Auto conhecimento e qualidade de vida no Trabalho: gestão do stress e do tempo PROFA. DRA. MARA DO CARMO BEZERRA MACIEL BEDARD, PhD SOCIÓLOGA BACHAREL EM DIREITO PSICANALISTA. Objetivos Objetivo Geral Analisar os processos de formação de nossa personalidade, utilizando-os como requisitos ao autoconhecimento, relacionando-os à auto-estima, à auto-imagem e ao stress no trabalho. Objetivos específicos Objetivos Específicos Identificas os Tipos de Personalidade, seus desenvolvimentos e patologias que possibilitam ou deformam o seu desenvolvimento; Relacionar estrutura de personalidade, comportamento, produtividade e resistência ao stress. Conhecer os Mecanismos de Defesa do Ego que contribuem para a construção ou reconstrução da personalidade, da autoestima, da motivação e da autoconfiança. Referências e aproximações teóricas Nossas análises estão baseadas nas teorias da Psicologia Social, da Sociologia e da Psicanálise, adaptadas ao contexto de uma breve e superficial abordagem A delimitação do objeto – autoconhecimento e qualidade de vida no trabalho – emerge, inicialmente, da construção de cada categoria: a) categoria afetiva, originária da confluência entre a teoria psicanalítica freudiana e abordagem psicodinâmica da personalidade; b) categoria cognitiva, procedente do pensamento piagetiano como estrutura comportamental e dinâmica; e c) categoria social, sob a influência das teorias da aprendizagem Referências e aproximações teóricas Em virtude de as teorias referenciais terem sido desenvolvidas historicamente sob paradigmas distintos, elabora-se uma aproximação entre: o paradigma criticalista, que transpassa a abordagem psicanalítica, e o construcionismo social, que sustenta as abordagens da psicologia utilizadas. Realizamos adaptações de testes com base nas teorias acima referenciadas. Autoconhecimento: relevâncias... O autoconhecimento pessoal e profissional estão diretamente relacionados à nossa capacidade de introspecção, e de perceber o que estamos sentindo com relação à nossa vida e à nossa carreira. Esta percepção sobre nós mesmos é crucial para tomada de decisão assertiva, para elaboração de planejamentos eficazes e tudo que esteja ligado diretamente aos nossos objetivos e metas pessoais e profissionais. Sem o autoconhecimento pessoal e profissional fica inviável ter uma visão clara a respeito do futuro. Com isso, aumentam as possibilidades de boas decisões diante de diversas situações no ambiente de trabalho, bem como nos relacionamentos afetivos. FREUD E DIMENSÃO CONSCIENTE Vontade e direcionamento para a escolha de comportamento DIMENSÃO INCONSCIENTE Desejo e Inconsciente Frustração e Censura Teóricos do autoconhecimento Sigmund Freud - Teorias da personalidade e psicopatologia A energia psíquica ou libido, responsável pela viabilização dos processos mentais é de cunho da essencialmente sexual. Freud tendia a conceber a origem das psicopatologias na problemática sexual, sobretudo advinda da infância. Muito daquilo que vivenciamos quando criança permanece conosco ao crescermos, por vezes, sob a forma de complexos e desejos recalcados. Estes têm uma participação decisiva na estruturação de nossa personalidade e, por conseguinte, na motivação de nossos hábitos, crenças e atitudes (REIS, MAGALHÃES; GONÇALVES, 1984). Estágios do Desenvolvimento Psicossexual I- ESTÁGIO ORAL (18 primeiros meses de vida) Definição Estágio mais primitivo do desenvolvimento. A zona oral domina a organização da psiquê. Descrição Necessidades e Percepções estão concentrados e se expressam na boca, lábios, língua e outros órgãos relacionados à zona oral. Fase Oral (18 primeiros meses de vida) As sensações orais são evocadas pelo mamilo ou seu substituto São relacionadas com a deglutição e saciação Ex: sede, fome, estimulações táteis prazerosas. Os impulsos orais consistem de dois elementos: libidinal e agressivo A tríade oral: desejo de comer, dormir e alcançar o relaxamento que ocorre no final da sucção, logo antes de começar o sono Fase Oral Objetivos Estabelecer uma dependência confiante nos objetos que proporcionam cuidado e apoio Estabelecer expressão e gratificação confortável das necessidades libidinais orais, sem excessivo conflito ou ambivalência de desejos orais sádicos Traços Patológicos da Fase Oral Gratificação ou privação oral em excesso produzem fixações libidinais, que evoluem para os traços patológicos: Excessivo otimismo, narcisismo, pessimismo (visto com freqüência nos estados depressivos), e exigências. Excessivamente dependentes e exigem que os demais os sirvam e olhem por eles. Extremamente dependentes dos objetos, para manterem a auto-estima. A inveja e o