferramentas são “amaldiçoadas” sem existir culpa, onde na verdade é o advogado que não se empenha para que elas sejam instrumentos de sucesso. É importante ressaltar aqui que existem dois tipos de “não comprometimento”. O primeiro é o de desconhecimento, onde o sócio não é familiarizado com os procedimentos precisos para que a ferramenta dê resultado e a segunda é o que ironicamente chamo de “não comprometimento descompromissado” onde a pessoa sabe o que tem que fazer mas “não está a fim” (sim, existem sócios que não estão a fim de crescer seu escritório) ou “não tem tempo para isso agora” (sim, existem advogados que preferem focar na desculpa do que no trabalho efetivo). Se você está enquadrado no primeiro módulo (o de desconhecimento), não existe nada do que se envergonhar, afinal de contas, advogado deve saber advogar e não fazer marketing. É imperativo portanto, que seja feito o uso de especialistas em marketing jurídico para que as ações sejam precisas e que seu escritório cresça. Se você está enquadrado no segundo módulo (o de “não estar a fim”), saiba que muito dinheiro está sendo desperdiçado pelo seu escritório. Resumidamente, ferramentas como a citada networking, assessoria de imprensa, palestras, entre outras, geralmente são descartadas por “não agregarem nada”, ao passo que dariam resultado – e muito – se o advogado soubesse como fazer e se comprometesse a atuar as ferramentas da maneira correta. Mais que isso, é importante que os envolvidos percebam que únicos que conseguem fazer o crescimento acontecer realmente são os próprios advogados vinculados ao processo, sem terceirizações ou delegações de função. Tudo que aconteceu, acontece ou acontecerá no seu escritório depende de você, sócio responsável, com toda a carga de trabalho extra que isso gera. Abrace este trabalho evolutivo ou deixe sua concorrência abraçar. E isso só pode ser feito por uma pessoa: você, você, você. Enfim, estas são as leis imutáveis do marketing jurídico. Leia (novamente), decore, reflita e entenda que se você ainda ignora alguma destas leis colocadas aqui, o reflexo será apenas um: o mercado também irá ignorar seus esforços de evolução. Bom crescimento! Profissional Workaholic – Empenho ou Exagero? Não sei você, mas eu cresci ouvindo o velho jargão: O trabalho dignifica o homem. Isso não deixa de ser uma realidade. Por meio do trabalho nos sentimos úteis, ativos. É ele que nos motiva à busca de conhecimentos. Dá-nos maior visibilidade, poder e status, realização profissional. Sem sombra de dúvidas, a ambição, o desejo de crescer e prosperar são molas propulsoras em nossas vidas, desde que os busquemos de forma equilibrada; do contrário, tenderemos a comportamentos compulsivos. Especialmente nas últimas décadas, com a globalização e maior competitividade, acentuou-se a figura do workaholic – pessoa viciada em trabalho – cuja existência é motivada pela alta competição, obsessão pelo dinheiro, vaidade, sobrevivência e, muitas vezes, pela necessidade de provar algo a alguém ou a si mesma. Esse tipo de pessoa não consegue desligar-se do trabalho, ainda que fora dele. Canaliza cada vez em maior escala sua energia no trabalho, sacrificando o lazer, o convívio familiar e com seus amigos. Faz do trabalho a sua principal razão de viver. Apesar de alimentar a idéia de ser onipotente e onipresente, na verdade é omisso como pai, mãe, amante e companheiro. É uma pessoa exclusivamente racional, desconsiderando seus próprios sentimentos e tem um contato mínimo com si mesmo e com seus conflitos. Usa do trabalho como escudo protetor, escondendo os conflitos emocionais, que não quer ou não consegue resolver. Comumente o workaholic sofre de insônia, surtos de mau humor, impotência, atitudes agressivas, chegando, muitas vezes, à depressão. Mas a consequência mais nociva é o medo do fracasso, levando-o, incansavelmente, à busca de resultados. O equilíbrio ainda é o melhor caminho. O trabalho só tem um sentido, o de propiciar uma vida melhor. Não podemos e não devemos ser escravos dele. De que adianta você trabalhar, trabalhar e trabalhar, se não é capaz de usufruir os frutos desse trabalho? Se o trabalho nos faz perder de vista nossos desejos, anseios e necessidades, precisamos parar e refletir o sentido de nossas vidas. Observe as construções. Todo edifício seguro está sustentado por diversas colunas. Certamente, uma única coluna não seria capaz de livrá-lo das intempéries da natureza. Pois é, assim também acontece com nossas vidas. Somos sustentados por diversos pilares: familiar, social, financeiro, profissional, emocional ou espiritual, sexual e saúde. Qualquer desses pilares que estiver desgastado, corroído, poderá nos desequilibrar, causando-nos impactos negativos na saúde física e emocional. Algumas pessoas tendem a se apoiar e fortalecer um único pilar, em detrimento dos demais, como medida de compensação que, na maioria das vezes, leva à frustração. Meu caro leitor, não estou dizendo que você deva abster-se das responsabilidades de seu trabalho, tampouco que você não deva buscar seu crescimento profissional, ser comprometido. O que espero que entenda é que tudo poderá ser conquistado com qualidade de vida. Não sei se você já se deu conta, mas um dia o seu trabalho poderá não mais existir, e quem será você caso a sua vida dependa somente dele? Qual será a sua identidade? Onde estarão seu amigos, familiares, lazer, fé quando precisar deles? Não perca de vista as coisas importantes de sua vida. Onde está o seu tesouro, aí estará o seu coração. Pense nisso. Gestão de Pessoas: Conheça a Geração Y Nascidos nos anos 80 e 90, a Geração Y, também chamada “Generation Why”, “Generation Yes” e “Geração WWW”, ingressa no mercado de trabalho com amplo domínio da tecnologia e alta capacidade de inovação. Os jovens dessa geração têm pressa em construir a carreira, mas também buscam equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: querem trabalhar para viver, mas não vivem para trabalhar. São alegres e descontraídos, seguros de si e cheios de energia. Tiveram a infância com a agenda cheia de atividades e de aparelhos eletrônicos, as pessoas dessa geração são multitarefas, vivem em ação e administram bem o tempo. No ambiente profissional, gostam de trabalhar com pessoas com as quais se identificam; acreditam no trabalho em equipe e no poder compartilhado e coletivo. Mas a verdade é que não se adaptam a regras rígidas: geração Y pertence ao mercado, e não às empresas. São silenciosos, sabem exatamente o que querem. Consideram a responsabilidade individual e a liberdade de para tomar decisões fundamentais. Não reivindicam: executam a partir de suas próprias decisões, seus