Quem és tu?1 – filme de João Botelho 2 João Botelho (1949) João Botelho frequentou o 5º ano do Curso de Engenharia Mecânica e posteriormente a Escola Superior de Cinema do Conservatório Nacional, tendo uma grande parte da sua formação cinematográfica sido fomentada em cineclubes de Coimbra e do Porto. É um dos mais versáteis profissionais de cinema portugueses, tendo realizado filmes de diferentes estilos e participado noutros como assistente de realização, montador e decorador. Começou a sua actividade com os documentários O Alto do Cobre (1976), Um Projecto de Educação Popular (1976) e Alexandre e Rosa (1978). A sua primeira longametragem, Conversa Acabada (1981), foi feita a partir da correspondência epistolar mantida entre os poetas Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro. Quatro anos depois é um dos primeiros cineastas a tratar a questão da Guerra Colonial num filme de fundo. Um Adeus Português recebe os maiores elogios da crítica e vários prémios em festivais internacionais. Em 1988 adapta à actualidade a obra Hard Times de Charles Dickens. Filmado a preto e branco, Tempos Difíceis aborda a industrialização na sociedade moderna e revela um rigor técnico que é uma das características da obra de João Botelho, que experimentará em 1992 o território do telefilme com No Dia dos Meus Anos, integrado na série "Os Quatro Elementos" da Rádio Televisão Portuguesa. Aqui na Terra (1993) é uma co-produção luso-britânica sobre os medos e fantasmas dum economista na crise dos quarenta anos. A versatilidade de João Botelho começa a tornar-se mais visível a partir de Três Palmeiras (1994), um conjunto de pequenas histórias ligadas integrado no projecto "Lisboa, 24 Horas" da programação do sector de 1 2 Adaptação de Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett Biografia retirada do site Instituto Camões cinema de Lisboa, Capital Europeia da Cultura 94. Tráfico (1998) é uma incursão desconcertante no âmbito da comédia, uma crítica à sociedade de consumo dos anos 90. Para celebrar os 25 anos decorridos sobre a Revolução de 25 de Abril de 1974 realiza o documentário Se a Memória Existe..., com depoimentos de vários "capitães de Abril". Um outro documentário, Mãos na Pedra, Olhos no Céu (2001) antecede a adaptação de "Frei Luís de Sousa", a peça clássica de Almeida Garrett, a que acrescenta um prólogo sobre D. Sebastião e o mito do sebastianismo. O título será Quem És Tu? (2001). Em 2002 regressa à comédia com o que define como um "panfleto cómico": A Mulher Que Acreditava Ser Presidente dos Estados Unidos é uma sátira ao poder exercido de forma incompetente por mulheres e homens. Autoria: Alcides Murtinheira Actores: Patrícia Guerreiro Suzana Borges Rui Morrisson Rogério Samora José Pinto Francisco D’Orey Bruno Martelo Almeida Garrett João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu em 1799 no Porto e faleceu em Lisboa em 1854 . É provavelmente o escritor português mais completo de todo o século XIX, porquanto nos deixou obrasprimas na poesia, no teatro e na prosa, inovando a escrita e a composição em cada um destes géneros literários. A vida Na infância recebeu uma formação religiosa e clássica. Concluiu o curso de Direito em Coimbra, onde aderiu aos ideais do liberalismo. Em 1823, após a subida ao poder dos absolutistas, é obrigado a exilar-se em Inglaterra onde inicia o estudo do romantismo (inglês), movimento artístico-literário então já dominante na Europa. Regressa em 1826 e passa a participar na vida política; mas tem de exilar-se novamente em Inglaterra em 1828, depois da contra-revolução de D. Miguel. Em 1832, na Ilha Terceira, incorpora-se no exército liberal de D. Pedro IV e participa no cerco do Porto. Exerceu funções diplomáticas em Londres, em Paris e em Bruxelas. Após a Revolução de Setembro (1836) foi Inspector Geral dos Teatros e fundou o Conservatório de Arte Dramática e o Teatro Nacional. Com a ditadura cabralista (1842), Garrett é posto à margem da política e inicia o período mais fecundo da sua produção literária. Durante a Regeneração (1851) recebe o título de visconde e é nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros. A obra Tem o grande mérito de ser o introdutor do Romantismo em Portugal ao nível da criação textual processo que iniciou com os poemas Camões (1825) e D. Branca (1826). Ainda no domínio da poesia são de destacar o Romanceiro (recolha de poesias de tradição popular cujo 1.º volume sai em 1843), Flores sem Fruto (1845) e a obra-prima da poesia romântica portuguesa Folhas Caídas (1853) que nos dá um novo lirismo amoroso. Na prosa, saliente-se O Arco de Sant'Ana (1.º vol. em 1845 e 2.