Teoria da firma: tecnologia e função de produção. Propriedades da tecnologia. Custos e Curva de Oferta ZAZ 0763 – ECONOMIA Prof. Rubens Nunes Produção PRODUTOS INSUMOS RESÍDUOS Irreversibilidade Quem produz? • Unidades produtivas: “FIRMAS” • Questões não respondidas (Microeconomia) – A quem pertencem? – Quem administra? – Como a firma é administrada? – Como é organizada? • O que ela pode fazer? • Firma vista como CAIXA PRETA FIRMA como CAIXA PRETA PRODUTOS INSUMOS FIRMA RESÍDUOS Possibilidades de Produção um vetor y = (y1, y2, y3 , ..., yn) no espaço de bens da economia representa uma possibilidade de produção se: • y1= y2= y3 = yn = 0 (possibilidade de inação) ou • existir em y pelo menos um yi > 0 e um yj < 0 (i≠j) e a transformação do insumo j no produto i, nas quantidades yi e yj, for tecnicamente possível Conjunto de Possibilidades de Produção y2 y1 Função de Produção PRODUTO (y) produção tecnicamente impossível produção eficiente desperdício de insumo INSUMO (x) Simplificação: um insumo e um produto y = f(x) y é a maior quantidade de produto que se pode obter com a quantidade x de insumo Produto marginal de um insumo ou fator Produto (y) Produto Total D y2 D y1 Produto Marginal D x1 = 1 D x2 = 1 Produto Marginal Insumo (x) Produto marginal de um insumo ou fator Produto (y) Produto Total Dy Produto Marginal = dy/dx Dx→0 Insumo (x) Função de Produção – Rendimentos do Insumo ou fator de produção y - produto x - insumos DECRESCENTES CONSTANTES CRESCENTES d2y/dx2 < 0 d2y/dx2 = 0 d2y/dx2 > 0 Função de produção e Rendimentos do Fator Produto Rendimentos Decrescentes Rendimentos Constantes Rendimentos Crescentes Insumo Requisito de insumos INSUMO (x) desperdício de insumo produção eficiente produção tecnicamente impossível PRODUTO (y) x = f-1(y) x é a menor quantidade de insumo necessária para obter com a quantidade y de produto Requisito de insumos e Custo Variável Total INSUMO (x) CUSTO TOTAL produção eficiente PRODUTO (y) x = f-1(y) C(y) = w.f-1(y) = wx w: preço do insumo Custo Total e Custo Médio Custo Total Custo Médio Custo Médio = Custo Total / quantidade 1 y (quantidade) Custo Total e Custo Marginal Custo Total Custo Marginal Custo Marginal = D Custo Total / D quantidade Custo Marginal = d Custo Total / d quantidade D CT Dy y (quantidade) Custo Total, Médio e Marginal Exemplo Custo Total C(y) = 1500 + 15 y – 3 y2 + y3 Custo Médio C(y) / y = 1500/y + 15 – 3 y + y2 Custo Marginal dC(y)/dy = 15 – 6 y + 3y2 Custo Total, Médio e Marginal Problema do Produtor (1) • Produtor é tomador de preços nos mercados de produtos e insumos • Que quantidade produzir para ter o lucro máximo? • Lucro = Receita Total – Custo Total π = py –wx(y) dπ/dy = p – w dx/dy = 0 (C.P.O.) p =w dx/dy preço do produto = custo marginal Maximização de Lucros (1) Custo Total (y) Receita Total(y) RT (y1) CT (y1) Em y1, RT cresce mais rapidamente que CT Lucro Aumentar y aumentará o lucro y1 y (quantidade produzida) Maximização de Lucros (1) Custo Total (y) Receita Total(y) RT (y*) CT (y*) Lucro Em y*, RT e CT crescem à mesma taxa → o lucro é máximo y* y (quantidade produzida) Maximização de Lucros (1) Custo Total (y) Receita Total(y) Lucro (y) y* Lucro p y (quantidade produzida) Maximização de Lucros (1) • Inclinação de RT RT = py dRT/dy = p (preço) • Inclinação de CT dCT/dy (custo marginal) • Condição de lucro máximo (firma tomadora de preços) p = dCT/dy preço = custo marginal Maximização de Lucros (1) Custo Marginal (y) Preço (y) y (quantidade produzida) Problema do Produtor (2) • Produtor é tomador