Iluminismo Breve Explicação (39936)

Propaganda
Introdução
Os escritores franceses do século XVIII provocaram uma verdadeira revolução
intelectual na história do pensamento moderno.
Suas idéias caracterizaram-se pela importância que davam à razão: rejeitavam as
tradições e procuravam uma explicação racional para todas as coisas. Os filósofos e
economistas procuravam novos meios para dar felicidade aos homens. Atacavam
violentamente as injustiças, a intolerância religiosa e os privilégios da nobreza e do
clero.
Suas opiniões abriram caminho para a Revolução Francesa, pois puseram à mostra os
erros e vícios do Antigo Regime.
As novas idéias conquistaram numerosos adeptos, a quem pareciam trazer a luz e o
conhecimento. Por isso, os filósofos que as divulgavam foram chamados de iluministas,
a sua maneira de pensar Iluminismo e o conjunto de movimento Ilustração.
A filosofia iluminista voltou-se para o estudo da natureza e da sociedade. O uso da
razão era considerado indispensável à compreensão dos fenômenos naturais e sociais.
Segundo os iluministas, até a crença devia ser racionalizada.
Por isso, eram considerados deístas, acreditavam que Deus está presente na natureza, e ,
como o homem faz parte da natureza, Ele também se encontra presente no coração do
próprio homem que pode descobri-lo através da razão.
Iluminismo
Para compreender melhor o iluminismo é necessário relembrar que muitos dos
pensadores que participaram desse movimento viviam sob o Antigo Regime, onde
predominavam monarquias absolutistas, em que o rei, a nobreza e o clero acumulavam
poder e privilégios, e as pessoas não tinham liberdade de expressão.
Os iluministas opunham-se a esta situação, já que eram contrários ao autoritarismo dos
reis, aos privilégios da nobreza e do clero, à intolerância religiosa e à falta de liberdade
de expressão e pensamento.
É preciso deixar claro que para os iluministas a razão, ou melhor, o uso da mesma tinha
valor supremo. Isto porque apenas por meio da razão os homens seriam capazes de
alcançar a luz e o esclarecimento necessários para que se libertassem da ignorância e do
fanatismo religioso em que viviam.
Os pensadores iluministas dedicaram-se a ciência, a filosofia, literatura e muitas outras
áreas do conhecimento. Alguns dos mais conhecidos e estudados até hoje são: Locke,
Voltaire, Montesquieu e Rousseau.
John Locke
John Locke, inglês, foi um dos primeiros filósofos contestadores do absolutismo. Suas
idéias colaboraram para derrubar o sistema absolutista na Inglaterra. Segundo ele, todos
os homens possuem direitos naturais, que adquirem ao nascer.
Locke afirmava que o direito à vida, à liberdade e à propriedade são direitos naturais e
incontestáveis do homem. E dizia ainda que para garantir estes direitos naturais, os
homens haviam criado o governo.
No entanto, se estes governos não protegessem e nem garantissem os seus direitos, o
povo tinha o direito supremo de se rebelar contra eles e exigir que seus direitos, à vida,
a liberdade e à propriedade privada fossem respeitados e resguardados.
Pelo fato de defender a proteção e o respeito dos direitos naturais do homem pelos
governos, Locke ainda hoje é considerado o “pai do liberalismo político”.
Voltaire
Este filósofo e pensador francês se destacou nas atividades de panfletário, contista,
historiador e dramaturgo e ganhou fama em decorrência das inúmeras e fervorosas
críticas contra a Igreja e a censura de seu tempo.
Por dizer o que pensava, chegou a ser preso duas vezes e para evitar uma nova
perseguição, refugiou-se na Inglaterra e durante o período em que esteve por lá passou a
entrar em contato e admirar as idéia de John Locke.
Influenciado pelas idéias do filósofo inglês, Voltaire escreveu a obra Cartas Inglesas, na
qual elogia a liberdade de pensamento, de religião e de obediência do rei inglês às leis
do seu país.
A intenção de Voltaire ao publicar esta obra era criticar duramente o absolutismo do rei
da França. De acordo com inúmeros textos acerca de seus pensamentos e sua história
podemos afirmar que Voltaire passou todos os anos de sua vida lutando contra a
ignorância, o preconceito e o fanatismo, em favor da justiça e da liberdade.
Defendia tanto a liberdade de expressão que sua célebre frase é referência até hoje:
“Posso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o
seu direito de dizê-lo”.
Ele acreditava e defendia a ideia de que o rei deveria ser orientado por filósofos, uma
vez que em sua opinião os filósofos compunham a elite esclarecida que deveria por bem
guiar e iluminar o povo todo.
Montesquieu
O jurista francês Charles Louis de Secondat, conhecido mais popularmente como Barão
de Montesquieu não somente apontou problemas na sociedade em que estava inserido
como procurou propor soluções que pudessem resolvê-los.
Sua principal e mais discutida obra é O espírito das leis, onde ele aborda a questão do
abuso de poder, afirmando que “qualquer pessoa que tenha o poder tenderá a abusar
dele”.
Conforme sua filosofia a única maneira de evitar que o poder se concentrasse nas mãos
de apenas uma pessoa era dividi-lo. E se o poder era representado pelo governo, este
deveria ser dividido em três poderes, harmônicos e independentes entre si: o poder
executivo, o legislativo e o judiciário.