blogs e twitter. Não polemizam: agem. Isso se deve ao alto nível de formação: costumam conhecer vários idiomas, fazem vários cursos, pós-graduação e MBA. Adoram os headhunters e multinacionais, buscam carreiras brilhantes em curto espaço de tempo. Isto porque têm expectativa de alta remuneração para manter o padrão elevado de vida. Essa geração tende a oferecer às empresas alto grau de formação, iniciativa, criatividade e resultados rápidos. Porém não é tarefa fácil despertar neles o sentimento de fidelidade, de “para toda vida”. Contudo, é necessário um ponto de atenção: deve-se evitar a generalização: nem todos os jovens apresentam as características de ansiedade, ambição e mesmo a cultura tecnológica que marcam a geração Y. Classe social, ambiente familiar, escola e cultura encontrada nas empresas no qual o jovem desenvolveu suas primeiras experiências profissionais influenciam de forma acentuada as a personalidade dos jovens profissionais. Agora, você deve estar pensando “mas o que eu tenho a ver com essa Geração Y?” Eis a resposta: estagiários, trainees e juniores: eles são a Geração Y. Eles são os profissionais que daqui a 10 anos estarão coordenando suas empresas e escritórios. Por isso a necessidade de entendê-los, suas perspectivas e anseios. É necessário compreender o que os motiva e o que são capazes de oferecer. Não podemos deixar de entender que as mudanças trazidas pela chegada da Geração Y ao mercado de trabalho não são passageiras. A medida que mais jovens iniciam sua carreira, e assumem cargos de liderança, as empresas precisarão se adaptar a esta geração vibrante, conectada e inquieta. Terceirizar é Vital A prática da terceirização não é novidade no mundo dos negócios. Nas empresas do primeiro mundo e do Brasil, há tempos, pratica-se a contratação, via prestação de serviços, de empresas especializadas em atividades específicas; eliminando as que não cabem ser desenvolvidas internamente. O período pós-guerra foi marcado por uma necessidade de reestruturação total e o mercado mostrava-se ávido por inovações. A economia mundial desfrutava de um crescimento sem precedentes. A demanda por novos produtos e novas tecnologias parecia inesgotável. Os recursos eram abundantes, tanto de insumos como de mão-de-obra. Os baixos custos de produção, os consumidores menos preocupados com a qualidade aliados à rápida expansão do mercado, criava um clima de prosperidade e otimismo. Nesse contexto, as empresas apoiavam-se em dois pilares: produzir e vender. Na década de 70, com a crise petrolífera, a economia mundial sofreu mudanças radicais. Energia, insumos e a própria mão-de-obra tiveram um aumento drástico de custo. Aliado a isso, o crescimento do número de empresas pelo mundo, criou uma acirrada concorrência. O comportamento do consumidor sofreu forte alteração, provocado pelo acesso maciço e diário de informações. Esse mesmo consumidor passou a questionar cada produto antes de adquiri-lo, buscando melhor qualidade e menor preço. Diante dessa nova realidade, as empresas viram-se obrigadas a questionar suas formas de administrar. A terceirização surge como forma de compartilhar a eficácia econômica com novos métodos de gestão de mão-de-obra e com as inovações tecnológicas. O objetivo principal da terceirização não é apenas a redução de custo, mas tornar a empresa ágil, flexível e competitiva no mercado. A terceirização ao transformar os custos fixos em variável, melhora o processo produtivo, pois transfere numerário para a aplicação em tecnologia e em novos produtos. Uma empresa de sucesso precisa ter claramente definido o seu “foco” de atividade – core business. Estarão fadadas ao desaparecimento, aquelas que não tiverem o direcionamento de seus negócios. Tão importante quanto definir o que fazer, é definir o que não fazer, só assim as pessoas saberão o que é importante à organização e a tendência será trabalhar nas atividades que levarão ao sucesso. Diante disso, a terceirização de alguns processos tornou-se uma estratégia competitiva às empresas. Dentre eles o processo de recrutamento e seleção. A empresa ao definir seus objetivos estratégicos, percebe a necessidade de alocar as pessoas certas que possuam as habilidades necessárias para que proporcionem a maior eficiência possível no desenvolvimento de suas funções. Empresas que terceirizam o processo de recrutamento e seleção incorrem com menor freqüência com custos de contratações indevidas; pois a empresa terceirizada garante a seleção do profissional que se enquadra plenamente às exigências do cargo a ser ocupado. O departamento de recursos humanos, ao longo do tempo, sofreu imensas mudanças e passou a ser considerado estratégico nas organizações. Deixou de ter um papel puramente operacional, passando a gerenciar pessoas, de modo a conduzi-las aos resultados esperados. Uma consultoria externa além de garantir que o processo de recrutamento e seleção alcance seu objetivo de maneira eficiente, exonera os funcionários envolvidos nessa atividade dentro da empresa para exercerem outras atribuições no setor de recursos humanos, como, por exemplo, o treinamento e capacitação dos colaboradores. A empresa quando terceiriza o recrutamento e seleção tem a garantia de sucesso, pois a consultoria externa não encerrará o processo até que apresente ao menos dois candidatos aptos à vaga; além de identificar as causas que levaram à vacância do cargo, evitando, assim, a recorrência da causa, na nova contratação. Dentre as inúmeras vantagens, a terceirização do processo de terceirização e seleção reduz custos de contratação, uma vez que a empresa contratante não necessita manter uma estrutura permanente para a sua realização. Outra vantagem consiste na qualificação dos profissionais terceirizados que, frequentemente, participam de cursos de atualização e capacitação, obtendo novas técnicas de avaliação para determinar os perfis profissiográficos dos candidatos ao cargo, e, com isso, indicar ao cliente o profissional que mais se enquadra as suas necessidades. Portanto, terceirizar os serviços de recrutamento e seleção deve ser considerada uma regra a ser seguida no mundo dos negócios nos dias atuais, pois permite à empresa focar todas as suas forças nas atividades que realmente contribuem para os resultados, além de possibilitar que a equipe de profissionais esteja mais capacitada para enfrentar todos os desafios que o mercado impõe na busca pelo alcance dos objetivos traçados pela empresa. A Diferença entre Marketing e Publicidade Prezado leitor, neste artigo tentarei desmistificar um assunto que ainda é um tanto quanto confuso para algumas pessoas: qual a diferença entre marketing e publicidade? O que