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PARA UM NATAL 5 ESTRELAS
ESTRELAS QUE NOS GUIAM NO CAMINHO DA FÉ
Dinâmica pastoral do Advento ao Natal
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Apresentação
O Advento de 2012 tem a particularidade de dois feriados, em dia de sábado, um
dos quais é mesmo «dia santo». A experiência diz-nos que estes dois sábados
serão “desaproveitados” pastoralmente, com reforçada mobilidade das famílias, e
a “loucura”, ainda que agora mais controlada, das compras de Natal, com a
consequente quebra na assiduidade à catequese e à Eucaristia. Acresce ainda que
o terceiro sábado de Advento cai já no primeiro dia das férias escolares de Natal e
o quarto sábado ocorre mesmo em cima ou nas vésperas de Natal. Nos meios mais
urbanos, conhecemos a influência que tais registos trazem à vida das
comunidades cristãs. As expectativas de aproveitamento pastoral do Advento não
são as mais elevadas, mas, nem por isso, podemos deixar de pensar e de organizar
um Natal “cinco estrelas”, um Natal em cheio, preparado e celebrado, com a beleza e
a alegria que só a fé cristã lhe pode conferir.
Neste sentido, pensamos numa dinâmica bastante simples, socorrendo-nos dos
elementos simbólicos já presentes nestes tempos litúrgicos: a coroa de advento e a
estrela do Natal. De algum modo, todos somos convidados a ir ao Presépio, (hotel 5
estrelas) para o encontro com Cristo, mas precisamos, como os pastores, de sinais e
mensageiros, ou como os magos, de “estrelas” que nos orientem, guiem e iluminem
o nosso percurso de fé.
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Em cada semana, e de acordo com as sugestões da liturgia dominical, iremos
assinalar estas estrelas, que nos guiam no caminho da fé: os santos (1ª semana), os
profetas ou testemunhas (2ª semana), os pobres (3ª semana) e Maria, a Estrela do
Mar (4ª semana). Notemos, desde já, que preferimos a expressão “Estrela do Mar” a
outros títulos marianos, “Estrela da manhã”, ou «Estrela da esperança», (dada a
nossa proximidade geográfica com o mar e também) tendo em conta a imagem da
barca, levada e sacudida pelas ondas do mar, que aparece no logótipo do Ano da Fé.
No tempo de Natal, iremos focalizar a nossa atenção na família de Nazaré, no pai e
na mãe, como primeiros guias, no caminho da fé. No Natal será colocada na árvore
ou no cume do Presépio a Estrela mais brilhante, que no fundo é o próprio Cristo,
que virá, como Messias glorioso, até nós, como bem o referem Ap.22,16; 2,28 e
ainda I Pe.1,19.
I. O nome aqui dado a cada Estrela vem a inspirar-se na sugestão do texto bíblico,
que lhe serve de suporte, extraído sempre de uma leitura da Liturgia da Palavra, de
cada um dos domingos. Em cada Estrela deve ser gravada uma frase-lema da semana:
1. Os santos: Guias no caminho da fé. 2. Os Profetas: Guias da fé, no deserto. 3. Os
pobres: Guias para o encontro com Cristo; 4. Maria: Estrela, que guia, na fé, a barca
da Igreja; Natal: Pai e Mãe: os primeiros guias no caminho da fé…
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II. Neste guião oferecemos também alguns textos de meditação, que nos podem
apoiar na preparação da homilia ou em algum momento celebrativo, ou de reflexão.
III. O rito de acender a vela da coroa de advento e de colar ou colocar a Estrela (na
coroa ou na árvore ou no presépio), é acompanhado por uma oração, em Igreja e/
ou em casa. O texto da oração é retirado das estrofes do Hino para o Ano da Fé. Na
celebração eucarística, podemos cantar, domingo a domingo, e de forma
dialogada, uma das estrofes do Hino para o ano da fé, tal como está amplamente
divulgado, no youtube:
(http://www.youtube.com/watch?v=lZCeXLJi3NM).
E, em família, o
mesmo texto pode ser rezado a vozes: voz 1,voz 2, todos. Preferimos não colocar
as expressões “pai” ou “mãe” ou “filho” na distribuição do texto, dadas as muitas
situações familiares, onde algumas destas figuras não estão presentes.
