Plantas Daninhas em Pastagens Plantas Daninhas em Pastagens Introdução A degradação de pastagens é um dos maiores problemas da pecuária bovina do país. A baixa qualidade e produtividade das pastagens são causadas muitas vezes pela alta incidência de plantas daninhas. Além disso, algumas espécies de plantas são tóxicas e podem provocar a morte de bovinos. A produtividade das culturas, em qualquer sistema de cultivo, está associada a um conjunto de fatores, entre eles, os genéticos, os climáticos e os relacionados com o manejo adequado das culturas, tanto sob aspectos nutricionais e de irrigação, quanto aos que se referem ao controle de pragas e das plantas daninhas. Tais plantas concorrem com as forrageiras em termos de luz, água, nutrientes e espaço físico, arranham os animais, desvalorizando o couro, e são responsáveis também, quando tóxicas, pela mortalidade de alguns animais. Tiririca (Cyperus rotundus) Plantas Daninhas em Pastagens No caso das pastagens, a competição entre plantas forrageiras e invasoras sofre influência direta do pastejo feito pelos animais, uma vez que este altera a distribuição e arquitetura tanto da parte aérea quanto do sistema radicular das plantas. A menor produção de massa de forragem reduz a capacidade de suporte do pasto e determina a menor produtividade do sistema As plantas daninhas podem ainda reduzir o desempenho individual dos animais. As plantas fisicamente agressivas (arbustos ou plantas com espinhos) dificultam o acesso dos animais à forragem, restringindo seu consumo e, conseqüentemente, seu desempenho. Já os problemas de envenenamento por plantas tóxicas agravam se na época da seca ou após as queimadas, quando a falta de alimento obriga os animais a ingerir essas plantas, que podem provocar desde a redução no ganho de peso, aparecimento de problemas reprodutivos e até mesmo a morte dos animais. pastejo extensivo, Belém/PA - 2007 piquetes de Mombaça para vacas de elite P.O. Belém/PA - 2007 piquetes de Mombaça para vacas de elite P.O. Belém/PA - 2007 Plantas Daninhas em Pastagens As plantas invasoras causam mais perdas e danos à agricultura do que as pragas e doenças das plantas cultivadas, e se constituem na maior barreira para o desenvolvimento econômico de muitas regiões do mundo. O objetivo principal do controle de plantas daninhas é a manipulação seletiva da vegetação, com a finalidade de evitar a concorrência destas com as forrageiras. A erradicação de muitas espécies torna-se, algumas vezes, extremamente difícil. Pensando-se em bom manejo da pastagem, é preferível tentar controlar o aparecimento ou aumento de tais plantas. Características comuns as plantas daninhas: Crescem rápido: usam uma alta eficiência de água; Excelente adaptação climática; Apresentam um curto intervalo entre floração e germinação; São rústicas no ataque a pregas e doenças; Apresentam dormência e germinação desuniforme, atributos que facilitam a perpetuação da espécie, pois se todas as sementes germinassem de uma só vez seria fácil erradicá-las. Essas plantas se multiplicam por meio de sementes, rizomas, bulbos, tubérculos, folhas, raízes, etc; Possuem capacidade de produzir grande número de sementes por planta, geralmente com facilidade de disseminação pelo vento, água, pêlo de animais, etc. Exemplo: Desmodium tortuosum, que produz até 42.000 sementes por planta [ Soja tem 200 vagens de 3 grãos em média = 600 sementes/planta >>> 70 VEZES MENOS !!!] facilmente dissemináveis por animais e máquinas, misturadas com outras sementes, etc Desmodium tortuosum Desmodium tortuosum Plantas Daninhas em Pastagens Tipos de ervas daninhas As ervas daninhas são classificadas com base no formato das folhas, em seu ciclo de vida e em sua preferência por um clima ou estação. De folhas largas ou gramíneas: As folhas das ervas daninhas têm uma infinidade de formatos, mas as gramíneas, de folhas estreitas e longas, se distinguem claramente, sendo que todas as demais pertencem ao grupo de folhas largas. As ervas daninhas de folhas largas têm sementes com um par de órgãos de armazenamento os quais, após a germinação, se transformam nas primeiras ‘folhas’, na verdade, os cotilédones – daí o outro nome usado com freqüência: dicotiledôneas. As gramíneas são monocotiledôneas. Há algumas exceções nas quais uma monocotiledônea incomum pode ter folhas largas, como as ervas daninhas do gênero Commelina, importantes na região tropical. Outra classe semelhante às gramíneas com relativamente poucos membros são os caniços. Elas são importantes porque são difíceis de controlar. Na verdade, a tiririca, junça ou "barba de bode" (Cyperus rotundus) já foram chamadas de "pior erva daninha do mundo". Plantas Daninhas em Pastagens Tipos de ervas daninhas Anuais ou perenes: As anuais germinam, florescem e produzem sementes em uma só estação. As perenes têm órgãos de armazenamento subterrâneos, geralmente rizomas, que possibilitam seu crescimento por muitos anos. Elas podem se reproduzir tanto através de sementes quanto pela extensão do rizoma, do qual crescem plantas filhas. Um terceiro tipo germina em uma estação e floresce na outra. São as chamadas bianuais. O inverno as faz ‘soltar’ um ramo alto florescente. Estação fria ou estação quente: As ervas daninhas evoluíram para crescer melhor em temperaturas e duração do dia específicas. Isso tende a definir o tipo de lavoura onde são encontradas e em que época germinam, por exemplo, anuais de inverno ou anuais de verão. Além disso, em climas tropicais com estações secas e chuvosas, algumas espécies tendem a predominar mais em uma estação do que na outra. Plantas Daninhas em Pastagens Principais plantas invasoras Folha estreita: Capim rabo-de-burro (Andropogon bicornis), Capim pé-degalinha (Eleusine indica), Tiriricão (Cyperus sp.), Capim Carrapicho (Cenchrus echinatus), Capim gordura (Paspallum conjugatum), Capim colchão (Digitaria horizontalis). Folha larga: Assa peixe (Vernonia sp.), Joá de capote (Solanum sisymbrifolium), Joá bravo (Solanum paniculatum), Fedegoso (Cassia tora), Guanxuma (Sida sp.), unha de gato (Acacia sp.) e (Shamkya sp.), ~Picão preto (Bidens pilosa), Leiteiro (Euphorbia heterophila), Buva (Coniza sp.) e (Erigeron bonariensis), Samanbaia (Pteridium aquilinum), Dorme-Dorme (Mimosa pudica), Erva de rato (Palicourea sp.) Ciganinha (Memora peregrina) planta adulta, pastagem infestada por “juquira” Plantas Daninhas em Pastagens Métodos de controle das plantas daninhas Existem diversas formas para o controle de plantas daninhas nas pastagens, sendo que os controles mecânicos, manual e químico são os mais usados. O controle mecânico, que utiliza cultivadores tracionados por tratores, é mais utilizado em grandes propriedades. O uso de tração animal e o controle manual são mais empregados em pequenas propriedades. No controle manual o produtor usa a enxada, o enxadão e a foice como ferramentas para controle das plantas daninhas nas pastagens. Controle preventivo Esse tipo de controle tem por objetivo primário impedir que plantas invasoras se estabeleçam e se disseminem nas áreas de pastagens, onde ainda não estejam presentes. Ele consiste na adoção de práticas agrícolas com tais finalidades e devem fazer parte, permanentemente, do conjunto de estratégia a ser desenvolvida ao longo do tempo com vistas a minimizar o problema das plantas invasoras. Entre as medidas preventivas, pode-se mencionar: Plantas Daninhas em Pastagens Limpeza de roupas e de calçados dos trabalhadores que circulam em áreas infestadas. • Limpeza cuidadosa dos tratores e dos implementos. • Fermentação de esterco e de materiais orgânicos. • Uso de sementes de espécies de plantas forrageiras não contaminadas. • Isolamento de áreas e quarentena de animais oriundos de zonas infestadas. • Evitar a introdução de plantas ornamentais que podem mais tarde migrar para a área de pastagem. • Adubação de reposição, com ênfase ao fósforo, para manter o nível desejado de nutrientes no solo, suficientes para garantir o vigor e a longevidade produtiva da pastagem. Plantas Daninhas em Pastagens Controle mecânico O controle mecânico de arbustos mediante o emprego de correntes e grades pesadas tem dado bons resultados em terrenos planos ou levemente ondulados. O complemento desse método deve ser feito arando o terreno seguido do plantio de uma gramínea promissora. Também a roçagem e o arranquio das invasoras tem sido praticados. A queima, apesar de ser bastante questionada, é muito utilizada. Um dos maiores benefícios desse método consiste em evitar que as plantas invasoras entrem em fase de reprodução, o que aumenta o potencial de infestação via banco de sementes. Assim, a intervenção deve ser sempre antes que as plantas invasoras atinjam a fase reprodutiva. Esse método pode ser realizado via roçagem manual, arranquio, roçagem mecanizada, gradagem e aração. Plantas Daninhas em Pastagens Controle cultural Rotação de pastejo Introdução de leguminosas Quarentena de animais Adubação de Solo Sementes livres de invasoras Forrageiras adaptadas Plantas Daninhas em Pastagens Controle cultural Envolve um conjunto de procedimentos que direta ou indiretamente contribuem para aumentar a competitividade da planta forrageira e reduzir a das plantas invasoras. Entre esses aspectos pode-se citar a adubação correta de pastagem com fósforo, potássio e nitrogênio; utilização de espécies de plantas forrageiras bem adaptadas ao ambiente e tipo de manejo empregado pelos produtores. Espécies forrageiras com maior agressividade e capacidade de ocupar os espaços devem ter preferência àquelas de menor agressividade. Um ponto importante para o sucesso do controle cultural é o conhecimento da biologia das plantas que infestam a área de pastagem, notadamente da reprodução e dispersão e da capacidade competitiva. Por exemplo, invasoras com alta dispersão e baixa competitividade reduzem, em longo prazo, a produção de forragem, mais do que aquelas espécies com alta competitividade e baixa capacidade de dispersão (MaxWell & Ghersa, 1992). Outros fatores importantes a serem observados no manejo de invasoras incluem densidade, competitividade, processos do banco de sementes e variações demográficas (Jordan, 1992). Plantas Daninhas em Pastagens Controle cultural Um fator de suma importância com relação ao controle cultural diz respeito ao manejo das