é fazer marketing? O que é fazer publicidade? Na verdade, creio que um dependa do outro, que devam trabalhar de forma integrada. Uma publicidade bem feita é consequência de um marketing bem realizado. Publicidade é a apresentação das informações sobre um produto, serviço, uma marca específica, com o intuito de influenciar, causar desejo de consumo, persuadir o consumidor. Ela “vende”, ela cria uma imagem, uma reputação. Mas como posso fazer essa publicidade sem a certeza de que o que estou tornando público é realmente necessário e irá satisfazer meu consumidor? Para isso, dados e análises são fundamentais. É aí que entra o tão importante “marketing”. Criar algo sem ele é atirar no escuro, é navegar sem bússola. A publicidade determina “como fazer”, o marketing, “o que fazer”. Fazer marketing não é apenas auxiliar o departamento de vendas, nem incentivar pessoas a consumirem o que nem sempre necessitam. Fazer marketing é suprir necessidades, é satisfazer desejos, é direcionar de forma precisa, criativa e orientadora, ideias, estratégias e planejamento de condução de negócios, visando lucro, conquistas, sustentação e expansão da marca, produto ou serviço. Para o marketing ser implantado corretamente e com sucesso dentro de uma empresa, é necessário que se conheça muito bem as necessidades do cliente, que se entenda plenamente quais os seus reais desejos. Fazer Marketing é provocar, “alfinetar”, aproximar seu produto, sua marca, do seu consumidor. E para isso, é necessário que exista toda uma estratégia, um planejamento envolvido. Acho que usei as palavras mais adequadas no contexto: “estratégia” e “planejamento”. Vejamos por que: Primeiramente efetua-se uma análise de mercado, ou seja, identifica-se o público que deverá ser atingido, para assim segmentá-lo. Depois, analisam-se os concorrentes diretos e indiretos e ainda os pontos fortes e fracos que diferenciam sua empresa, sua marca, seu serviço ou produto, em relação aos mesmos. À partir disso, criam-se metodologias, objetivos adequados, e análises quantitativas e qualitativas para verificação de resultados obtidos. Fazer marketing é pesquisar muito! Por isso é um desafio maravilhoso. Provoca tensão, adrenalina. Mas o marketing só terá grande expressão, quando todas as empresas perceberem sua importância. Por isso achei válido esclarecer e partilhar um pouco deste conhecimento, para que essa importante ferramenta seja entendida e agregada às pequenas, médias e grandes empresas e escritórios, se expandindo, assim, cada vez mais no mercado empresarial. A importância do bom atendimento Se a propaganda é a alma do negócio, o atendimento ao cliente é o corpo. Em um mercado cada vez mais competitivo e fragmentado, ofertar ao cliente um serviço ou produto de qualidade não é mais suficiente para manter-se como uma empresa diferenciada. A qualidade do atendimento apresenta-se como um fator de peso para fazer com que o seu negócio se sobressaia sob os demais. Conquistar e manter clientes é tarefa das mais difíceis para qualquer empresa e no setor de serviços, esta realidade é ainda mais marcante. Um bom atendimento ao cliente é fundamental para o sucesso de qualquer negócio. Quem é bom de vendas é capaz de vender qualquer coisa para alguém uma vez, mas é a política de atendimento ao cliente adotada pela empresa que irá determinar se os clientes se manterão fiéis ou procurarão o concorrente. Um bom se faz por meio de um bom relacionamento. Especialistas, explicam que um cliente satisfeito conta sobre a empresa ou serviço para apenas duas pessoas, já o cliente insatisfeito conta para cerca de dez pessoas, ou seja, um atendimento ruim repercurte muito mais que um atendimento de qualidade. Não adiante você fazer promoções, ou diversificar seus serviços, se você não conseguir fazer os seus clientes voltarem, pois dessa maneira sua empresa não vai gerar lucro por muito tempo. Atendimento de qualidade é aquele que deixa o cliente satisfeito e com vontade de voltar. São vários os fatores que constituem a prestação de um serviço e o capital humano é o que o mais responsável deles. Todos os colaboradores devem atuar para encantar os clientes, pois quanto mais encantados estes ficarem, maior será o retorno financeiro a todos. Devese pensar em sempre superar as expectativas É necessário conscientizar-se, portanto, que o papel de cada colaborador na qualidade do serviço oferecido é significativo. É nesse aspecto que o Recursos Humanos da empresa entra em ação. Ela deve trabalhar de forma integrada com as outras áreas, sempre condizente com a estratégia da empresa, no intuito de desenvolver ações - treinamento, workshops, que ajudem seus profissionais em um atendimento melhor aos clientes, como: agilidade no atendimento, cordialidade e principalmente, conheça o negócio de sua empresa. A seguir, uma lista de sugestões simples que vão ajudar a sua empresa a oferecer um bom atendimento ao cliente que certamente fará a diferença entre a sua empresa e a concorrência. Excelência no atendimento Esteja sempre pronto para atender seus clientes. Ligações não atendidas podem ser oportunidades de negócios perdidos. Atenda, com eficiência e cordialidade. Confiança Só prometa o que puder cumprir e cumpra o que prometer. Entregue ao cliente o estipulado em acordo. Confiança é uma das chaves para a fidelização e um bom relacionamento com o cliente. Ele precisa saber que pode confiar no que você e sua empresa prometem. Mantenha seus funcionários informados Sempre informe seus funcionários sob o que acontece na empresa. Não espere que eles consultem uma bola de cristal e adivinhem que a empresa fechou um novo acordo ou que lançará um novo serviço no mercado. Você é o responsável por esta comunicação. Saiba o que está falando. Quando em contato pessoal, fale olhando nos olhos do cliente. Quando por telefone, ouça com atenção e intenção real de escutar. Individualize o serviço para cada clientela. Isso passa competência e credibilidade. Boa imagem Diz respeito àquilo que os clientes conseguem ver, tais como: estrutura física da empresa, limpeza, apresentação dos funcionários, identificação visual da empresa (site, cartão de visita, folder). A imagem de uma empresa está positivamente correlacionada às expectativas dos seus clientes. Quanto melhor for a imagem de uma empresa no mercado, maiores serão as expectativas dos serviços por ela prestados. Agora, pensando no atendimento que você oferece aos seus clientes, uma pergunta: você seria seu cliente? Meu Trabalho Merece Respeito (e Remuneração) Quando se vai ao médico, ao dentista, ao psicólogo, paga-se primeiramente pela consulta para obter um diagnóstico e depois, pagase o tratamento