de preços nos mercados de produtos e insumos • Que quantidade de insumo utilizar para ter o lucro máximo? • Lucro = Receita Total – Custo Total π = p y(x) –wx dπ/dx = p dy/dx – w = 0 (C.P.O.) w =p dy/dx preço do insumo = valor do produto marginal Exemplo: Rendimento de um fator DERESZ (2001) estudou os efeitos da suplementação da pastagem de capim-elefante com concentrado sobre a produção e composição do leite e variação de peso vivo de vacas mestiças Holandês x Zebu. Os tratamentos foram: sem concentrado (SC) e com 2,0 kg de concentrado/vaca/dia (CC). “A diferença média durante o período experimental foi de 1,5 kg de leite entre o tratamento com 2,0 kg de concentrado por vaca/dia e sem concentrado, respectivamente.” • Deresz, F. “Produção de Leite de Vacas Mestiças Holandês x Zebu em Pastagem de CapimElefante, Manejada em Sistema Rotativo com e sem Suplementação durante a Época das Chuvas” Rev. Bras. Zootec. vol.30 no.1 Viçosa Jan./Feb. 2001 Questão (a) • Suplementar ou não suplementar? • Não temos a função de produção inteira, mas apenas dois pontos dela (x = 0; x’= 2) e a variação do produto no intervalo (Δy = 1,5) • Só podemos determinar o rendimento médio do insumo (concentrado) Produto médio = Δy / Δx = 0,75 kg leite / kg concentrado O valor do produto médio do insumo deve ser igual ou maior que o preço do insumo Dy pw Dx valor do produto médio preço do insumo 1,5 pw 2 4 p w 3 Se o preço do leite for igual a 4/3 do preço do concentrad o, o produtor será indiferent e a dar ou a não dar o suplemento . Questão (a) • Se p/w > 4/3, então a suplementação será lucrativa • Se p/w < 4/3, a suplementação reduzirá o lucro – nesse caso, o leite que a vaca produz a mais não paga o custo da suplementação Como será a função de produção? Dy 1,5 Sem conhecer a função de produção, nem os preços do leite e do suplemento, não é possível determinar qual é a suplementação economicamente ótima. 2,0 x Questão (b) Suponha que a resposta da suplementação seja dada por y = 0,75x0,5, onde y é o incremento da quantidade de leite / vaca / dia e x é a quantidade de concentrado / vaca / dia. Mostre que a suplementação ótima é aquela em que o preço do suplemento é igual ao valor de seu produto marginal. Suplementação ótima p py wx p p 0,75 x wx p 0,5 p 0,5. 0,75x w 0 x 0,5 p 0,375 x 0,5 w produto marginal de x y 0,75 x dy 0,5 0,375 x dx 0,5 dy p w dx Preço do leite p = $ 0,50 / kg Preço do concentrado w = $ 0,25 / kg 1.4 1.2 y = 0,75x0,5 1 0.8 0.6 dy/dx = 0,375x-0,5 0.4 w = 0,25 0.2 p.dy/dx = 0,1875x-0,5 0 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 Produto 0,5625 kg Produto Marginal 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 Valor do Produto Marginal Preço do Concentrado 2 Custo Marginal, Médio e Curva de Oferta Firma tomadora de preços maximiza lucro produzindo a quantidade y para a qual preço = custo marginal p2 p1 p0 ✗ y0 y0 y1 y2 Curva de Oferta Curva de Oferta • Firma tomadora de preços • conduta: escolhe y tal que preço = dC/dy, se preço ≥ custo médio • A Curva de Oferta corresponde ao ramo da curva de custo marginal acima da curva de custo médio • Para preços menores que o custo médio, a oferta é zero Passos da derivação da Curva de Oferta 1. Conjunto de Possibilidades de Produção 2. Função de Produção (subconjunto tecnicamente eficiente) 3. Requisito de Insumos (inversa da função de produção) 4. Função Custo Total: quantidade de insumo requerida para produzir determinada quantidade de produto x preço do insumo (eficiência econômica) 5. Custo Médio e Custo Marginal 