Centro Tecnológico da ULBRA COLÉGIO ULBRA SÃO JOÃO ARTIGO CIENTÍFICO - GEOGRAFIA UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NOME DO ALUNO CIDADE, ANO proteção UNIDADES DE CONSERVAÇÃO do ecossistema onde o organismo encontra seu meio natural), é através do Sistema de Unidades de Conservação. Evidentemente só este O Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta juntamente com Indonésia, Peru, Colômbia e México. Detém ainda, 28% do que mecanismo não será suficiente a longo prazo, mas ele é a peça fundamental, o alicerce para a conservação da riqueza biótica de um país. restam de matas tropicais do globo e a maior bacia hidrográfica. Apresenta o maior número psitacídeos, de espécies primatas, de anfíbios, artrópodes, de plantas superiores e de peixes de água doce. Ocupa, ainda, o 2° e 3° lugares em aves, répteis e palmeiras. (GLOBAL BIODIVERSITY, 1992) No Brasil, cerca de 3,9% do território está sob proteção do governo federal, incluindo as diversas categorias de manejo instituídas por governos estaduais e municipais, além das reservas particulares do patrimônio natural (RPPN). No Rio Grande do Sul, as áreas protegidas em Unidades de Conservação correspondem a 2,09% A convenção de Diversidade Biológica – CDB, em seu artigo 2, define a biodiversidade, ou diversidade biológica, como: “a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e do território (586.027 há), incluindo as unidades sob jurisdição nacional (414.175 há) e municipal ( 24.032 há). Em Porto Alegre, as Unidades de Conservação totalizam 11% do território (5.060 há) (Atlas Ambiental de Porto Alegre,2001). outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas” (Ministério do Meio Ambiente/2002). mundo para “ilhas biológicas” significou um grande passo na luta para evitar a tendência de destruição dos nossos recursos naturais, estando, contudo, aquém do O melhor mecanismo conhecido no A criação dessas verdadeiras preservação da biodiversidade "in situ" (quando o estoque é preservado mediante a desejável para a manutenção dessa megadiversidade. Manejo: aplicação de programas de utilização dos ecossistemas, naturais ou artificiais, baseada em teorias ecológicas sólidas, de modo a manter, de melhor forma possível, nas comunidades, fontes úteis de produtos biológicos para o homem, e também como fonte de conhecimento científico e de lazer ( SEMA,2002). vez adquiridas pela forma legalmente permitida, UNIDADE DE público inalienável, pela sendo proibida ainda sua concessão ou cedência, bem qualquer atividade ou empreendimento público ou privado que danifique características Unidades de Conservação Ucs consideradas Constituição Estadual como patrimônio como CONCEITO DE CONSERVAÇÃO são ou altere as naturais. (Marcuzzo,1998) ou áreas naturais protegidas, são porções do território, criadas pelo poder público, federal, estadual ou municipal, com a função conservação de da garantir a biodiversidade Todo o trabalho de implementação efetiva das áreas de Conservação, estão embasadas legalmente pelos itens que seguem: (SEMA,2002). Segundo o Atlas Ambiental de Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação. Lei Estadual n 11.520, de 03 de agosto de 2000, que institui o Código Estadual do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul. Decreto n 34.256, de 02 de abril de 1992, que cria o Sistema Estadual de Unidades de Conservação no Estado do Rio Grande do Sul. Decreto n 34.573, de 16 de dezembro de 1992, que aprova o regulamento dos Parques do Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre (2002), “Unidades de Conservação legalmente exemplos são protegidas de representativa áreas áreas incluem que variedade dos naturais contêm biológica biomas. recursos Essas naturais importantes que devem ser manejados de forma a conservar a integridade do patrimônio ambiental”. LEGISLAÇÃO As Unidades de Conservação no Rio Grande do Sul, dentre eles os parques estaduais, são criadas por decretos específicos, emanados da mais alta autoridade do Estado e uma Decreto n 38.814, de 26 de agosto de 1998, que regulamenta o Sistema Estadual de Unidades de Conservação. Estação Ecológica Tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. É de posse e Resolução Consema 01/2000. domínio públicos. Reserva Biológica As unidades de conservação pelo Tem como objetivo a proteção Departamento de Florestas e Áreas integral da biota e demais tributos Protegidas Secretaria naturais existentes em seus limites, Estadual do Meio Ambiente (SEMA), sem interferência humana direta ou que coordena o Sistema Estadual de modificações ambientais, excetuando- Unidades de Conservação. se as medidas de recuperação de seus estaduais são administradas (DEFAP) da ecossistemas alterados e as ações de Unidades de conservação Parques Estaduais manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais. É de posse e domínio públicos. Parque Nacional Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais Fonte: www.sema.rs.gov.br/sema/html/bio.htm acessado em 13/06/2002 de grande beleza relevância cênica, ecológica possibilitando e a realização de pesquisas científicas e o TIPOS DE UNIDADES DE ( Ucs) são divididas em dois grupos: INTEGRAL atividades de recreação em contato com a natureza e As unidades de conservação DE de educação e interpretação ambiental, de CONSERVAÇÃO UNIDADES desenvolvimento PROTEÇÃO de turismo ecológico. É de posse e domínio públicos. Monumento Natural Tem objetivo básico naturais raros, características naturais extraordinárias singulares ou de grande beleza cênica. ou que abriga exemplares raros da Pode biota regional, e tem como objetivo preservar como sítios ser constituído por áreas particulares. nenhuma ocupação humana, com manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular Refúgio de Vida Silvestre o uso admissível dessas áreas, de Tem como objetivo proteger modo a compatibilizá-lo com os ambientes naturais onde se asseguram objetivos de conservação da natureza. condições ou É constituída por terras públicas ou ou privadas. para reprodução a existência de espécies comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. Floresta