adequado. Então pergunto: Por que advogado não pode cobrar por uma primeira reunião? Advogado também paga impostos, também se alimenta, abastece seu carro, usa roupas, sapatos etc. Por que teria que trabalhar de graça? O cliente entra em sua sala, você perde horas ouvindo detalhadamente o caso dele, questiona, pensa, analisa quais as chances de êxito num litígio... Se isso não valesse nada, qualquer pessoa faria, certo? A maioria dos advogados, não cobra por todo esse trabalho. Alguns, por medo de que o cliente se assuste. Mas oras, se o problema do cliente não vale um valor “X” para que seja obtida uma boa resposta precisa sobre o assunto, sobre as chances de êxito, certamente não valerá sua atenção e muito menos a atenção do judiciário. Alguns advogados acham o valor de uma consulta muito insignificante para ser cobrado. De fato, o que são R$100,00 diante de causas que o lucrarão R$ 100.000,00? Pra que se indispor com o cliente e correr o risco de deixá-lo procurar outro colega, que não cobrará nada pela consulta? Então, advogados preferem arriscar. alguns não “Meu concorrente não cobra, então também não cobrarei”. Discordo! Ninguém precisa ser mero repetidor do trabalho alheio. Acredite no potencial do seu escritório, na seriedade da sua administração. Ressalte, acentue os pontos fortes, os diferenciais oferecidos, a qualidade de seu trabalho. Para isso, estruture-se adequadamente. Como diz o palestrante e também consultor em Marketing Jurídico, Alexandre Motta: “Quem ganhará uma concorrência, o advogado/escritório estruturado ou o não estruturado?”. Resposta óbvia, não é mesmo? E o que é estruturado? ser um advogado/escritório Primeiramente queira crescer. Cuide da sua imagem, apareça nas mídias, torne-se conhecido, escreva artigos e divulgue-os. Aprimore seu atendimento. O bom atendimento é fundamental para a fidelização de seu cliente e sinônimo de qualidade. Seu escritório é a sua marca e as pessoas estão cada vez mais exigentes. Portanto, diferenciais competitivos são fundamentais para a sobrevivência no mercado, seja ele de qualquer segmento, mas ainda mais importante na área jurídica, onde a concorrência é cada dia mais acirrada. A realidade do mundo exige mudanças, e a advocacia tem que estar preparada para ampliar sua visão, cativar seu cliente e ao mesmo tempo, tornar seu escritório atualizado e bem sucedido. Isso, obviamente, sendo remunerado corretamente. Certa vez ouvi a expressão “Sooner or later, everybody gets its day in the court” (“cedo ou tarde, todo mundo tem seu dia no tribunal”) e então pensei que se existe uma gama muito grande de pessoas que estiveram, estão ou estarão submetidas ao seu empate jurídico ou, no contexto, seu “dia no tribunal”, por que o advogado não faz o que sabe fazer melhor – ajudar os clientes a sairem deste impasse – porém, sendo remunerado adequadamente pelo seu conhecimento e ação? Aquele que atender perfeitamente às necessidades de seus clientes, ganhará a confiança e o respeito dos mesmos. E quem se importará em pagar um pouco mais para obter um serviço com garantia de qualidade e eficiência? Um trabalho bem feito merece respeito e remuneração adequada, independente de mercado ou profissionais aventureiros. Pense nisso! Sempre Otimize Seus Pontos Fortes Com certeza você já participou de um processo seletivo em que te perguntaram: quais são seus pontos fortes? E os fracos? Candidato bem preparado já tem a respostas na ponta da língua, mas o que muitas vezes acontece é que no dia-a-dia, profissionais se esquecem dessa famosa pergunta de entrevista e acabam deixando de ressaltar em seu trabalho o que eles têm de melhor. Vamos a algumas considerações: Primeiro: saiba quais são seus pontos fortes e aprenda a usá-los. Concentre-se no que sabe fazer de melhor. Só assim você conseguirá se destacar como profissional, mediante sua empresa e até no mercado. Se você que está lendo esse artigo pensou em pontualidade, esqueça. Ser pontual não é ponto forte. Chegar ao trabalho no horário combinado é obrigação de todo profissional, assim como manter o ambiente de trabalho limpo e organizado (essa é para aqueles que gostam de ressaltar seu alto grau de organização). Capacidade de negociação, foco em resultados, flexibilidade, adaptabilidade, esses sim são pontos fortes e que valem a pena serem ressaltados tanto em um processo seletivo como no cotidiano de trabalho. É o fato de investir nessas habilidades que trazem resultados positivos e te deixam acima da média dos outros profissionais. Certas características podem fazer de você aquele ilustre talento que as empresa querem tanto reter. Segundo: esqueça seus pontos fracos. Não é neles que sua atenção deve se concentrar. Não, não estou dizendo que não devemos buscar o pleno desenvolvimento, mas como já dito anteriormente o ponto forte é uma aptidão natural, quase como um dom. Tentar aprimorar seus pontos fracos soa como perda de tempo, já que você dificilmente se tornará excelente naquilo em que tem pouca vocação. Você, leitor, agora pare e pense: quais são seus pontos fortes? Quando souber responder a essa pergunta, parta para outro questionamento: você tem mostrado isso a sua empresa, equipe e ao mercado? Se sim, parabéns. Se não, passe a mostrar, pois de nada adianta você ser bom em algo se não conseguir transparecer aos outros. Gestão de Pessoas: O Papel do Líder Foi-se o tempo em que alguém mandava e o outro obedecia. No mundo dos negócios, a liderança veio para quebrar esse paradigma. Ela dá lugar a novos valores, como motivação e comprometimento. Nesses novos tempos, devemos saber colocar as coisas de forma a deixar claro o porquê deve ser feito, para que todos a nosso redor se comprometam pela mesma causa. Em simples palavras, podemos dizer que o bom líder é aquele que é respeitado e admirado por sua equipe e, não apenas obedecido. Ele influencia um grupo em direção à realização de metas. No mercado corporativo, isso pode ser traduzido com a tarefa de ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão, proporcionando competitividade à ela. Uma das características mais marcantes de um líder é que ele não tem dificuldade de falar no plural - ele diz: “nós conseguimos” e não “eu consegui”. Assim, cria condições para uma administração participativa e baseada em equipes, proporcionando à organização profissionais bem treinados e motivados. Outro ponto importante de uma liderança eficaz é que o líder deve possuir visão estratégica, ou seja, deve conhecer e entender o negócio da organização e seu ambiente, identificando oportunidades e alternativas, mas sempre respeitando as políticas e procedimentos adotados pela empresa. Um dos fatores chaves da