IV. Em cada semana, seja na Igreja paroquial, seja em casa, é colocada, na vela da
coroa de advento (ou na árvore ou no presépio) uma Estrela, que será pintada em
casa, com uma cor diferente a indicar. As diferentes cores têm a ver com as
indicações, que a própria ciência nos dá, a respeito do seu aspeto “fotográfico”: 1ª
semana: vermelho; 2ª semana: amarela; 3ª semana: laranja; 4ª semana: azul; Natal:
dourada. Trata-se de um gesto muito simples: a estrela pode ser colada, ou
colocada com um pequeno alfinete ou pioneses ou pendurada com um pequeno
fio de pesca. Esta “estrela” pode ser distribuída na catequese ou no final das
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missas dominicais ou então pode ainda ser dada uma sugestão para a sua
elaboração mais original. Sugerimos que a “5ª estrela” seja oferecida, em
desdobrável, no domingo anterior ao Natal, com a oração para a Noite de Natal.
Importa que cada comunidade adapte esta sugestão, tendo em conta os seus
hábitos, caraterísticas e circunstâncias próprias.
V. Para cada semana, obviamente, é sugerida uma atitude de vida. Optamos por
colocar umas cinco propostas diversas, de modo a alargar o leque de
possibilidades de ação.
Desejamos a todos os que usarem este guião que se multipliquem, à sua volta e
desde o seu coração, estrelas que nos guiem no caminho da fé
Os autores: Pe. Amaro Gonçalo, Pe. Artur Dias, Pe. José Manuel Araújo
Sugestões de Pe. Manuel Monteiro Mendes, Pe. Luís Mateus, Dr. António Madureira
Nota: Em breve, serão disponibilizadas imagens-tipo das estrelas
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SINOPSE DA CAMINHADA DO ADVENTO AO NATAL c 2012
PARA UM NATAL 5 ESTRELAS
I.
Temas
II.
Texto
Texto
bíblico
de meditação
sobre:
III.
Oração
IV.
V.
Gesto
Atitudes:
Hino para
Pintar,
A tua Estrela
o Ano da
colar e
da fé vai
Fé
colocar
brilhar…
estrela
se…
Semanas
na vela, na
árvore ou
Via Látea
presépio
1.ª: Estrelas
I Tes.
Os santos:
1ª
luminosas:
3,12-4,2
Guias no caminho
estrofe
os santos
(2ª leitura)
da fé
se
Estrela
Vermelha
conheceres
e imitares
um santo
2.ª: Estrelas
ardentes:
Lc.3,1-6
Os Profetas:
(Evangelho)
Guias da fé,
6ª
Estrela
se deres
no deserto
estrofe
amarela
testemunho
Guias para
3ª
Estrela
se praticares
o encontro
estrofe
laranja
a Caridade
Os profetas
3.ª: Estrelas
cadentes:
Lc.3,10-18
(Evangelho)
os pobres
Os pobres:
com Cristo
4.ª: Estrela
do Mar:
Lc. 1,39-45
(Evangelho)
Maria
Maria:
Estrela
Estrela,
2ª
que guia na fé
estrofe
azul
e apoiares
a barca da Igreja
5.ª: Estrela da
se visitares
a família
Is.9,1 ss
Pai e Mãe:
Estrela
se rezares e
Companhia:
Ou Jo.1,1-18,
Primeiros guias
Dourada
celebrares
Família
Ou Lc.2,16-21
no caminho da fé
Ou Mt 2, 11
o Natal
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1ª semana de advento: Os santos, estrelas no caminho da fé (estrelas-luminosas)
I. Texto bíblico de referência: «O Senhor confirme os vossos corações numa
santidade irrepreensível, diante de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Jesus, nosso
Senhor, com todos os santos” (2ª leitura do I Advento C: I Tes.3,12-4,2)
II. Textos básicos de meditação:
1.
“Os Magos são apenas os primeiros de uma longa procissão de homens e
mulheres que, na sua vida, procuraram constantemente com o olhar a estrela
de Deus, que procuraram aquele Deus que está perto de nós, seres humanos,
e nos indica o caminho. É a grande multidão de santos, famosos ou
desconhecidos, mediante os quais o Senhor, ao longo da história, abriu diante
de nós o Evangelho e folheou as suas páginas; ainda hoje Ele continua a fazer
isto. Nas suas vidas, como num grande livro ilustrado, revela-se a riqueza do
Evangelho. Eles são o rasto luminoso de Deus, que Ele mesmo traçou e
continua a traçar ao longo da história. O Papa João Paulo II beatificou e
canonizou uma grande multidão de pessoas de épocas distantes e próximas.
Nestas figuras, ele quis demonstrar-nos como se faz para ser cristão; como se
pode viver a própria vida, de maneira justa, viver segundo o modo de Deus. Os
beatos e os santos foram pessoas que não procuraram, de maneira obstinada,
a própria felicidade, mas simplesmente quiseram doar-se, porque foram
alcançados pela luz de Cristo. Eles indicam-nos assim o caminho para nos
tornarmos
felizes;
mostram-nos
como
se
consegue
ser
pessoas
verdadeiramente humanas. (…) Contemplando estas figuras aprendemos o
que significa "adorar", e o que quer dizer viver segundo a medida do Menino
de Belém, segundo a medida de Jesus Cristo e do próprio Deus” (Bento XVI,
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Discurso na Vigília de oração com os jovens na esplanada de Marienfeld,
Colónia, 20-08-2005)
2.