pastagens. Pastejo bem equilibrado, envolvendo a utilização racional da forragem disponível possibilita uma melhor recuperação da pastagem e envolve baixo comprometimento da longevidade. Já o superpastejo envolve o comprometimento da rebrota do pasto, facilitando o aparecimento das plantas invasoras, notadamente via germinação das sementes existentes na área. Nesse sentido, é importante que o produtor conheça certas especificidades das plantas forrageiras que utiliza, como capacidade de rebrota, exigências nutricionais, tolerância ao pastejo intensivo e requerimento nutricional. É importante que o produtor tenha em mente que o controle de plantas invasoras deve ser constante e o cenário ideal a ser vislumbrado é em médio/ longo prazo. Paralelamente, negligenciar qualquer um desses fatores possibilita a infestação de invasoras que vão onerar os custos de produção e reduzir a lucratividade. Fedegoso ou Mata pasto (Senna obtusifolia) Corda de Viola (Ipomoea spp.) Plantas Daninhas em Pastagens Controle físico Resume-se, principalmente ao fogo e inundação. O fogo se constituiu, até meados dos anos 1970, se não a única, mas a principal estratégia de controle de plantas daninhas, utilizada pelos fazendeiros na Região Amazônica. A principal razão para a adoção dessa prática era seu baixo custo e facilidade de aplicação. Paralelamente, com a queima, há ainda a incorporação de nutrientes via cinzas e, conseqüente, melhoria da fertilidade do solo, embora alguns nutrientes como o enxofre e o carbono fossem perdidos por volatilização. Outros benefícios obtidos com essa prática era a rápida redução da infestação pelas plantas daninhas, ao mesmo tempo em que a temperatura da queimada matava as sementes de algumas espécies de invasoras, implicando impedimentos no fluxo de novos indivíduos. Porém, as altas temperaturas promovidas pelas queimas são estimulantes para a germinação de sementes de outras espécies, que têm sua dormência quebrada pela temperatura alta, favorecendo a infestação da pastagem por essas espécies. Plantas Daninhas em Pastagens Controle físico Nos últimos anos, tem aumentado a insatisfação da sociedade por essa prática, que a relaciona com os problemas do efeito estufa (aquecimento global) pela emissão de CO2. Ao mesmo tempo, essa prática põe em risco as florestas e os reservatórios genéticos da fauna e flora amazônica, que se contrapõe aos interesses da sociedade em geral, em especial quando se reconhece que muito desses materiais genéticos ainda sequer foram estudados pelo homem. Dessa forma, a tendência que se mostra mais viável quanto à utilização dessa prática é o seu abandono, em face da necessidade de se amenizar as insatisfações de ordem social que o uso do fogo suscita. Controle químico Consiste no uso de produtos químicos chamados herbicidas que, aplicados isoladamente ou em misturas, inibem o crescimento normal ou matam as plantas sem interesse agronômico. Esse tipo de método é considerado mais uma ferramenta à disposição do produtor no combate às plantas daninhas e não deve ser visto como um procedimento isolado ou um substituto dos demais métodos (Deuber, 1997). Plantas Daninhas em Pastagens Controle físico Entre as muitas vantagens em se utilizar produtos químicos (herbicidas) para controlar as plantas invasoras pode-se citar o alto rendimento na aplicação; eficiência elevada e uniforme; controle das plantas indesejáveis sem comprometer as plantas de pastagens; efeito rápido; redução do potencial do banco de sementes; e viabilidade econômica. Entretanto, essas vantagens se contrapõem a diversos aspectos negativos da utilização desses produtos como: risco aos recursos naturais, à vida silvestre e à do próprio homem; contaminação dos produtos que fazem parte da dieta dos humanos e dos animais; afetação aos organismos benéficos; exigência de cuidados específicos durante sua aplicação; e exigência de cuidados especiais no armazenamento das embalagens. Vantagens: Rebrote da pastagem Queima das partes lignificadas Desvantagens: Rebrote das invasoras Risco de incêndio generalizado Destruição biótica do solo Redução umidade (fungos) Fogo Nota: O novo código florestal e o uso de fogo em Unidades de Conservação uma "exceção curiosa Em regra, é proibido o uso de fogo na vegetação, prática histórica e cultural comum no manejo de propriedades rurais em muitas regiões. Contudo, o novo Código Florestal aprovado em 2012 autoriza o uso de fogo em situações excepcionais quando em atividades de agricultura de subsistência exercidas pelas populações tradicionais e indígenas, sendo as seguintes hipóteses: 1) Em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual ambiental competente do Sisnama (Sistema Nacional do Meio Ambiente), para cada imóvel rural ou de forma regionalizada, que estabelecerá os critérios de monitoramento e controle; 2) Emprego da queima controlada em Unidades de Conservação, em conformidade com o respectivo plano de manejo e mediante prévia aprovação do órgão gestor da Unidade de Conservação, visando ao manejo conservacionista da vegetação nativa, cujas características ecológicas estejam associadas evolutivamente à ocorrência do