liderança é gerir as pessoas como parceiras da organização. Como parceiros, as pessoas fazem investimentos na organização - como esforço, dedicação, comprometimento, riscos - na expectativa de colher retorno desses investimentos, como salários, incentivos financeiros, crescimento profissional. Desta forma, elas são capazes de alavancar e potencializar a empresa, conduzindo-a ao sucesso. Outros atributos também são bem marcantes na gestão de um líder de sucesso: Agilidade, flexibilidade e dinamismo; Compromisso com a qualidade e com a excelência de serviços; Desenvolvimento de altos níveis de confiança: a fim de ter o respeito da equipe, tratando todos de forma justa e igual, cria-se uma sensação de segurança e, consequentemente confiança; Busca pela inovação: age com criatividade, procurando encontrar novas soluções; Consegue gerenciar conflitos e adversidades: o líder trabalha com pessoas diferentes, de personalidades, valores e culturas diferentes todos os dias, e diariamente consegue aprender com as diferenças de sua equipe; Consegue se auto avaliar e também a sua equipe: o feedback de ser constante, através de um diálogo franco e cuidadoso; Estimular o funcionário em relação à importância de sua função na empresa: cria um ambiente de motivação profunda, estimulando as pessoas a sentirem que fazem parte de algo nobre, muito além da simples troca do trabalho por remuneração; Capacidade de antecipar mudanças e reconhecer tendências; Habilidade de inspirar: pessoas se inspiram e seguem um líder porque elas confiam nele. Um líder deve inspira pelos valores, não apenas pelo carisma, criando um clima de ética e confiança; Está aberto para o recebimento de críticas. Penso que uma das maiores competências de um líder é que ele é capaz de formar outros líderes. Eles sabem como construir e incentivar outros líderes, sem medo da competição ou da perda de controle. Vão além de seu papel de motivar seguidores, acreditam que há espaço para mais profissionais excelentes. E que, quanto mais, melhor, pois dessa forma, todo mundo ganha. Mas se você ainda não se enquadra neste perfil, fique calmo. Nem tudo está perdido: ao contrário do que muitas pessoas acham, para ser um grande líder não é preciso nascer com todas essas competências. Estudiosos da área afirmam que a liderança pode ser aprendida sim: qualquer profissional pode vir a ser um líder de sucesso. Técnica ou Comportamento: Qual o valor no mundo corporativo? Empresas de vanguarda estão sempre atentas às evoluções tecnológicas. Sabem da importância de estratégias de marketing, que fortalecem suas marcas, geram maior visibilidade, melhoram o relacionamento com seus clientes. Buscam inovações em seus produtos ou serviços para perpetuarem-se no mercado. Possuem estruturas administrativas e financeiras fortalecidas e organizadas, de modo a maximizarem resultados e minimizarem custos. Mas algumas mudanças ocorridas no mercado, como a globalização das economias, um mercado regido pelo cliente e não pelo vendedor, bem como, uma economia com base no conhecimento, fizeram com que as empresas modernas voltassem o foco das atenções nas pessoas. As pessoas deixaram de ser meras coadjuvantes no mundo corporativo, para tornarem-se as protagonistas, o principal ativo das empresas, já que são elas que detêm o capital intelectual e o conhecimento. Como estratégia de sobrevivência, as empresas buscaram investir nas pessoas. O departamento de recursos humanos passou a ter um papel fundamental nas organizações. Ele que antes era tido como meramente operacional, assumiu um papel estratégico; sendo um parceiro fundamental da empresa no incremento de seus negócios, orientando os processos seletivos e de desenvolvimento de pessoas com vistas às estratégicas organizacionais e atuando como agente de mudanças. Um dos pilares dessa grande mudança de paradigma para o RH foi o investimento no desenvolvimento de competências humanas, dada a importância das pessoas nas organizações. Os modelos administrativos com foco em competências se enquadram dentro do conceito de RH Estratégico. Dizer que uma pessoa é competente é o mesmo que dizer que ela é capaz de realizar alguma coisa. O Webster, dicionário inglês, define competência como “a qualidade ou estado de ser funcionalmente adequado ou ter suficiente conhecimento, julgamento, habilidades ou força para uma determinada tarefa”. O Aurélio acrescenta que competente é aquele que tem a “capacidade legal para julgar pleito”. O conceito de competência é pensado como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que justificam um alto desempenho. A competência é percebida como estoque de recursos, que o indivíduo detém. O grande desafio enfrentado pelas empresas é o de transformar o conhecimento em patrimônio da organização - o conhecimento implícito na mente do indivíduo em conhecimento explícito, disponível a todos, democratizado. Contudo somente o conhecimento não basta, é preciso ser hábil, ou seja, saber fazer. Todos devem saber fazer. Isso será vital para a sobrevivência de uma organização. A habilidade advém de prática, treino, erros e acertos. Nas organizações, nem sempre quem detém o conhecimento é quem executa as tarefas. Então conhecimento e habilidade são suficientes? Se não houver atitude, nada acontece. A atitude está diretamente ligada à ação. É a peça chave para as mudanças de paradigmas. A gestão baseada em competências permite à empresa gerir seus recursos humanos segundo o grau de capacitação alcançado por seus colaboradores dentro das competências previstas para cada cargo. Isso permite à organização orientar suas ações, além de sinalizar ao funcionário onde ele pode investir em seu autodesenvolvimento, alcançando crescimento nos níveis salariais à medida que alcança níveis maiores de competência dentro do cargo. As competências são classificadas em técnicas e comportamentais. As competências técnicas estão relacionadas à educação formal, acadêmica, treinamentos e conhecimentos técnicos adquiridos por meio de experiências profissionais que o indivíduo conseguiu adquirir. Já as competências comportamentais dizem respeito ao nível de equilíbrio e adequação do indivíduo, na interação com o meio em que está inserido. São exemplos de competências comportamentais habilidades como proatividade, flexibilidade, criatividade, organização, comunicação, foco em resultados, ousadia, planejamento, administração do tempo, dentre outras. As competências comportamentais possibilitam maior probabilidade de obtenção de sucesso na execução de determinadas atividades; motivo pelo qual as organizações investem no desenvolvimento dessas competências. Podem ser inerentes às características