“Toda a história da Igreja está marcada por estes homens e mulheres que,
com a sua fé, caridade e, com a sua vida, foram faróis para tantas gerações, e
são-no também para nós” (Bento XVI, Audiência, 13-04-2001)
III. Oração a partir do Hino para o Ano da Fé (1ª estrofe)
Cantado, na Igreja, ao acender a primeira vela da coroa de Advento
Cantora: Caminhamos carregados de esperas, vagueando na noite!
Cantor: E Tu vens ao nosso encontro em cada dia!
És p’ra nós, o Filho do Altíssimo.
Coro: Credo, Domine. Credo!
Ambos os Cantores: Com os santos que caminham entre nós,
Crianças: Senhor, nós Te pedimos:
Coro: Aumenta. Aumenta a nossa fé! Credo, Domine. Aumenta a nossa fé!
Colar ou colocar a «estrela luminosa»
IV. Em casa, pintar de vermelho, colar ou colocar a «estrela luminosa» na 1ª vela
da coroa de advento (ou na árvore ou no presépio) e rezar:
Voz 1:
Caminhamos carregados de esperas,
vagueando na noite!
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Voz 2:
E Tu vens ao nosso encontro em cada dia!
És para nós, o Filho do Altíssimo.
Todos: Creio em Ti, Senhor. Creio em Ti!
Voz 1: Com os santos que caminham entre nós,
Senhor, nós Te pedimos:
Todos: Aumenta. Aumenta a nossa fé!
V. A tua estrela da fé vai brilhar, nesta semana:
a) … se procurares conhecer o santo do teu nome (o teu onomástico);
b) … se procurares conhecer o santo padroeiro da tua comunidade ou da tua rua;
c)
… se procurares conhecer os santos cujas imagens estão na Igreja Paroquial;
d) … se procurares conhecer os santos, cujas imagens estão lá em tua casa;
e) … se procurares ser mais santo, isto é, mais próximo de Deus e mais próximo
dos outros… [P.S. Pode-se gravar o nome do(s) santo(s) na Estrela)]
Oração para o dia 8 de Dezembro
"Ensina-nos Maria,
a crer, a esperar e a amar contigo;
indica-nos o caminho que conduz à paz, o caminho para o reino de Jesus.
Tu, Estrela da esperança,
que trepidante nos esperas na luz sem ocaso da eterna Pátria,
brilha sobre nós
e guia-nos nas vicissitudes de cada dia,
agora e na hora da nossa morte.
Amém!"
(Bento XVI, 8-12-2007)
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2ª semana de advento: Os profetas, guias da fé no deserto (estrelas-ardentes)
I. Texto bíblico de referência: “Uma voz clama no deserto: preparai o
caminho do Senh0r” (evangelho do II Domingo de Advento C:
Lc.3,1-6)
Outros textos não citados na Liturgia do dia: “E temos assim mais confirmada a
palavra dos profetas, à qual fazeis bem em prestar atenção, como a uma lâmpada
que brilha num lugar escuro, até que o dia desponte e a estrela da manhã nasça
nos vossos corações” (II Pe.1,19). “João era uma lâmpada ardente e luminosa e vós,
por um instante, quisestes alegrar-vos com a sua luz” (Jo.5,35).
II. Textos básicos de meditação:
1.
«Nos últimos decénios, tem-se visto o avanço de uma "desertificação"
espiritual. Qual fosse o valor de uma vida, de um mundo sem Deus, no tempo
do Concílio já se podia perceber, a partir de algumas páginas trágicas da
história, mas agora, infelizmente, vemo-lo, ao nosso redor, todos os dias. É o
vazio que se espalhou. No entanto, é precisamente a partir da experiência
deste deserto, deste vazio, que podemos redescobrir a alegria de crer, a sua
importância vital, para nós, homens e mulheres. No deserto é possível
redescobrir o valor daquilo que é essencial, para a vida; assim sendo, no
mundo de hoje, há inúmeros sinais da sede de Deus, do sentido último da vida,
ainda que muitas vezes expressos implícita ou negativamente. E no deserto
existe, sobretudo, necessidade de pessoas de fé, que, com suas próprias
vidas, indiquem o caminho para a Terra Prometida, mantendo assim viva a
esperança. A fé vivida abre o coração à Graça de Deus, que liberta do
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pessimismo. Hoje, mais do que nunca, evangelizar significa testemunhar uma
vida nova, transformada por Deus, indicando assim o caminho” (Bento XVI,
Homilia no início do Ano da Fé, 11-10-2012).