6. Curva de Oferta Escolha ótima de insumos Reduzindo a simplificação: vários insumos e um produto Tecnologias com vários insumos Demanda Derivada por Insumos Isoquantas ou Curvas de Isoproduto x2 In ..... I4 I3 I2 I1 x Cada ponto de uma isoquanta representa uma1 combinação de insumos diferente que gera a mesma quantidade de produto f(x1, ..., xn) = ŷ Taxa Marginal de Substituição • Cada isoquanta está associada a uma quantidade produzida • Dada uma combinação de insumos na isoquanta, qual é a proporção em que os insumos podem se substituir, de modo a manter constante o nível de produto? • Tal proporção é a taxa marginal de substituição. Taxa Marginal de Substituição y f x1, x 2 , ..., x n yy f dx 2 x1 f dx1 x 2 Produto Marginal do Insumo 1 Produto Marginal do Insumo 2 Taxa Marginal de Substituição y f x1, x 2 , ..., x n Df f f f dx1 dx 2 ... dx x1 x 2 x n n y y, f f f Df dx1 dx 2 ... dx n 0 x1 x 2 x n substituindo apenas x 2 por x1, mantendo y fixo f f Df dx1 dx 2 0 x1 x 2 f f dx 2 dx1 x 2 x1 f dx 2 x 1 f dx1 x 2 Se Insumos substitutos perfeitos Isoquantas lineares (convexidade fraca) x2 TMS constante I1 I3 I2 x1 Insumos complementares perfeitos Não se define a TMS para complementos perfeitos x2 Tecnologia de coeficientes fixos ou Tecnologia de Leontieff I3 I2 I1 x1 Função de Produção Cobb-Douglas y = x1ax2b a > 0; b>0 Função de Produção Cobb-Douglas y = x1ax2b a=0,5 ; b=0,5 10 9 8 7 6 5 4 3 2 9.6 8 1 6.4 4.8 0 0 9.6 9 8.4 7.8 7.2 6.6 6 1.6 5.4 x1 4.8 4.2 3.6 3 2.4 1.8 1.2 3.2 0.6 0 y x2 Função de Produção Cobb-Douglas y = x1ax2b a=0,3 ; b=0,7 10 9 8 7 6 5 4 3 2 9.6 8 1 6.4 4.8 0 0 9.6 9 8.4 7.8 7.2 6.6 6 1.6 5.4 x1 4.8 4.2 3.6 3 2.4 1.8 1.2 3.2 0.6 0 y x2 Função de Produção Cobb-Douglas y = x1ax2b a=0,8 ; b=0,6 30 25 20 y 15 10 9.6 5 8 6.4 4.8 0 9.6 9 8.4 7.8 7.2 6.6 6 1.6 5.4 x1 4.8 4.2 3.6 3 2.4 1.8 1.2 3.2 0.6 0 0 x2 Função de Produção Cobb-Douglas y = x1ax2b a=1,2 ; b=1,6 700 600 500 400 y 300 200 9.6 8 100 6.4 4.8 0 9.6 9 8.4 7.8 7.2 6.6 6 1.6 5.4 x1 4.8 4.2 3.6 3 2.4 1.8 1.2 3.2 0.6 0 0 x2 Rendimentos de um fator e rendimentos de escala rendimento (=produto marginal) do fator 1 (quantidades dos demais fatores mantidas constantes) y rendimento do fator 1 = ax1a 1 x2b x1 < 0 rendimento decrescente y 2 a 2 b x2 0 rendimento constante 2 a a x1 x1 > 0 rendimento crescente 2 Rendimentos de um fator e rendimentos de escala rendimento do fator 1 rendimento constante a 2 a x1a 2 x2b 0 a 2 a 1 rendimento decrescente a 2 a x1a 2 x2b 0 a 2 a 1 rendimento crescente a 2 a x1a 2 x2b 0 a 2 a 1 Rendimentos de escala rendimentos de escala: para l > 1 (fator de escala), comparamos a produção de l plantas pequenas com a produção de uma planta grande que processa l vezes a quantidade de insumos da planta pequena l(x1ax2b) = (lx1)a(l x2)b constantes l(x1ax2b) < (lx1)a(l x2)b crescentes l(x1ax2b) > (lx1)a(l x2)b decrescentes Economias de escala b a b a l x l x l x x 1 2 1 2 a b a b 1 l x x lx1 lx2 a b 1 2 a b (retornos constantes de escala) a+b>1 (retornos crescentes de escala) a+b<1 (retornos decrescentes de escala) Economias de Escala: Custo de tanques de expansão Capacidade (em l) 330 550 1.100 1.600 2.200 Preço Custo por unitário (R$) litro 2.062 3.094 3.639 4.584 5.464 6,24 5,62 3,31 2,86 2,48 Custo de resfriamento do leite escala e utilização da capacidade instalada milésimos de R$ por litro 6 50% 5 4 70% 3 100% 90% 50% 70% 2 90% 50% 50% 100% 1 70% 70% 90% 90% 100% 100% 0 0 500 1000 1500 2000 litros 2500 Problema do Produtor Problema do Produtor (I) • Encontrar a quantidade a ser