FILO ECHINODERMATA: Equinodermas são Deuterostômios, pois neles a boca não provém do blastóporo. Os equinodermas, hemicordados e cordados constituem os deuterostomados, que são a segunda maior linha evolutiva do Reino Animal. Ao contrário dos protostomados, a boca surge como uma nova abertura localizada em oposição ao blastóporo, que forma o ânus.Nos equinodermas primitivos, o mesoderma e o celoma surgem como bolsas externas do intestino embrionário; o celoma é, portanto, um enteroceloma, ao contrário do tipo esquizocelomático de formação encontrado em muitos protostomados.As seis mil espécies do Filo Echinodermata são inteiramentemarinhas e incluem os conhecidos ouriços, estrelas, bolachas,pepinos e lírios-do-mar e ofiuróides. Distinguem-se por apresentarem simetria radial pentâmera (cinco partes). A parede corporal contém um esqueleto de pequenas peças calcárias, ou ossículos, que comumente apresentam espinhos superficiais, de onde origina-se a denominação do Filo Echinodermata (do grego echinos, espinho + derma, pele). Existe um sistema vascular aqüífero único, composto por canais e apêndices com a função de locomoção, alimentação ou troca gasosa. A larva dos equinodermas é bilateral. Ela nada e alimenta-se por meio de faixas ciliares, que se encontram ao redor de seu corpo. Ao fim da vida planctônica, a simetria da larva muda de bilateral para radial. Os equinodermas são quase que totalmente habitantes de fundo e de substratos duros como pedras, rochas e corais, que também foram o habitat de muitas formas extintas. Entretanto, algumas espécies de cada classe invadiram fundos moles e adaptaram-se à vida na areia. Filo Hemichordata: Os hemicordados são um pequeno grupo de animais marinhos vermiformes que já foram considerados como um subfi lo dos cordados. A aliança com os cordados estava baseada na presença de fendas branquiais e no que se supôs ser, neste grupo, uma notocorda. Atualmente, há concordância geral acerca de que a “notocorda” dos hemicordados, que não é homóloga ou análoga à notocorda dos cordados e que, exceção feita a ambos os grupos possuírem fendas faríngeas, eles são, de resto, dissimilares. Os hemicordados compõem-se de duas classes – os Enteropneusta e os Pterobranchia. Os enteropneustas são os hemicordados mais comuns e melhor conhecidos. Os pterobrânquios consistem em três gêneros de pequenos animais que habitam tubos e que não são encontrados com freqüência. Possui 2 classes : - Classe Enteropneusta Os enteropneustos são habitantes de águas rasas. Alguns vivem sob rochas e conchas, mas muitas espécies cavam no lodo e na areia. Superfícies expostas pelas marés estão freqüentemente salpicadas por cordões enrolados resultantes da deposição de fezes por estes animais. Esses vermes são relativamente grandes, a maior parte variando entre 9 a 45cm de comprimento. A espécie brasileira Balanoglossus gigas pode exceder 1,5m em comprimento e construir galerias de 3 metros de comprimento. - Classe Pterobranchia Os Pterobranchia consistem num pequeno número de espécies pertencentes a três gêneros. São animais raramente encontrados. A maioria deles é habitante de águas relativamente profundas e o maior número de espécies é encontrado no Hemisfério Sul. Com raras exceções, os pterobrânquios vivem em tubos secretados, os quais são organizados em agregados ou colônias sobre o substrato. Algumas espécies são fi xadas por pedúnculos, mas alguns são mantidos juntos por um estolão. A característica mais notável desses vermes é a presença dos braços e tentáculos sobre o lado dorsal do colarinho. Os braços exibem numerosos tentáculos pequenos e bastante ciliados. Supostamente, os tentáculos capturam organismos diminutos, que são então levados à boca pelos cílios. Não existem fendas branquiais na maioria, mas em alguns podem ser encontradas apenas um par. Como em muitos animais sésseis habitantes de tubos, o tubo digestivo tem a forma de U e o ânus abre-se na frente, no lado dorsal do colarinho.Os sexos são separados e uma larva ciliada é conhecida para a maioria dos gêneros. A partir do indivíduo original (que se desenvolve da larva), a colônia ou o agregado são formados por brotamento do pedúnculo ou do estolão. Subfilo Urochordata Os urocordados são animais fi ltradores que apresentam notocorda na cauda, pelo menos na fase larval. O termo tunicado refere-se ao fato de todos os representantes deste táxon terem o corpo