de personalidade de um indivíduo, ou obtidas no convívio social, bem como podem ser obtidas e aprimoradas através de treinamentos e autodesenvolvimento. Dada a importância das competências comportamentais, sem, contudo, desqualificar as técnicas, exploraremos algumas das mais relevantes. As intelectuais são capazes de reconhecer e definir problemas, propor soluções, pensar estrategicamente, aplicar mudanças no processo de trabalho, agir preventivamente, partilhar e multiplicar conhecimentos. As competências de comunicação são utilizadas na forma de expressão e comunicação com diferentes grupos e níveis hierárquicos, sejam eles subordinados, superiores, clientes, fornecedores e acionistas. A comunicação é clara, transparente e acessível a todos, seja ela escrita ou verbal. Essa competência permite desenvolver habilidades de relacionamento e, consequentemente, o viés negocial. As competências sociais promovem a transferência de conhecimentos da vida social para o ambiente de trabalho e vice-versa. Elas encampam o trabalho em equipe e a consciência com o meio ambiente. As comportamentais fomentam o espírito empreendedor e a capacidade para a inovação, declarando guerra à “zona de conforto”; iniciativa no sentido de identificar e agir proativamente diante de problemas e oportunidades; criatividade no desenvolvimento de produtos e de novos processos de trabalho; vontade de aprender; abertura às mudanças com perfeita adaptação às situações favoráveis ou desfavoráveis sejam elas de âmbito ambiental, econômico ou tecnológico; consciência da qualidade, buscando sempre a excelência de produtos e serviços; sustentação em valores éticos e morais e, por fim, a coerência no falar e no agir, a fim de que toda a equipe siga o exemplo e alcance os resultados propostos. As competências organizacionais são imprescindíveis à compreensão do negócio e seus objetivos, bem como as relações com o mercado e com o ambiente macroeconômico e político. Essas competências geram o compromisso com os resultados e estímulos altamente positivos à equipe. Permitem, ainda, o gerenciamento do tempo, priorizando tarefas e estabelecendo metas. O planejamento de tarefas, a organização na distribuição de atividades, além da perfeita alocação de recursos também são características de competências organizacionais. Contudo, não poderíamos de deixar de citar os dois mais relevantes aspectos dessas competências, quais sejam, a liderança e a atuação estratégica. Liderar eficazmente as pessoas; delegar, permitindo que todos sejam responsáveis e sintam-se como parte do negócio; gerar desafios e ampliar oportunidades. Identificar talentos e desenvolver as potencialidades da equipe. Tratar com equidade os colaboradores. O líder é quem dá norte à equipe e a direciona ao alcance de performance que atenda às necessidades da organização. A atuação estratégica antevê oportunidades e ameaças, pois está conectada aos ambientes interno e externo, que influenciam diretamente nos resultados. O estrategista está atento às tendências e inovações; com isso, empreende esforços para a excelência da equipe. Não poderíamos deixar de citar a assertividade, como habilidade em expressar ideias, posições e mesmo emoções. O assertivo defende seus direitos, sem desrespeitar os dos colegas, argumentando com extremo profissionalismo, sem deixar-se mover pelas emoções. Tampouco, a visão holística que permite um olhar amplo da organização. Hoje é inconcebível ter um profissional alheio ao que ocorre ao seu redor. É certo que não esgotamos o assunto. Muitas são as competências que se desenvolvem no decorrer da vida organizacional, em um mundo extremamente dinâmico em que vivemos, onde as informações são disseminadas quase que instantaneamente. As organizações buscam, cada vez mais, pessoas com sólida formação técnica que, capazes de cultivar valores éticos, como justiça, respeito, tolerância e solidariedade, demonstrem atitudes positivas e adequadas ao alcance de resultados. Fato que valoriza a atuação estratégica do departamento de recursos humanos e o cuidado nos processos seletivos, sejam internalizados ou terceirizados. Diretrizes Organizacionais – Entenda seu Conceito. Toda organização visa atingir suas metas e vencer desafios. No momento da construção de seu planejamento estratégico, é importante formatar as diretrizes organizacionais. Essas diretrizes representam o conjunto das estratégias e políticas da empresa, sendo formadas pela missão, pela visão e pelos objetivos da empresa e definem, de forma clara, para o ambiente interno e externo, o que elas são, por que existem, o que elas serão e quais condutas pretendem adotar durante este percurso. A missão é a definição que é dada para apresentar ao mercado, aos funcionários, acionistas e parceiros de negócio. Ela diz para quê a empresa existe e qual é sua finalidade. Representa a razão de ser da organização e determina a sua identidade. Sua definição é um elemento essencial para a gestão de qualquer organização, com isso consegue estabelecer estratégias mais coerentes para posicionamento no mercado, além de atender de forma mais eficaz às necessidades de seus clientes. A visão é a grande meta de crescimento e desenvolvimento que a empresa estabelece para si mesma. Expressa onde e como a organização pretende estar no futuro. É uma projeção das oportunidades do negócio da organização e uma concentração de esforços na sua busca. Atua como um elemento motivador, energizando a empresa e criando um ambiente propício ao surgimento de novas ideias. É importante ressaltar que é mais fácil alcançar a visão quando ela está incorporada em todos os níveis da organização, fazendo com que todos os funcionários busquem alcançá-la, a longo prazo. Para concretizar a missão e a visão da empresa, é necessário definir claramente os objetivos a serem alcançados. Eles são metas, que devem ser atingidas pelas organizações para que suas ações sejam realizadas com sucesso e tenham resultados positivos no ambiente que a envolve. Eles justificam suas atividades e direciona seus esforços, podendo ser de longo, médio ou curto prazos. Os valores de uma organização representam os princípios filosóficos e éticos que norteiam todas as suas ações. São definições a respeito do que é importante para a organização atingir o sucesso. Exercem grande influência na estruturação e no funcionamento das organizações. Atuam como elementos motivadores que direcionam as ações das pessoas na organização, contribuindo para a unidade e a coerência do trabalho. Desenvolvendo a Inteligência Emocional Segundo Mayer & Salovey (1997) a Inteligência Emocional envolve a capacidade de perceber, avaliar e expressar