Para ele o governo só funcionaria bem assim dividido desde que os poderes fossem
autônomos, isto é, se um não se intrometesse na área de atuação do outro.
Rousseau
Jean- Jaques Rousseau é considerado ainda na atualidade o autor das obras e idéias mais
radicais contra o Antigo Regime.
Em suas obras defendeu abertamente a formação de um governo popular em oposição à
Monarquia Absolutista. Por essa razão ficou conhecido como o “pai da democracia
moderna”.
Numa de suas obras mais conhecidas, O contrato social, Rousseau defende a ideia de
soberania do povo, onde deveria prevalecer a vontade da maioria. Segundo ele se o
governo escolhido pela população não a representasse, a mesma deveria substituí-lo.
Suas ideais tiveram grande aceitação entre as camadas populares e a pequena burguesia
européia, principalmente quando dizia que a nova sociedade deveria ser composta,
fundamentalmente, de pequenos proprietários e que o povo deveria exercer sua
autoridade diretamente, sem intermediários.
Essas suas idéias influenciaram movimentos revolucionários tanto dentro como fora da
França. Um desses movimentos foi a Revolução Francesa, cujo lema resumiu o
pensamento deste filósofo em três palavras: liberdade, igualdade e fraternidade.
Uma das mais celebres frase de Rousseau diz que “o homem nasce bom, mas a
sociedade o corrompe”, por isso para ele as crianças deveriam passar o maior tempo
possível em seu estado natural, quando se ainda pode falar em inocência.
Diderot
Diderot foi o responsável pela organização da grande Enciclopédia, obra dividida em 35
volumes que tornou conhecidas as novas idéias.
Teve auxílio do matemático Jean D”Alembert e teve como colaboradores a maior parte
dos novos pensadores e escritores. O governo, por sua vez, condenou a obra, proibindo
sua divulgação, que continuou, porém, a circular clandestinamente.
Segundo Diderot seu maior objetivo foi tornar os homens mais instruídos e dessa
maneira mais felizes, uma vez que esclarecidos quanto ao seu papel na sociedade.
Os economistas fisiocratas
Os economistas dessa época pregavam essencialmente a liberdade econômica, opondose a toda e qualquer regulamentação. A economia deveria ser dirigida pela natureza, o
Estado não deveria intervir, a não ser para garantir o livre curso da natureza.
Essa predominância da natureza deu-lhes a denominação de fisiocratas (governo da
natureza).
O criador da fisiocracia foi François Quesnay, que afirmava categoricamente que a
economia era regida por leis, e a mais importante delas era a lei da oferta e da procura.
Quando a oferta é maior que a procura, o preço tende a baixar; quando ocorre o inverso,
tende a subir.
O governo segundo os fisiocratas não deveria nunca intervir, apenas incentivar o
progresso. E Adam Smith foi um dos mais destacados discípulos da fisiocracia. Em seu
livro, A riqueza das nações, o trabalho, e não a agricultura como queriam os fisiocratas,
nem o comércio, como pensavam os mercantilistas, era considerado a verdadeira fonte
de riqueza.
O trabalho completamente livre, sem intervenções, guiado espontaneamente pela
natureza, criaria toda riqueza.
O despotismo esclarecido
Alguns reis absolutistas europeus usaram as idéias iluministas para combater as críticas
a seu governo e aumentar seu prestígio, poder e fama. Por incorporar algumas dessas
idéias foram chamados de déspotas esclarecidos.
Os déspotas esclarecidos mais importantes foram: Frederico II, da Prússia; Catarina II,
tzarina da Rússia; José II, imperador da Áustria; Pombal, ministro de Portugal e Aranda,
ministro da Espanha.
O melhor exemplo de déspota esclarecido, pelas reformas que executou, foi José II,
secundado por Frederico II.
As medidas adotadas por Catarina, por sua vez, restringiram-se à elite. Os ministros de
Portugal e Espanha exerceram o despotismo esclarecido por delegação de seus
monarcas.
Conclusão
Os iluministas pretendiam reorganizar o mundo com base na razão, conforme pudemos
observar ao longo deste trabalho.
A intenção destes filósofos não era de fazer pequenas mudanças, mas sim mudar a base
sobre a qual se organizava a sociedade até aquele momento.
Suas idéias estenderam-se à política, à economia e à análise social, o que tornou
especialmente o século XVIII conhecido como o século das luzes.
Alguns autores como vimos deram atenção maior às mudanças e alterações na
economia, outro na política, outros ainda à educação. Por isso, para estudarmos o
iluminismo às vezes fica mais fácil separando os diversos aspectos de cada obra e autor.
Podemos concluir, por fim, que através da divulgação e propagação de suas idéias, os
iluministas criaram escolas de pensamento que influenciaram e influenciam o Ocidente
até a atualidade.
Bibliografia
ARRUDA, José Jobson de Almeida. História Moderna e Contemporânea. Editora Ática.
São Paulo, 1995.
COTRIM, Gilberto. Saber e fazer história. Editora Saraiva. São Paulo,2009.
DREGUER, Ricardo. Novo História- conceitos e procedimentos. Editora Saraiva. São
Paulo, 2009.
VICENTINO, Cláudio. História- Projeto Radix. Editora Scipione. São Paulo, 2010.
Download