estágio ii - Igreja Kyrios

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Igreja Evangelica Kyrios
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Índice
Título
Página
Prefácio
03
Lição 01- O Espírito Santo
04
Lição 02 - O Espírito Santo - Seu Fruto e seus dons
07
Lição 03 - Como ouvir a voz de Deus
09
Lição 04 - Fazendo Discípulos 1 - Permanecer em Deus
10
Lição 05 - Fazendo Discípulos 2 - Segue-me
11
Lição 06 - Fazendo Discípulos 3 - Tomar tempo como o mestre
13
Lição 07 - Louvor e Adoração
14
Lição 08 - Pregando o Evangelho sem atropelos
16
Lição 09 - Jesus o Emanuel - Deus conosco
18
Lição 10 - Intercessão
20
Lição 11 - A volta de Jesus
22
Lição 12 -Diabo, Possesão, Opressão e Jejum
24
Leitura Final
28
Bibliografia
37
Igreja Evangelica Kyrios
3
Prefácio
Grandes dificuldades são encontradas por aqueles que desejam exercer a carreira da fé por se tratar de vida e não de
religião. Muitos cristãos sofrem de momentos de dispersão ou esgotamento espiritual não conseguindo viver o desafio do
evangelho.
Ser cristão não é algo apenas para se saber e conhecer, antes, é sentir, ouvir, ver e usufruir das bençãos preparadas para
nós através do Espírito Santo.
Neste estágio da Escola Bíblica, queremos levar o aluno a entender que a prática do evangelho é o caminho para uma
vida plena e sadia, que se apenas teorizar a respeito das coisas do céu não obteremos as grandes e maravilhosas bençãos
reservadas por Deus para os seus servos.
O nosso desafio é ser um instrumento abençador através da comunhão com o Espírito que executa no mundo a vontade de
Deus.
Acreditamos ser tremendamente relevante ao cristão conhecer aspectos práticos da fé, para que as letras de sua Bíblia
possam saltar para o seu coração.
Pr. Klaus Piragine
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Igreja Evangelica Kyrios
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ESTÁGIO II
LIÇÃO 1
ESPÍRITO SANTO
Quem é o Espírito Santo? A resposta a esta pergunta se encontra no estudo dos nomes que foram dados ao Espírito e os
símbolos que ilustram sua obra.
1. Os nomes do Espírito Santo.
a) Espírito de Deus. O Espírito é o executivo da Divindade, operando tanto na esfera física como na moral. Por
intermédio do Espírito, Deus criou e preserva o universo (Gn 1:2). Prova-se a divindade do Espírito pelos seguintes fatos:
atributos divinos que Lhe são aplicados; ele é eterno, onipresente, e onisciente (Hb 9:14 ; Sl 139:7,10 ; Lc 1:35 ; 1 Co
2:10,11) . Obras divinas que Lhe são atribuidas: criação, regeneração e ressurreição (Gn 1:2 ; Jó 33:4 ; João 3:5,8 ;
Rm 8:11). É classificado junto com o Pai e o Filho (1 Co 12:4,6 ; 2 Co 13:13 ; Mt 28:19 ; Ap 1:4).
O Espírito Santo não é uma mera “força ativa” ou qualquer espécie de “emanação de energia divina”, Ele é uma pessoa,
pois Ele exerce atributos de personalidade - mente (Rm 8:27); vontade (1 Co 12:11); sentimento. Atividades pessoais
Lhe são atribuidas: Ele revela (2 Pe 1:21); ensina (João 14:26); clama (Gl 4:6); intercede (Rm 8:26); fala (Ap 2:7);
ordena (At 16:6,7); testifica (João 15:26); pode ser entristecido (Ef 4:30); contra Ele se pode mentir (At 5:3) e blasfemar
(Mt 12:31:32).
b) Espírito de Cristo (Rm 8.9,10). É chamado de o Espírito de Cristo porque Ele é enviado em nome de Cristo (João
14:26), e possui a missão especial de glorificar a Cristo (João 16:14) . A conexão entre Cristo e o Espírito é tão íntima
que se diz que tanto Cristo como também o Espírito habitam no crente (Rm 8:9,10).
c) Consolador (João 14:16). A palavra consolador (parácleto, no grego, e advocatus, no latim) significa alguém chamado
para ficar ao lado de outrem, com o propósito de ajudá-lo em qualquer eventualidade, especialmente em processos legais e
criminais, sendo que, por amor e consideração, orientavam seus amigos quanto ao que devia dizer e fazer, falavam por
eles, faziam da causa de seus amigos a sua própria causa. Foi essa também a relação do Senhor Jesus com seus discípulos
durante seu ministério na terra. Quando partiu, Cristo nos enviou outro Consolador. O Espírito Santo é o sucessor de
Cristo como também sua Presença. O Espírito Santo torna possível e real a presença contínua de Cristo na igreja. Com a
vinda do Consolador Cristo não cessou de ser Ajudador e Advogado do seu povo, Ele ainda desempenha esse ofício (1
João 2:1). Cristo defende os discípulos contra acusações do acusador dos irmãos. Ao mesmo tempo, o Espírito faz calar
os adversários da igreja pela vitória da fé que vence o mundo.
d) Espírito Santo. É chamado Santo, porque é o Espírito do Santo, e porque a Sua obra principal é a santificação.
e) Espírito da Promessa. É assim chamado porque sua graça e seu poder são uma das bênçãos principais prometidas no
A.T. (Ez 36:7 ; Joel 2:28). Veja também Lc 24:49 e Gl 3:14.
f) Espírito da Verdade (João 16:13). O propósito da encarnação de Cristo foi revelar o Pai e conceder aos seus
discípulos o Espírito; a missão do Consolador é revelar tanto o Pai como o Filho, de onde acha toda a verdade.
g) Espírito da Graça (Hb 10:29). O Espírito Santo dá graça ao homem para que se arrependa, quando peleja com Ele;
concede o poder para santificação, perseverança e serviço. Aquele que trata com desdém o Espírito da Graça afasta o
único que pode tocar ou comover o coração, e assim, separa a si mesmo da misericórdia de Deus.
h) Espírito da Vida (Rm 8:2). O Espírito é aquela pessoa da divindade cujo ofício especial é a criação e preservação da
vida natural e espiritual.
i) Espírito de Adoção (Rm 8:15). Quando a pessoa é salva, não somente lhe é dado o nome de filho de Deus, e adotada
na família, mas também recebe dentro de sua alma o conhecimento de que participa da natureza divina.
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2. Símbolos do Espírito Santo.
Deus achou por bem ilustrar com símbolos o que de outra maneira, devido à pobreza de linguagem humana, nunca
poderíamos saber. Os seguintes símbolos são empregados para descrever as operações do Espírito Santo:
a) Fogo (Mt 3:11). O fogo ilustra limpeza, a purificação e o zelo produzido pela unção do Espírito. O Espírito é
comparado com o fogo porque o fogo aquece, ilumina, espalha-se e purifica.
b) Vento (João ,3:8 ; At 2,2). O vento simboliza a obra regeneradora do Espírito e é indicativo de sua misteriosa
operação independente, penetrante, vivificante e purificante.
c) Água (João 3:5 ; 4:14 ; 7:38,39). O Espírito é a fonte da água viva. O poder do Espírito opera no reino espiritual o
que a água faz na ordem material. A água purifica, refresca, sacia a sede e torna frutífero o estéril. Ela purifica o que está
sujo e restaura a limpeza. É um símbolo adequado da graça divina que não somente purifica a alma, mas também lhe
acrescenta a beleza divina. A água é indispensável à vida física; o Espírito Santo é um elemento indispensável na vida
espiritual. Os cristãos tem a água viva na proporção em que estiverem em contato com a fonte divina em Cristo.
d) Selo (Ef 1:13 ; 2 Tm 2:19). Essa ilustração exprime o pensamento de possessão, pois a impressão dum selo dá a
entender uma relação com o dono do selo, e é um sinal seguro de algo que lhe pertence. Ele é o penhor ou as primícias da
nossa herança celestial, uma garantia da glória vindoura.
e) Azeite. O azeite é, talvez, o mais comum e mais conhecido símbolo do Espírito Santo. Quando se usava azeite no ritual
do A. T. , falava-se de utilidade, frutificação, beleza, vida e transformação. Geralmente era usado como elemento para
iluminação, lubrificação, cura e alívio da pele. Da mesma maneira, na ordem espiritual, o Espírito fortalece, ilumina,
liberta, cura e alivia a alma.
Outro modo de uso do azeite no A.T. era na unção de pessoas para funções específicas como, reis, sacerdotes, profetas,
juízes e outros líderes do povo. O azeite era derramado sobre suas cabeças e, junto com ele, Deus os ungia com a unção
do Espírito para que fossem capacitados para a obra que deviam cumprir. Da mesma forma, nós, hoje, recebemos do
Espírito a unção para a vida em Cristo a para a capacitação em qualquer serviço que prestemos ao Reino de Deus.
f) Pomba (João 1:32). A pomba, como símbolo, significa brandura, doçura, amabilidade, inocência, suavidade, paz,
pureza e paciência. Uma tradição judaica traduz Gn 1:2 da seguinte maneira: O Espírito de Deus como pomba pousava
sobre as águas. Cristo falou da pomba como a encarnação da simplicidade, uma das belas características de seus
discípulos (Mt 10:16).
O ESPÍRITO SANTO NA EXPERIÊNCIA HUMANA.
1)Convicção (João 16.7,8). Convencer significa levar ao conhecimento verdades que de outra maneira seriam postas em
dúvida ou rejeitadas, ou provar acusações feitas contra conduta. Os homens não sabem o que é o pecado, a justiça e o
juízo; portanto, precisam ser convencidos da verdade espiritual.
2) Regeneração (Tito 3:4,5). O homem está rodeado pelo mundo espiritual e rodeado por Deus que não está longe de
nenhum de nós (At 17:27). No entanto, o homem vive e opera como se esse mundo de Deus não existisse, em razão de
estar morto espiritualmente. Mas quando o mesmo Senhor que vivificou o corpo (Gn 2:7) vivifica a alma, a pessoa
desperta para o mundo espiritual e começa viver a vida espiritual. Quem vê a vida de um verdadeiro convertido, sabe que
a regeneração não é meramente uma doutrina teórica, mas uma realidade prática.
3) Habitação. A habitação interior significa que Deus está presente duma maneira nova, mantendo uma relação pessoal
com o indivíduo. O cristão é o homem no qual habita o Espírito Santo. Seu corpo é templo do Espírito Santo, e, em
virtude dessa experiência, ele é santificado como o Tabernáculo que foi consagrado para nele habitar Jeová. O cristão
então é chamado santo, e seu dever é guardar a santidade do templo, isto é, seu corpo (1 Co 6:19 ; Rm 12:1).
4) Santificação. Apesar do Espírito Santo efetuar uma mudança radical na alma do homem, ainda permanece a debilidade
hereditária adquirida; e ainda, falta vencer o mundo, a carne e o diabo. O Espírito age de maneira progressiva, renovando
a alma gradualmente. O Espírito age diretamente na alma, produzindo virtudes especiais do caráter cristão conhecidas
como os frutos do Espírito. A operação do Espírito tolera no princípio muitas coisas incompatíveis com a natureza
divina, mas logo, pouco a pouco, ataca essas falhas, um após outra, de tal forma que, um dia, o homem será perfeito,
glorificado pelo Espírito, e resplandecente com a vida de Deus. Porém, lembremos que quem opera estas coisas é Deus
através do Espírito e não nossas obras.
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5) Revestimento de poder (At 1:8). O Espírito Santo reveste o homem de poder para servirmos à causa do evangelho.
O MINISTÉRIO DO ESPÍRITO SANTO NA IGREJA.
O Espírito Santo é o representante de Cristo; a Ele está entregue toda a administração da igreja até a volta de Jesus Cristo.
Cristo sentou-se no céu onde Deus sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, e o Espírito desceu para
começar a obra de edificar o corpo de Cristo. O propósito final do Consolador é o aperfeiçoamento do corpo de Cristo.
A crença na direção do Espírito estava profundamente arraigada na igreja primitiva. Não havia nenhum aspecto da vida
que não se reconhecesse seu direito de dirigir, ou em que não se sentisse o efeito de sua direção; até que no fim do século,
a influência do Espírito começou a declinar e as práticas eclesiásticas ocuparam o lugar de direção do Espírito.