fogo; 3) Atividades de pesquisa científica vinculada a projeto de pesquisa devidamente aprovado pelos órgãos competentes e realizada por instituição de pesquisa reconhecida, mediante prévia aprovação do órgão ambiental competente do Sisnama. O primeiro lança chamas que leva um canteiro inteiro empurrado por 2 pessoas Aqui o lança chamas é puxado pelo trator. Funciona bem! Abaixo foi passado lança chamas, e em cima não (testemunha). Plantas Daninhas em Pastagens Controle químico O controle químico consiste na utilização de herbicidas para o controle das plantas daninhas. Este método possui a vantagem de ser mais rápido na aplicação e mais econômico em relação ao uso de mão de obra. Embora o controle químico tenha se difundido muito entre os produtores, a aplicação incorreta pode causar problemas de contaminação ambiental e intoxicação dos aplicadores. Para utilizar defensivos agrícolas é preciso ter o receituário e o acompanhamento de um engenheiro agrônomo e o produto precisa estar registrado para uso em pastagem no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Aplicação de herbicida localizada em pastagem. Aplicação de herbicida tratorizada em pastagem JATO DIRIGIDO X ÁREA TOTAL MENOS DE 40% da área em infestação: JATO DIRIGIDO MAIS DE 40% da área em infestação: ÁREA TOTAL BurroJET Plantas Daninhas em Pastagens Controle químico Classificação dos herbicidas 1. Quanto à seletividade, ou seja, ao tipo de planta que afetam, os herbicidas podem ser: Seletivos: quando atuam em determinadas plantas sem afetar, ou afetando pouco, as demais. Exemplo, atuam em plantas de folhas largas (dicotiledôneas) sem afetar as de folhas estreitas (capins; monocotiledôneas). Não-Seletivo: quando agem tanto nas plantas de folhas largas como nas de folhas estreitas. Plantas Daninhas em Pastagens Métodos de controle das plantas daninhas Controle químico Classificação dos herbicidas 2. Quanto ao modo de ação, os herbicidas apresentam duas configurações: Contato: são os que agem apenas nas partes das plantas onde foram aplicados. O seu efeito visual é quase imediato e são mais eficientes em plantas anuais e bianuais. Sistêmico: aqueles que, uma vez absorvidos pela planta (folhas, raízes e caules), são translocados por todas as partes da planta, matando tanto a parte aérea como as raízes. Herbicidas registrados para uso em pastagens, no Brasil Atualmente, existem mais opções no mercado, com o aparecimento de novos produtos e de outros que estão em fase de registro. Os mais recomendáveis são: 2,4-D na forma amina (DMA 806 BR, Aminol, Navajo) Picloram (Padron, Pique 240 SL, Texas, Runner) 2,4-D + Picloram (Tordon, Dontor, Mannejo, Grazon BR) Fluoxipir (Starane 200) Fluoxipir + Picloram (Plenum) Glyphosate (Roundup, Trop, Gliz, Glifosato) Paraquat (Gramoxone 200) Tebuthiuron (Garslan 100) Triclopyr (Garlon) Triclopyr + Picloram ( Togar TB) Dicamba (Banvel 480, Diablo, Oracle e Vanquish) (Mascarenhas et al. 1999) Herbicidas registrados para uso em pastagens, no Brasil Aplicações foliares: a) Tordon* Tordon* é um herbicida foliar versátil e de amplo espectro para o controle de plantas invasoras de folhas largas em recuperação, manutenção e reforma de pastagem. Dosagem para aplicação localizada – 1 a 2 % v/v ( adicionar 1 a 2 litros do herbicida Tordon* em 98 a 99 litros de água ) Dosagem para aplicação tratorizada em área total – 4 a 6 litros de herbicida / ha ( volume de pulverização de 200 a 400 litros / ha ) Adicionar adjuvantes a 0,3 % volume / volume Herbicidas registrados para uso em pastagens, no Brasil b) Plenum* Plenum* é um herbicida de amplo espectro de controle, para manejar plantas invasoras de folhas largas em manutenção e recuperação de pastagem oferecendo elevada eficácia em plantas invasoras herbáceas anuais, assim como para algumas espécies perenes lenhosas e semi-lenhosas, em aplicação foliar. Dosagem para aplicação localizada – 0,5 a 1,0 % v/v ( adicionar 0,5 a 1 litros do herbicida Plenum* em 99 a 99,5 litros de água ) Dosagem para aplicação tratorizada em área total – 1,5 a 2,5 litros de herbicida / ha ( volume de pulverização de 200 a 400 litros / ha ) Adicionar adjuvantes a 0,3 % volume / volume Herbicidas registrados para uso em pastagens, no Brasil c) Mannejo* Mannejo é uma eficiente formulação para controlar algumas espécies de plantas invasoras, principalmente as anuais de maior sensibilidade ao controle químico foliar, normalmente infestantes em areas de reforma e manutenção de pastagem. Dosagem para aplicação localizada – 1 a 2 % v/v ( adicionar 1 a 2 litros do herbicida Mannejo* em 98 a 99 litros de água ) Dosagem para aplicação tratorizada em área total – 4 a 5 litros de herbicida / ha ( volume de pulverização de 200 a 400 litros / ha ) Adicionar adjuvantes a 0,3 % volume / volume Herbicidas registrados para uso em pastagens, no Brasil d) Garlon* Garlon* é o único herbicida registrado especificamente para controlar algumas espécies jovens de palmáceas no estágio inicial de desenvolvimento vegetativo, popularmente conhecidas como “Pindobas”. Pode ser utilizado no auxílio de controle de algumas espécies de plantas invasoras mais resistentes aos herbicidas