recoberto por uma túnica composta essencialmente por tunicina, um isômero da celulose. Os membros do Subfi lo Urochordata, mais conhecidos como tunicados ou ascídias, constituem o maior grupo de cordados invertebrados. A maioria desses tunicados é séssil, vivendo fi xos a rochas, conchas, pilares e cascos de navios. A larva planctônica dos urocordados (do grego oura, cauda + do latim chorda, cordão) mede cerca de 0,7mm de comprimento e se parece com um minúsculo peixe ou girino. Elas possuem fi bras musculares longitudinais, um cordão nervoso, um notocórdio e uma cauda afi lada, que é o seu órgão locomotor.O notocórdio impede o encurtamento ou encaixe da cauda quando as fibras musculares se contraem e convertem as contrações musculares em ondulações laterais da cauda. A boca, na extremidade anterior, está conectada a uma grande faringe, que é perfurada por pares de fendas branquiais. Essas fendas conduzem a uma outra câmara, o átrio.Ao final da existência planctônica, a larva fixa-se ao substrato, através da papila adesiva anterior. Ocorre então uma metamorfose radical e a larva desenvolve-se em uma forma corpórea adulta muito diferente. No curso desta transformação, a cauda, incluindo o notocórdio e o tubo neural, é absorvida e desaparece. A faringe desenvolve-se em uma grande câmara coletora de alimentos e o crescimento do lado ventral anterior do corpo é muito maior que em qualquer outro lugar, resultando num deslocamento de quase 180 da posição original da boca. São subdivididos em três classes: Ascidiacea, Thaliacea e Appendicularia. Classe Ascidiacea Os urocordados da Classe Ascidiacea – as ascídias – são representados por cerca de 2.000 espécies, solitárias ou coloniais, sésseis na fase adulta e livre-natantes na fase larval. São monóicos, mas a autofecundação é evitada devido ao amadurecimento de ovários e testículos em épocas diferentes. Algumas espécies reproduzem-se assexuadamente, por brotamento. Classe Thaliacea A Classe Thaliacea inclui três famílias de organismos planctônicos: Salpidae, Doliolidae e Pyrosomatidae. Os representantes dos gêneros Salpa e Doliolum – as salpas e os dolíolos – somam aproximadamente 100 espécies que vivem em mares de águas quentes. Um aspecto interessante do seu ciclo de vida é a alternância de gerações. Os Pyrosomatidae são tunicados coloniais, bioluminescentes. Classe Appendicularia Os organismos da Classe Appendicularia (= Larvacea) são tunicados neotênicos, planctônicos, que apresentam uma “capa” muito elaborada, relacionada não somente com a proteção do organismo, mas também com a captura de alimento. Subfilo Cephalochordata São organismos alongados, comprimidos lateralmente, livre-natantes, que medem cerca de 5cm de comprimento. São mais ativos à noite, e passam a maior parte do tempo com a região caudal do corpo enterrada no substrato, mantendo, desse modo, o corpo em posição vertical (ou oblíqua) em relação ao fundo, e a região rostral exposta à coluna d’água. Nessa posição, podem fi ltrar a água ao seu redor e capturar as partículas alimentícias em suspensão. Os cefalocordados, vulgarmente denominados anfi oxos, são representados por cerca de 25 espécies, agrupadas nos gêneros Branchiostoma e Epigonichthys. Os anfi oxos ocorrem em todos os oceanos, próximo a praias arenosas. Quando perturbados, enterram-se por inteiro no substrato. Em algumas localidades do Hemisfério Norte, são muito abundantes e servem de alimento para seres humanos, a despeito de seu pequeno tamanho. Os anfioxos são dióicos e as gônadas, saculiformes, não apresentam ductos genitais. Os gametas são liberados no interior da cavidade atrial pela ruptura da parede interna do átrio e, a seguir, para o meio externo, via atrióporo. A fecundação é assim externa, havendo grande produção de ovos. Após o desenvolvimento embrionário, eclode uma larva livre-natante que, após a metamorfose, adota os hábitos de vida do adulto. Sistema nervoso: não existe encéfalo verdadeiro. O tubo nervoso é um pouco dilatado na região anterior (vesícula cerebral). Desse tubo, saem nervos dispostos em séries, dorsal e ventralmente. Sistema muscular: musculatura em miômeros (pacotes musculares em forma de “v” deitado, separados pelos mioseptos). Agem junto à notocorda na locomoção. Sistema circulatório: circulação realizada por lentas ondas de contração de alguns vasos, junto à contração de numerosos pequenos bulbos pulsáteis, localizados