A direção do Espírito é conhecida nos seguintes aspectos da vida da igreja:
a) Administração. Os apóstolos, cheios do Espírito Santo, administravam os bens que lhes eram depositados pelos fiéis
com equidade e honestidade (At 4:32,35). A seguir, para que não abandonassem o ministério da palavra, em virtude do
aumento das obras sociais da comunidade cristã, escolheram homens cheios do Espírito, como Estevão, para que atuassem
nesse ministério (At 6:1,7). O Espírito administrava os grandes movimentos missionários da igreja primitiva (At 8:29 ;
10:19 ; 13:2,4).
b) Pregação. Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito, e em
muita certeza (1 Ts 1:5).
c) Oração. Em Rm 8:26,27, lemos que o Espírito Santo está fazendo em nós o mesmo que Cristo está fazendo por nós
no céu, isto é, intercedendo por nós.
d) Canto. Como resultado de serem cheios do Espírito Santo, os crentes estarão “falando entre vós em salmos e hinos, e
cânticos espirituais” (Ef 5:18,19). Falando entre vós significa o cântico congregacional. Salmos pode se referir aos
salmos do A.T., os quais eram cantados; cânticos espirituais denotam expressões espontâneas de melodia e louvor
inspiradas diretamente pelo Espírito Santo.
e) Testemunho. Na igreja primitiva não existia essa linha de separação entre o ministério e o povo leigo, que hoje em dia
se observa na cristandade. A igreja era governada por um grupo ou concílio de anciãos, mas o ministério de expressão
pública não estava estritamente limitado a eles. Qualquer que estivesse dotado com algum dom do Espírito, quer fosse
profeta, ensino, sabedoria, línguas ou interpretações, lhe era permitido contribuir com a sua parte no culto testemunhando,
assim, as grandezas do Senhor.
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ESTÁGIO II
LIÇÃO 2
O ESPÍRITO SANTO, SEU FRUTO, SEU DOM E DONS
O FRUTO DO ESPÍRITO E OS DONS DO ESPÍRITO
A Bíblia nos diz que todos fomos chamados para uma vocação em amor (Ef. 4:1-3), e com certeza ela nos
impulsiona a vivermos no fruto do Espírito (Gál. 5:22).
As qualidades cristãs que são observadas nos crentes, estão relacionadas na Palavra de Deus com “o fruto do
Espírito”. O apóstolo Paulo explica que, “quando o Espírito Santo controlar as nossas vidas, Ele
produzirá, em nós, esta espécie de fruto: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão e domínio próprio”, em contraposro ao controle da carne que produz: prostituição,
impureza, lascívia,, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, discenções, heresias,
invejas, homicídios, bebedices, glutonarias (Gal.5:19-21).
Devemos perceber que, no versículo 22 de Gálatas 5, nos diz à respeito do “fruto do Espírito”, no singular, e
não “frutos do Espírito”. Podemos ilustrar do seguinte modo:
Digamos que queiramos colher frutos de uma árvore específica. Se colhermos mangas (plural) de uma
mangueira, logicamente o fruto (singular), sempre será manga, pela ação da mangueira. Quando vamos à
mangueira só há um tipo de fruto, a manga (singular), pois a mangueira só pode produzir este tipo de fruto.
No entanto, podemos colher muitas mangas (plural).
Do mesmo modo, o Espírito que é a “árvore”, só pode produzir um tipo de fruto, que é o fruto do Espírito
(singular). Porém, quando colhemos, não colhemos só um fruto, mas muitos frutos, pois esta árvore não
produz só um fruto, mas muitos frutos. Veja que há diferenca entre o TIPO DE FRUTO (singular) que o
Espírito produz e a QUANTIDADE DE FRUTOS (plural) que colhemos do Espírito.
O fruto do Espírito é algo produzido e desenvolvido pelo próprio Espírito, no entanto, devemos, com o tempo
e a experiência, aprender a confiar em Deus e a obedecê-lo , crer nas Escrituras e atender à sua orientação de
vida para nos adequar o máximo possível ao fruto que o Espírito nos doou.. O crescimento no Espírito e a
maturidade do fruto espiritual na vida de cada crente necessitam de tempo, tanto quanto a nossa vida física.
Nascemos bebês e sem capacidade para cuidarmos de nós mesmos. Começamos a vida cristã como bebês
espirituais (I Co. 3:1) e crescemos através da infância, adolescência, mocidade, até a maturidade espiritual.
Por isso, o novo cristão não deve se desencorajar quando se acham incapazes de se adequar ao fruto do
Espírito. Deve entender que é natural para um novo bebê cristão cair em erros, como as crianças caem quando
estão aprendendo a andar. Não devemos, quando iniciantes, comparar a nossa espiritualidade com a de outra
pessoa, que deve ter caminhado com o Senhor por um período de maior tempo. O recém-convertido deve,
então, pedir a Deus para que o capacite a viver o tipo de vida que Ele deseja que viva.
DOM, DONS E TALENTOS
Além de termos recebido uma vocação para vivermos no Espírito, devemos saber que, para que isso ocorra,
isto é, para que nós sejamos capacitados a viver a nova vida em Cristo, o mesmo Espírito nos dá um dom que
é denominado “dom do Espírito”.
O dom do Espírito é a capacitacão divina que recebemos para viver num novo ambiente, numa nova ordem,
numa nova vida, onde tudo se transforma, muda, se faz conforme Deus, enfim, para vivermos a salvação. Sem
ele não podemos compreender a vida do Pai e do Filho. É deste dom de que fala Pedro em seu discurso aos
primeiros cristãos em Atos (At.2:38).
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Diferentemente do dom do Espírito, que é doado de graça pelo Pai a todos que vivem sob o Senhorio de
Cristo, possuimos algumas características inerentes, isto é, capacitações que carregamos conosco desde que
nascemos. Estas capacitacões que todos possuem, inclusive os incrédulos, damos o nome de “talentos”.
Cada pessoa possui algum talento, ou talentos. Algumas nascem com o talento para desenhar, outros tem um
talento musical que gerarará uma facilidade para tocar algum instrumento ou cantar, etc,.
Recebemos de Deus, também, aquilo que as Escrituras chamam de “dons do Espírito”, isto é, capacitações
sobrenaturais doadas por Deus (podem ser muitas) para serem usadas em determinadas áreas e ministérios da
Igreja.
Cada igreja local tem suas necessidades espirituais e atuações visionárias ordenadas por Cristo sobre uma
determinada região. De acordo com esta determinação, o Senhor Jesus concederá, pelo Seu Espírito, dons a
cada um conforme essas necessidades (Ef.4:1-13).
Portanto, cada crente é chamado a servir em sua área e em seu ministério (I Pedro 2:5), com o propósito de
edificar a Igreja de Deus e manifestar o Seu Reino.
No IV Estágio, iremos dar uma lista de dons do Espírito e maiores informações sobre cada um deles.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que, ao sermos salvos e aceitarmos o senhorio de Jesus Cristo, recebemos do Pai o dom do
Espírito e passamos a depender dele para produzirmos frutos de um mesmo tipo de fruto, o do Espírito.
Em síntese, estas ações são, AÇÕES DE DEUS PARA A SALVAÇÃO.
Pôr outro lado, nascemos com talentos, que podem indicar alguns de nossos gostos ministeriais, e recebemos
capacitações sobrenaturais, os dons do Espírito, que nos habilita para o serviço.
Em síntese, estas acões são, AÇÕES DE DEUS PARA O SERVIÇO.
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ESTÁGIO II
LIÇÃO 3
COMO OUVIR A VOZ DE DEUS
Deus tem várias maneiras de falar com os homens, muitas vezes, ao nos convertermos, pensamos que podemos continuar
a vida como éramos antes, e, que apenas foi uma experiência a mais na nossa vida, ou acreditamos que agora o que nos
importa é cumprir as regras da nossa nova religião, que Deus zelará por nós.
Cristo morreu na cruz do calvário para que eu e você pudéssemos ter comunhão
Ele ao ponto de podermos ouvir a sua voz, e esta comunicação é estabelecida através da sua comunhão para conosco.
Desenvolvemos uma vida partida e desconsertada porque não conseguimos ouvir a voz de Deus. Hoje em dia é muito
comum a consulta de profetas, e isso ocorre porque os homens não conseguem ouvir a voz dEle, estamos regredindo ao
ponto de voltarmos ao tempo dos profetas. Hoje Deus, através do seu Espírito Santo, fala com todos os que são dEle.
Você conhece algumas maneiras que Deus faz uso para falar conosco; vamos confirmar algumas delas na Palavra,
baseados no livro de Atos, pois acreditamos ser ele uma mostra de como Deus atuava através do seu Espírito naquele
tempo, e , também, nos dias de hoje.
Visão (At 10:11); profecia (At 11:27); a própria pessoa de Jesus Cristo (At 23:11); outros irmãos (At 15:32); a Bíblia
(At 2:16); pregação (At 2:22); as impressões do coração (At 15:22 ; 8:29).
As impressões é uma forma pouco usada , por compreendermos ser ela de alto risco; não podemos dizer quando Deus
fala, mas podemos dizer que Ele fala. Sabemos que podemos errar, mas também conhecemos a misericórdia de Deus; até
estamos preparados para distinguir quando Deus falou ou não.
Por exemplo, se senti o desejo de fazer uma visita, posso orar e pedir confirmação dizendo: “Jesus aumenta minha fé,
confirmando o desejo do meu coração”; e se for, e nada acontecer, posso voltar e pedir para o Senhor mostrar onde errei.
As impressões servem para obtermos respostas que não podemos encontrar apenas na Bíblia; por exemplo: devo ou não
casar com fulano; será que este carro é para mim?, etc,. Porém, tome cuidado para que você não confunda a sua voz com
a voz de Deus, do mesmo modo, Deus pode não querer lhe responder ainda e esperar o tempo certo para lhe conceder algo
ou lhe ensinar algo.
Quando conhecemos as variadas maneiras que Deus se utiliza para falar conosco, é preciso lembrar que elas não podem
contradizer três leis básicas do Cristão:
1º) Deus não dará ordens que fujam da sua santidade, seus atributos e caráter. Você poderia dar um exemplo?
2º) A sua Palavra, a Bíblia, é a maior revelação e profecia que Deus nos deixou, e está acima de qualquer outra; se você
ouviu alguma coisa que contradisse a Bíblia, com certeza não foi de Deus; tome cuidado você pode estar acreditando em
mentiras.
3º) O fim maior sempre será o amor; há muitas pessoas falando em nome de Deus como se isso os tornassem superiores,
como se fossem pessoas escolhidas a dedo.
Todo cristão tem o direito de ouvir a voz de Deus; orar é muito mais que falar, é, também, ouvir. Ao falar o motivo de sua
oração, fique em silêncio e escute a voz de Deus no seu coração, e veja se é para o amor, ou para o seu próprio bem.
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LIÇÃO 4
FAZENDO DISCÍPULOS - 1
PERMANECER EM CRISTO
João 15:1,7
Uma das tristezas que enfrentamos é ver que pessoas que receberam a Palavra, conheceram as coisas do céu, mas
inconseqüentemente, foram cortados da comunhão cristã, não estando mais no nosso meio. É preciso como discípulos,
não de uma religião secular, mas de Cristo, fazermos com que suas palavras permaneçam em nosso interior.
Leia o texto citado e imagine que Jesus mesmo está determinando estas palavras para você. Faça, então, um pequeno
resumo onde em três ou quatro linhas você possa dizer que assimilou a mensagem, e que compreendeu as suas
responsabilidades e recompensas.
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
Agora, compartilhe o seu resumo com o grupo, observando se eles visualizaram alguma coisa a mais que lhe passou
desapercebido. Lembre-se sempre de ler o texto perguntando o que Jesus Cristo quer falar com você.
Escreva agora algumas coisas que você precisa fazer para permanecer em Cristo.
1.___________________________
2.___________________________________
3. depender de Jesus Cristo v.5
4. __________________________
5. __________________________________
6. _________________________
7. __________________________
Você e eu fomos chamados para o desafio de sermos imitadores de Cristo, e andarmos como Ele andou (1 João 2:6).
Agora, enumere algumas recompensas imediatas de permanecermos em Cristo, segundo este texto.
1. Correção de Deus v. 2
2._____________________
3._______________________ 4. Comunhão
5. __________________
6._____________________
7._______________________
Para você ter uma condição de alta produtividade é preciso:
1º) permanecer em relação vital continuamente com Cristo;
2º) receber as disciplinas da Palavra de Cristo;
3º) dependência total para com Cristo na comunhão e oração.
Escreva abaixo, quais os desafios que você precisa assumir para que sua vida esteja ainda mais ligada em Cristo.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
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LIÇÃO 5
FAZENDO DISCÍPULOS - 2
SEGUE-ME
O convite básico de Jesus consistia em que as pessoas se tornassem seus discípulos, e seu mandamento básico era que
essas pessoas fizessem outros discípulos. Você está se desenvolvendo como discípulo e fazendo outros discípulos ? Este
estudo lhe levará a compreender melhor o que é ser um discípulo, e o que ele faz.
Discípulo poderia ser todo e qualquer homem que fosse um seguidor comprometido com um mestre ou um grupo. Em
Marcos 2.18 podemos ver três tipos de discípulos: de João, dos fariseus e os de Jesus. Jesus, em Marcos 3.14, designou
os doze como seus discípulos, porque estariam com ele e pregariam as suas mensagens.
São, os discípulos de Jesus, homens que satisfaziam as suas exigências, e que o amavam mais do que qualquer pessoa,
propósito ou mesmo qualquer bem. Muitas vezes falhamos em nossa tarefa de discípulos, pois colocamos coisas na frente
do mestre, o que faz com que não possamos seguí-lo tão de perto como deveríamos.
