BOUBA AVIÁRIA Introdução A bouba aviária é uma doença viral das aves domesticas Sua disseminação é lenta Caracteriza-se pela formação de lesões proliferativas da pele, discretas, nodulares, nas regiões desprovidas de penas no corpo da ave (forma cutânea) Apresenta também a forma diftérica, com lesões fibrino-necróticas e proliferativas na membrana mucosa do trato respiratório superior, boca e esôfago Mortalidade geralmente é baixa o Pode se elevar quando na forma diftérica ou quando há complicação por infecções secundárias e/ou má qualidade de manejo Etiologia Família poxviridae Infectam aves de todas as idades, sexos e raças Hospedeiros Galinhas Outras aves e mamíferos Varias espécies de aves Replicação A replicação dos poxvirus parece ser similar no epitélio da derme ou folicular das galinhas A biossíntese do poxvirus de galinha no epitélio da derme apresenta duas fases distintas o A resposta do hospedeiro, caracterizada por marcante hiperplasia folicular durante as primeiras 72 horas o A síntese do vírus infeccioso de 72 a 96 horas o Os corpos de inclusão aparecem ao redor de 96 horas após a infecção da CAM Características gerais de poxvirus aviários São os maiores vírus conhecidos DNA dupla fita Transmissão → É direta ou indireta → Só horizontal Mecânica o Através da pele Pele lesada ou artrópode hematófago A lesão por contato só ocorre se houver alguma ferida na pele Aerógena o Pele descamada ou secreções respiratórias por inalação o Não causa forma cutânea. Só respiratória Artrópodes o Transmissão mecânica por hematófagos ou não o Transmissão cutânea por insetos ou ácaros que consigam promover a sucção da pele Nesse caso pode ter a bouba completa (em áreas de penas também) → Quando o lote é desinfectado, fica livre → Ocorre via mecânica Insetos e moscas podem carregar o vírus por feridas ou injúrias na pele, ou depositá-lo nos olhos o Do olho, alcança a laringe via ducto lacrimal, e causa a infecção do trato respiratório superior * Outros artrópodes, como o piolho pode facilitar a disseminação da doença para áreas com penas Patogenia Portas de entrada / transmissão Pele aberta Insetos hematófagos Contato direto Via respiratória Pele Lesão Artrópode hematófago ou deposição Lesão previa ou sobre pálpebras Conjuntiva Infecção local o Hiperplasia o Fator de crescimento epitelial o Contigüidade local Na pele Evolução para auto-cura o Nódulos brancos, amarelos, pápulas, vesículas, coalescência de vesículas, ruptura, lesões espessas, cinzas, tecido hiperêmico, crostas gradualmente se soltam Ou avanço para mucosas: diftérica o Durante lesões, tem leve viremia o Presença no fígado e baço sem causar lesões → persistência o Reaparecimento na pele Período de incubação 4 a 10 dias em galinhas <cad> Independente da via de transmissão, a sua replicação é no citoplasma o Ao replicar, forma corpúsculos → diagnóstico histopatológico Morbidade A taxa de morbidade varia desde poucas aves infectadas até o envolvimento de todo o lote, o Quando da presença de um vírus altamente agressivo e nenhuma adoção de medidas de controle Aves afetadas pela forma cutânea podem se recuperar mais facilmente do que as afetadas pela forma diftérica com lesões no trato respiratório A cegueira devido às lesões cutâneas nas pálpebras e depressão são as causas da maioria das perdas O curso da doença nos lotes pode variar de 2 a 3 semanas a até 6 a 8 semanas para os casos mais complicados Mortalidade É geralmente baixa e pode atingir até 50% nos casos complicados Sinais e lesões Forma cutânea Regiões sem pena o Crista, barbela, pálpebras, pernas e pés Nódulos, maculas, pápulas, vesículas, pústulas e crostas o Conjuntivite e lacrimejamento o Auto-cura em aproximadamente 2 semanas, sem mortalidade O quadro cutâneo pode evoluir para o quadro diftérico As lesões variam de aparência: papilas, vesículas, pústulas e crostas, dependendo do momento da observação Na maioria dos surtos, as crostas que variam de cor vermelha escura a negra se apresentam nos estágios finais da doença o Sua observação serve para estabelecer o diagnóstico as pápulas são as primeiras lesões observadas, que consistem em nódulos de cor clara na pele as vesículas e pústulas são geralmente amarelas as lesões geralmente ocorrem nas áreas desprovidas de penas Forma diftérica Nódulos amarelados e caseosos aderentes: o Cavidade bucal, faringe, laringe, esôfago e traquéia Não passa da traquéia, exceto nos quadros mais graves o Secreção ocular e nasal mais intensas o Sinais respiratórios o Mortalidade alta (até 50%) Pode ser uma evolução do quadro cutâneo o Afeta trato respiratório superior e tem placas amarelas o Só ocorre em casos de imunossupressão ou em situações de instalações ruins As lesões nas mucosas são placas sobressalentes