emoções; a capacidade de gerar sentimentos que facilitam o pensamento; a capacidade de compreender as emoções e, ainda, a capacidade de controlar as emoções, de forma a promover o crescimento emocional e intelectual. Resumidamente, usar intencionalmente as emoções a nosso favor, de modo a produzir resultados positivos; ou, ainda, desenvolvendo a habilidade de manipular as emoções, tornando-as coadjuvantes no processo de nosso crescimento. Perceber, avaliar e expressar emoções abrange desde a capacidade de identificar emoções em si mesmo e nas outras pessoas, até a capacidade de expressar essas emoções; bem como, avaliar a autenticidade de uma expressão emocional, identificando-se sua veracidade, falsidade ou tentativa de manipulação. Usar a emoção como facilitadora do pensamento diz respeito à utilização da emoção como um sistema de alerta que dirige a atenção e o pensamento para informações mais relevantes. O conhecimento emocional, isto é, a compreensão e a análise das emoções, inclui a capacidade de identificar diferenças e nuances entre elas, até a compreensão de sentimentos complexos ou as transições de um sentimento para outro. O controle das emoções é a capacidade de tolerar as reações emocionais, sejam elas agradáveis ou não, compreendê-las equilibradamente, controlá-las ou mesmo descarregá-las no momento propício, promovendo o crescimento emocional e intelectual. O grande responsável por nossos sucessos ou fracassos é o Quociente Emocional (Q.E.). Nossa inteligência emocional pode ser desenvolvida e estimulada por meio de cinco habilidades: Ampliação da autoconsciência: percepção do modo como fazemos nossas ponderações e avaliações, nossa atuação em relação aos colegas de trabalho ou no atendimento aos nossos clientes. Ter autoconsciência significa reconhecer e compreender nossos próprios sentimentos, pensamentos e ações, estabelecendo uma relação produtiva entre eles, a fim de que produzam reações favoráveis. Importante estarmos atentos que a forma como nos vemos é, infinitamente, diferente de como somos percebidos pelos outros. Controle das emoções: direcionando de nossa energia emocional em busca de resultados positivos. Ter controle de nossas excitações; lembrando-nos que o nosso corpo fala. O entusiasmo e o bom humor deverão ser grandes aliados em nossas lutas diárias. Nossa carreira, sem sombra de dúvidas, será prejudicada por sentimentos como ressentimentos, excesso de crítica e culpa, que requerem grande quantidade de energia e minam todas as nossas forças. Automotivação: temos quatro grandes fontes de automotivação, quais sejam: o Nossas próprias crenças e atitudes – somos aquilo que pensamos ser. Somos dotados de uma capacidade enorme de aprendizagem; portanto nunca deveremos nos considerar incapazes. Atitudes podem ser mudadas e tudo é uma questão de escolha. o As pessoas que nos cercam – fujamos dos pessimistas. Busquemos apoio e incentivo nos amigos e familiares. Procuremos ter a nossa volta, em nossa equipe, pessoas positivas, motivadas, dispostas a enfrentar desafios. o A figura de um mentor – um modelo que nos inspire. Alguém que, realmente, admiramos pela capacidade de superar adversidades. o O ambiente em que convivemos – transformarmos o local de trabalho em um ambiente agradável, com boa iluminação, cores alegres. As mudanças são recomendadas e inspiradoras. Nosso ambiente de trabalho deverá ser um refúgio aconchegante, semelhante a nossa casa. Reconhecimento de emoções em outras pessoas: reconhecer emoções no outro e empatia de sentimentos. Relacionamentos interpessoais: interagir com outras pessoas utilizando competências sociais. As três primeiras habilidades são essenciais ao autoconhecimento, enquanto as últimas são importantes na: Formação e organização de grupos: habilidade na liderança de grupos, coordenando esforços para atingir os resultados e obtendo o reconhecimento desse grupo e a cooperação espontânea. Negociação de soluções: habilidade do mediador, prevenindo e resolvendo conflitos. Empatia: capacidade de reagir aos desejos e sentimentos dos indivíduos, canalizando-os ao interesse comum. Sensibilidade social: capacidade sentimentos e motivos das pessoa. de detectar e identificar Reitero, a inteligência emocional pode ser aprendida e aperfeiçoada, pois quando estamos motivados, somos capazes de enfrentar crises e obstáculos com coragem e determinação, tornamo-nos mais criativos e propensos a levar nossas ações a bom termo. Daniel Goleman, psicólogo que popularizou o termo Inteligência Emocional, a partir de 1995, afirma que o Quociente de Inteligência (QI) elevado de uma pessoa, não garantirá seu sucesso e felicidade; demonstrando que pessoas com QI elevados podem, sim, fracassar. O êxito pode ser produzido por qualquer indivíduo, desde que tenha capacidade para controlar seus impulsos, agindo de forma coerente e com uma inteligência emocionalmente construída. Portanto, a inteligência emocional significa não somente possuir os conhecimentos técnicos ou saberes intelectuais. Vai além disso. É ter pleno controle das emoções e aplicar a inteligência para obter êxito nos relacionamentos afetivos, sociais e profissionais. É desenvolver o amor próprio e a autoestima elevada, acreditando em seu potencial. Ser capaz de gerenciar as emoções, produzindo um equilíbrio capaz de lidar com situações adversas e a solução de problemas. A inteligência emocional é a base propícia para a conquista da excelência, aprimorada a partir de uma associação favorável entre a razão e a emoção. Uma pessoa com grau desenvolvido de inteligência emocional caracteriza-se pela habilidade e capacidade de perceber e controlar suas emoções e das pessoas que o cercam. Tal pessoa tem ampliada a sua capacidade de dominar as emoções com inteligência, passando a utilizar o fluxo de suas emoções de forma inteligente e construtiva, melhorando, dessa forma, seus relacionamentos no âmbito conjugal, afetivo, social e profissional. A inteligência emocional é vista como a maneira pela qual a pessoa dirige a própria vida, relacionando-se bem com as pessoas, sejam elas fáceis ou difíceis de lidar. Também, a maneira como a pessoa resolve as situações de sua vida, de modo a conseguir os resultados que deseja. Mas, não se pode descartar, o interesse que se tem pelas outras pessoas. Entendendo, primeiramente, que cada um é um ser único e que interpreta os fatos de forma singular. Mantendo um relacionamento produtivo e adequado com as pessoas, mesmo sabendo que aquilo que é bom para mim, poderá não o ser para o outro. Tendo a compreensão que a outra pessoa pensa de forma diferente, sem que isso mude o meu ponto de vista. Compreendendo que o momento