2.
«A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a
caminho para conduzir os homens para fora do deserto, para lugares da vida,
da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em
plenitude» (Bento XVI, Homilia no início do ministério petrino do Bispo de Roma,
24 de Abril de 2005, cit. PF 2)
3.
“Eis aqui o modo como podemos representar este Ano da fé: uma
peregrinação nos desertos do mundo contemporâneo, em que se deve levar
apenas o que é essencial: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro,
nem duas túnicas - como o Senhor exorta aos Apóstolos ao enviá-los em
missão (cf. Lc 9,3), mas sim o Evangelho e a fé da Igreja, dos quais os
documentos do Concílio Vaticano II são uma expressão luminosa, assim como
é o Catecismo da Igreja Católica, publicado há 20 anos” (Bento XVI, Homilia na
abertura do ano da fé, 11-10-2012).
III. Oração a partir do Hino para o Ano da Fé (6ª estrofe)
Cantado, na Igreja, ao acender a segunda vela da coroa de Advento
Cantora: Caminhamos cada dia que nos dás, com a ajuda dos irmãos.
Cantor: Tu nos guias nos caminhos desta Terra. És para nós a esperança da meta!
Coro: Credo Domine. Credo!
Ambos: Com o mundo, onde o Reino está presente,
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Crianças: Senhor, nós Te pedimos:
Coro: Credo, Domine. Aumenta. Aumenta a nossa fé!
Colar ou colocar a «estrela ardente»
IV. Em casa, pintar de amarelo, colar ou colocar a «estrela ardente» na 2ª vela da
coroa de advento (ou na árvore ou no presépio) e rezar:
Voz 1:
Caminhamos cada dia que nos dás,
com a ajuda dos irmãos.
Voz 2:
Tu nos guias nos caminhos desta Terra.
És para nós a esperança da meta!
Todos: Creio em Ti, Senhor. Creio em Ti.
Voz 1: Com o mundo onde o Reino está presente,
Senhor, nós Te pedimos:
Todos: Aumenta. Aumenta a nossa fé!
V. A tua estrela da fé vai brilhar, esta semana…
a) … se indicares a outros o caminho, com a tua própria vida!
b) … se deres testemunho alegre da tua fé, sobretudo na Escola e no grupo de
amigos…
c)
… se fores ao encontro dos que se sentem no deserto da solidão…
d) … se procurares conhecer melhor algum dos profetas do nosso tempo…
e) …se descobrires que pessoas é que, com a sua vida, te indicam o caminho
para Deus…(P.S.: Pode-se colocar o(s) nome(s) dessa(s) pessoa(s) na Estrela)
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3ª semana de advento: Os pobres, guias para o encontro com Cristo (Estrelas-cadentes)
I.
Texto bíblico de referência:
“Naquele tempo, as multidões perguntavam a João Baptista:
«Que devemos fazer?» Ele respondia-lhes: «Quem tiver duas
túnicas reparta com quem não tem nenhuma; e quem tiver
mantimentos faça o mesmo». Vieram também alguns publicanos para
serem batizados e disseram: «Mestre, que devemos fazer?». João
respondeu-lhes:« Não exijais nada além do que vos foi prescrito».
Perguntavam-lhe também os soldados: «E nós, que devemos
fazer?».Ele respondeu-lhes: «Não pratiqueis violência com ninguém
nem denuncieis injustamente; e contentai-vos com o vosso soldo»”
(Lc.3,10-18: Evangelho do 3º domingo de advento, C).
II. Textos básicos de meditação:
1.
“O serviço dos pobres deve ser preferido acima de tudo. A nossa atitude para
com os pobres não se deve regular pela sua aparência externa, nem sequer
pelas suas qualidades interiores. Devemos considerá-los, antes de mais, à luz
da fé. O Filho de Deus quis ser pobre e ser representado pelos pobres. Na sua
paixão, quase perdeu o aspeto de homem; apareceu como um louco para os
gentios e um escândalo para os judeus. Todavia, apresentou-Se a estes como
evangelizador dos pobres: Enviou-Me para evangelizar os pobres. Também
nós devemos ter os mesmos sentimentos de Cristo e imitar o que Ele fez:
cuidar dos pobres, consolá-los, socorrê-los e recomendá-los. Cristo quis
nascer pobre, chamar para sua companhia discípulos pobres, servir os pobres
e identificar-se com os pobres, a ponto de dizer que o bem ou o mal feito a
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eles o tomaria como feito a Si mesmo. Deus ama os pobres, e por conseguinte
ama também aqueles que os amam. Na verdade, quando alguém tem especial
afeto a uma pessoa, estende também este afeto aos seus amigos e servos.