de cor amarelada o A maioria se encontra na boca, mas podem estar presentes nos seios nasais, cavidade nasal, conjuntiva, faringe, laringe, traquéia e esôfago Normalmente acompanham as formas cutâneas, mas podem estar em forma individual em algumas aves → Pode ter queda de postura Porque parou de comer, e não por lesão no oviduto Perus e aves de gaiola o Forma diftérica é letal o Perus: pode afetar o oviduto → Pode ocorrer formas cutânea e diftérica juntas Perus: o Avanço para áreas com penas, cloaca e arredores, oviduto → Ao infectar pele Leva a um quadro de hiperplasia celular Aí tem vesículas, pápulas e crostas em regiões sem penas → É comum ter auto-cura A doença é mais fácil de ocorrer em poedeiras É mais difícil em frangos de corte por causa da imunidade passiva Curso: Cutânea o 3 a 4 semanas (Gallus) Efeitos nos plantéis Gallus Emagrecimento Baixo ganho de peso Atraso no inicio da postura Meleagris Cegueira Emagrecimento Infertilidade Queda de postura o Porque parou de comer, e não por lesão no oviduto Morbidade o Poucas aves a 100% Diagnóstico Indicadores o Lesões o Pele exposta (típico) o Mucosas A campo se faz o diagnóstico visual o A lesão geralmente é superficial Se não for suficiente, faz histopatologia (rápido e barato) Forma diftérica o Lesões e placas amareladas Diferencial → Forma cutânea Carências de biotina e ácido pantotênico Micotoxinas o Tricotecenos * Sarna Knemidocóptica → Forma diftérica Coriza BIG Tricomoníase Aspergilose Candidíase (também tem placas, mas prefere Trato intestinal) Laboratorial Raspados de lesões o Base das pápulas o Corados por Wright Corpúsculos de Borrel Histopatologia o Hiperplasia do epitélio o Inflamação o Inclusões eosinofílicas Isolamento viral o MCA o Fibroblastos Sorologia o Não é rotina o IF o ELISA Diagnóstico clínico * Realizado através das lesões cutâneas e/ou diftéricas com confirmação por exames histopatológicos (presença das inclusões citoplasmáticas) ou isolamento viral Tratamento Não há tratamento específico para aves infectadas Uma maneira de evitar problemas é adotar condições adequadas de manejo, para não haver estresse ambiental Controle Higiene / desinfecção o A transmissão não é rápida Controle de artrópodes e insetos Aplicar programa de vacinação o Dá pra vacinar as aves não doentes → A infecção vacinal é uma forma leve de doença Imunidade A imunidade ativamente adquirida contra os poxvirus resulta da recuperação contra infecção natural ou da vacinação A imunidade celular e humoral, resultante da vacinação ou infecção de campo fornece proteção contra a doença A imunidade celular se desenvolve antes da imunidade humoral Vacinação Amostra viva Galinhas e perus Vírus de galinha não atenuado o Não usar como 1ª vacinação o Não dar com < 4 semanas o Amostra forte e patogênica o Mais forte o Só usa em aves com mais de 1 mês de idade o Vacina poedeiras, e `s vezes, matrizes Vírus de galinha atenuado o Produzida em fibroblastos o Amostra suave o Aplicada no incubatório o Pode dar em aves com menos de 4 semanas Vírus pombo não atenuado o Produzida em MCA o Amostra forte / intermediaria o Patogênico para pombos e mediano/suave para galinhas o Não usar em pintinhos → Observações Não deve vacinar aves de lotes já infectados por outras doenças ou em más condições de saúde, nos quais a baixa resistência das aves pode levar a uma reação mais exacerbada da vacina Todas as aves do lote devem ser vacinadas Caso a doença venha a ocorrer em apenas algumas aves, as outras devem ser estrategicamente vacinadas para evitar maiores problemas Formas mais eficientes de aplicar a vacina Via membrana da asa o Individual SC ( no incubatório) Pode aplicar também por spray ou ocular, mas as mais eficientes são as duas primeiras Pega Infecção local o Nódulos e crostas entre 7-10 dias o Forma crostas no local da vacina Imunidade o Inicia-se 10-14 dias após vacinação o Pelo menos 80% do lote tem que estar com “pega” → Usada só em lotes pequenos (1000 a 3000 aves) Indicações pra vacinação Histórico de bouba Histórico de bouba na região ou na propriedade História de bouba, apesar de vacinação, com amostra suave → usar amostra forte História de bouba em granjas vizinhas Área de grande concentração de granjas Presença de vetores (moscas) Muitas moscas e condições sanitárias precárias/baixas Época da vacinação → Áreas de grande desafio Galinhas o Dupla vacinação o 4 e 16 semanas o Pode vacinar de 2 a 4 doses antes da produção, mas o intervalo entre cada aplicação tem que ser de 1 mês. Perus o Qualquer idade o Resposta ideal: 8 semanas o Revacinações FC: É raro vacinar frangos de corte Matriz Vacina matriz para passar imunidade passiva para a progênies → Se vacinar com amostra forte antes de 1 mês de idade, pode causar a doença