Para podermos ser discípulos verdadeiros, precisamos levar em conta o custo de seguí-lo. Mencione alguém ou alguma
coisa que possa estar tendo prioridade acima de Cristo na sua vida.
a. Pessoa (s) :____________________________________________
b. Propósito (s):____________________________________________
c. Bem
:_____________________________________________
O segredo de um verdadeiro discípulo é o senhorio de Cristo em sua vida; quando o reconhecemos como Senhor em todas
as áreas das nossas vidas. Ele então vive em nós, na plenitude de seu Espírito.
Jesus disse que três coisas vão caracterizar nossas vidas quando Ele estiver vivendo em nós: obediência (Lc 6.46) ; amor
(João 13.34,35) ; fruto (João 15.8).
O segredo maior do discipulado é seguir e ser obediente aos mandamentos de Cristo. Vamos fazer, a seguir, um teste para
que você possa conhecer melhor a si mesmo como discípulo.
1. Jesus Cristo chamou seus discípulos para deixarem tudo o que estavam fazendo, a fim de seguí-lo. André, Pedro, Tiago
e João deixaram as suas ocupações de pescadores e o seguiram (Mt 4.18,22). Mateus deixou seu cargo de coletor de
impostos e seguiu a Jesus Cristo (Mt 9.9). O que você faria? _____________________________________________
________________________________________________________________________________________________
2. Se você percebesse que determinado relacionamento está prejudicando a sua vida com Jesus, o que você faria? Mesmo
que fosse seu namorado, noivo ou o emprego? _____________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
3. Jesus Cristo mandou Pedro pescar um peixe e tirar uma moeda de sua boca para pagar seus impostos (Mt 17.27). O que
você faria?____________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
4. Jesus mandou que lhe trouxessem um jumento e se seu dono perguntasse o que estavam fazendo, lhe dissessem: o
Senhor precisa dele (Mc 11.3). Se Jesus Cristo mandasse buscar uma caminhonete estacionada a certa altura de uma
avenida de São Paulo, o que você faria se, especialmente, tivesse que responder as perguntas do dono, dizendo: o Senhor
precisa dela?______________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
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Ser discípulo de Jesus é aceitar desafios e vencer a maré contrária que vem pelo mundo nos desafiando a desistir a todo
momento; seguir a Jesus não é apenas cumprir os dez mandamentos mas renunciar para cumpri-los dentro do coração.
Seguir a Jesus é um dos desafios mais belos e difíceis, que lhe mostra a porta estreita que o cristão tem que passar para
estar com Deus.
Às vezes pensamos naquilo que nos falta para estarmos na plenitude do Espírito; falta apenas que sintamos dentro de nós
o chamado de Jesus, vem e segue-me, onde não podemos colocar nada na frente que atrapalhe o nosso principal
compromisso, que é seguir Jesus Cristo. Muitos de nós falhamos nesse ponto, e já não podemos mais viver no meio do
povo, pois não cumprimos os nossos deveres.
A palavra chave de um verdadeiro discípulo é sempre perguntar em todas as situações da vida - em meus passos, o que
faria Jesus?
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ESTÁGIO II
LIÇÃO 6
FAZENDO DISCÍPULOS - 3
TOMAR TEMPO COM O MESTRE
Vimos que o discípulo é aquele que tem tempo com seu Senhor. Vimos também que é preciso renunciar e se entregar.
Uma das grandes armas que tem feito homens serem muito usados por Deus são seus minutos devocionais diários, que
tem sido uma disciplina rígida e difícil para alguns.
Talvez você já tenha tentado começar, mas não sabia como fazer. Este estudo tem como objetivo, fazer com que você
sinta gosto em desenvolver isso em em sua vida. Se queremos ser homens e mulheres de Deus precisamos começar estas
disciplinas em nossos dias comuns e não apenas em nossas reuniões ou cultos.
Seguem abaixo, algumas dicas para você desenvolver o seu período a sós com Deus, é o que chamamos de tomar tempo
com o Mestre.
1. Escolha um local onde você saiba que não será interrompido.
2. Escolha um horário que você ache mais tranquilo, não comece com grandes períodos mas, por exemplo, tente acordar
quinze minutos mais cedo para essa prática.
3. Deixe tudo pronto, para que ao levantar-se não precise perder tempo com nada.
Todo este preparo tem como finalidade levar você a não perder tempo e poder aproveitar ao máximo seus minutos com o
mestre. É preciso frisar bem a importância que todo cristão tem de ter os seus momentos com Jesus.
Comece seguindo os passos abaixo.
1. Ore, louvando ao Senhor, agradecendo por aquilo que tem sido em sua vida. Não se preocupe em pedir, mas em
agradecer.
2. Prepare uma Bíblia na qual qual possa escrever, e que seja de linguagem fácil.
3. Escolha um trecho completo (parágrafo inteiro).
4. Risque de cor azul o que é novidade, e de vermelho o que não compreendeu (frases contraditórias).
5. Pergunte ao texto: quem, como, onde e por que.
6. Escreva a lápis, no rodapé das páginas, a suas descobertas ou versículos conhecidos.
7. Faça uma aplicação para a sua vida prática, pergunte ao texto o que isso tem haver com o meu dia-a-dia de hoje.
Em At 16.27,34 , por exemplo, ao ler o trecho, podemos ver que o carcereiro foi batizado na mesma noite! Ficam algumas
perguntas para depois.
1. Onde, por imersão?
2. Não houve nenhum preparo?
Estas dúvidas carecem de uma pesquisa, grifei de vermelho.
Lições práticas:
1. a palavra de Jesus transforma a quem quer; se creres serás salvo tu e tua casa;
2. Deus tem cuidado dos seus servos, está sobre tudo, usa as forças da natureza para fazer a sua vontade.
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Aplicação: preciso crer mais no Deus do impossível!
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ESTÁGIO II
LIÇÃO 7
LOUVOR E ADORAÇÃO - DESENVOLVENDO UM CORAÇÃO GRATO
Ouvimos falar muito em nossa igreja sobre adorar a Deus, louvá-lo, engrandecê-lo e muitas vezes não compreendemos a
profundidade e a realidade espiritual que há em um coração que louva a Deus.
O louvor é arma de vitória, Tiago exorta “se há alguém alegre cante louvores”. A igreja fria, sem vida e alegria não é
somente aquela que não ora, mas também aquela que não louva.
A grande dificuldade está em definir o que é louvor, como se dá, e, sucessivamente, o que é adorar e como se processa em
minha vida. Quantas vezes ouvimos: “eu gostaria de fluir no Espírito, mas não sei o que é fluir no Espírito”.
É preciso, em primeiro lugar, distinguir louvor de adoração. Muitas pessoas acreditam que louvor e adoração são
sinônimos, mas, pelas definições, poderemos perceber a grande diferença entre os dois significados. Também é importante
distinguir o louvor e adoração congregacional e sua experiência pessoal com Jesus Cristo.
Louvor.
As principais palavras empregadas para expressar louvor são: halal, cuja raiz significa algo como fazer ruídos; yadha,
palavra que originalmente estava ligada a ações e gestos corporais que acompanhavam o louvor; e zamar , que se
associa com a música tocada e cantada (o Novo Dicionário da Bíblia, página 960).
.
A bíblia é cheia de expressões de louvor, que têm palavras de alegria, gestos corporais, músicas e cantos. Sendo assim,
louvar é reconhecer espontaneamente as obras de Deus em nossas vidas, e, elogiar o Senhor Jesus pelas coisas que tem
feito.
O louvor está relacionado com três palavras: alegria , espontaneidade e celebração.
- Louvor é estar feliz, grato pelas coisas de Deus, e, principalmente, pelo Deus que servimos.
- Louvor é ordem e decência na espontaneidade dos nossos atos e gestos, como um exército que volta da guerra em
vitória.
- Louvor é festa na presença de Deus, festa de homenagem, festa de honra ao nosso Deus.
Para podermos produzir um coração que louva a Deus, é preciso romper as barreiras do preconceito, do medo e até
mesmo da vergonha, libertar-se de todas as correntes dos costumes e tradições, tornando o nosso louvor espontâneo e
sincero.
No texto de II Samuel 6.12 a 23, podemos observar três aspectos distintos do louvor:
I. A atitude do rei Davi.
II. A atitude de Milcal.
III. E a resposta de Davi.
Qual atitude tem sido mais parecida com a sua diante de Deus, e por que? Ora somos como Milcal, ora somos como Davi,
e não é bom ser como Milcal. Ser como Milcal é estar fora da compreensão que Jesus Cristo é merecedor de adoração, de
louvor e de aplausos.
O louvor é o tapete do adorador, é através do louvor que verdadeiramente poderemos chegar a adoração. Mas, então, o
que é adorar?
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Adoração.
Damos, a seguir, algumas definições de adoração:
“Adorar é avivar a consciência pela santidade de Deus, alimentar a mente com a verdade de Deus, purgar a
imaginação, pela beleza de Deus, abrir o coração ao amor de Deus, consagrar a vontade ao propósito de Deus”
(William Temple).
“Adorar é experimentar a realidade, tocar a vida; é conhecer, sentir e experimentar o Cristo ressurrecto no meio da
comunidade reunida; é irromper na shekinah (a glória ou a radiância de Deus habitando no meio do seu povo) contraste
de um Deus distante pregado por aí” (Richard J. Foster - Celebração da disciplina).
A raiz da palavra adorar originalmente significava beijar, o ato de se encurvar e beijar os pés, reconhecendo a própria
inferioridade diante de alguém. Adorar é render-se diante de Deus, do seu poder e da sua glória.
A grande diferença do louvor para a adoração é que adorar não é apenas elogiar, mas, encontrar-se com a sua verdade
diante daquele que você tanto elogia, ou seja, estar-se vendo com clareza pelo brilho de Deus. Didaticamente, podemos
dizer que adoramos à Deus por aquilo que Ele é.
Podemos observar, em Lucas 7.36 a 50 e Isaías 6.1 a 7, dois exemplos marcantes de adoração.
Podemos perceber que não houve necessariamente uma alegria na oração, mas sim, um crescimento na compreensão à
respeito de Deus por homens que ao adorar se humilharam diante dEle.
É impossível adorar a Deus sem que ocorra transformações em nossas vidas, pois se adorar é estar diferente na presença
de Deus, de sua glória, não podemos após isto continuar os mesmos.
Estas duas armas, louvor e adoração, são fundamentais para um crescimento genuíno, forte e leal a Deus. Um homem que
não o louva cresce murmurador, ingrato e facilmente se desanima na fé. Aquele que não adora não consegue crescer nas
coisas de Deus é, espiritualmente falando, um subnutrido espiritual.
O objetivo deste estudo é que você seja um adorador particular de Deus em sua casa, independente da música. Embora
somente com oração ou cânticos, encha-se do Espírito em seu próprio lar.
Comece buscar a Deus em seu lar, louvando o Seu nome, elogiando-o pelas coisas que fez no seu dia; após isso, adore-o
por aquilo que Ele é e significa para você, somente depois disso peça algo se ainda houver necessidade de pedir. Leia,
então, a sua bíblia e peça para que Ele fale em seu coração, através de suas impressões.
Desenvolva em seu lar um coração grato, contrito e quebrantado diante de Deus, para ser um instrumento em Suas mãos.
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LIÇÃO 8
PREGANDO O EVANGELHO SEM ATROPELOS
Uma pessoa ao aceitar a Jesus Cristo como seu salvador, confessando-O como seu Senhor e crendo Nele, passa a ser
considerado um “salvo” (Rm10:9). Quando isso acontece, algo tremendamente maravilhoso ocorre com essa pessoa, ou
seja, ela recebe imediatamente o “dom do Espírito Santo” através do seu “selo” (Ef 1:13).
Tendo recebido o penhor do Espírito Santo, muitas transformações iniciam-se na vida do cristão , e, um dos reflexos
dessas transformações é a intensa vontade de pregar o evangelho para outras pessoas, principalmente aos de sua família.
Esse desejo ardente de compartilhar o evangelho com outras pessoas provém do amor que lhe foi derramado através do
Espírito Santo (Rm 5:5).
Muitas vezes, motivados por esse amor que excede a todo entendimento, saímos pregando o evangelho a todos aqueles
que encontramos pela frente, seja no trabalho, na escola, na rua ou em casa, certos de que as pessoas também aceitarão
esta irrecusável proposta de vida oferecida pelo evangelho. Mas, infelizmente, para nossa decepção, não somente
recebemos recusas e críticas, mas também somos alvo de zombarias e desprezo. Aí vem a pergunta: por que eles não
aceitaram? Onde errei?
Todos nós temos que ter em mente que quem convence a pessoa do juízo, do pecado e da justiça é o Espírito Santo (João
16:8,11), ou seja, uma pessoa somente se converte através da atuação do Espírito. Mas, então, por que o Espírito Santo
não convenceu aquelas pessoas que demonstraram incredulidade? Porque o Espírito Santo não viola a vontade de
ninguém, antes, por misericórdia, bate na porta do coração do pecador e clama; se este ouvir a sua voz, (através da
pregação do evangelho) Ele entra em sua casa (seu íntimo) para dirigir a sua vida e lhe oferecer sua convivência
(Apocalipse 3:20).