aplicados na folha. Dosagem para aplicação em Pindobas- 4 % v/v (adicionar 1 a 2 litros do herbicida Mannejo* em 98 a 99 litros de óleo diesel. O volume de aplicação é de 5 a 20 ml da calda por Pindoba tratada, utilizando-se um equipamento de aplicação manual com regulagem de volume. Herbicidas registrados para uso em pastagens, no Brasil e) Grazon* É um herbicida para o controle de algumas espécies de plantas invasoras herbáceas anuais em seu estágio inicial de desenvovimento vegetativo, normalmente presentes em áreas de reforma de pastagem. Dosagem – 2,0 litros / ha de Grazon* de 30 a 45 dias após a germinação do capim e das plantas daninhas e 3 litros /ha a 3,0 litros de Grazon* entre 45 e 60 dias. Herbicidas registrados para uso em pastagens, no Brasil Aplicações no toco: a) Padron* Padron* é um herbicida para o controle de invasoras lenhosas e semi-lenhosas não controladas por herbicidas de aplicação foliar. O herbicida Padron* é aplicação no toco remanesceste da planta invasora imediatamente após a roçada manual. Apresenta um corante na sua formulação, facilitando a visualização dos tocos tratados. Dosagem de aplicação de 1 a 2 % v/v ( adicionar 1 a 2 litros do herbicida Padron* em 98 a 99 litros de calda ) Observações: As recomendações de uso de cada produto, tais como dose a ser aplicada para cada planta daninha, plantas daninha controladas, equipamentos e volume de calda recomendados, época de aplicação e precauções no uso, podem ser encontradas no Catálogo de Produtos fornecido pelo fabricante. Plantas Daninhas em Pastagens Métodos de controle das plantas daninhas O uso de herbicidas combinado com o método mecânico torna mais eficiente o controle de plantas arbustivas. Contudo, o uso de herbicidas precisa ser racional, ajustando-se às necessidades específicas da pastagem, levando em conta as espécies de plantas daninhas a serem controladas, calibração do jato aspersor do pulverizador, o uso de dosagens recomendadas, evitar a aplicação em períodos de estiagem, nebulosidade, excesso de chuvas, horas de calor, umidade relativa do ar inferior a 60%, ventos superiores a 10 km/h e aplicar o produto com as plantas daninhas em bom estado vegetativo. Plantas Daninhas em Pastagens MATO PODE DOMINAR A ÁREA Muitas vezes quando o criador resolve reformar o pasto ou mesmo implantar uma nova pastagem ele acaba mexendo com o solo e ativando o banco de sementes das plantas daninhas. E como a planta invasora tem um potencial de crescimento muito mais rápido do que a do capim, a emergência dela também é mais eficiente. Assim, o mato germina antes que o capim e em pouco tempo acaba dominando a área. Neste caso, o produtor deve realizar o controle pós-emergente com 35 a 40 dias após o plantio da pastagem. É recomendado um tratamento químico especifico para eliminar a erva desde a folha, caule e raízes, deixando a forrageira aproveitar melhor toda a estruturação de solo, água e luminosidade. Desta forma aumentamos a produção de comida para o rebanho sem ter o rebrote da planta invasora. Assim elimina-se o problema aumentando a capacidade de produção da propriedade. Plantas Daninhas em Pastagens A competição com as plantas daninhas provoca um atraso no estabelecimento das gramíneas forrageiras, atrasando o desenvolvimento da parte aérea, do sistema radicular e reduzindo o perfilhamento. Estudo realizado por Rosa et al. ( 2001 ) mostra que o uso de herbicida para controle de plantas daninhas em reforma de pastagem proporciona um maior número de perfilhos da gramínea forrageira quando comparado a uma reforma de pastagem onde as plantas daninhas não foram controladas e competiram com o capim. Isso explica a demora de até 1 ano para a plena utilização da capacidade de suporte da pastagem. Plantas Daninhas em Pastagens As técnicas convencionais de formação de pastagens cultivadas, além de contribuírem para um incremento da erosão na fase de instalação das plantas, já que exigem revolvimento do solo, também representam um alto custo para o pecuarista. Por isso, o plantio direto, difundido inicialmente na agricultura, onde conta com um crescente número de adeptos em todo o País, tem trazido uma série de benefícios para os pecuaristas, evitando a erosão, melhorando a estrutura e fertilidade do solo, facilitando o manejo e o controle da presença de invasoras, e reduzindo significativamente o custo de produção. O plantio direto de pastagens tem oferecido ainda, como vantagem, uma maior rapidez na renovação dos pastos, contribuindo para uma melhora na eficiência da atividade pecuária, para o aumento da produção de carne e leite por área e por aumento da taxa de lotação. Plantas Daninhas em Pastagens No sistema de plantio direto na palha, as operações relacionadas à formação de pastagem são reduzidas em relação ao sistema de plantio convencional, principalmente, aquelas que requerem uso intensivo de máquinas como aração e gradagem, que são substituídas no plantio direto pela dessecação para formação da palhada, com a vantagem de manter a umidade do solo por maior tempo e reduzir a emergência de plantas daninhas, favorecendo o desenvolvimento da forrageira. Dessa maneira, é