Por isso temos razão para esperar que, por causa do nosso amor dos pobres,
também nós seremos amados por Deus. Quando os visitamos, procuremos
compreender a sua pobreza e infelicidade para sofrer com eles e ter os
sentimentos de que fala o Apóstolo, quando diz: Fiz-me tudo para todos.
Esforcemo-nos por sentir profundamente as preocupações e misérias dos
nossos semelhantes; peçamos a Deus que nos dê o espírito de misericórdia e
compaixão e que conserve sempre em nossos corações estes sentimentos. O
serviço dos pobres deve ser preferido a todos os outros e deve ser prestado
sem demora (…) . A caridade é a máxima norma, e tudo deve tender para ela;
é uma grande senhora: devemos cumprir o que ela manda. Renovemos,
portanto, o nosso espírito de serviço aos pobres, principalmente para com os
mais abandonados. Esses hão de ser os nossos senhores e protetores” (São
Vicente de Paulo, Carta 2546; cf. LH, Ofício de leitura, 27-09-
2.
“O Ano da Fé será uma ocasião propícia também para intensificar o
testemunho da caridade (…)
a) Em virtude da fé, podemos reconhecer, naqueles que pedem o nosso
amor, o rosto do Senhor ressuscitado. «Sempre que fizestes isto a um dos
meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40):
estas palavras de Jesus são uma advertência que não se deve esquecer e
um convite perene a devolvermos aquele amor com que Ele cuida de nós.
b) É a fé que permite reconhecer Cristo, e é o seu próprio amor que impele a
socorrê-l’O sempre que Se faz nosso próximo no caminho da vida.
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c) Sustentados pela fé, olhamos com esperança o nosso serviço no mundo,
aguardando «novos céus e uma nova terra, onde habite a justiça» (2 Ped 3,
13; cf. Ap 21, 1)” (Bento XVI, Porta Fidei, 14).
3.
“ (…) Há riquezas preciosas na nossa vida que podemos perder e que não são
materiais. Nesta perspetiva, pensemos naqueles que vivem em regiões de
antiga evangelização, onde a luz da fé se debilitou, e se afastaram de Deus,
deixando de O considerar relevante na própria vida: são pessoas que, deste
modo, perderam uma grande riqueza, «decaíram» duma alta dignidade – não
económica ou de poder terreno, mas a dignidade cristã –, perderam a
orientação segura e firme da vida, e tornaram-se, muitas vezes
inconscientemente, mendigos do sentido da existência. São as inúmeras
pessoas, que precisam de uma nova evangelização, isto é, de um novo
encontro com Jesus, o Cristo, o Filho de Deus (cf. Mc 1, 1), que pode voltar a
abrir os seus olhos e ensinar-lhes a estrada. É urgente anunciar novamente
Cristo, onde a luz da fé se debilitou, onde o fogo de Deus, à semelhança dum
fogo em brasas, pede para ser reavivado, a fim de se tornar chama viva, que
dá luz e calor a toda a casa” (Bento XVI, Homilia no encerramento do Sínodo, 28-10-2012).
III. Oração a partir do Hino para o Ano da Fé (3ª estrofe)
Cantado, na Igreja, ao acender a terceira vela da coroa de Advento
Cantora: Caminhamos cansados e doridos de feridas ‘inda abertas
Cantor: Tu nos curas nos desertos desta Vida. Tua mão cuida sempre de nós.
Coro: Credo, Domine. Credo!
Ambos os cantores: Com os pobres que estão ‘sperando à porta,
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Crianças: Senhor, nós Te pedimos:
Coro: Aumenta, aumenta a nossa fé. Credo, Domine! Aumenta a nossa fé!
IV. Em casa, pintar de laranja, colar ou colocar a «estrela cadente» na 3ª vela da
coroa de advento (ou na árvore ou no presépio) e rezar:
Voz 1:
Caminhamos cansados e doridos
de feridas ainda abertas
Voz 2:
Tu nos curas nos desertos desta Vida.
Tua mão cuida sempre de nós.
Todos: Creio em Ti, Senhor. Creio em Ti.
Voz 1:
Com os pobres que estão esperando à porta,
Senhor, nós Te pedimos:
Todos: Aumenta, aumenta a nossa fé.
V. A tua estrela da fé vai brilhar esta semana:
a) … se atuares pela caridade: “O Ano da Fé será uma ocasião propícia também
para intensificar o testemunho da caridade (…) A fé, sem a caridade, não dá
fruto e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da
dúvida” (Bento XVI, Porta Fidei, 14)… se dedicares amorosamente “a tua vida
a quem vive sozinho, marginalizado ou excluído, considerando-o como o
primeiro a quem atender e o mais importante a socorrer” (Bento XVI, Porta
Fidei, 14).