produzida tal que o lucro seja máximo max p y x py Cy x y(x ) dC p dy C.P.O. Problema do Produtor (II) • Encontrar a combinação de insumos de menor custo, sujeito à restrição de produzir pelo menos determinada quantidade de produto min C y x1,..., x n x1 ,..., x n sujeito a y x1,..., x n y Solução do Problema do Produtor x2 isocusto x2 * C* y w1 x1 y w2 x2 isoquanta x1 * x1 Solução do Problema do Produtor Insumos Substitutos Perfeitos x2 C* x2* isocusto isoquanta x1 * x1 Passos da derivação da Curva de Oferta 1. Conjunto de Possibilidades de Produção 2. Função de Produção (subconjunto tecnicamente eficiente) 3. Demanda de Insumos (inversa da função de produção) (escolha da cesta de insumos minimizadora de custo) 4. Função Custo Total: quantidade de insumo requerida para produzir determinada quantidade de produto cesta de insumos minimizadora de custo x preços dos insumos (eficiência econômica) 5. Custo Médio e Custo Marginal 6. Curva de Oferta Reduzindo a simplificação: vários insumos e um produto A função custo pode ser obtida a partir da função de produção Função Custo da Tecnologia Cobb-Douglas 1. funçao de produçao y x1a x2b 2. minimizaçao de custo C w , y min w1 x1 w2 x2 tal que x1a x2b = y 3. lagrangeano do problema L = w1 x1 w2 x2 l x1a x2b - y A função custo pode ser obtida a partir da função de produção Função Custo da Tecnologia Cobb-Douglas 4. condiçoes de 1a. ordem L w1 lax1a 1 x2b 0 x1 L w2 lbx1a x2b 1 0 x1 L x1a x2b - y = 0 l A função custo pode ser obtida a partir da função de produção Função Custo da Tecnologia Cobb-Douglas 5.demanda do insumo (fator) 2 w1 ax1a 1 x2b ax2 ax w a b 1 x1 2 2 w2 bx1 x2 bx1 bw1 substituindo x1 na funçao de produçao: a ax2 w2 b x y bw1 2 a aw2 a b x y bw1 2 x2a b aw 2 bw1 aw x2 2 bw1 a y a a b y 1 a b A função custo pode ser obtida a partir da função de produção Função Custo da Tecnologia Cobb-Douglas 6. demanda do insumo (fator) 1 w1 ax1a 1 x2b ax2 bx w a b 1 x2 1 1 w2 bx1 x2 bx1 aw2 substituindo x 2 na funçao de produçao : b bw x1a 1 x1 y aw2 b aw x1a+b 2 y bw1 b x1a+b aw 2 y bw1 aw x1 2 bw1 b a b y 1 a b A função custo pode ser obtida a partir da função de produção 7. Função Custo da Tecnologia Cobb-Douglas aw2 C w, y w1 bw1 b a b y 1 a b aw2 w2 bw1 a a b y b a a b 1 a b a b a a C w, y w1a b w2a b y a b b b 1 a b A função custo pode ser obtida a partir da função de produção 8. Função Custo Marginal da Tecnologia Cobb-Douglas b a a b 1 a b a b a a C w, y w1a b w2a b y a b b b b a a a b a b dC 1 a a a b a bb a 1 b 1 w1 w2 y b dy a b b Custo Total - Tecnologia Cobb-Douglas 18.00 16.00 i) a = 0,5; b = 0,5 14.00 ii) a = 0,2; b = 0,5 12.00 iii) a = 0,8; b = 0,5 10.00 8.00 iv) a = 1,0; b = 1,2 w1=1; w2=1 6.00 4.00 2.00 0.00 C(y)i C(y) ii C(y) iii C(y) iv 0. 10 0. 30 0. 50 0. 70 0. 90 1. 10 1. 30 1. 50 1. 70 1. 90 2. 10 2. 30 2. 50 2. 70 2. 90 3. 10 3. 30 3. 50 3. 70 3. 90 4. 10 4. 30 4. 50 Custo Médio - Tecnologia Cobb-Douglas 8.00 7.00 6.00 5.00 4.00 3.00 2.00 1.00 0.00 0. 10 0. 60 1. 10 1. 60 2. 10 2. 60 3. 10 3. 60 4. 10 4. 60 5. 10 5. 60 6. 10 6. 60 7. 10 7. 60 8. 10 8. 60 9. 10 9. 60 CMg Custo Marginal - Tecnologia Cobb-Douglas 8.00 7.00 6.00 5.00 4.00 3.00 2.00 1.00 0.00 y Curto Prazo e Longo Prazo Curto prazo x Longo prazo • CP - Fatores de produção variáveis e fixos y f x1 , x2 , xm , xm1 , x1 , xn , • LP – Todos os fatores são variáveis • CP – Os fatores de produção fixos geram custos fixos. • LP – Não há custo fixo • Custo LP ≤ Custo CP Custos – CP e LP Custo Marginal LP Custo Médio CP Custo Marginal CP Custo Médio LP