Mas, o que está acontecendo com as pessoas que não aceitaram a palavra da verdade, é justamente o fato de possuírem
uma “porta” muito pesada, fabricada com o “concreto” do preconceito, materialismo, religiosidade e ignorância espiritual.
Então, de que maneira podemos ajudar uma pessoa abrir (ou melhor, destruir?) esta “porta”?. A seguir, damos alguns
conselhos.
Devemos evitar:
a) pregar o evangelho utilizando “chavões” evangélicos como, por exemplo, “você está em trevas”, pois a pessoa ainda
não tem discernimento para entender o sentido espiritual de estar em trevas;
b) pregar doutrinas e/ou tradições evangélicas, ao invés de apresentar o plano da salvação;
c) discussões insensatas, infrutíferas, com pessoas que não demonstram interesse no evangelho (Tito 3:9,10);
d) dar mal exemplo de conduta moral, pois Cristo nos colocou como a luz do mundo e o sal da terra (Mateus 5:13,14).
Devemos praticar:
a) dar bom testemunho do que Cristo fez na nossa vida;
b) pregar o que o Cristo da igreja faz na vida de todo aquele que nele crê, e não o que a igreja de Cristo pode fazer, pois
muitas pessoas acreditam que suas igrejas são tão boas (ou ruins) quanto a nossa;
c) orar por aqueles que necessitam da graça salvadora de Cristo Jesus, principalmente pelos nossos familiares e amigos
mais próximos (Atos 16:31);
d) comportar-se honestamente, com um espírito tranquilo e manso, transmitindo o evangelho através de gestos
incorruptíveis que procedem do nosso interior transformado pelo Espírito Santo (1 Pedro 3:1,12);
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e) finalmente, pregue a Palavra em todas as oportunidades que tiver, embasado na sã doutrina, sem utopias, tomando o
cuidado de pregar o plano da salvação primeiramente e não as doutrinas, pois estas serão ensinadas posteriormente aos
que abraçarem a fé cristã.
Seguindo estes conselhos, devemos apresentar o plano da salvação, que exemplificamos através do seguinte modelo:
a) todos os homens, desde Adão, pecaram e carecem da glória de Deus (Romanos 5:12 ; 3:23);
b) o pecado nos afasta da comunhão com Deus (Isaías 59:2);
c) o salário do pecado é a morte (Romanos 6:23);
d) Cristo morreu pelos nossos pecados, reconciliando-nos com Deus (Romanos 5:6,11 ; Isaías 53:1,12);
e) somos salvos através da fé em Cristo, confessando-o (Romanos 10:9,10).
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LIÇÃO 9
JESUS O EMANUEL (DEUS CONOSCO)
Introdução (Hb 2.14,18).
Há uma grande dificuldade no homem em compreender como Deus se importa com ele. Muitas vezes o sincretismo
religioso brasileiro tenta demonstrar que Deus é um ser superior, que de alguma maneira nos observa, sendo que nada
que façamos pode desagradá-lo, nem mesmo o pecado.
A dificuldade do homem em entender o que é Deus conosco muitas vezes impede de crer neste Deus. Tendenciamos a cair
em extremos tão perigosos que poderíamos estar indo para o inferno sem que percebessemos. Por exemplo, percebemos as
seguintes crenças:
a) ou Deus está distante demais para nos ver (desinteressado);
b) ou Ele é bonzinho demais, não julgando a ninguém (um deus inocente, sem compromissos);
c) ou um Deus severo, tirano, sem compaixão, que ao revelar as minhas falhas, nunca poderia me perdoar.
I. Emanuel - Deus conosco.
1. Um dos nomes de Jesus, segundo Mateus, seria Emanuel, Deus conosco, que significa:
1.1. Deus ser presente;
1.2. que Se identificou;
1.3. que Se solidarizou:
1.3.1. com a imperfeição do homem;
1.3.2. com a luta do homem.
II. Feito de carne e sangue.
1. Jesus se tornou homem de carne e sangue, para que você pudesse ter convicção do seu amor.
2. Jesus se importou a tal ponto, que se humilhou ao habitar em nosso meio.
3. Jesus se tornou semelhante a nós, e desta maneira tornou-se o nosso Deus e irmão, não tendo vergonha de nos chamar
de irmãos.
III. Deus conosco é:
a. saber que Jesus sofreu sua própria concepção, submerso dentro do útero de Maria;
b. fugiu, no seu nascimento e infância, do decreto de Herodes;
c. sofreu a disciplina dos pais terrenos, e as leis humanas e religiosas em sua adolescência;
d. aos trinta anos, sofreu perseguições, sendo paciente com a ignorância e obscuridade da mente humana;
e. saber que em toda a Sua vida, estava mergulhado no meio de pecadores, onde foi batizado, comendo com eles;
f. finalmente, saber que Ele estava mergulhado na traição, mentiras e escárnios, as coisas mais terríveis que um ser pode
praticar ao outro.
Tudo isso para ser Deus conosco, Emanuel, para destruir a morte e seu rei, o diabo.
IV. Esta identificação tinha uma importância crucial para a nossa salvação , segundo Hb 2.14,18.
a. Foi através desta identificação completa que compreendemos o seu amor.
b. Foi através desta identificação completa que podemos ter certeza de que Ele está interessado em nos ajudar (até mesmo
em nossas fraquezas).
c. É desta identificação que podemos medir a que distância o nosso Deus está de nós.
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d. Foi através desta identificação que compreendemos o porquê se solidarizou conosco, quando ainda estávamos em
pecados terríveis, e não esperou que mudássemos, mas, Ele mesmo, trouxe mudança às nossas vidas.
e. Podemos compreender o porquê nos socorre na tentação, pois Ele mesmo fora tentado.
f. Podemos compreender Sua misericórdia, pois em todas as coisas se tornou semelhante a nós.
Conclusão.
1. A vida e morte de Cristo seria muito limitada se apenas ficassem restritas ao perdão dos pecados. Antes, a Sua morte se
deu para que fosse Deus conosco, Emanuel.
2. Vencer o diabo seria tarefa fácil, sem precisar padecer; padeceu porque precisava ser o Emanuel.
3. Encare a sua vida espiritual de uma nova maneira se você era uma pessoa que, lá no fundo, acreditava que:
3.1. Deus estava distante demais de você. Compreenda agora que Ele caminha com você;
3.2. Que Ele era severo demais ou bonzinho demais. Compreenda agora o equilíbrio do nosso Deus que lhe exige mas
também lhe ajuda;
3.3. Tinha dificuldades em se relacionar com este Deus. Compreenda agora que essas dificuldades são suas, que carecem
de serem tratadas diante de Deus, pois Ele já fez tudo para que você não tivesse dificuldade alguma para falar com Ele.
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LIÇÃO 10
INTERCESSÃO
No N.T. encontramos vários versículos que nos mostram a necessidade de sermos imitadores de Cristo. Imitar a Cristo,
nesse caso, é procurar fazer exatamente o que Ele fez, é tê-lo, como modelo de vida. Você poderia citar três exemplos de
como imitar a Cristo?
1)______________________________ 2)______________________________ 3)_____________________________
Poderíamos, sem dúvida, enumerar uma série de exemplos, mas, com certeza, não poderíamos deixar de citar
intercessão. Cristo, que é o nosso paradigma (modelo), sempre foi um intercessor junto ao Pai pela humanidade.
a
Damos, a seguir, alguns exemplos de intercessão, realizados por Cristo Jesus. Preencha as lacunas dizendo por quem Ele
intercede.
a) Isaías 53.12 - Por isso lhe darei muitos como a sua parte e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto
derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores, contudo levou sobre si o pecado de muitos e pelos
transgressores intercedeu.
Intercessão de Cristo pelos P __ C __ D __ __ __ S
b) Lucas 22.32 - Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu pois, quando te converteres, fortalece teus irmãos.
Intercessão de Cristo pelos crentes
F R __ __ O S
c) Lucas 23.34 - Contudo Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.
Intercessão de Cristo pelos
I N __ __ __ G __ __
d) João 17.9 - É por eles que eu rogo, não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.
Intercessão de Cristo por seus D __ S __ Í __ __ L __ __
que hoje constituem a igreja.
Interceder é pedir com súplica, ou seja, com humildade, por outra pessoa como se fosse para si próprio. É , no sentido
bíblico, colocar-se no lugar daquele que é objeto da intercessão, é sentir, sofrer e viver juntamente com ele a expectativa
da resposta favorável. A intercessão é, também, um ato que manifesta misericórdia, bondade e o desejo de viver uma vida
mansa e tranquila.
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Em I Timóteo 2.1,3 o apóstolo Paulo nos exorta para que usemos da prática de súplicas, orações e intercessões. Diz
ainda, que isto é bom e aceitável ao Senhor.
Cite cinco motivos pelos quais devemos interceder:
1)__________________________________ 2)_______________________________ 3)________________________
4)__________________________________ 5)________________________________
Finalizamos esta lição com as palavras do Senhor, registradas em Zacarias 7.9 : Executai juízo verdadeiro, mostrai
bondade e misericórdia cada um a seu irmão.
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ESTÁGIO II
LIÇÃO 11
A VOLTA DE JESUS
O fato da segunda vinda de Cristo é mencionado mais de 300 (trezentas) vezes no Novo Testamento. Paulo refere-se ao
evento umas 50 (cinquenta) vezes. Epístolas inteiras (1 e 2 Tessalonicenses) e capítulos inteiros (Mateus 24 e Marcos 13)
são dedicados ao assunto. Sem dúvida, é uma das doutrinas mais importantes do Novo Testamento.
Embora este assunto seja muito comentado pelos escritores sagrados, muito se tem falado de maneira errônea sobre este
fenômeno. Há muitas especulações à respeito com o intuito de causar uma forte impressão nas pessoas, de tal forma que
elas venham buscar à Deus pelo medo de serem destruídas. E não faltam afirmações não-bíblicas como: “2.000 chegará,
mas de 2.000 não passará”; “o mundo vai acabar em fogo”...
Ensinamentos falsos sobre a volta de Cristo são misturados com o “fim do mundo”, datas de sua volta são marcadas (e
não ocorrem) baseando-se em cálculos fundamentados em genealogias e profecias.
O objetivo desta lição é esclarecer, biblicamente, o assunto “a segunda vinda de Cristo”, também conhecido como
“arrebatamento”. A história da redenção do homem e da terra não se encerra com a segunda vinda de Cristo. Os fatos que
ocorrerão após o arrebatamento serão oportunamente comentados em uma outra lição, onde estudaremos outra
manifestação da volta de Cristo no Tempo da Grande Tribulação.
Quando ainda estava com seus discípulos, antes da crucificação, Jesus havia comentado à respeito da sua volta, tanto é
que seus discípulos, aproximando-se dele, lhe perguntaram: “dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá
da tua vinda e da consumação do século?” (Mateus 24:3). Aqui os discípulos fazem indagação quando e que sinal
haverá quanto à destruição de Jerusalém*, a segunda vinda de Jesus e a consumação do século. Os três assuntos
pertencem um ao outro, sendo, o julgamento de Jerusalém, apenas um passo da consumação final.
Jerusalém já foi julgada em 70 d.C., o próximo passo a ser cumprido, então, é a sua segunda vinda. Mas, o que é e como
vai ser a segunda vinda de Cristo, ou o arrebatamento? Será um momento, num fugaz espaço de tempo, onde o Senhor
descerá dos céus, ressuscitará os mortos em Cristo e os arrebatará juntamente com os salvos que estiverem vivos na terra
nesta ocasião (1 Tessalonicenses 4:13,18).
Os discípulos ainda perguntaram “quando” se daria a sua volta. Em Mateus 24:36, Jesus Cristo nos diz que somente o Pai
sabe o dia e a hora que isto sucederá. Não obstante, Cristo nos advertiu, através da parábola da figueira (Mateus
24:32,44), que sua volta seria imediatamente precedida por alguns “sinais”. Quais são estes sinais? Eles são:
1º) as inúmeras religiões surgidas no mundo (Mateus 24.23,24 ; Lucas 21.8);
2º) a manifestação da apostasia** (2 Tessalonicenses 2.1,12 ; Timóteo 4.1,3);
3º) a extrema corrupção que atingirá o mundo (2 Timóteo 3.1,9);
4º) a manifestação dos escarnecedores (2 Pedro 3:3,4 ; Judas v. 18);
5º) o princípio das dores (Mateus 24:3,14);
6º) a volta do povo de Israel à sua terra (Ezequiel 34:11,13 ; 36:24,38 ; 37:21,22)). Várias profecias que deverão se
cumprir depois da segunda vinda de Cristo diz respeito à Israel. Após a destruição de Jerusalém , pelo general romano
Tito em 70 A.D., os judeus foram espalhados pelo mundo todo. Israel era uma nação (agrupamento humano cujos
membros são ligados por laços históricos, culturais, econômicos e lingüísticos) que existia sobre território alheio, mas, a
partir de 1948, houve o nascimento do Estado (nação politicamente organizada que ocupa um determinado território,
dirigida por um governo próprio internacionalmente reconhecido) de Israel. Desta forma, talvez Israel sirva como a
“figueira” da parábola;
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7º) os sinais do céu (Lucas 21:25,26). Os sinais, ainda que espantosos e grandes, passarão desapercebidos aos incrédulos
(Lucas 21:34 ; Mateus 25:1,13).