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b) … se partilhares algum dos teus bens, com as famílias mais carenciadas
c)
… se renunciares à violência das palavras e dos gestos;
d) … se celebrares o sacramento da Reconciliação (Confissões), 20/12, às 21h30.
4ª semana de advento: Maria, Estrela que guia na fé a barca da Igreja (Estrela-do-mar)
I.
Texto Bíblico de referência:
“Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe
no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta
voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu
ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu
Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o
menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no
cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor»” (Lc. 1,39-45:
Evangelho do 4º domingo de Advento C).
II.
1.
Textos básicos de meditação:
«“Desde sempre, a Igreja venera em Maria a mais pura realização da fé”! (CIC
149). A fé é, aliás, a grande chave da vida de Maria, porque tudo lhe foi
concedido, mas tudo isso ela viveu na penumbra da fé, deixando-se conduzir,
pela mão de Deus, para o desconhecido, sem nunca chegar a entendê-l’O
completamente, senão depois da Ressurreição. Do mesmo modo, Maria,
elevada ao céu, permanecerá unida à Igreja, no seu peregrinar da fé, por este
mundo, desde a Hora da partida, até à sua consumação, no final dos tempos.
Maria intercede continuamente, por nós, junto do Filho, tal como o Filho
intercede por nós junto do Pai. Maria é a nossa mãe da fé, em todas as horas.
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Doravante, Maria está presente no caminho da Igreja, que peregrina neste
mundo, como uma Estrela de esperança, que nos guia no meio da noite, até
chegarmos todos à visão clara do rosto glorioso de Cristo, o guia, o autor e o
consumador da nossa fé (Heb,12,2)» (Pe. AMARO GONÇALO, Carta Pastoral
“Abri nos corações”, n.12, pág.32)!
2.
Verdadeira “Estrela da Manhã”, Maria brilha e rebrilha, como sinal e guia, no
caminho da Igreja, na viagem da fé, que se compara ao de uma barca, que
atravessa o mar da história “com frequência enevoada e tempestuosa, uma
viagem na qual perscrutamos os astros, que nos indicam a rota. As verdadeiras
estrelas da nossa vida são as pessoas que souberam viver com retidão. Elas são
luzes de esperança. Certamente, Jesus Cristo é a luz por excelência; o sol erguido
sobre todas as trevas da história. Mas, para chegar até Ele, precisamos também
de luzes vizinhas, de pessoas que dão luz recebida, da luz d'Ele e oferecem, assim,
orientação para a nossa travessia. E quem mais do que Maria poderia ser para
nós estrela de esperança” (Bento XVI, Spe Salvi, 49), que assim nos guia e nos
precede, no caminho da fé?
3.
“Eis por que, no mar da vida e da história, Maria resplandece como Estrela de
esperança. Não brilha de luz própria, mas reflete a de Cristo, Sol que surgiu no
horizonte da humanidade, de modo que, seguindo a Estrela de Maria possamos
orientar-nos na viagem e manter a rota para Cristo, especialmente nos
momentos obscuros e agitados” (Bento XVI, Homilia, 14-06-2008).
III.
Oração a partir do Hino para o Ano da Fé (2ª estrofe)
Cantado, na Igreja, ao acender a quarta vela da coroa de Advento
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Cantora: Caminhamos fracos e perdidos, sem o Pão de cada dia!
Cantor: Tu nos nutres, com a luz do Natal! És p’ra nós a Estrela da Manhã!
Coro: Credo, Domine. Credo!
Ambos os cantores: Com Maria, a primeira entre os crentes,
Crianças: Senhor, nós Te pedimos:
Coro: Aumenta, aumenta a nossa fé. Credo, Domine! Aumenta a nossa fé!
IV. Em casa, pintar de azul, colar ou colocar a «estrela-do-mar» na 4ª vela da coroa
de advento (ou na árvore ou no presépio) e rezar:
Voz 1:
Caminhamos fracos e perdidos, sem o Pão de cada dia!
Tu nos nutres, com a luz do Natal!
Voz 2:
És p’ra nós a Estrela da Manhã!
Todos: Creio em Ti, Senhor. Creio em Ti.
Voz 1:
Com Maria, a primeira entre os crentes,
Senhor, nós Te pedimos:
Todos: Aumenta, aumenta a nossa fé.
IV.
A tua estrela da fé vai brilhar esta semana…
a) … se na tua visita às famílias, levares Cristo, como prenda;
b) … se na tua visita às famílias, levares confiança e alegria;
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c)
… se na tua visita às famílias levares tempo para os outros;
d) … se na tua visita às famílias, deres o apoio que for necessário;
e) … se preparares no teu coração um berço para o Menino nascer;
“Maria, Estrela da nova evangelização, nos ajude a levar Cristo às famílias,
pequenas igrejas domésticas e células da sociedade, hoje necessitadas como
nunca de confiança e de apoio quer a nível espiritual quer social” (Bento XVI, 7-092008).