é o agora. Tudo o que fizermos, no momento presente, influenciará os acontecimentos futuros. Sabendo aproveitar as experiências passadas, tirando delas um aprendizado. Com isso, podemos reformular nossas estratégias de ação, buscando atingir nossas metas de maneira eficiente. Desenvolvendo nossa percepção e acuidade sensorial, para detectarmos qual o estado interno da pessoa com o qual estamos nos relacionando. Importantíssimo é assumirmos a responsabilidade sobre o que não deu certo ou em relação àquilo que nos incomodou. Algumas pessoas agem sempre de forma desagradável conosco; precisamos descobrir o que temos feito ou deixado de fazer, que faz com que essas pessoas persistam nesse comportamento que nos aborrece. Dessa forma, cresceremos como pessoas e investiremos em nossa maturidade. Assumir o lugar do outro é a chave que abre inúmeras portas. Desvencilhar-se dos traumas da infância, especialmente com pais e professores. Grande parte das atitudes deles tinha como objetivo educar ou corrigir um comportamento nosso que consideravam inadequado. Guardar mágoas e ressentimentos é um campo desenvolvimento de doenças físicas e o bloqueio do crescimento pessoal. fértil para o Uma pessoa que está de bem consigo mesma, poderá render muito mais para a organização do que aquela que traz todos os seus problemas para o trabalho, fazendo com que sua produção caia e, consequentemente, atrapalhando a todos os outros que trabalham com ela. Trabalhando a inteligência emocional, a pessoa canalizará as emoções para os momentos apropriados, aprenderá a lidar com as suas emoções e agirá de forma mais racional. David McClelland, famoso psicólogo da Universidade de Harvard, em pesquisa realizada a mais de uma década, relacionou aspectos da inteligência emocional aos resultados do negócio. Verificou que líderes com maior número de competências emocionais foram mais longe do que seus pares que não as possuíam. Pessoas com a inteligência emocional bem desenvolvida têm extrema facilidade de integração e de relacionamento, adaptando-se, com sucesso, à dinâmica organizacional. Acima de criatividade e comunicação, as pessoas emocionalmente inteligentes possuem um forte sentido de responsabilidade e uma capacidade notável de adaptação às mudanças. Motivo pelo qual as organizações têm dedicado especial atenção a este fator nos processos de recrutamento e seleção, especialmente, para cargos de liderança. Networking na Era Digital Atualmente, mais importante do que criar uma boa rede de relacionamento – o famoso networking – é mantê-la ativa e renová-la constantemente. Com a internet e seus meios de comunicação online, nunca foi tão fácil compartilhar interesses e conhecer profissionais da sua área de atuação. As redes sociais, como LinkedIn, Facebook, Foursquare, Formspring, entre outras, tornaram-se excelentes ferramentas para começar, desenvolver ou manter este relacionamento profissional. Porém, não é tão simples quanto parece. Para conseguir utilizar estas mídias de maneira estratégica e trabalhar o networking profissional de forma efetiva, o usuário deve saber como se portar e cultivar sua relação com este público de interesse. Lembrando-se que, nestas redes de entretenimento - muitas vezes - não possuímos apenas amigos e parentes, mas também contatos profissionais que podem nos trazer oportunidades futuras. Portanto devemos estar atentos, pois, hoje, é comum alguém que esteja interessado em nosso perfil profissional começar a pesquisar nessas redes sobre nosso histórico, gostos, opiniões, hobbies, enfim, informações pessoais que podem influenciar na percepção ao nosso respeito. Sendo assim, é sempre bom certificar-se de que um determinado comentário, foto ou post, por exemplo, não irá prejudicar nossa imagem na web. O engajamento em grupos específicos, blogs, fóruns de discussão e debates nas redes também podem render excelentes contatos profissionais e uma boa visibilidade. Além de não envolver custo algum, é um espaço onde podemos divulgar ou trocar conhecimentos. Agora, quais as maneiras de se relacionar com as pessoas e fazer com que elas se lembrem de nós? Simples. Cumprimentá-las no dia de seus aniversários, prestigiá-las por algum projeto ou evento realizado, parabenizá-las por algo que tenham feito, entre diversas outras situações. Estas ações farão com que não sejamos apenas mais um “estranho” na lista de amigos. Mas somente isso não é suficiente. Networking é algo que deve ser praticado constantemente e não só quando necessário. Além disso, é importante ir além do ambiente virtual. Convidar um gerente de outra área da empresa, ou profissionais que tenham os mesmo interesses que os seus, por exemplo, para um almoço ou um café; aceitar os convites semelhantes vindos de outras pessoas – inclusive das que se acabou de conhecer – faz parte da boa prática do networking. Assim, o que para alguns parece divertido, pode ser considerada uma estratégia de carreira. Segue algumas dicas para cultivar um networking de qualidade: Seminários, Feiras e Congressos: procure saber com antecedência quais serão os próximos eventos. Com isto, você poderá se programar e, de preferência, participar de pelo menos um evento por semestre. Estes encontros são excelentes oportunidades de reunir os amigos e também para conhecer outros profissionais; Contatos Telefônicos: mantenha sua agenda sempre atualizada e reserve um tempo durante a semana para fazer contatos com os colegas que você não vê com frequência; Datas Especiais: crie o hábito de entrar em contato com os seus colegas nas datas comemorativas tais como aniversário, Natal, Fim de Ano e principalmente quando você souber que o seu colega alcançou um objetivo que ele desejava, como por exemplo, uma promoção; Cursos: não deixe que o tempo apague os contatos que você fez durante um curso ou evento profissional; Antigos Empregos: outro erro que frequentemente cometemos é abandonarmos os relacionamentos que durante tanto tempo cultivamos em nossos antigos empregos. Mesmo que a saída tenha sido estressante, com certeza, restaram algumas amizades que devem ser mantidas; Encontros: reserve um tempo na sua agenda para rever seus contatos e colegas e manter a sua rede de relacionamentos cada vez mais forte. Lembre-se que networking requer tempo. Ter poucos contatos não é sinônimo de networking ruim, e que mais importante do que a quantidade é a qualidade. Fica aqui a última dica: evite começar uma conversa com assuntos de interesses profissionais ou falar apenas de negócios. Dê prioridade a discussões sobre entretenimento, viagens, hobbies, gostos, que, ao longo do relacionamento, os assuntos de cunho profissional surgirão naturalmente.