A segunda volta de Cristo, portanto, não deve ser encarada, pelos cristãos, como algo tenebroso, mas como uma promessa
maravilhosa de uma nova vida na presença de Cristo eternamente (Atos 1:9,11 ; Apocalipse 21:1,8).
Notas
* Todas as predições de Cristo relativas à destruição de Jerusalém foram cumprido-se à letra. Nenhum cristão pereceu na
destruição de Jerusalém. Depois que os romanos, sob Céstio, cercaram a cidade, inesperadamente abandonaram o cerco
quando tudo parecia favorável a um ataque imediato. O general romano retirou suas forças sem a mínima razão aparente.
O sinal prometido fora dado aos cristãos expectantes (Lucas 21:20,21). Os acontecimentos foram encaminhados de tal
modo que nem os judeus, nem os romanos impediriam a fuga dos cristãos. Com a retirada de Céstio, os judeus foram ao
encalço de seu exército e, enquanto ambas as forças estavam completamente empenhadas em luta, os cristãos de todo país
tiveram o ensejo de escapar, sem serem molestados, rumo a um local seguro, a cidade de Pela. Terríveis foram as
calamidades que desabaram sobre Jerusalém quando o cerco foi reassumido por Tito. A cidade foi assaltada por ocasião
da Páscoa, quando milhões de judeus estavam reunidos dentro de seus muros. Agora foram experimentados todos os
horrores da morte por inanição. Os chefes romanos esforçaram-se por infundir terror aos judeus, e assim fazê-los renderse. Os prisioneiros eram açoitados, torturados e crucificados diante do muro da cidade. Ao longo do vale de Josafá e no
Calvário se erigiam cruzes em grande número. Desta maneira foi castigada a imprecação proferida perante o tribunal de
Pilatos: “Caia sobre nós o Seu sangue, e sobre nossos filhos!” (Mateus 27:25). Mais de um milhão de pessoas pereceram.
O Templo foi destruído. Os sobreviventes foram levados cativos, vendidos como escravos, arrastados a Roma, lançados às
feras nos anfiteatros, ou dispersos por toda terra como vagabundos sem lar.
**Apostasia: abandono da fé cristã.
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LIÇÃO 12
DIABO, POSSESSÃO, OPRESSÃO E JEJUM
1. Satanás, o diabo.
É o príncipe do mal e, portanto, dos anjos (de mensageiros) maléficos. Seu nome, satanás, vem do hebraico que significa
“adversário”, apontando para a sua oposição aos homens. Ele atua de tal forma nos incrédulos (Ef 2.2), que o mundo
inteiro fica sob o seu controle (1 Jo 5.19 ; Lc 4.6 ; Jo 12.31 ; Jo 14.30).
Os homens descrentes estão sujeitos a ele (At 26.18), cegados por ele (2 Co 4.4) e enganados por ele (2 Co 11.13,14). Ele
é homicida e mentiroso por essência (Jo 8.44) e tem o poder da morte sobre os seus súditos (Hb 2.14).
Seu nome “diabo” (do grego, diabolos) significa “acusador” (Ap 12.10) e subentende o desejo de devorar (1 Pe 5.8),
peneirar (Lc 22.31) e derrotar os discípulos de Cristo.
2. Demônios.
São anjos decaídos, foram criados perfeitos e sem pecado, e, como o homem, dotados de livre escolha. Sob a direção de
Lúcifer (satanás), muitos pecaram e foram lançados fora do céu (2 Pe 2.4). Segundo as Escrituras, os anjos maus passam
parte do tempo no inferno (2 Pe 2:4) e parte no mundo, especialmente nos ares que nos rodeiam (Jo 12.31 ; Jo 14.30 ;
2 Co 4.4 ; Ap 5.9 ; Ap 7.13,14). Os anjos não são contemplados no plano de redenção (1 Pe 1.12) mas o inferno foi
preparado para o eterno castigo dos anjos maus, os demônios (Mt 25.41).
3. Possessão demoníaca.
Definimos a possessão demoníaca como a ocupação da mente que ofusca ou elimina a personalidade do possuído,
permitindo a manipulação de todas as suas faculdades sensoriais por parte de uma entidade espiritual maligna. Se
apossa de um corpo na tentativa de exprimir, em nível físico, suas intenções blásfemas numa autêntica agressão ao ser
humano que foi feito para ser santuário de Deus e não de demônios.
A possessão demoníaca é um fenômeno que se verifica universalmente, apesar de que certos povos, pela sua cultura mais
voltada para as manifestações espirituais, sofram maior incidência de casos visíveis de fenômenos de possessão.
Normalmente, a possessão demoníaca é acompanhada por vários sintomas, alguns dos quais enumeramos a seguir:
1º Sintoma. O endemoniado tem dentro de si a presença de um outro ser, de uma entidade maligna (Lc 4.41).
2º Sintoma. O endemoniado fica possuído de força sobrenatural (At 19.13,16); a luta contra endemoniados não deve se
desenvolver no campo físico (Ef 6.10 ; Zc 4.6).
3º Sintoma. O endemoniado sempre tem acessos de raiva. Devemos entender a diferença entre força e raiva nas
manifestações do endemoniado, porque há casos nos quais o possesso revela ódio profundo, porém não tenta agredir a
ninguém. Normalmente podemos observar olhares faiscantes e gestos que denunciam ódio terrível.
4º Sintoma. O endemoniado sempre tenta resistir a manifestação da genuína fé cristã (Mc 1.22,23). A mesma coisa não
acontece com um louco, ou um doente mental . Há casos em que os demônios resistem, não querendo abandonar os
corpos de suas vítimas (Lc 9.40). Nesses casos de resistência o Senhor Jesus recomenda jejum e oração (Mc 9.29).
5º Sintoma. O endemoniado geralmente demonstra conhecimento sobrenatural por clarividência ou adivinhação (At
16.16,18).
6º Sintoma. O endemoniado quando não fica mudo (Mc 9.25), geralmente fala com voz diferente da sua, podendo ser
mais grossa ou mais fina (Mc 5.6,9).
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7º Sintoma. O (s) demônio (s) pode (m) sair de uma pessoa para entrar noutra, ou mesmo em animais. Para que aconteça,
basta que haja uma “casa varrida e ornamentada” à disposição do (s) domônio (s) (Lc 11.24,26 ; Lc 8.31,33).
3.1 Causas da possessão demoníaca.
Apontamos, a seguir, as principais causas que levam à possessão demoníaca. Todavia, convém ressaltar, que nem todas as
pessoas que apresentam os envolvimentos citados ficam possessos. Mas, todas as que ficam possessas foram, de uma
forma ou de outra, envolvidas com uma ou mais dessas causas.
1ª Causa. Envolvimento com macumba ou com espiritismo, seja através da frequência dos rituais, da leitura de literaturas
desse gênero, e, após algum relacionamento sentimental, com pessoas envolvidas nessas crenças (Lv 19.31). Esta causa
definimos através de testemunhos de pessoas que foram libertadas do problema de possessão.
2ª Causa. Consagração da pessoa, através dos pais, aos demônios, antes do nascimento, ou na infância mais tenra (Lv
18.21).
3ª Causa. O acolhimento no coração, de pecados relacionados ao sexo. A prostituição, o adultério, as relações
extraconjugais, as relações com irmãos de sangue, o homossexualismo, o lesbianismo, e os coitos com animais, também,
comumente se observam como causa da possessão maligna; essas coisas são abomináveis aos olhos de Deus, e, satanás,
gosta de tudo que é abominável a Ele (Pv 6.32 ; 1 Co 6.9,10).
4ª Causa. O envolvimento místico com drogas alucinógenas. Elas fazem parte dos rituais macabros da igreja de satanás.
Para debilitar a mente da pessoa na macumba utiliza-se a marafa (cachaça).
5ª Causa. Não ter Cristo no coração. Há casos em que o possesso vive uma vida reta, do ponto de vista humano, e nunca
se envolveu com o espiritismo nem com qualquer dos outros motivos já apresentados.
3.2 Possessão demoníaca em membros da igreja.
Somente crentes nominais, isto é, que se dizem crentes, tem a possibilidade de ficarem possessos (1 Sm 16.7), e isto é
observado no dia-a-dia. No entanto, não cremos na possessão demoníaca em crentes verdadeiros, pelas seguintes razões:
1ª Razão. O crente é santuário do Espírito Santo (1 Co 6.19,20) que é um morador definitivo e não esporádico na vida do
crente. Não há possibilidade de convivência entre Cristo e o maligno (Rm 8.9 ; Ef 2.2). Que harmonia há entre Cristo e
o maligno? (2 Co 6.14,16).
2ª Razão. O Espírito Santo é zeloso pelo seu santuário (Tg 4.5).
3ª Razão. O crente é propriedade de Deus (1 Pe 2.9).
4ª Razão. Jesus é o valente que tomou posse da propriedade (Lc 11.21,22).
4. Opressão maligna.
A opressão maligna caracteriza-se pela atuação na vida das pessoas. Esta situação não é de possessão. Agem
externamente apenas, assediando a pessoa com sugestões, tentações e doenças malignas.
Vejamos alguns sintomas da opressão maligna.
1º Sintoma. Mania de perseguição. Geralmente as pessoas oprimidas têm a mania de que estão sendo perseguidas. De fato
estão, mas não têm consciência da dimensão em que a perseguição está se realizando.
2º Sintoma. Abrasamento sexual doentio. Uma das manifestações de opressão maligna é a tara sexual que é fruto da
rendição ao pecado (Cl 3:5).
3º Sintoma. Medo doentio e irracional. A opressão maligna sempre infunde, na mente do oprimido, medo de lugares
escuros, medo de entidades espirituais, medo de feitiço e de macumba.
4º Sintoma. Ódio e ressentimento. O ódio acirrado e vingativo quase sempre é consequência de opressão maligna, e
muitas vezes constitui uma ponte para a possessão (Ef 4.26,27 ; Tg 3.14,16).
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5º Sintoma. O surgimento de dores de cabeça diante da exposição da Palavra de Deus. Não devemos chegar ao extremo
de pensar que todas as dores de cabeça são consequência de opressão.
6º Sintoma. Falta de ânimo para viver. O desânimo mórbido quanto à vida é, em muitos casos, consequência de opressão
maligna (Sl 143.3,4).
4.1 Opressões malignas em membros da igreja.
Vimos que um crente no Senhor Jesus jamais se tornará possesso. Embora saibamos que o crente está guardado da
possessão demoníaca, admitimos que ele possa tornar-se oprimido por demônios, se der lugar ao diabo.
Vejamos o que pode dar acesso à opressão maligna na vida de um crente.
1ª Causa. Pecados na vida. Quando um filho de Deus entrega-se à prática do pecado ele entristece o Espírito Santo (Ef
4.30 ; 1 Ts 5.19 ; 1 Pe 5.8).
2ª Causa. Ressentimento, ódio e inveja amargurada no coração. São elementos utilizados por satanás para oprimir a vida
do filho de Deus (Ef 4.26,27 ; Tg 3.13,15).
3ª Causa. O abandono de uma vida de oração e leitura da Palavra. Com frequência, esta situação é a causa da opressão
maligna na vida de certos crentes. Sem a espada do Espírito (Ef 6.17) o crente fica sem a arma ofensiva para vencer as
batalhas e permanecer inabalável (Ef 6.13).
4ª Causa. Dúvida quanto ao poder que Jesus tem para livrar os seus. As consequências de não nos apropriarmos, pela fé,
da potencialidade das promessas de Deus para a nossa segurança, é sempre o derrotismo e uma visão espiritual maligna.
Pessoas assim sentem-se derrotadas em tudo vêem demônios em tudo e se sentem atormentadas por eles em todo o tempo.
5. O jejum.
O jejum é passar algum tempo sem ingerir alimento ou água. Há o jejum parcial, normalmente exercitado durante tempo
maior do que o tempo dos intervalos convencionais entre uma refeição e outra, ou a supressão de alguns alimentos. Uma
alteração tanto em quantidade como em qualidade. Em razão disso, esse jejum pode ser a abstenção de alimentos
saborosos e o uso exclusivo de alimentação bem simples, como o pão e água.
Jesus praticou o jejum como elemento profundamente necessário à sua vida, ministério e devoção (Mt 4.1,2). Jesus disse
que o jejum deveria ser uma das mais sigilosas práticas, pelo menos durante a sua realização (Mt 6.16,18).
Jesus cobrou o jejum rigoroso e sério na condição de meio de graça e poder espiritual em razão do quebrantamento da
carne. Cremos que na fraqueza e mortificação dos apetites da carne há uma maior manifestação do poder de Deus (Mt
17.21 ; 2 Co 12.10).
O jejum expressa:
a) a tristeza pelo pecado e busca de restauração (Dn 9.3,5);
b) busca de orientação (Ed 8. 21.23 ; Ex 34.28);
c) consagração de vidas para o ministério (At 13.2,3 ; At 14.23).