ao longo das artérias. Não existem células sangüíneas. Sistema respiratório: principalmente pela superfície externa do corpo – pouco pela faringe. Sistema reprodutor: numerosas gônadas com disposição segmentar. Ausências de gonoductos (rompe-se a parede interna do átrio para liberar os gametas). Sexos separados, larvas planctônicas, algumas pelágicas. Sistema excretor: solenócitos (semelhantes às células em fl ama dos platelmintos, moluscos e anelídeos), distribuídas segmentarmente. Sistema digestivo: filtrador. Cavidade bucal, cirros, órgão rotatório, faringe (com até 200 fendas) suportada por uma estrutura rígida (arcos da faringe). O endóstilo produz muco que é levado a revestir a parede interna da faringe. Quando a água com plâncton passa através das fendas, o alimento fica retido no muco. PEIXES: Classe Agnatha: A classe Agnatha (do grego a, sem + gnathos, mandíbula)inclui os vertebrados fósseis mais antigos, que parecem ter sido os ancestrais dos demais grupos de peixes. A maioria está extinta, mas a classe é representada, hoje em dia, por cerca de 50 espécies de lampréias e peixes-bruxa. Embora as origens dos Agnatha sejam obscuras, é provável que tenham evoluído de um grupo de cordados inferior. Escamas de peixes agnatos primitivos foram encontradas em sedimentos marinhos do Cambriano superior, período por que passou a Terra 540 milhões de anos atrás. Embora os primeiros vertebrados, como seus ancestrais cordados inferiores, provavelmente fossem marinhos, os peixes agnatos logo invadiram a água doce e passaram a sofrer enorme diversidade adaptativa. Eles surgiram durante a primeira parte da era Paleozóica, mas foram substituídos por peixes mais evoluídos no período Devoniano. Seis ordens de peixes agnatos são reconhecidas por alguns autores. Todas desenvolveram pesadas escamas ósseas e placas sobre a pele e, por isso, denominam-se coletivamente ostracodermos (do grego ostrakon, concha + derma, pele). A maioria dos ostracodermos era composta por pequenos peixes que se alimentavam de sedimento, com o corpo achatado no sentido dorsoventral. Suas escamas eram muito semelhantes às escamas de alguns peixes primitivos. Abaixo da fi na camada esmaltada de ganoína, havia uma espessa de cosmina, semelhante à dentina. O restante da escama consistia em uma camada de osso esponjoso, contendo vários espaços vasculares e uma camada a mais de osso lamelar compacto. Essas escamas resistentes certamente ofereciam alguma proteção mecânica, possivelmente contra os euriptéridos, que eram animais aquáticos semelhantes a escorpiões, do mesmo período dos ostracodermos. Além disso, as camadas de ganoína e cosmina podiam oferecer alguma proteção contra a entrada excessiva de água para dentro do corpo, visto que a maioria desses peixes era dulcícola, ou seja, vivia em um meio hipotânico. Os ossos, como em todos os vertebrados, eram um importante reservatório de íons cálcio e fosfato. É improvável que esses peixes pudessem ter migrado para a água doce sem tal reserva. Os ostracodermos possuíam nadadeiras medianas e algumas nadadeiras pares, mas essas não eram bem desenvolvidas na maioria dos grupos. A maior parte tinha nadadeira caudal heterocerca, o que é uma característica de peixes primitivos. Uma narina mediana única estava presente no topo da cabeça dos ostracodermos mais conhecidos. Um par de olhos laterais e um olho pineal mediano também situavam-se no topo da cabeça, logo atrás da narina. Este olho mediano é encontrado em muitos peixes primitivos e vertebrados terrestres e ainda existe em alguns peixes e répteis atuais. Ele é muito mais um órgão monitor fotossensível do que um olho formador de imagens. Ele recebe estímulos capazes de ajustar a atividade fisiológica do organismo ao ciclo diurno. Uma área médio-dorsal e um par látero-dorsal na cabeça continham pequenas placas, sob as quais situavamse os grandes nervos cranianos. Acredita-se que essas áreas fossem campos sensoriais, possivelmente parte do sistema da linha lateral. Grande parte da superfície ventral da cabeça estava recoberta por pequenas placas, formando um assoalho faríngeo flexível. O movimento deste assoalho, presumivelmente, fazia com que a água e minúsculas partículas de alimentos entrassem pela boca, que não possuía mandíbulas. A água saía da faringe através de nove pares de pequenas fendas branquiais, mas as partículas alimentares permaneciam, de algum modo, presas