Natal: Pai e Mãe, primeiros guias no caminho da fé (estrela-da-companhia)
I.
Textos bíblicos de referência:
1.
“O povo que andava nas trevas viu uma
grande luz; para aqueles que habitavam nas
sombras da morte uma luz começou a
brilhar (Is.9,1ss: 1ª leitura da Missa da Noite
de Natal).
2. “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. N’Ele
estava a vida, e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas, e as trevas não
a receberam. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o
homem” (Jo.1,1-18: evangelho da Missa do dia de Natal).
3. “Naquele tempo, os pastores dirigiram-se apressadamente para Belém e
encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura” (Lc.2,16-21:
Evangelho da missa da Aurora ou Evangelho do dia 1 de Janeiro);
21
4. “Entrando na casa viram o Menino com Maria, Sua mãe. Prostrando-se,
adoraram-n'O” (Mt 2, 11: Evangelho da Epifania do Senhor).
II.
1.
Textos básicos de meditação:
“É importante aprender a perscrutar os sinais com os quais Deus nos chama e
nos guia. Quando temos a consciência de sermos guiados por Ele, o coração
experimenta uma alegria autêntica e profunda, que é acompanhada por um
desejo sincero de O encontrar e por um esforço perseverante em segui-l’O
docilmente” (João Paulo II, MJMJ 2005).
2.
“Ajudai, os homens a descobrir a verdadeira estrela que nos indica o caminho:
Jesus Cristo! Procuremos nós próprios conhecê-l’O sempre melhor para poder
de maneira convincente guiar também os outros para Ele.” (Bento XVI,
Homilia, 21.08.2005).
3.
“Na verdade, todos precisamos de bons guias, na nossa busca incessante de
Deus! E aos pais compete serem os primeiros e insubstituíveis educadores na
fé. Mediante o testemunho de vida, «os pais são os primeiros arautos do
evangelho, junto dos filhos» (cf. LG 11). Mais ainda, rezando com os filhos,
dedicando-se com eles à leitura da Palavra de Deus e inserindo-os na Igreja e
na participação da Eucaristia, tornam-se plenamente pais, não apenas na
ordem biológica, mas na dimensão espiritual. Os pais cristãos sabem que só
dão verdadeiramente a vida aos filhos e a vida pelos filhos, se com a vida lhes
derem também um sentido para ela. Os pais transmitem a fé aos seus filhos
com o testemunho de sua vida cristã e com sua palavra. O testemunho é a
primeira forma de evangelização. Por isso, lembramos aqui a preciosa
22
indicação de Paulo VI, de que “o homem contemporâneo escuta com melhor
boa vontade as testemunhas do que os mestres, ou então, se escuta os mestres,
é porque eles são testemunhas” (EN 41).
4.
“Especialmente quando se trata de educar para a fé, são fulcrais a figura da
testemunha e o papel do testemunho. A testemunha de Cristo não transmite
simplesmente informações, mas compromete-se de maneira pessoal na verdade
que propõe e, através da sua própria vida, torna-se um ponto de referência
confiável” (Bento XVI, Discurso, 11.06.2007). Neste sentido, para guiar os
outros, já “não bastam meros dispensadores de regras e informações; são
necessárias testemunhas autênticas, que saibam ver mais longe do que os
outros, porque a sua vida abraça espaços mais amplos. A testemunha é alguém
que vive primeiro o caminho que propõe” (cf. Bento XVI, Mensagem no Dia
Mundial da Paz 2012).
5.
«Oxalá as nossas crianças, adolescentes e jovens encontrem, ao longo do seu
caminho, verdadeiras “estrelas”, que os guiem para fora de si mesmos, “rumo
a uma plenitude que os faça crescer” e que só o Deus feito Homem lhes pode
dar! «Deixai que me dirija especialmente aos pais: procurai ser para os vossos
filhos, as “estrelas” que guiam e apontam para o verdadeiro “Sol Nascente”,
para a Luz do mundo, que é Cristo (cf. Jo.8,12).
Textos recolhidos a partir de PE. AMARO GONÇALO, Carta Pastoral «Abri nos
corações a porta da Fé», n.5, 11-13
23
III.
Oração – Recitação de um poema, ao colocar o Menino e a Estrela
dourada no Presépio da Igreja
A estrela e o coração
A Estrela não se enganou
quando chamou quem estava longe
para que se encaminhasse para o Deus,
que lhe está próximo.
A Estrela não se enganou
ao indicar o caminho do deserto,
o mais humilde, o mais difícil.
A Estrela não se enganou quando
parou sobre uma casa de gente humilde.