ciúme estão frequentemente associados aos traços orais. Traços de caráter – Êxito na resolução Capacidade de dar e receber sem excessiva dependência ou inveja Capacidade de confiar nos outros com um sentimento de segurança e com sentimentos de confiança e segurança próprios. Estágio anal – 1 a 3 anos Definição Ativado pela maturação do controle neuromuscular Sobre os esfíncteres, anais Maior controle voluntário sobre a retenção ou expulsão das fezes. Descrição Intensificação de impulsos agressivos, mesclados componentes libidinais dos impulsos sádicos a Estágio anal – 1 a 3 anos O sadismo anal refere-se a manifestações de desejos agressivos ligados à liberação das fezes como armas poderosas e destrutivas. Esses desejos são manifestados, muitas vezes, nas fantasias das crianças, de bombardeios e explosões. Estágio anal – 1 a 3 anos Objetivos O controle esfincteriano sem controle excessivo (retenção fecal) ou perda do controle (sujandose)... São tentativas de autonomia e independência da criança, sem medo ou vergonha da perda de controle. Estágio Uretral Definição Este estágio não foi explicitamente tratado por Freud, mas é visto como um estágio transicional entre os estágios anal e fálico do desenvolvimento. Compartilha algumas das características da fase anal precedente e algumas da fase fálica subseqüente. Características O erotismo uretral refere-se ao prazer no urinar e na retenção uretral, análoga à retenção anal. A perda do controle uretral, como na enurese, pode ter com um significado regressivo que reativa os conflitos anais. Resolução da fase anal Traços de Caráter O êxito na resolução da fase anal proporciona a base para o desenvolvimento da autonomia pessoal Capacidade de independência e iniciativa pessoal Capacidade de autodeterminação sem sentimento de vergonha ou falta de confiança Ausência de ambivalência e capacidade de cooperação sem excessiva teimosia nem sentimento de auto-depreciação ou derrota. Patologias anais – fixações anais Traços de caráter maladaptados, Regularidade, obstinação, teimosia, voluntariedade, frugalidade e parcimônia são traços de caráter derivados de uma fixação às funções anais. Em crise, o caráter anal revela traços de elevada ambivalência, desordem, desafio, cólera e tendências masoquistas. As características e defesas anais são vistas mais comumente nas neuroses obsessivo-compulsivas. Fase Genital ou Fálica – 3 aos 5 anos Características foco primário de interesse sexual, estimulação e excitação na área genital. O pênis torna-se o órgão de principal interesse para as crianças de ambos os sexos a falta de um pênis nas meninas é considerada evidência de castração. Incremento da masturbação genital. acompanhada de fantasias inconscientes de envolvimento sexual com o genitor do sexo oposto. Surgem o temor e a ansiedade de castração e a culpa acerca da masturbação e dos desejos edípicos. Nessa fase, o envolvimento e o conflito edípicos são estabelecidos e consolidados. Objetivo concentrar o interesse erótico na área e nas funções genitais. Identidade de gênero e serve para integrar os resíduos de estágios anteriores numa orientação sexual predominantemente genital. O estabelecimento da situação edípica é essencial para o fomento de identificações subsequentes, que servem de base para importantes e duradouras dimensões da organização do caráter. Os objetivos primários Separação definitiva da dependência e do vínculo parental e pelo estabelecimento de relações objetais heterossexuais, não-incestuosas e amadurecidas. Obtenção de um sentimento de identidade individual amadurecido e a Aceitação e integração de um conjunto de papéis e funções adultas; Integrações adaptativas dentro das expectativas sociais e dos valores culturais. Narcisismos Freud postula tipos de Narcisimo: Primário – neonatos – inteiramente narcisistas ( sua libido vai para satisfação de necessidades e bem-estar) Secundário – vinculação ao objeto, fruto do desenvolvimento psicossesual. Narcisismo saudável – senso de bem-estar Narcisismo “ patológico”: Em situações Traumáticas, Danos Físicos e Perda do Objeto, e Frustrações Excessivas – A libido é retirada do objeto e reinvestida no Self A CONTRIBUIÇÃO DE JUNG Jung (1983), criador da psicologia analítica, em contraposição à tese freudiana do inconsciente, postula que o comportamento humano é condicionado não apenas pela história individual, mas também racial e coletiva. A teoria Junguiana da personalidade compreende tanto o campo da consciência e seus aspectos quanto o do inconsciente. O ego, portanto, é o centro da personalidade consciente, sujeito de todas as adaptações do indivíduo ao meio e possuidor de certa