a ela. É muito provável que os ancestrais dos vertebrados, assim como os cordados inferiores atuais, fossem filtradores de alimentos. Classe Chondrichthyes: A classe Chondrichthyes (do grego chondros, cartilagem+ ichthys, peixe) inclui cerca de 700 espécies contemporâneas de tubarões, raias e peixes semelhantes, com o esqueleto composto apenas por cartilagem. Os condríctes são muito antigos e surgiram no Devoniano inferior. Se eles evoluíram dos placodermos ou diretamente dos os tracodermos ainda é incerto. As espécies mais primitivas conhecidas eram marinhas. O grupo permaneceu primitivamente marinho desde então, embora espécies extintas e várias outras contemporâneas tenham se adaptado secundariamente à água doce. O esqueleto interno de todos os vertebrados é cartilaginoso durante a vida embrionária e permanece nos peixes cartilaginosos. Embora a cartilagem não seja substituída por osso, às vezes sais de cálcio são depositados nela para reforço. A extensa armação dérmica ancestral foi reduzida a minúsculas escamas placóides inseridas na pele. Suas camadas superfi ciais esmaltadas e semelhantes a dentina assemelham-se às partes externas das escamas cosmóides. Os dentes triangulares dos tubarões são muito parecidos com as largas escamas placóides e, certamente, evoluíram a partir destas. A cavidade bucal é contínua, posteriormente, com uma longa faringe. Um espíraculo contendo uma brânquia vestigial e bolsas branquiais, contendo brânquias funcionais, abrem-se da faringe para a superfície corporal. Um amplo esôfago liga a faringe ao estômago em forma de J. Um intestino valvular curto e reto, que recebe secreções do fígado e do pâncreas, continua para trás até a cloaca. Ele contém uma espiral dobrada complexa, conhecida como válvula espiral. Essa dobra helicoidal serve tanto para reduzir a velocidade da passagem do alimento, como para aumentar a superfície intestinal de digestão e absorção. O sistema circulatório é do tipo primitivo, com um coração indiviso, que se restringe a bombear sangue venoso para as brânquias, onde este é oxigenado. O sangue, que também é resfriado nas brânquias, é distribuído pelos tecidos a uma pressão relativamente baixa. Os rins primitivos são drenados nas fêmeas por um ducto arquinéfrico. Nos machos, o ducto arquinéfrico transporta apenas os espermatozóides, que nele penetram logo à frente dos rins provenientes dos testículos. A urina produzida, em parte, pelo rim é drenada pelo ducto urinário. Alguns íons são eliminados pelos rins, mas a maior parte do excesso de sal ingerido com o alimento é eliminada pela glândula retal, excretora de sal, que se esvazia na extremidade do intestino. O intestino e os ductos urogenitais desembocam numa cloaca comum, que se abre para o meio externo, na superfície inferior do corpo. Uma parte especializada da nadadeira pélvica dos machos forma o clásper, que é utilizado na transferência de espermatozóides para a fêmea. Os ovos são fecundados na parte superior dos ovidutos e uma cápsula córnea protetora é secretada ao seu redor por determinadas células de tais estruturas. As raias são ovíparas, mas não passam por um estágio de larva como os demais peixes. Os ovos apresentam uma grande quantidade de vitelo e os embriões desenvolvem-se dentro da cápsula protetora. Alguns tubarões também são ovíparos, mas a maioria incuba suas crias dentro do próprio corpo. Os ovos fecundados desenvolvem-se numa porção modifi cada do oviduto, conhecida como útero. Em alguns, uma íntima associação é estabelecida entre cada saco vitelínico do embrião e o revestimento do útero, formando uma placenta do saco vitelínico. Neste caso, os embriões são mais dependentes dos nutrientes da mãe do que do vitelo. Entretanto, na maioria dos tubarões, incluindo os conhecidos cações, os ovos desenvolvem-se no útero, mas existe uma dependência maior dos alimentos acumulados no vitelo. Em alguns casos, a porção nutritiva requerida deriva da absorção de substâncias secretadas pela mãe, através do líquido uterino, ou por certos embriões que se alimentam de outros. Uma relação placentária íntima não é estabelecida. Classe Osteichthyes: A maioria dos peixes atuais é óssea, membros da classe Osteichthyes (do grego osteon, osso + ichthys, peixe). A classe inclui algumas espécies tais como o esturjão, salmão, percas e peixes pulmonados. Os vertebrados terrestres evoluíram dos crossopterígeos, que são primitivos