O jejum tem efeitos espirituais maravilhosos. Quando um homem jejua ele está, entre outras coisas, dizendo que a
comunhão com Deus tem mais sabor do que os outros alimentos. Ele está, dessa forma espiritual, alimentando-se da
presença de Deus. O jejum era uma realidade na vida de Paulo e de todos os apóstolos (2 Co 11.27).
No jejum específico para a confrontação com castas malignas, precisamos ter em mente o fato de que o poder não está no
jejum mesmo, mas na motivação espiritual que nos leva ao quebrantamento diante de Deus que é a Fonte Doadora de
todo poder e virtude (Mt 17.21).
Há, porém, algumas situações nas quais o jejum não conta com a aprovação de Deus. Quando isso acontece, o jejum é
apenas passar fome. Vejamos algumas destas situações.
a) Jejum feito com o coração irado (Is 58.3,4).
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b) A vida do praticante do jejum está envolta pelo pecado (Jr 14.10,12).
c) O praticante não possui o coração quebrantado (Zc 7.3,6).
d) O coração do praticante é soberbo e hipócrita, Deus não aceita a “oferta religiosa” do jejum (Lc 18.9,14).
e) Pessoas que, por motivos de saúde, não podem praticar o jejum e mesmo assim o fazem.
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Curso Bíblico Graduado
2º Estágio
Vida Cristã Prática
Leitura final e questionário obrigatórios.
O objetivo deste estágio, foi oferecer noções de como desenvolver uma vida cristã saudável, com os principais temas para
uma prática diária com Deus. Neste estágio, você conheceu melhor assuntos cuja importância é indispensável no cotidiano
da vida de um cristão, os quais devem estar em sua mente em todas as situações vividas, seja pregando o evangelho, em
casa, no trabalho, na escola, etc..
Os conhecimentos adquiridos neste estágio somente terão validade em sua vida se você praticá-los. Mas, para praticá-los,
é necessário que haja disciplina, sem a qual será muito difícil colocar em prática os conhecimentos ora adquiridos. Tendo
consciência da importância da disciplina para a realização prática dos temas do segundo estágio, escolhemos para a prova
final a leitura de trechos do livro Celebração da Disciplina, de Richard J. Foster, Editora Vida.
As Disciplinas Espirituais: Porta do Livramento.
A superficialidade é a maldição de nosso tempo. A doutrina da satisfação instantânea é, antes de tudo, um problema
espiritual. A necessidade urgente hoje não é de um maior número de pessoas inteligentes, ou dotadas, mas de pessoas
profundas (1).
As disciplinas clássicas da vida espiritual convidam-nos a passar do viver na superfície para viver nas profundezas. Elas
nos chamam para explorar os recônditos interiores do reino espiritual. Instam conosco a que sejamos a resposta a um
mundo vazio. John Woolman aconselhou: “É bom que vos aprofundeis, para que possais sentir e entender os sentimentos
das pessoas”.
Não devemos ser levados a crer que as Disciplinas são para os gigantes espirituais e, por isso, estejam além de nosso
alcance; ou para os contemplativos que devotam todo tempo à oração e à meditação. Longe disso. Na intenção de Deus, as
Disciplinas da vida espiritual são para seres humanos comuns; pessoas que têm empregos, que cuidam dos filhos, que
lavam pratos e cortam a grama. Na realidade, as Disciplinas são mais bem exercidas no meio de nossas atividades normais
diárias. Se elas devem ter qualquer efeito transformador, o efeito deve encontrar-se nas conjunturas comuns da vida
humana: em nossos relacionamentos com o marido o com a esposa, com nossos irmãos e irmãs, ou com nossos amigos e
vizinhos.
Não deveríamos pensar nas Disciplinas Espirituais como uma tarefa ingrata e monótona que visa a exterminar o riso da
face da terra. A alegria é a nota dominante de todas as Disciplinas. O objetivo das Disciplinas é o livramento da sufocante
escravidão ao auto-interesse e ao medo. Quando a disposição interior de alguém é liberada de tudo quanto o subjuga,
dificilmente se pode descrever essa situação como tarefa ingrata e monótona. Cantar, dançar, até mesmo gritar,
caracterizam as Disciplinas da vida espiritual (2).
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Num importante sentido, as Disciplinas Espirituais não são difíceis. Não precisamos estar bem adiantados em questões de
teologia para praticar as Disciplinas. Os recém-convertidos - até mesmo as pessoas que ainda não se entregaram a Jesus deveriam praticá-las. A exigência fundamental é suspirar por Deus. O salmista escreveu: “Como suspira a corsa pelas
correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo”(Salmo
42.1,2) (3)
Os principiantes são bem vindos. Eu (o autor) também sou principiante, especialmente depois de vários anos depois de
praticar cada Disciplina apresentada neste livro. Conforme disse Thomas Merton: “Não desejamos ser principiantes. Mas,
convençamo-nos do fato de que, por toda a vida, nunca seremos mais que principiantes”(4).
O Salmo 42.7 diz: “Um abismo chama outro abismo”.Talvez algures nas câmaras subterrâneas de sua vida tenha você
ouvido o chamado para um viver mais profundo, mais pleno. Talvez você se tenha cansado das experiências
frívolas e do ensino superficial. De quando em quando você tem captado vislumbres, insinuações de algo que ultrapassa
aquilo que você tem conhecido. Interiormente você tem suspirado por lançar-se em águas mais profundas.
Os que têm ouvido o distante chamado do seu íntimo e desejam explorar o mundo das Disciplinas Espirituais,
imediatamente se defrontam com duas dificuldades. A primeira é de ordem filosófica. A base materialista de nossa época
tornou-se tão penetrante que ela tem feito as pessoas duvidar seriamente de sua capacidade de ir além do mundo físico.
Muitos cientistas de primeira categoria têm ido além de tais dúvidas, sabendo que não podemos estar confinados a uma
caixa de espaço-tempo. Mas a pessoa comum é influenciada pela ciência popular que está uma geração atrás dos tempos e
é preconcebida contra o mundo não-material (5).
É difícil exagerar quão saturados estamos com a mentalidade da ciência popular. A meditação, por exemplo, se de algum
modo permitida, não é considerada como contato com um mundo espiritual real, mas como manipulação psicológica.
Geralmente as pessoas tolerarão um breve toque na “jornada interior”, mas logo chega a hora de haver-se com os
negócios reais do mundo real. Necessitamos de coragem para ir além do preconceito de nossa época e afirmar com os
nossos cientistas que existe mais do que o mundo material. Com honestidade intelectual, deveríamos dispor-nos a estudar
e explorar este outro reino com todo o rigor e determinação que daríamos a qualquer campo de pesquisa.
A segunda dificuldade é de ordem prática. Simplesmente não sabemos como explorar a vida interior. Isto nem sempre tem
sido verdadeiro. No primeiro século e anteriormente, não era necessário dar instruções sobre com “praticar” as Disciplinas
da vida espiritual. A Bíblia chamou o povo a Disciplinas tais como jejum, meditação, adoração e celebração e quase não
deu instruções nenhuma sobre a forma de executá-las. É fácil de ver a razão por quê. Essas Disciplinas eram tão
frequentemente praticadas e de tal modo constituíam parte da cultura geral que o “como fazer” era conhecimento comum.
Jejuar, por exemplo, era tão comum que ninguém perguntaria o que comer antes de um jejum, como quebrar um jejum, ou
como evitar a vertigem enquanto jejuava - toda gente já sabia.
Isto não se verifica em nossa geração. Hoje existe uma ignorância abismal dos mais simples e práticos aspectos de quase
todas as Disciplinas Espirituais clássicas. Daí que qualquer livro escrito sobre o assunto deve levar essa necessidade em
consideração e prover instrução prática sobre a mecânica das Disciplinas. É preciso, porém, logo de início dizer uma
palavra de acautelamento: conhecer a mecânica não significa que estamos praticando a Disciplina. As Disciplinas
espirituais são uma realidade interior e espiritual, e a atitude interior do coração é muito mais decisiva do que a mecânica
para se chegar à realidade da vida espiritual.
A Escravidão de Hábitos Arraigados.
Acostumamo-nos a pensar no pecado como atos individuais de desobediência a Deus. Isto é bem verdade até certo ponto,
mas a Bíblia vai muito mais longe. Na sua carta aos Romanos, o apóstolo Paulo frequentemente se refere ao pecado como
uma condição que infesta a raça humana (i. é. , Romanos 3.9-18). O pecado como condição abre o seu caminho através
dos “membros do corpo”; isto é, os hábitos enraizados do corpo (Romanos 7.5 e ss). E não há escravidão que possa
comparar-se à escravidão de hábitos pecaminosos arraigados (6).
Diz Isaías 57.20 : “Os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e
lodo”. O mar não necessita fazer nada de especial para produzir lama e lodo; isto é resultado de seus movimentos
naturais. É o que também se verifica conosco quando nos achamos sob a condição de pecado. Os movimentos naturais de
nossa vida produzem lama e lodo. O pecado é parte da estrutura interna de nossas vidas. Não há necessidade alguma de
esforço especial. Não é de admirar que nos sintamos enredados (7).
Nosso método comum de lidar com o pecado arraigado é lançar um ataque frontal. Confiamos em nossa força de vontade
e determinação. Qualquer que seja o nosso problema - ira, amargura, glutonaria, orgulho, incontinência sexual, álcool
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medo - decidimos nunca mais repeti-lo; oramos contra ele. Tudo, porém, é em vão, e uma vez mais nos encontramos
moralmente falidos ou, pior ainda, tão orgulhosos de nossa justiça exterior que “sepulcros branqueados” é uma descrição
suave de nossa condição. Heini Arnold, em seu excelente livrinho intitulado Freedom From Sinful Thoughts (Liberdade
de Pensamentos Pecaminosos), escreve: “Desejamos deixar perfeitamente claro que não podemos livrar e purificar nosso
próprio coração exercitando a nossa própria vontade”(8).
Na carta aos Colossenses, Paulo cita algumas formas exteriores que as pessoas usam para controlar o pecado: “não
manuseis, não proves, não toques”. E então acrescenta que estas coisas “com efeito, têm aparência de sabedoria, como
culto de si mesmo” - que frase expressiva, e como descreve bem muita coisa de nossas vidas! No momento em que
achamos que podemos ter êxito e alcançar a vitória sobre o pecado mediante a força de nossa vontade somente, esse é o
momento em que estamos cultuando a vontade. Não é uma ironia que Paulo tenha olhado para os nossos mais estrênuos
esforços na caminhada espiritual e os tenha chamado “culto de si mesmo”?.
A força de vontade nunca terá êxito no trato com os hábitos profundamente arraigados do pecado. Emmet Fox escreve:
“Tão-logo você resista mentalmente a qualquer circunstância indesejável ou não buscada, por esse próprio meio você a
dotará de mais poder - poder que ela usará contra você, e você terá esgotado seus próprios recursos nessa exata
medida”. Heini Arnol conclui: “Enquanto achamos que podemos salvar-nos a nós mesmos por nossa própria força de
vontade, a única coisa que fazemos é tornar o mal que há em nós mais forte do que nunca”. Esta mesma verdade tem
sido comprovada por todos grandes escritores da vida devocional.
O “culto de si mesmo” talvez possa ter uma demonstração exterior de êxito por algum tempo, mas nas brechas e nas
fendas de nossa vida sempre há de revelar-se nossa profunda condição interior. Jesus descreveu tal condição quando falou
da exibição exterior de justiça dos fariseus. “Porque a boca fala do que está cheio o coração... . Digo-vos que de toda
palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo” (Mateus 12.34-36). Mediante a força de
vontade as pessoas podem fazer boa figura durante algum tempo; cedo ou tarde, porém, virá o momento desprevenido
quando a “palavra frívola” escapará, revelando o verdadeiro estado do coração. Se estivermos cheios de compaixão, isto
será revelado; se estivermos cheios de amargura, isto também se manifestará.
Não temos a intenção de que seja assim. Não temos intenção nenhuma de explodir de ira ou sustentar uma tenaz
arrogância, mas quando estamos com outras pessoas, aquilo que somos vem à tona. Embora tentemos ocultar essas coisas
com todas as nossas forças, somos traídos pelos olhos, pela língua, pelo queixo, pelas mãos, pela linguagem de todo o
nosso corpo. A força de vontade não tem defesa contra a palavra frívola, contra o momento desprevenido. A vontade tem
a mesma deficiência da lei - ela pode lidar somente com as exterioridades. Não é suficiente para operar a transformação
necessária da disposição interior.
As Disciplinas Espirituais Abrem a Porta.
Quando perdemos a esperança de obter transformação interior mediante as forças humanas da vontade e da determinação,
abrimo-nos para uma maravilhosa e nova realização: a justiça interior é um dom de Deus que deve ser graciosamente
recebido. A imperiosa necessidade de mudança dentro de nós é obra de Deus e não nossa. É preciso que haja um trabalho
real interno, e só Deus pode operar a partir do interior. Não podemos alcançar ou merecer esta justiça do reino de Deus;
ela é uma graça concedida aos homem.