Ali nasceu o grande futuro!
O teu coração não se enganou
quando se pôs a caminho,
à procura do desconhecido.
O teu coração não se enganou
quando não cedeu à vã impaciência.
O teu coração não se enganou
ao ajoelhar-se diante do Menino!
KLAUS HEMMERLE, Deus fez-se menino. Meditações sobre o Natal, Ed. Cidade Nova, Abrigada 2002, 10
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Sugestão de Cântico: (Pe. Ferreira dos Santos)
Coro:
Ó Sol nascente, que Vos ergueis por sobre nós mortais, iluminando os cegos de
nascença na luz do vosso rosto.
Assembleia:
Vem, Jesus, Estrela da Manhã, Estrela da Manhã! Cantamos, cantamos a vossa
vinda, a vossa vinda gloriosa!
IV.
Em casa, antes da Ceia, colar ou colocar a Estrela do Presépio, de cor
dourada. Fazer a oração da noite de Natal, que está no interior da Estrela;
Menino Jesus:
És Tu a brilhante Estrela da Manhã (Ap.22,16;2,28)
que Se ergue nesta noite,
para iluminar, na luz do Teu rosto,
os que não têm presente,
ou não vêem futuro!
Menino Jesus:
És Tu a Estrela da Manhã,
que, das alturas, nos visitas, como Sol nascente, (Lc.1,78)
e queres nascer nos corações (I Pe.1,19),
que procuram nova luz,
para um tempo novo de paz.
25
Menino Jesus
És Tu a firme Estrela Polar!
À tua volta, giram e brilham outras estrelas,
nos olhos de Maria e de José,
dos pastores e dos Magos
e da multidão de todos os santos!
Menino Jesus:
Por teus olhos acesos de inocência
guia-nos, sempre que anoitece.
Dá-nos estrelas, que Te sigam,
e iluminem, com a própria vida,
quem procura e desconhece, que és o Caminho.
V.
Vais ter um Natal 5 estrelas:
a) … se fores estrela, que leva Cristo aos outros e os outros a Cristo;
b) … se cumprires, ao menos, uma proposta de cada semana de advento;
c)
… se rezares um pouco, em família, diante do Presépio;
d) …. Se procurares o alimento dado pelo Pão da Palavra e da Eucaristia;
e) …. Se viveres as tuas férias de Natal, mais perto de Jesus e mais perto
daqueles de quem tens andado mais longe…
“Na manjedoura de Belém Jesus deixou-se adorar, sob as pobres aparências de
um recém-nascido, por Maria, por José e pelos pastores; na hóstia consagrada
adoramo-l'O sacramentalmente presente; ali Ele Se oferece a nós mesmos como
alimento de vida eterna.” (João Paulo II, MJMJ 2005)
26
OUTROS TEXTOS DE APOIO
“Queridos amigos, esta não é uma história distante, que se verificou há muito
tempo. Ela é presença. Aqui na hóstia sagrada Ele está diante de nós e no meio de
nós. Como então, vela-se misteriosamente num santo silêncio e, como então,
precisamente assim, revela o verdadeiro rosto de Deus. Ele está presente como
naquela época estava presente em Belém. Convida-nos para aquela peregrinação
interior que se chama adoração. Coloquemo-nos agora a caminho para esta
peregrinação e peçamos-Lhe que nos guie. Amém” (Bento XVI, Discurso aos
Jovens JMJ, 20-08-2005).
Estrela Cadente
Traço de luz… lá vai! Lá vai! Morreu.
Do nosso amor me lembra a suavidade…
Da estrela não ficou nada no céu
Do nosso sonho em ti nem a saudade!
Pra onde iria a ’strela? Flor fugida
Ao ramalhete atado no infinito…
Que ilusão seguiria entontecida
A linda estrela de fulgir bendito?…
Aonde iria, aonde iria a flor?
(Talvez, quem sabe?… ai quem soubesse, amor!)
Se tu o vires minha bendita estrela
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Alguma noite… Deves conhecê-lo!
Falo-te tanto nele!… Pois ao vê-lo
Dize-lhe assim: “Por que não pensas nela?”
Florbela Espanca
ESTRELA DO OCIDENTE
Por teus olhos acesos de inocência
Me vou guiando agora, que anoitece.
Rei Mago que procura e desconhece
O caminho.
Sigo aquele que adivinho
Anunciado
Nessa luz só de luz adivinhada,
Infância humana, humana madrugada.
Presépio é qualquer berço
Onde a nudez do mundo tem calor
E o amor
Recomeça.
Leva-me, pois, depressa,
Através do deserto desta vida,
A Belém prometida...
Ou és tu a promessa?
Miguel Torga, Diário, Coimbra, Natal de 1959
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