vontade livre. Ele não representa, entretanto, o cerne da personalidade total, senão uma de suas várias manifestações. Contribuição de Jung Inconsciente Individual (Freudiano); Inconsciente coletivo : herdado de nossos ancestrais e da civilização; Arquétipos – modelos e padrões de comportamento vindos do inconsciente coletivo. A personalidade de um indivíduo resulta de forças internas agindo sempre sobre e sendo influenciadas por forças externas (REIS, MAGALHÃES; GONÇALVES, 1984). Abraham Abraham Maslow Segundo Abraham Maslow (1999), grande parte da natureza interna é inconsciente. O reprimido permanece, no entanto, como determinante do comportamento. A fonte de repressão pode ser externa ou intra-psíquica. O núcleo interno ou EU alcança a idade adulta, como criação pessoal. A vida é uma série de escolhas onde há um determinante pessoal preponderante. Maslow e as necessidades hierarquizadas Na base da pirâmide, estão as necessidades fisiológicas fundamentais, indispensáveis à sobrevivência, como a de comida, água, sono, sexo, temperatura estável, etc. Ao alcançar uma satisfação razoável de suas demandas fisiológicas, o indivíduo atinge então a segunda camada da pirâmide constituída pelas necessidades de segurança e proteção. A satisfação destas induzirá a busca por amor e pertinência, estima, estética e, finalmente, à Auto-realização, meta primordial de todo ser humano. As pessoas se tornam frustradas quando não conseguem fazer uso de todo o seu talento ou buscar seus interesses verdadeiros (SHULTZ 1999). A CONTRIBUIÇÃO DE ROGERS Dentre os autores que se opuseram ás teorias do inconsciente e buscaram formas alternativas para explicar o fenômeno da motivação humana, estão B.F. Skinner e Carl Rogers. Através da teoria de Rogers tomamos conhecimento de várias premissas, inerentes à consciência humana. Para ele, só temos acesso aos dados de nossa experiência consciente. Nossa vida é determinada em grande parte pelas escolhas que fazemos e pelo conceito que desenvolvemos acerca de nós mesmos (SHULTZ; SHULTZ, 1999). Rogers – alguns conceitos O autor manifesta seu pensamento fundamentado na existência do que seria a autoconsciência, a qual torna possível uma escolha mais livre de introjeções, uma escolha consciente mais em sintonia com o fluxo evolutivo, que também permite à pessoa maior potencial consciente, dos estímulos, ideias, sonhos, e do fluxo de sentimentos, emoções e reações fisiológicas advindas do seu interior (ROGERS, 1983). Sendo que nesse nível - o da consciência - surgem novas direções para a espécie humana, temos uma relação recíproca entre causa e efeito, e é neste instante em que as escolhas são feitas e que as formas espontâneas são criadas, estando assim diante da mais desenvolvida das funções humanas. A CONTRIBUIÇÃO DE SKYNNER Já de acordo com Skynner, um dos principais representantes da escola comportamental em psicologia, não há como estudar o ser humano do ponto de vista de sua subjetividade; seus sentimentos, emoções e processos do pensamento devem ser levados em consideração, mas definitivamente não são passíveis de sofrerem a aplicação dos métodos da ciência empirista. O único meio razoável para a compreensão do homem é o de seu comportamento manifesto: o mundo da objetividade (SKINNER, 1974). Há dois tipos principais de comportamento: A) respondente (involuntário e incondicionado) e B) operante (voluntário e condicionável). Vários são os métodos de controle do comportamento. Todos eles tem por base o conceito de reforço. A CONTRIBUIÇÃO DE SKYNNER Segundo Reese (1978, pág.16): “[...] o reforço é qualquer evento que aumenta a força de qualquer comportamento operante”. O ato de oferecer um reforço consequentemente após uma resposta, constitui um reforçamento. Tanto o reforço quanto o reforçamento podem ser positivo ou negativo. No caso de reforçamento positivo, o reforço utilizado deve estar diretamente relacionado com algo agradável tanto ao sujeito quanto ao indivíduo reforçador, por isso, também será positivo. Este tipo de reforçamento tende sempre a beneficiar o reforçador. Analisando a interação de dois ou mais indivíduos em sistema social temos um tipo específico de comportamento social, o qual pode ser definido como o comportamento de duas ou mais pessoas em relação ao ambiente comum. As emoções sociais são predisposições para agir de modo que podem ser positiva ou negativamente reforçadora para outros. Considerações parciais Os autores estudados fundamentam os paradigmas interpretativos aos traços da personalidade e do comportamento; A visão dos autores compreende a ideia de processo e portanto, são resultados de dinâmicas bio-psio-sociais;