Na carta aos Romanos o apóstolo Paulo esforça-se a fim de demonstrar que a justiça é um dom de Deus. Ele emprega o
termo trinta e cinco vezes nessa epístola, e cada vez que o emprega fá-lo com êxito pelo fato de que a justiça não é
atingida nem atingível mediante esforço humano. Uma das mais claras afirmações é Romanos 5.17 :” os que recebem
abundância da graça e o dom da justiça, reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo”. Esse ensino,
evidentemente, não se encontra só em Romanos mas na Bíblia toda e se apresenta como uma das pedras angulares da fé
cristã.
No momento em que captamos esta compreensão palpitante, corremos o risco de um erro no sentido oposto. Somos
tentados a crer que nada há que possamos fazer. Se os esforços humanos terminam em falência moral (e tendo-o tentado,
sabemos que é assim) e se a justiça é um dom gratuito de Deus (conforme a Bíblia o declara com clareza), então não é
lógico deduzir que não devemos esperar que venha e nos transforme? Por estranho que pareça a resposta é não. A análise
é correta: o esforço humano é insuficiente e a justiça é dom de Deus. O que falha é a conclusão, pois felizmente existe
algo que podemos fazer. Não precisamos agarrar-nos às pontas do dilema das obras nem da ociosidade humanas. Deus
nos deu as Disciplinas da vida espiritual como meios de receber sua graça. As Disciplinas permitem-nos colocar-nos
diante de Deus de sorte que Ele possa transformar-nos.
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O apóstolo Paulo disse: “O que semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o
Espírito, do Espírito colherá vida eterna” (Gálatas 6.8). O lavrador não consegue fazer germinar o grão; tudo o que ele
pode fazer é prover as condições certas para o crescimento do grão. Ele lança a semente na terra onde as forças naturais
assumem o controle e fazem surgir o grão. O mesmo acontece com as Disciplinas Espirituais - elas são um meio de
semear para o Espírito. As Disciplinas são um meio de Deus plantar-nos na terra; elas nos colocam onde ele possa
trabalhar dentro de nós e transformar-nos. Sozinhas, as Disciplinas Espirituais nada podem fazer; elas só podem colocarnos no lugar onde algo pode ser feito. Elas são os meios de graça de Deus. A justiça interior que buscamos não é algo que
seja derramado sobre nossas cabeças. Deus ordenou as Disciplinas da vida espiritual como meios pelos quais somos
colocados onde ele pode abençoar-nos.
Neste sentido, seria próprio falar do “caminho da graça disciplinada”. É “graça” porque é grátis; é disciplinada porque
existe algo que nos cabe fazer. Em The Cost of Discipleship (O Custo do Discipulado), Dietrich Bonhoeffer deixa claro
que a graça é grátis, mas não é barata. Uma vez que entendemos com clareza que a graça de Deus é imerecida e
imerecível, se esperamos crescer devemos iniciar um curso de ação conscientemente escolhido, que inclua tanto a vida
individual como em grupo. Essa é a finalidade das Disciplinas Espirituais.
Seria conveniente visualizar o que vimos estudando. Imaginemos uma passagem estreita com um declive íngreme de cada
lado. O abismo da direita é o caminho da falência moral por meio dos esforços humanos para alcançar a justiça.
Historicamente se tem dado a isto o nome de heresia do moralismo. O abismo da esquerda é o caminho da falência moral
por meio da ausência de esforços humanos. Este tem sido denominado heresia do antinomianismo (9). Essa passagem
representa um caminho - as Disciplinas da vida espiritual. Este caminho conduz à transformação interior e à cura que
buscamos. Não devemos desvia-nos nem para a direita nem para a esquerda, mas permanecer no caminho. Este está cheio
de sérias dificuldades, mas também conta com incríveis alegrias. À medida que andamos neste caminho, a bênção de Deus
virá sobre nós e nos reconstruirá à imagem de seu Filho Jesus Cristo. Devemos lembrar-nos sempre de que o caminho não
produz a mudança; ele apenas nos coloca no lugar onde a mudança pode ocorrer. Este é o caminho da graça disciplinada.
Há um ditado em teologia moral que diz que “a virtude é fácil”. Isto é verdadeiro até onde a obra graciosa de Deus tenha
assumido o comando de nossa disposição interior e transformado os padrões de hábitos arraigados de nossas vidas.
Enquanto isto não se realizar, a virtude é difícil, difícil mesmo. Lutamos por exibir um espírito amável e compassivo; não
obstante é como se estivéssemos levando algo para dentro algo trazido do exterior. Surge então, das profundezas
interiores, a única coisa que não desejávamos: um espírito mordaz e amargo. Contudo, uma vez que tenhamos vivido no
caminho da graça disciplinada por uma temporada, descobrimos mudanças internas.
Não fizemos nada mais do que receber um dom, não obstante sabemos que as mudanças são reais. Sabemos que são reais
porque verificamos que o espírito de compaixão que outrora achávamos tão difícil, é agora fácil. Na realidade, difícil seria
estar cheio de amargura. O Amor divino entrou em nossa disposição interior e assumiu o controle de nossos padrões de
hábitos. Nos momentos desprevenidos, brota do santuário interior de nossa vida um fluxo espontâneo de “amor, alegria,
paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gálatas 5.22,23). A necessidade
cansativa de ocultar dos outros aquilo que somos interiormente já não existe. Não temos de esforçar-nos para ser bons e
generosos; somos bons e generosos. Difícil seria refrear-nos de ser bons e generosos, porque a bondade e a generosidade
fazem parte de nossa natureza. Assim como os movimentos naturais de nossa vida outrora produziam lama e lodo, agora
eles produzem o fruto do Espírito. Shakespeare escreveu: “A qualidade da misericórdia não é forçada” - nem o são
quaisquer das virtudes espirituais uma vez que elas assumam o comando da personalidade (10).
O Caminho da Morte: Transformar as Disciplinas em Leis.
As disciplinas espirituais visam ao nosso bem. Elas têm por finalidade trazer a abundância de Deus para a nossa vida. É
possível, contudo, transformá-las em outro conjunto de leis que matam a alma. As disciplinas dominadas pela lei respiram
morte (11).
Jesus ensinou que devemos ir além da justiça dos escribas e fariseus (Mateus 5.20). Todavia, precisamos ver que tal
justiça não era coisa de somenos. Eles estavam comprometidos em seguir a Deus numa forma para qual muitos de nós não
estamos preparados. Um fator contudo, era sempre central à sua justiça: exterioridade. A justiça deles consistia em
controlar as aparências externas, muitas vezes incluindo a manipulação de outras pessoas. Até que ponto temos ido além
da justiça dos escribas e fariseus pode ser visto no quanto nossa vida demonstra a obra interna de Deus no coração. Ela
produzirá resultados externos, mas a obra será interna. É fácil, em nosso zelo pelas Disciplinas Espirituais, torná-las na
justiça exterior dos escribas e fariseus.
Quando as Disciplinas se degeneram em lei, elas são usadas para manipular e controlar pessoas. Tomamos ordens
explícitas e as usamos para aprisionar os outros. O resultado de tal deterioração das Disciplinas Espirituais é orgulho e
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medo. Orgulho domina porque chegamos a crer que somos o tipo certo de pessoas. O medo domina porque o poder de
controlar os outros traz consigo a ansiedade de perder o controle, e a ansiedade de ser controlado por outros.
Se quisermos progredir no caminhar espiritual de sorte que as Disciplinas sejam bênçãos e não maldição, devemos chegar,
em nossas vidas, ao lugar onde depomos a carga eterna da necessidade de dirigir os outros. Essa necessidade, mais do que
qualquer outra coisa, levar-nos-á a transformar as Disciplinas Espirituais em leis. Uma vez que criamos uma lei, temos
uma “exterioridade” pela qual podemos julgar quem está à altura e quem não está. Sem leis, as Disciplinas são, antes de
tudo, uma obra interna e é impossível controlar uma obra interna. Quando verdadeiramente cremos que a transformação
interior é obra de Deus e não nossa, podemos dar descanso a nossa paixão por endireitar a vida dos outros.
Devemos estar cônscios de quão rapidamente poderemos agarrar esta ou aquela palavra e transformá-la em lei. No
momento em que assim procedemos, qualificamo-nos para para o severo pronunciamento de Jesus contra os fariseus:
“Atam fardos pesados (e difíceis de carregar) e os põe sobre os ombros dos homens, entretanto eles mesmos nem com o
dedo querem movê-los” (Mateus 23.4). Em questões assim precisamos das palavras do apóstolo Paulo embutidas em
nossas mentes: “Não tratamos da letra, mas do Espírito. É que a letra da lei conduz à morte da alma; e o Espírito de
Deus é o único que pode dar vida à alma” (2 Corinthios 3.6).
Ao entrarmos no mundo interior das Disciplinas Espirituais, sempre haverá o perigo de torná-las em lei. Mas não estamos
abandonados aos nossos próprios inventos humanos. Jesus Cristo prometeu ser nosso Professor e Guia sempre presente.
Sua voz não é difícil de ser ouvida. Não é difícil entender suas instruções. Se começarmos calcificar o que deveria sempre
permanecer vivo e crescente, ele nos dirá. Podemos confiar em seu ensino. Se nos desviarmos para alguma idéia errônea
ou prática inaproveitável, ele nos conduzirá de volta. Se estivermos dispostos a ouvir o Instrutor Celestial, receberemos a
instrução de que necessitamos.
Nosso mundo está faminto de pessoas verdadeiramente transformadas. Leon Tolstói observou: “Todos pensam em mudar
a humanidade e ninguém pensa em mudar a si mesmo”. Estejamos entre os que crêem que a transformação interior de
nossa vida é um alvo digno de nosso melhor esforço.
Algumas Disciplinas (Interiores). (12)
1) Meditação Cristã.
Se esperamos ultrapassar as superficialidades de nossa cultura, incluindo a cultura religiosa, devemos estar dispostos a
descer aos silêncios recriadores, ao mundo interior da contemplação, através da meditação. A meditação (na Palavra de
Deus) não era coisa estranha aos autores das Escrituras (Gênesis 24.63 ; Salmos 63.6). Deus lhes falava, não porque eles
tivessem capacidades especiais, mas porque estavam dispostos a ouvir.
Os salmos cantam das meditações do povo de Deus sobre a lei do Senhor (Salmos 119.148). O salmo introdutório do
saltério inteiro chama o povo todo a imitar o homem “bem aventurado”, cujo “prazer está na lei do Senhor, e na sua lei
medita de dia e de noite” (Salmos 1.2).
A meditação oriental é uma tentativa para esvaziar a mente; a meditação cristã é uma tentativa para esvaziar a mente a fim
de enchê-la. A meditação cristã leva-nos à inteireza interior necessária para que nos entreguemos livremente a Deus e,
também, leva-nos à percepção espiritual necessária para atacar os males sociais.
2) Oração.
A oração arremessa-nos à fronteira da vida espiritual. A oração verdadeira cria e transforma a vida. Orar é mudar. A
oração é a avenida central que Deus usa para transformar-mos. Se não estivermos dispostos a mudar, abandonaremos a
oração como característica perceptível de nossas vidas.
Na verdadeira oração começamos a pensar os pensamentos de Deus à sua maneira: desejamos as coisas que Ele deseja,
amamos as coisas que Ele ama. Progressivamente começamos a ver as coisas da perspectiva divina.
3) Jejum.
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Nas escrituras o jejum refere-se à abstenção de alimento para finalidades espirituais. Ele se distingue da greve de fome,
cujo propósito é adquirir poder político ou atrair a atenção para uma boa causa. O jejum bíblico sempre se concentra em
finalidades espirituais. O jejum ajuda-nos a manter o nosso equilíbrio na vida.
Quão facilmente começamos a permitir que coisas não essenciais adquiram precedência em nossas vidas. Quão depressa
desejamos ardentemente coisas das quais não necessitamos até que sejamos por elas escravizados (1 Corinthios 6.12).
Nossos anseios e desejos humanos são como um rio que tende a transbordar; o jejum ajuda a mantê-los no seu devido
leito.
4) Estudo.
O propósito das Disciplinas Espirituais é a total transformação da pessoa. Elas visam substituir os velhos e destruidores
hábitos de pensamento por novos hábitos vivificadores. Em parte alguma este propósito é visto mais claramente do que na
Disciplina de Estudo. O apóstolo Paulo diz que o modo de sermos transformados é mediante a renovação da mente
(Romanos 12.2). A Disciplina de Estudo é o veículo básico que nos leva a ocupar o pensamento (Filipenses 4.8).
Conclusão.
Como dissemos nas considerações iniciais, os conhecimentos adquiridos neste estágio somente terão validade em sua vida
se você praticá-los. Mas, existe uma grande diferença entre o conhecimento teórico e a prática dos assuntos aprendidos
neste estágio. Existe um ditado popular antigo que diz: “falar é fácil, fazer é que é difícil”. Concordo que falar em vida
prática cristã é fácil, mas, exercê-la é difícil. Sim, é difícil, mas não é impossível e está ao alcance de todos. Graças a Deus
que nos revelou, através das Sagradas Escrituras, as Disciplinas Espirituais, as quais rompem todas as barreiras que nos
impedem de exercer a vida prática cristã. Agora você tem condições de exercê-la, já foi dado o primeiro passo, depende
somente de você por em prática aquilo que aprendeu. Mas, lembre-se, todos os nobres pensamentos, os magníficos planos
e o conhecimento adquirido têm pouco valor até que sejam postos em prática. O seu valor, como cristão, é determinado
pelos seus atos, não por suas boas intenções, por mais nobres que sejam.
