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FACULDADE CESUFOZ
CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA: ECONOMIA & NEGÓCIOS
PROF. NILSON NAGATA
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
Introdução: A macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando a
determinação e o comportamento de grandes agregados, tais como: renda e produto
nacional, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros,
balanço de pagamentos e taxa de câmbio.
Entretanto, embora exista um aparente contraste, não há um conflito entre a
Microeconomia e a Macroeconomia, uma vez que o conjunto da economia é a soma de seus
mercados individuais. A diferença é uma questão de ênfase. Ao estudar a determinação de
preços numa indústria, na Microeconomia consideram-se constantes os preços das outras
indústrias. Na Macroeconomia, estuda-se o nível geral de preços, ignorando-se as
mudanças de preços relativos dos bens das diferentes indústrias.
Na tentativa de se determinar como os preços e as quantidades são estabelecidos,
desenvolveram-se dois métodos de análise básicos:
a) Abordagem de equilíbrio parcial: analisa um determinado mercado sem considerar
os efeitos que este mercado pode ocasionar sobre os demais mercados existentes na
economia.
b) Abordagem de equilíbrio geral: acredita-se que tudo depende de tudo, e assim, se
quiséssemos determinar como são formados os preços dos bens, deveríamos listar
todos os bens que são produzidos pela economia e todos os diferentes tipos de insumos
que são utilizados.
A curva de Phillips expressava simplesmente uma curva de oferta agregada
positivamente inclinada. Phillips relacionava a taxa de crescimento dos preços (inflação)
com a taxa de desemprego. Caso a taxa de desemprego fosse mais elevada, isto indicaria
um maior excesso de oferta, e consequentemente haveria uma pressão para que a taxa de
crescimento dos salários nominais fosse mais baixa. Essa taxa menor corresponderia a uma
taxa de inflação menor.
Metas de política macroeconômica
São os seguintes os objetivos de política macroeconômica:
 Alto nível de emprego
 Estabilidade de preços
 Distribuição de renda socialmente justa
 Crescimento econômico
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As questões relativas ao emprego e á inflação são consideradas conjunturais, de
curto prazo. É a preocupação central das chamadas políticas de estabilização. As questões
relativas ao crescimento econômico e à distribuição de renda envolvem aspectos estruturais,
que são predominantemente de longo prazo.
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Alto nível de emprego
Desde a Revolução Industrial, em fins do século XVIII, até o início do século XX, o
mundo econômico parece ter funcionado sobre o pensamento liberal, que acreditava que os
mercados, sem interferência do Estado, conduziam a Economia ao pleno emprego de seus
recursos, como se guiados por uma “mão invisível”, determinariam os preços e a produção
de equilíbrio, e, desse modo, nenhum problema surgiria no mercado de trabalho.
Entretanto, a evolução da economia mundial trouxe em seu bojo novas variáveis, como o
surgimento de sindicatos de trabalhadores, os grupos econômicos e o desenvolvimento de
mercado de capitais e do comércio internacional, de sorte a complicar e trazer incertezas
sobre o funcionamento da economia.
A ausência de políticas econômicas levou à quebra da Bolsa de Nova York em
1929, e uma crise de desemprego atingiu todos os países do mundo ocidental nos anos
seguintes.
Com a contribuição de Keynes, firmaram-se as bases da moderna Teoria
Econômica, e da intervenção do Estado na economia de mercado, que nos passa qual o grau
de intervenção do Estado na economia e em que medida ele deve ser produtor de bens e
serviços. A corrente dos economistas liberais (hoje neoliberais) prega a saída do governo da
produção de bens e serviços.
Estabilidade de preços
Define-se inflação como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de
preços.
Por que inflação é um problema? Primeiramente, porque a inflação acarreta
distorções, principalmente sobre a distribuição de renda, sobre as expectativas dos agentes
econômicos e sobre o balanço de pagamentos.
É importante salientar que, enquanto nos países industrializados o problema central
é o desemprego, nos países em via de desenvolvimento o foco mais importante de análise é
o da inflação. Esse tema é de difícil abordagem, dado que as causas da inflação diferem
entre países (deve-se levar em conta, por exemplo, o estágio de desenvolvimento e a
estrutura dos mercados), e num dado país, diferem no tempo.
Mesmo em países mais desenvolvidos, o controle da inflação também é uma
preocupação sempre presente, dado que, quanto maior o nível de atividade econômica, mais
próxima permanece a utilização dos recursos produtivos de seu limite máximo, gerando
tensões inflacionárias.
Distribuição Eqüitativa de Renda
A economia brasileira cresceu razoavelmente entre o fim dos anos 1960 e a maior
parte da década de 1970. Apesar disso, verificou-se uma disparidade muito acentuada de
nível de renda, tanto entre diferentes grupos socioeconômicos como a nível regional. Isso
fere, evidentemente, o sentido de eqüidade ou justiça social.
No Brasil, os críticos do “milagre econômico” argumentavam que haviam piorado a
concentração de renda no país, nos anos 1967-1973, devido a uma política deliberada do
governo baseada em crescer primeiro para depois distribuir (chamada Teoria do Bolo).
A posição oficial era de que certo aumento na concentração de renda seria inerente
ao próprio desenvolvimento capitalista, dadas as transformações estruturais que ocorrem
nesse processo: (êxodo rural, com trabalhadores de baixa qualificação, aumento da
proporção de jovens etc.). Nesse processo gera-se uma demanda por mão de obra
qualificada, a qual por ser escassa, obtém ganho extra. Assim o fator educacional seria a
principal causa da piora distributiva.
Crescimento Econômico
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Se existem desemprego e capacidade ociosa, pode-se aumentar o produto nacional
através de políticas econômicas que estimulem a atividade produtiva. Mas, feito isso, há um
limite à quantidade que se pode produzir com os recursos disponíveis.