º em 1851), romance histórico, e principalmente as suas célebres Viagens na Minha Terra (1846). Com este livro, a crítica considera iniciada a prosa moderna em Portugal. E quanto ao teatro, deve mencionar-se Um Auto de Gil Vicente (1838), O Alfageme de Santarém (1841) e sobretudo o famoso drama Frei Luís de Sousa (1844). FREI LUÍS DE SOUSAFrei Luís de Sousa Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Drama em três actos de Almeida Garrett, estreado em 1843 e publicado em 1844 com notas do autor, baseado livremente na vida de Manuel de Sousa Coutinho, que na vida eclesiástica assumiu o nome de Frei Luís de Sousa. [editar] Resumo da Obra Esta obra de Almeida Garrett aconteceu no decorrer do século XVI, retrata a vida de Manuel Coutinho e da sua esposa D. Madalena de Vilhena, uma mulher muito supersticiosa, que acredita que qualquer sinal que achasse fora do normal era uma chamada de atenção para acções futuras, um presságio. Enquanto que Manuel, um homem corajoso, patriota, provado historicamente que era possuidor de um grande amor por Madalena, não se importa com o passado da sua esposa, esta vive com muitos receios em relação ao facto do seu primeiro marido, D. João de Portugal, que, apesar de se pensar que terá sido morto na batalha de Alcácer Quibir, está ainda vivo e regressa a Portugal tornando ilegítimo o casamento de Manuel. Este facto valoriza o amor, mesmo contra os ideais sociais da época. O dramatismo desta obra é mais acentuado quando o autor concede ao casal uma filha, D. Maria de Noronha, uma jovem que sofre de tuberculose. Pura, ingénua, curiosa, corajosa, perfeitamente inocente dos actos dos seus pais, é a personificação da própria beleza e pureza que se consegue originar mesmo num casamento condenável. É-lhes concedido também um aio, Telmo Pais, que ainda é leal ao seu antigo amo, D. João de Portugal, para além de ser contra o segundo casamento de D. Madalena. Conselheiro atencioso e prestativo que tem um carinho enorme por D. Maria. O desfecho da obra é originado por Manuel de Sousa que incendeia a sua casa a fim de não alojar os governadores. Ao perceber que Manuel destruíra a sua própria casa, onde residia o quadro de Manuel, Madalena toma esta situação como um presságio, pressentindo que iria perder Manuel tal como perdeu a sua casa e o seu quadro. Consequentemente, Manuel vê-se forçado a habitar na residência que dantes fora de D. João de Portugal. Este regressa à sua antiga habitação, como romeiro, e frisa as apreensões de Madalena ao identificar o quadro de D. João. Com esta revelação, o casal decide ingressar na vida religiosa adoptando novos nomes: Frei Luís de Sousa e Sóror Madalena. O conflito desenvolve-se num crescente até ao clímax, provocando um sofrimento (pathos) cada vez mais cruel e doloroso. Esta obra está tão bem organizada, ou seja, os acontecimentos estão tão bem organizados, que nada se pode suprimir sem que se altere o conflito e o respectivo desenlace. Considera-se um drama romântico pois possui algumas características de um clássico: o nacionalismo, o patriotismo, a crença em agoiros e superstições, o amor pela liberdade (elementos românticos); indícios de uma catástrofe, o sofrimento crescente, o reduzido número de personagens, peripécias, o coro (elementos clássicos). [editar] Temas Um dos temas mais importantes da obra é, sem dúvida, o da liberdade de amar, mesmo contra as convenções sociais da época. A personagem de Maria de Noronha, a filha adolescente perfeitamente inocente dos actos de seus pais, é a própria personificação da beleza e da pureza que pode ser engendrada mesmo por uma relação socialmente condenável. A recepção da obra não deixou de ver nisto um paralelo com a vida do autor, que se separara da primeira mulher para viver em mancebia com D. Adelaide Pastor, da qual tivera igualmente uma filha ilegítima. O tema do amor livre interessou igualmente Alexandre Herculano e foi abundantemente glosado no segundo romantismo português, nomeadamente por Camilo Castelo Branco. [editar] Importância Frei Luís de Sousa, que continua a ser considerado um clássico da literatura de língua portuguesa e uma das criações máximas do seu teatro, foi inicialmente apenas lido a um grupo selecto de amigos do autor (entre os quais Herculano). A primeira representação fez-se em privado, no teatro da Quinta do Pinheiro, no mesmo ano de 1843, tendo o próprio Garrett desempenhado o papel de Telmo. A peça só teve a sua estreia pública em 1847, no Teatro do * 1 - Salitre, em versão censurada pelo regime cabralista. A versão integral só foi levada à cena no então Teatro Nacional (actual Teatro Nacional de D. Maria II) em 1850. [editar] Bibliografia 1 - SOUSA (Frei Luís de) - ANAIS DE D. JOÃO III / com prefácio e notas do / Prof. M. Rodrigues Lapa / VOLUME I (e II) / LIVRARIA SÁ DA COSTA EDITORA / Rua Garrett, 100 - 102 LISBOA (1938). 2 vols. O autor nasceu em Santarém em 1555, vindo a morrer no Convento dos Dominicanos de Benfica, em Lisboa em 1632. O seu nome Manuel de Sousa Coutinho adquiriu grande fama devido ao romance escrito por Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa. Foi cavaleiro da Ordem de Malta, foi preso por piratas mouros e levado para Argel, quando navegava no Mediterrâneo. Na prisão conheceu Cervantes, que faz referência ao autor na sua obra « Los Trabajos de Persiles y Sigismundo». Regressou a Portugal e ficou em Valência, vindo depois para a sua casa de Almada, onde era Capitão-mor da vila e Guarda-mor da saúde. Para não receber em sua casa os governadores que a tinham requisitado, resolveu incendiá-la antes que eles chegassem. Casou com D. Madalena de Vilhena e do casamento teve uma filha, D. Ana de Noronha, morta ainda nova. Segundo se crê, foi por esse motivo que entraram os dois para o Convento, indo êle para o de São Domingos de Benfica e ela para o do Sacramento. Na Ordem, foi encarregado de continuar a Crónica da Ordem, começada por Frei Luís de Cácegas. Grande parte das sua obras literárias foram publicadas depois da sua morte. Exerceu o cargo de enfermeiro e viveu com grande austeridade. http://faroldasletras.no.sapo.pt/frei_luis_de_sousa.ht