Comentários.
(1) Lembro-me de uma canção popular que dizia: “sei de quase tudo um pouco e quase tudo mal”. É neste sentido que a
superficialidade é tida como maldição de nosso tempo. A quantidade de informações que nos são empurradas ouvido a
dentro, somadas à escassez de tempo, tendem a nos tornar pessoas superficiais, destituídas de conhecimento sólido sobre
assuntos que exigem investigação e raciocínio, pessoas stressadas. Isto faz com que nos tornemos imediatistas no que diz
respeito às petições feitas através de nossas orações. Muitos se decepcionaram pela demora e inércia aparente da parte de
Deus no atendimento de suas “necessidade-vontades”, as quais julgam, com suas mentes superficiais, serem muito
importantes para suas vidas, e, essa mesma superficialidade, faz com que esqueçam que, antes de tudo, a vontade do Pai
deve ser feita (Mateus 6.9,10) e que Ele age no Seu tempo, que é o tempo certo (Eclesiastes 3. 1-8). Muitos se julgam
inteligentes pelo volume de conhecimentos acumulados, mas, devido à superficialidade dos mesmos, caem em desatrosos
enganos.
(2) Há uma tendência na nossa maneira “ocidental” de pensar, que as Disciplinas são instrumentos de castigo, são algo
que aprisionam, coisas que aniquilam a nossa necessidade de entretenimento e liberdade. Vistas dessa forma, as
Disciplinas tornam-se penosas e indesejáveis. Essa maneira que chamamos aqui de “ocidental” de ver as Disciplinas, nada
mais são do que “filtros” que distorcem a verdadeira aparência das Disciplinas. Ao contrário do que se pensa, as
Disciplinas são instrumentos que nos libertam dos pensamentos prontos e preconceitos que nos são incutidos
intencionalmente através da nossa cultura materialista, fria, escravista e consumista. Dessa forma, as Disciplinas agem
como agentes libertadores do interesse “automatizado”, ou seja, dos modismos desnecessários, dos pensamentos
infrutíferos e da vã filosofia de vida, coisas que incutem medo e insegurança nas pessoas. Há, sim, uma necessidade de
mudança visando o aperfeiçoamento na civilização humana, há a necessidade de comunicação e expressão, tudo isso nos é
lícito, mas não podemos nos deixar escravizar por elas (I Coríntios 6.12 ; 10.23). As Disciplinas nos permitem ver as
coisas como realmente elas são e, assim, tornam-se um veículo de liberdade, algo que nos proporciona prazer e alegria.
(3) Quando queremos obter algo, traçamos planos para atingir o nosso objetivo. A execução desses planos implica em
ação, ou seja, por em prática aquilo que se planejou. A fonte de energia necessária para a execução prática dos planos é o
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desejo de alcançar o objetivo, o qual nos supre com motivação suficiente para que alcancemos os nossos objetivos. À
primeira vista, as Disciplinas Espirituais podem nos parecer algo tão complicado e cansativo como uma caminhada de três
mil quilômetros para um local que não conhecemos, mas, é importante sabermos que esse objetivo somente será
cumprido, ou pelo menos começará a se cumprir, quando darmos o passo fundamental, que é o primeiro passo. No caso
das Disciplinas Espirituais, o primiro passo é o desejo intenso de uma comunhão com Deus.
(4) Este princípio é uma característica da humildade. Quando queremos aprender algo, precisamos primeiramente
aprender a ser humildes. Jesus Cristo, nosso Mestre, era humilde (Mateus 11.29).
(5) Entendemos como ciência popular a cultura, que é um complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das
instituições e de outros valores transmitidos coletivamente, e típicos de uma sociedade. Ora, essa sociedade, quando
mergulhada no materialismo incrédulo e avarento, influencia os indivíduos a duvidar da existência de um mundo nãomaterial, pois este reino, o não-material, é algo que contraria os seus intentos.
(6) Quando um escravo recebe sua carta de alforria (documento que concede liberdade ao escravo) este deixa de pensar e
agir como escravo, ainda que tenha dificuldades. Salvo excessões, a maioria dos escravos libertados não sentem
necessidade de estarem submetidos à servidão, como antes. Mas, quando o poder de escravatura é exercido por hábitos,
que são disposições adquiridas pela repetição frequente dum ato, uso ou costume, ainda que libertos, pela graça salvadora
de Cristo, sentimos em nosso corpo, seus efeitos. Esses hábitos criam raízes em nosso corpo e mentes de tal modo que às
vezes, até inconscientemente, o praticamos contrapondo a nossa vontade e a nossa nova natureza humana regenerada por
Cristo.
(7) A definição do pecado é algo muito amplo, muito complexo, de tal forma que seria difícil podermos, em um parágrafo
apenas, descrever todas as facetas que envolvem esta enfermidade mortal da alma. Mas é importante que tentemos definílo, pois isso nos auxiliará numa melhor compreensão do plano da salvação. Pecado, num sentido mais amplo do termo, é
um estado mau da alma ou da personalidade. Por causa deste estado mau o homem desobedece às leis de Deus. Quando
definimos o pecado como um estado mal da alma, incluímos nessa definição os resultados desse estado; isto é, os atos
pecaminosos. Mas não devemos confundir os atos pecaminosos, que representam a manifestação desse estado, com o
próprio estado. O fruto não é a árvore. Os sintomas não são a enfermidade. O fruto é manifestação da vida da árvore.
Também os pecados não são outra coisa senão a manifestação do pecado. Antes de Adão comer o fruto proibido, que era
o ato pecaminoso, ele já tinha permitido que se instalasse em si o estado mau de sua alma, através do desejo de obter os
“benefícios” que esse ato lhe proporcionaria, conforme disse a serpente. O pecado é pai dos pecados (Tiago 1.15). Agora,
perguntamos, qual é o princípio fundamental desse estado mau da alma? Ora, esse estado mau da alma é, essencialmente,
um estado egoístico. O apóstolo Paulo, referindo-se a esse estado mau da alma, chamou-lhe de carnal (Romanos 7.14) em
contraste com o estado espiritual. O egoísmo é a raiz de todo pecado. O seu fruto é sempre a morte. A vida consiste em
respirar; isto é, absorver e expelir o ar ao mesmo tempo. Ninguém pode viver só absorvendo o ar e, tampouco, só
expelindo-o. É um duplo processo. O pecado, porém, baseia-se no princípio de absorver somente,e, o resultado não pode
ser outro senão a morte. O pecado de Adão teve origem no egoísmo: ele quis ser igual a Deus e para isto comeu,
aconselhado por Satanás, do fruto proibido. Desde então o gênero humano tem sido vítima do egoísmo, o qual é o coração
do pecado. Sendo o egoísmo a origem de todo pecado, é também a origem de todos os males. Todas as grandes guerras,
todas as contendas, as intrigas, as calúnias, o roubo, o homicídio, as deturpações, as violências e tudo quanto é mau e
ruim originou-se no egoísmo. Sendo o egoísmo universal, o pecado é universal e o mau é também universal. Por isso, a
humanidade inteira geme com dores e tristezas: “Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por
causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a
liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda criação a um só tempo geme e suporta angústias até
agora. E não somente ela, mas também nós que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo,
aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo” (Romanos 8.20-23).
(8) De acordo com João 8.32, a Verdade, que é Cristo, é quem verdadeiramente nos liberta da escravidão do pecado. O
pecado exerce poder de morte sobre aqueles que lhe estão submetidos. Quando somos libertos por Cristo, apesar de
sofrermos pressões do pecado, não estamos submetidos à morte pelo pecado (Romanos 6.1-14). Portanto, a libertação do
pecado, que inclui o livramento e purificação do nosso próprio coração, é algo que vai além dos nossos próprios esforços,
dependendo, também, e principalmente, da libertação proporcionada pelo conhecimento da Verdade, que é Cristo.
(9) Antinomia é a contradição entre duas leis ou princípios.
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(10) Infelizmente, somos um país onde existem milhares de pessoas que não sabem ler nem escrever, são os chamados
analfabetos. Já ouvi de várias pessoas analfabetas que conheci a seguinte afirmação:”se eu tivesse leitura a minha vida
seria melhor”. Nesta situação ilustrativa, observamos um sentimento de derrota alimentado pela crença na incopetência
causada pela ausência de algo, a leitura, que a pessoa julga inapta a obter. Tanto o analfabeto quanto o alfabetizado
possuem as estruturas fisiológicas necessárias para saber ler e escrever. A leitura (e escrita) que o analfabeto derrotado
julga ser quase impossível conseguir, somente será alcançada através da sua vontade impulsionada e sustentada pela
disciplina. De maneira semelhante, no que tange à vida espiritual, somente conseguimos abrir as portas que nos impedem
de atingir um maior amadurecimento, através das Disciplinas Espirituais.
(11) Imagine que você fosse um psicólogo extremamente competente, e tivesse a incumbência de restabelecer o equilíbrio
mental e social de dois pacientes distintos: um mendigo bêbado, porém honesto, e um ladrão assassino, porém não
alcóolatra. Pergunto, você utilizaria os mesmos métodos (disciplinas)? É claro que não! Pois trata-se de dois casos
distintos entre duas pessoas distintas. Concluímos, então, ampliando o nosso raciocínio para toda raça humana, que não
poderíamos tratar os problemas de todos os homens do planeta com os mesmos métodos (disciplinas), pois fatalmente
falharíamos com o nosso objetivo, devido a individualidade existencial de cada pessoa. Querer impor disciplinas que
funcionaram para alguns indivíduos a toda população, equivale criar uma lei que desrespeita e aniquila a vontade própria
e o prazer de obedecê-las. Contudo, existem leis naturais (e espirituais) às quais todos nós, sem excessão, estamos
sujeitos, como, por exemplo, a lei da gravidade (força que nos atrai para o centro da Terra). Suponhamos, com o exemplo
da lei da gravidade, que é uma lei natural, que tivéssemos a obrigação de subir uma montanha de mil metros todos os dias.
Para cumprir esta obrigação, você poderia subir a montanha à pé ou através de outro meio mais fácil como, por exemplo,
à bordo de um teleférico. Neste exemplo fictício, seria errado impor que as pessoas tivessem de subir a montanha à pé
para obedecer a lei imposta só porque esta maneira é mais sacrificante e difícil, impedindo os mais fracos (crianças, idosos
e deficientes) de cumprirem a obrigação, sendo que a lei não se importa com a maneira como a escalada é realizada.
Trazendo este exemplo à realidade espiritual, quando as Disciplinas são impostas de maneira tirana e presunçosa,
transformando-se em leis, elas deixam de ser um caminho para a vida para ser um caminho para a morte.
(12) Seguindo o raciocínio do exemplo fictício da lei da gravidade, no comentário 11, a “Meditação Cristã”, a
“Oração”, o “Jejum”, e o “Estudo”, são Disciplinas que devem ser praticadas por todos, indistintamente, porém sem que
sejam transformadas em rituais legalistas. Assim, como a obrigação de subir a montanha é melhor através de um teleférico
do que à pé, descubra a melhor maneira para você cumprir, em sua vida, o exercício das Disciplinas Espirituais.
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QUESTIONÁRIO
1) O texto lido lembrou algo que foi aprendido no segundo estágio? Em quais lições?
2) O que você entendeu sobre “Disciplinas Espirituais”?
3) Cite as Disciplinas Espirituais internas exemplificadas no texto.
4) O autor fala que as Disciplinas serão mortas quando se transformarem em leis, como você compreende isto?
5) Você se acha um cristão disciplinado? Por que?
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Bibliografia
- Pearlman, Myer, - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Editora Vida;
- Allmen, J.J.Von, - Vocabulário Bíblico - Associação de Seminários Teológicos Evangélicos(ASTE);
- Diversos autores americanos e ingleses, traduzido e ampliado por Watson. Dr. S.L. e D.Ana - Conciso Dicionário
Bíblico - Imprensa Bíblica Brasileira;
- Cohen, Armando Chaves - A Segunda Vinda de Cristo - Casa Publicadora das Assebléias de Deus(CPAD);
- Filho, Caio Fábio d’Araújo - Principado e Potestades - Editora Mundo Cristão;
- Foster, Richard J. - Celebração da Disciplina - Editora Vida;
- A Bíblia Sagrada, traduzida em Português por João Ferreira de Almeida, edição revista e atualizada no Brasil (A Bíblia
Vida Nova) - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova/ Sociedade Bíblica do Brasil
- Jr., Avery T. Willis - Vida Magistral - Livro I - Editora Juerp
- Halley, Henry H. - Manual Bíblico - Edições Vida Nova
Douglas, J.D. - O novo Dicionário da Bíblia - Edições Vida Nova
- Seamands, David A. - A cura das memórias - Editora Betânia
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