Nacional (FLONA) É uma área com cobertura UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL florestal de predominantemente espécies nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo Área de Proteção Ambiental (APA) sustentável dos recursos florestais e a Área extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada pesquisa científica, com ênfase em de métodos para exploração sustentável atributos abióticos, bióticos, estéticos de florestas nativas. É de posse e ou culturais especialmente importantes domínio públicos. para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o Reserva Extrativista (RESEX) É processo de ocupação e assegurar a uma área utilizada por sustentabilidade do uso dos recursos populações extrativistas tradicionais, naturais. cuja É constituída por terras subsistência baseia-se no extrativismo e, complementariamente, públicas ou privadas. na agricultura de subsistência e na Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) É uma área criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os em geral de pequena extensão, com pouca ou meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. É de domínio público com seu uso concedido às populações www.mma.gov.br/port/sbf/dap/apbconc. htm1 Unidades de Conservação Território Nacional extrativistas tradicionais. Reserva de Fauna É uma populações nativas, área natural animais terrestres de com espécies ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre manejo econômico sustentável de recursos faunísticos. É de posse e domínio públicos. Reserva de Desenvolvimento Sustentável É uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência Fonte: www.ambientebrasil.com.br/snuc/ Acesso em 13.06.2002 baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e FUNÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel As Unidades Integral na preservar a natureza, sendo admitido da diversidade biológica. É de domínio público. por Proteção fundamental na proteção da natureza e manutenção tem de objetivo básico apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, ou seja, atividades Reserva Particular do Patrimônio educacionais, científicas e recreativas. Natural (RPPN) É uma área privada, gravada As com perpetuidade, com o objetivo de Sustentável conservar a diversidade biológica. compatibilizar Unidades tem a de Uso objetivo conservação da natureza com o uso sustentável de conservar os (Ministério do Meio Ambiente, 2002). hídricos, mantendo Os culturais assegurando o com qualidade parcela dos seus recursos naturais recursos devem, naturais portanto, e contar o abastecimento, assegurar hidrelétricas, sua contribuição ao e água a para irrigação, processos industriais e recreação; desenvolvimento que, considerando a adoção de política de criação de áreas e fluxo da necessário manejo ambiental para recursos proteger investimentos, silvestres, pode ser unificada através evitando e controlando a erosão dos seguintes objetivos: dos solos e assoreamento de manter a diversidade natural, rios pela preservação de amostras regular significativas diversas evitando alagamentos e ecológicas, evitando deslizamentos que das formações objetivando manter a manter silvestre, conservar manejando os vazão e a qualidade do ambiente; recursos mantendo dos rios, produzir fauna mantendo os e recursos genéticos, pela conservação pesqueiros e da fauna silvestre da variabilidade da flora e fauna para a produção de proteínas e silvestre a taxas de extinção como natural e pela preservação das comerciais, industriais, turísticas espécies em risco de extinção, e esportivas; com finalidades científicas e ecológicas; represas, põem em risco obras civis; os processos evolutivos naturais e e proporcionar ambiental, formais e atividades proporcionar recreação, livre de forma saudável, para educação residentes informais, e desenvolvendo educativas baseado de nas visitantes, o e turismo características naturais e culturais do país; investigação e monitoramento ambiental; de proporcionando recreação ao ar proporcionando oportunidades base manejar madeireiros, os recursos mantendo e manejando áreas florestais com regulamenta e o relacionamento que as métodos flexíveis de utilização e integra. assegurando naturais os de processos obtenção de Base conceitual, legislação produtos florestais através de específica, ordenamento sistematizado manejo sustentado; e os princípios do planejamento e do conservar belezas conservando cênicas, paisagens de relevantes belezas cênicas e panorâmicas naturais ou alteradas, mantidas a um nível sustentável, visando a recreação e o turismo. gerenciamento conservação das são unidades mostrados de neste artigo, que objetiva uma apresentação de forma a propiciar o entendimento, a todos os segmentos da sociedade que se interessam pela conservação da natureza, conservação biodiversidade das e da unidades de conservação. CONCLUSÃO Desde BIBLIOGRAFIA o início do estabelecimento das áreas protegidas no Brasil, as unidades de conservação, seu objetivo maior tem sido o de manter os recursos naturais em seu estado original, para usufruto das gerações atuais e futuras. As atividades desenvolvidas vêm, desde então, fundamentando-se nos princípios metodológicos que norteiam a filosofia do trabalho e nas bases conceituais que as orientam. Desses fundamentos derivam a forma e o funcionamento das unidades de conservação, as estruturas que as sistematizam, o ordenamento que as AMBIENTE BRASIL – disponível on line: www.ambientebrasil.com.br/snuc/ Acesso em 13.06.2002 FUNATURA. SCT, PNUD, Custo de Implantação de Unidades de Conservação na Amazônia Legal, 1991. MARCUZZO, Silva; PAGE, Sílvia Mara; CHIAPPETTI, Maria Isabel Stumpf. A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no Rio Grande do Sul. 3 ed, Saraiva. São Paulo:1998. SEMA – disponível on line: www.lsi.usp.br/econet/snuc/problema/s nucreal.htm www.mma.gov.br/port/sbf/dap/apbconc. htm1 www.sema.rs.gov.br/sema/html/bio. htm - acessado em 13.06.2002 WORLD CONSERVATION MONITORING CENTRE. Global Biodiversity: Status of the Earth's living resources. Chapman & Hail, London. 594 pp, 1992