de se concluir que a formação de pastagem com plantio direto seja uma tecnologia a ser cada vez mais utilizada em todo o Brasil. Plantas Daninhas em Pastagens Precauções na aplicação dos herbicidas Uma das primeiras medidas adotadas diz respeito ao preparo da calda a ser aplicada. Devem-se tomar todos os cuidados com vista a evitar o contato direto com o produto, utilizando mascaras de proteção para os olhos e nariz, bem como vestimentas e luvas impermeáveis. É de suma importância que se faça a calibração do pulverizador para que seja aplicado somente a dosagem recomendada. Doses abaixo das recomendações resultam em controle deficiente, enquanto dosagens altas, além dos prejuízos financeiros, podem resultar em danos à pastagem e aumento dos problemas de contaminação ambiental (Doll, 1977). Plantas Daninhas em Pastagens Controle biológico Por definição, o controle biológico implica a utilização de organismos vivos (podendo tanto ser um inseto como um fungo), que possuem a capacidade de destruir plantas, resultando na redução, a níveis econômicos, da população de espécies que se tornaram daninhas. Ele tem, por princípio básico, a utilização de inimigos naturais e não levam à erradicação completa das plantas consideradas daninhas, mas a um equilíbrio que seja recomendável economicamente e não comprometa a sobrevivência do agente biológico utilizado. O controle biológico é um método natural efetivo de controle de plantas daninhas e, assim sendo, pode ser parte de um programa integrado de controle. Plantas Daninhas em Pastagens Controle biológico Atualmente, existe um número considerável de patógenos com potencial de utilização no controle biológico de plantas daninhas. Ennis (1982) indica a existência de 267 plantas controladas por insetos, 43 por fitopatógenos, 6 por nematóides, 26 por peixes e 6 por outros agentes. Exemplos de patógenos de plantas como agentes biológicos de controle de plantas daninhas são encontrados em diferentes trabalhos como os de Charudattan (1986), Alber (1986) e Schubiger (1980). Em virtude do aumento das exigentes leis ambientais, o controle biológico está tomando vulto como solução para o controle de plantas daninhas, problemas onde outras medidas não são economicamente ou ambientalmente viáveis. Os bioherbicidas também fornecem opções viáveis em áreas agrícolas e constituem um potencial para a redução do uso de agroquímicos para a agricultura, contribuindo para alimentos mais sadios e de melhor qualidade ambiental. Finalmente, hoje se percebe que o controle biológico não fere seriamente qualquer interesse legal ou ético da sociedade. Plantas Daninhas em Pastagens Vantagens do controle biológico A principal vantagem do controle biológico é que, sendo este um método natural, não representa problemas de resíduos, o que significa a preservação dos recursos naturais disponíveis, como água, solo, alimentos e outros. Uma outra vantagem considerada é que se trata de um método de controle contínuo, havendo sempre a possibilidade de aumento da população do agente, na medida em que a população do hospedeiro ameaça aumentar. Esse método tem ainda a vantagem de não ficar restrito à área de implantação e, assim, pode se propagar por outras áreas ou mesmo atravessar a fronteira da propriedade onde fora adotado. Desvantagens do controle biológico A grande desvantagem do controle biológico é que ele implica a utilização de agentes patogênicos, os quais podem representar riscos para as culturas e, assim, se tornar um sério problema. Não há qualquer garantia de segurança de que um determinado agente não passará a atacar as lavouras que devem proteger. Uma outra questão que se deve ter em mente é que o controle biológico é, em longo prazo, e não serve para solucionar um problema grave de plantas daninhas em curto prazo. Também não leva a erradicação completa das espécies daninhas. Plantas Daninhas em Pastagens controle biológico Espécies forrageiras agressivas Uso de insetos (cactoblastis cactorium) Consórcio com Ovinos e Caprinos Alelopatia Plantas Daninhas em Pastagens Controle integrado ou MIPD (Manejo Integrado de Plantas Daninhas) O controle integrado de plantas invasoras envolve, em seu aspecto mais amplo, não apenas um conjunto de procedimentos que visem à redução do grau de infestação da pastagem, mas, também, a adoção de diferentes estratégias que inibam a reinfestação da área e que afetem a extrema capacidade que as espécies de invasoras possuem de vegetar em condições adversas. Ele pode ser definido como a aplicação de vários tipos de tecnologias que se auxiliam mutualmente do mesmo modo, e envolve seleção, integração e implementação de controle efetivo de invasoras e leva em consideração aspectos econômicos, ecológicos e sociológicos, devendo ser ambientalmente e sociologicamente aceitáveis (Thill et al. 1991). Plantas Daninhas em Pastagens Controle integrado ou MIPD (Manejo Integrado de Plantas Daninhas) Em muitos modelos de controle integrados, consideram-se aspectos relativos à: germinação de sementes da planta invasora, crescimento das plântulas; taxa de desenvolvimento da invasora; habilidade competitiva entre invasora; cultivo