membros do grupo. O esqueleto cartilaginoso embrionário dos peixes ósseos é substituído em grande parte pelo ósseo, durante o desenvolvimento embrionário. As espessas escamas ósseas primitivas das formas ancestrais perderam a camada superfi cial de ganoína e cosmina. Entretanto, existem pequenas sobras em forma de fi nos discos ósseos, que se desenvolvem sobrepostas às dobras dérmicas da pele. Com o crescimento dos peixes, mais ossos são adicionados às escamas, que aparecem em forma circular, denominando-se anéis. Em algumas espécies atuais, de climas temperados, a taxa de crescimento diminui no inverno e os anéis formados neste período são mais próximos, formando a marca de inverno. Estimativas da idade do peixe podem ser feitas através da contagem destas marcas. As bolsas branquiais, onde situam-se as brânquias, abrem-se numa câmara opercular comum. O sangue e a água movem-se através das brânquias em direções opostas. Essa contracorrente é extremamente efi ciente para a troca gasosa. Uma bexiga natatória, que é um órgão hidrostático, estende-se na parte dorsal da cavidade corporal. Os gases, principalmente o oxigênio, podem ser secretados para seu interior ou reabsorvidos pelos capilares especializados de sua parede. Dessa forma, a gravidade específica do peixe pode ser ajustada, permitindo uma flutuação neutra em diferentes profundidades. Os membros da subclasse Acanthodii caracterizavam-se por possuírem espinhos proeminentes na margem anterior das nadadeiras dorsal e anal. Os acantódios eram os peixes ósseos mais primitivos e é possível que outras linhagens de peixes ósseos tenham evoluído a partir deles. Eles surgiram durante o período Devoniano, mas foram sendo substituídos por formas mais evoluídas no fi nal da era Paleozóica. Outros peixes ósseos costumam ser agrupados nas subclasses Actinopterygii e Sarcopterygii. Actinopterígios Os actinopterígios (do grego aktis, raio + pterygion, nadadeira) são os conhecidos peixes de nadadeiras raiadas, tais como a perca. Suas nadadeiras pares apresentam forma de abanos. Elementos esqueléticos entram na sua formação, mas a maioria das nadadeiras é sustentada por meio de raios dérmicos que evoluíram a partir de fi leiras de escamas ósseas. Seus sacos olfativos pares estão conectados apenas com o meio externo e não com a cavidade bucal. A infraclasse Chondrostei está reduzida a algumas espécies, como o Polypterus, peixe do Nilo, e os esturjões (Acipenser). A infraclasse Holostei, também reduzida, está representada hoje em dia por espécies relíquias, como Lepisosteus. A infraclasse Teleostei, ao contrário, continuou a expandir-se desde sua origem, na era Mesozóica. Este é o grupo das percas e da maioria dos peixes mais conhecidos. Sarcopterígios Além do grande interesse devido à sua diversidade, os teleósteos têm uma importância muito grande na evolução dos vertebrados. O ramo dos vertebrados mais superiores passou pelos não tão espetaculares sarcopterígios, dos pântanos do Devoniano inferior. Os sarcopterígios (do grego sarx, carne + pterygion, nadadeira) incluem os peixes pulmonados e os crossopterígios. Seus típicos apêndices pares são alongados, lobulados e sustentados internamente por um eixo carnoso e ósseo. Em muitas espécies, cada um dos sacos olfativos está conectado à superfície do corpo através de uma narina externa e a parte da frente do teto da cavidade bucal a uma narina interna. A evolução dos sarcopterígios divergiu muito cedo em duas linhagens: os peixes pulmonados (ordem Dipnoi) e os crossopterígios (ordem Crossopterygii). Os crossopterígios primitivos possuíam um esqueleto interno bem ossificado, um condocrânio articulado único e pequenos dentes cônicos que serviam para agarrar a presa. Os anfíbios originaram-se desse grupo. Durante sua história evolutiva, os peixes pulmonados tiveram um esqueleto frágil e pouco ossificado na coluna vertebral. Eles desenvolveram dentes em placas especializadas para o esmagamento, que lhes permitem alimentar-se de mariscos. Eles também mostram uma tendência para a redução dos apêndices pares. Em outras características, os peixes pulmonados e crossopterígios têm uma evolução paralela à dos actinopterígios. Eles desenvolveram caudas simétricas, tanto interna como externamente. Suas escamas ósseas primitivas, que se caracterizavam por possuírem uma espessa camada de cosmina semelhante à dentina, transformaramse no tipo ciclóide.