Aumentar o produto além desse limite exigirá:
a) Ou um aumento nos recursos disponíveis;
b) Ou um avanço tecnológico (melhoria tecnológica, novas maneiras de organizar a
produção, qualificação da mão de obra).
Quando falamos em crescimento econômico, estamos pensando no crescimento da
renda nacional per capita, ou seja, colocar à disposição da coletividade uma quantidade de
mercadorias e serviços que supere o crescimento populacional. A renda per capita é
considerada um razoável indicador – o mais operacional – para se aferir à melhoria do
padrão de vida da população, embora apresente falha (os países árabes têm as maiores
rendas per capita, mas não o melhor padrão de vida do mundo).
Instrumentos de política macroeconômica
A política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a capacidade
produtiva (oferta agregada) e despesas planejadas (demanda agregada), com o objetivo de
permitir que a economia opere a pleno emprego, com baixas taxas de inflação e com uma
distribuição de renda mais justa.
Os principais instrumentos para atingir tais objetivos são as políticas fiscal,
monetária, cambial e comercial, e de rendas.
Política Fiscal – Refere-se a todos os instrumentos que o governo dispõe para arrecadação
de tributos e o controle de suas despesas. Além da questão do nível de tributação, a política
tributária, por meio da manipulação da estrutura e alíquotas de impostos. É utilizada para
estimular ou inibir o consumo.
Se o objetivo da política econômica é reduzir a taxa de inflação, as medidas fiscais
normalmente utilizadas são a diminuição de gastos públicos e/ou o aumento da carga
tributária (o que inibe o consumo). Ou seja, visam diminuir os gastos da coletividade.
Se o objetivo é um maior crescimento e emprego, os instrumentos fiscais são os
mesmos, mas em sentido inverso, para elevar a demanda agregada.
Política Monetária - Refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda e
títulos públicos. Os instrumentos disponíveis para tal são:
a) Controle das emissões (moeda manual); b) reservas compulsórias (percentual sobre os
depósitos que os bancos comerciais devem colocar a disposição do Banco Central; c)
operações de mercado aberto - open market (compra e venda de títulos públicos); d)
operações de redescontos (empréstimos do Banco Central aos bancos comerciais); e)
regulamentação sobre crédito e taxa de juros (contigenciando o crédito, fixando a taxa
de juros, os limites de prazos para o crédito ao consumidor.
A política monetária e fiscal representa meios alternativos diferentes para as
mesmas finalidades. A política econômica deve ser executada através de uma combinação
adequada de instrumentos fiscais e monetários.
Pode-se dizer que a política fiscal apresenta maior eficácia quando o objetivo é uma
melhoria na distribuição de renda, tanto na taxação às rendas mais altas como pelo aumento
dos gastos do governo com destinação a setores menos favorecidos.
Política Cambial e Comercial
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A política cambial refere-se à atuação do governo sobre a taxa de câmbio. O
governo, através do Banco Central, pode fixar a taxa de câmbio, ou permitir que ela seja
flexível e determinada pelo mercado de divisas.
A política comercial diz respeito aos instrumentos de incentivos às exportações e/ou
estímulo ou desestímulo às importações, ou seja, refere-se aos estímulos fiscais. (crédito prêmio do ICMS, IPI etc.) e creditícios (taxas de juros subsidiárias) às exportações e ao
controle de importações (via tarifas e barreiras quantitativas sobre importações).
Política de Rendas
A política de rendas refere-se à intervenção direta do governo na formação de renda
(salários, aluguéis), através de controle e congelamentos de preços. A característica especial
é que, nesses controles, os preços são congelados, e os agentes econômicos não podem
responder às influências econômicas normais de mercado.
Estrutura de análise macroeconômica
Tradicionalmente, a estrutura básica do modelo macroeconômico compõe-se de cinco
mercados: 1) mercado de bens e serviços; 2) mercado de trabalho; – (parte real da
economia); 3) mercado monetário; 4) mercado de títulos; 5)mercado de divisas. (parte
“monetária da economia).
No Mercado de Bens e Serviços, para tentar responder como se tem comportamento
o nível de atividades, efetua-se uma agregação de todos os bens produzidos pela economia
durante certo período de tempo. Esse mercado determina o nível de produção agregada,
bem como o nível geral de preços.
A demanda agregada depende fundamentalmente da evolução da demanda dos
quatro grandes setores ou agentes macroeconômicos: consumidores, empresas, governo e
setor externo.
O Mercado de Trabalho, também representa uma agregação de todos os tipos de
trabalhos existentes na economia. Neste mercado, determinamos como estabelece a taxa
salarial e o nível de emprego.
O Mercado Monetário consiste em que todas as transações da economia são
efetuadas através da utilização de moeda. Neste mercado supomos a existência de uma
demanda de moeda (em função da necessidade de transações dos agentes econômicos, ou
seja, da necessidade de liquidez) e uma oferta de moeda, determinada pelo Banco Central e
atuação dos bancos comerciais. A demanda e a oferta de moeda determinam a taxa de juros.
O Mercado de Títulos consiste de agentes econômicos superavitários e agentes
deficitários. Agentes superavitários são aqueles que possuem um nível de gastos inferior o
seu volume de renda assim pode efetuar empréstimos para os agentes econômicos
deficitários.
O Mercado de Divisas, como o mercado mantém transações com o resto do mundo,
existem mercados de divisas ou de moeda estrangeira. A oferta de divisas depende das
exportações e da entrada de capitais financeiros, enquanto a demanda de divisas é
determinada pelo volume de importações e saída de capital financeiro.
Referência:
VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; GARCIA, Manuel E. FUNDAMENTOS DE
ECONOMIA. São Paulo: Saraiva 2006.
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