e degradação do herbicida. Métodos integrados de controle, baseados na roçagem manual, e associado ao fogo e a doses de 2,2% e 2,7% de herbicida seletivo, aplicado na rebrota da planta daninha, são sistemas efetivos para controlar plantas daninhas, especialmente assa-peixe e casadinha (Dutra et al. 2002; Dutra et al. 1998; Souza Filho et al. 1998). Plantas Daninhas em Pastagens A alelopatia e o controle de plantas invasoras O conhecimento das principais interações entre plantas invasoras e cultivadas poderá ser de grande utilidade prática para se desenvolver estratégias de controle eficiente de plantas invasoras (Altiere & Doll, 1978). Nesse sentido, a alelopatia, fenômeno que ocorre largamente em comunidades de plantas, vem merecendo cada vez mais atenção por parte da comunidade científica, como estratégia de controle de invasoras (Smith, 1987; Wardle et al. 1992). Em pastagens, a alelopatia pode se tornar um importante fator de manejo, pelo uso de plantas que exercem um certo nível de controle sobre espécies indesejáveis. É possível também estabelecer espécies de gramíneas e leguminosas forrageiras que não sejam alelopáticas ou que apresentem baixos níveis de interferência alelopática entre si, resultando em pastagens mais equilibradas, com reflexos favoráveis na produtividade e longevidade (Wardle, 1987). Plantas Daninhas em Pastagens A alelopatia e o controle de plantas invasoras No entanto, existe ainda a possibilidade de identificação, isolamento e purificação de compostos alelopáticos com potencial para a produção de bioherbicidas, à semelhança do que acontece em países com constantes preocupações ambientais, como é o caso da Alemanha, do Japão, da Suécia e outros (Hatzios, 1987). Dentre outras vantagens do uso de substâncias produzidas pelas próprias plantas no controle de plantas daninhas, está o fato de os pesticidas originados de fontes de plantas serem mais sistêmicos e mais facilmente biodegradáveis do que os pesticidas sintéticos (Rizvi et al. 1980). As informações disponíveis indicam que as gramíneas forrageiras Brachiaria humidicola (capim-quicuio-da-amazônia) e Brachioaria brizantha (capim braquiarão), notadamente essa última produzem substâncias químicas com alto potencial de inibição da germinação de sementes e do desenvolvimento de plântulas de invasoras de folhas largas que ocorrem nas áreas de pastagens cultivas. Plantas Daninhas em Pastagens A alelopatia e o controle de plantas invasoras Leguminosas forrageiras como a Pueraria phaseoloides e o feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) também possuem alto potencial como plantas deletérias de invasoras de áreas de pastagens. Essas espécies, ao comporem as pastagens cultivadas, possibilitam a formação de estandes mais puros de plantas forrageiras, possibilitando exploração mais intensiva das pastagens. As substâncias químicas produzidas por essas plantas com propriedades bioherbicidas são liberadas para o meio ambiente de diferentes formas como lixiviação, exsudação radicular, volatilização e via decomposição de resíduos, afetando, por conseguinte, as plantas em suas vizinhanças, reduzindo a capacidade competitiva das plantas daninhas por elementos essenciais à sobrevivência. feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) Puerária (Pueraria phaseoloides ) - mais rústica que a leucena é utilizada como banco de proteína no Pará Embrapa Dez/2005 Puerária (Pueraria phaseoloides ) - mais rústica que a leucena é utilizada como banco de proteína no Pará Embrapa Dez/2005 Puerária (Pueraria phaseoloides ) em mistura com Capim Colonião (Panicum maximum) Puerária (Pueraria lobata) Intoxicação por plantas Plantas tóxicas, ou seja, que contenham alguma substância com potencial de intoxicação de seres humanos e/ou animais de produção, quando ingeridas, podem inibir o apetite, desenvolver doenças etc., reduzindo a quantidade de produto produzido. Além disso, podem, por exemplo, ser substâncias que não reduzam o ganho de peso do animal, mas que conferem sabor ruim à carne, ao leite ou outro produto, reduzindo a qualidade do produto. Em ambos os casos, o efeito da planta é direto sobre os animais, caracterizando a interferência direta. Intoxicação por plantas Nos EUA por exemplo, a importância dada a este problema é tanta, que existe um programa para o controle de espécies tóxicas em pastagens no qual o governo subsidia uma parte do custo do herbicida utilizado pelos pecuaristas. No Brasil ainda não foi percebida a real dimensão do problema das plantas tóxicas. Dobereiner et al ( 2000 ) publicaram algumas informações sobre os prejuízos causados por plantas tóxicas ao rebanho do Estado do Rio Grande do Sul extrapolando os dados para o Brasil, mostrando que estamos sujeitos a grandes perdas devido a esse problema. Intoxicação por plantas Estima-se que 12% das mortes de animais sejam devido a ingestão de plantas tóxicas nas pastagens (Afonso e Pott, 2002). As intoxicações são mais comuns nos períodos de seca. Sida spp. (guanxuma) e Senecio spp. (flor-das-almas) e Baccharis coridifolia (mio-mio), são exemplos de plantas tóxicas ao gado. Nota: http://plantastoxicas-venenosas.blogspot.com.br/2009/06/flor-das-almas.html SINTOMATOLOGIA Predominam sintomas gastrointestinais: náuseas, cólicas abdominais e diarréia. Distúrbios hidroeletrolíticos. Raramente torpor e discreta confusão mental.Principalmente crônica pode causar doença hepática com evolução para cirrose ou S. Budd-Chiari. TRATAMENTO Esvaziamento gástrico (muitas vezes não é necessário lavagem gástrica).Antiespasmódico, antiemético.Manter o estado de hidratação.No quadro obstrutivo por Joá: clister à base de soro fisiológico.Tratamento sintomático. Espécie muito ornamental, mas é pouco apreciada por ser é acusada de abrigar pequenos insetos denominados micuins, que são mosquitinhos sugadores de sangue, que causam violentas coceiras. No entanto, constitui uma das melhores plantas melíferas, Flor-das-almas (Senecio spp.) Nomes populares: Flor-das-almas, cardo-morto, catião, cravo-do-campo, erva-lanceta, flor-de-finados, malmequer, maria-mole, tasneirinha, vassoura-mole mio-mio (Baccharis coridifolia) É uma das plantas tóxicas mais conhecidas no sul do Brasil. Ocorre também em São Paulo, em grandes áreas do Uruguai, norte da Argentina e Paraguai. No Brasil a planta é popularmente conhecida como mio-mio e nos países de língua espanhola como romerillo. Histórico e sinais clínicos Em meados de setembro de 2004, 151 novilhas de 1 ano de idade foram transportadas de caminhão de uma pastagem cultivada com aveia e azevém para outro local. A viagem durou aproximadamente 90 minutos, e as novilhas foram soltas em um piquete de 11 ha, onde pernoitaram; havia água à vontade, mas a pastagem era escassa. Os animais ficaram no local por 15 a 20 horas, quando novamente foram transportados, por aproximadamente uma hora, até uma invernada de 350 ha localizada em outro município. Nessa invernada havia uma população de 94 novilhas (79 de 3 anos e 15 de 2 anos de idade). Os bovinos foram observados novamente 36 horas após terem sido introduzidos na invernada de 350 ha, quando 19 novilhas foram encontradas mortas. Nas 24 horas seguintes, mais 13 novilhas morreram. A identificação pelos brincos revelou que apenas as novilhas de um ano, recentemente introduzidas na propriedade, foram afetadas. O campo estava altamente infestado por Baccharis coridifolia (mio-mio). Animais jovens + novo pasto + falta pasto e água guanxuma-dourada ou rasteira guanxuma ou malva (Sida spp.) - Indicam: solo compactado e duro Nomes populares: Guanxuma, guaxuma, guaxima, relógio, malva-preta, malva-branca, chá-da-índia, vassoura-de-relógio, vassourinha, malva, vassoura-do-campo Atenção: Há muitas espécies de sidas. Todas consideradas daninhas. A Sida carpinifolia é tóxica, quando ingerida intoxicações naturais em animais, provocando alterações neurológicas. Não usar plantas sem a orientação de um especialista. Usa-se para curar ou aliviar: urina presa; tosse; bronquite; menstruação dolorida - cataplasma; pressão alta; indigestão; amarelão -chá da raiz; colesterol; irritações na pele; alergias... Mais plantas tóxicas Caruru-de-espinho (Amaranthus spinosus) Cipó-prata, corona (Mascagnia pubiflora) Cipó-prata, tingui (Mascagnia sepium) Cipó-prata, tingui (Mascagnia rigida) Coerana (Cestrum laevigatum) Falsa-ciganinha (Riedeliella graciliflora) Falso-cipó-prata (Trigonia nivea) Samambaia (Pteridium aquilinum) Tingui, Cutobea (Coutoubea ramosa) Fonte: Pott & Pott (2000). Resumo • Deve-se ter em mente que as plantas daninhas de pastagens cultivadas não são causa e sim conseqüência da diminuição da fertilidade do solo, agravada pelo manejo inadequado das forrageiras. • Além da comunidade de plantas invasoras presentes na pastagem, deve-se ter especial atenção para o banco de sementes, já depositado no solo. • A integração racional de diversos métodos de controle é a melhor alternativa para as pastagens, por causa da grande diversidade de espécies, com diferentes graus de resistência e suscetibilidade a cada medida isolada de controle. Resumo • O controle de plantas daninhas deve envolver tanto medidas que primam pela redução do grau de infestação, como daquelas que promovam a redução da reinfestação da pastagem. • Pastagens produtivas com baixo grau de infestação de plantas daninhas é uma meta a ser atingida em médio/longo prazo, com medidas de controle a serem adotadas sistematicamente. • O fogo é uma prática a ser gradativamente abandonada pelos produtores, em especial, por ser fator gerador de insatisfação social. Com o manejo apropriado, sua utilização é completamente dispensável. Considerações Finais As plantas invasoras causam muitos prejuízos no sistema de produção da pecuária e devem ser controladas periodicamente. As plantas invasoras também são um bom indicador de que o sistema de produção não está bem ajustado e que esta pastagem pode estar em processo de degradação ou então mal manejada submetida ao superpastejo, que oferece a oportunidade da entrada das plantas daninhas. Independentemente do método de controle o pecuarista deve lembrar que as pastagens são culturas perenes e devem ser cultivadas com os mesmos cuidados e tecnologia que outras culturas agrícolas, produzindo assim um ótimo alimento para seus animais.