Calor e a Primeira Lei Calor Se pegarmos uma lata de refrigerante e colocarmos sobre a mesa da cozinha, sua temperatura aumentará até que o equilíbrio térmico seja alcançado. Por sua vez se pegarmos uma panela quente e a colocarmos sobre a mesa a sua temperatura diminuirá até que o equilíbrio térmico também seja alcançado. Temos a seguinte situção: a) a cozinha será considerada o ambiente. b) A lata de refrigerante ou a panela quente o sistema. Observação: se 𝑇𝐴 ≠ 𝑇𝑆 , A temperatura do sistema irá mudar até que o equilíbrio térmico seja alcançado. A mudança de temperatura deve-se à troca de energia entre o ambiente e o sistema. Esta energia é a energia interna (ou energia térmica). A energia térmica corresponde à soma das energias cinética e potencial, associadas aos movimentos aleatórios dos átomos, moléculas e outros corpos que fazem parte do sistema. A energia interna transferida é chamada de calor. Seu simbolo é Q. Convenção: a) O calor é positivo quando a energia interna é transferida do ambiente (A) para para o sistema (S). b) O calor é negativo quando a energia intena é transferida do sistema (S) para o ambiente (A). 𝑇𝐴 > 𝑇𝑆 𝑇𝑆 > 𝑇𝐴 A 𝑸(−) S A 𝑸 (+) S Antes da descoberta de que o calor é energia transferida, ele era medido em função da sua capacidade de aumentar a temperatura da água, ou seja, uma “caloria’’ é a quantidade de calor necessário para elevar a temperatura de 1g da água de 14,5 ˚C para 15,5 ˚C. Obs: Uma BTU, british thermal unit, é a quantidade calor necessária para elevar 1 libra de água de 63˚F para 64 ˚F Em 1948, a comunidade científica definiu que o calor deveria ser expresso em unidades de energia. Assim 1 cal= 4,1860 J exatamente e sem referência ao aquecimento da água. 1 𝐽 = 0,2389 𝑐𝑎𝑙 = 9,481 × 10−4 𝐵𝑡𝑢 A capacidade calorífica de um corpo ou objeto é uma constante de proporcionalidade entre o calor e a variação de temperatura que esta mesma quantidade de calor produzida no corpo. ∆𝑄 = 𝐶 ∆𝑇 = 𝐶(𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 ) Calor específico A capacidade calorífica de um corpo, C, depende da quantidade de massa do corpo. Portanto é conveniente usarmos uma quantidade calorífica específica ou C/m, que é referida a uma unidade de massa do corpo. ∆𝑄 = 𝑐𝑚 ∆𝑇 ∴ 𝑐 = 𝐶/𝑚 Os resultados anteriores nos fornecem valores médios considerando uma dada variação de temperatura ∆𝑇. Para uma temperatura definida 𝑇 o calor específico é definido como: 𝑑𝑄 𝑐= → 𝑄 = 𝑚 𝑐𝑑𝑇 𝑚𝑑𝑇 Em geral c é uma função da temperatura. Substância Sólido Calor específico cal/g.˚C Calor específico molar J/Kg.K J/mol.K Chumbo 0,0305 128 26,5 Prata 0,0564 236 24,8 Cobre 0,0564 386 24,5 Água doce 1,00 4,190 Água salgada 0,93 3,900 Latão 0,092 380 Vidro 0,20 840 Líquido Outros materiais Um bloco de cobre, de 75g de massa, é tirado de um forno e mergulhado num recipiente de 300g de massa que contém 200g de água. A água variou de 12◦C para 27◦C. Qual era a temperatura do forno? Dados: 𝐶𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 = 0,093𝑐𝑎𝑙/𝑔° 𝐶, 𝐶𝑟𝑒𝑐 = 0,12𝑐𝑎𝑙/𝑔° 𝐶 e 𝐶𝑎𝑔𝑢𝑎 = 1,0𝑐𝑎𝑙/𝑔° 𝐶 Solução: Calor cedido pelo cobre=calor recebido (água e recipiente) 𝑚𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒 𝐶𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑇𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒 − 𝑇𝑒𝑞 = 𝑚𝑟𝑒𝑐 𝐶𝑟𝑒𝑐 + 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 𝐶𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑇𝑒 − 𝑇𝑎𝑔𝑢𝑎 Substituindo os valores 0,093 𝑇𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒 − 27 = (300 × 0,12 + 200 × 𝑇𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 = 530℃ Quando o calor é absorvido ou cedido por um sólido, líquido ou gás a temperatura do corpo não necessariamente varia. Neste caso temos uma transição de fase. O corpo muda o seu estado físico de uma fase para outra, temos assim o calor de transformação L(calor por unidade massa) 𝑸 = 𝒎𝑳 Exemplo: ebulição pressão constante ∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊 ∆𝑈 = 𝑚𝐿 − 𝑝(𝑉𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 − 𝑉𝑙𝑖𝑞 ) Calores de transformação T(fusão) Calor de Fusão T(ebulição) Calor de Vaporização Substância (K) (kJ/kg) (K) (kJ/kg) Água 273 333 373 2256 Prata 1235 105 2323 2336 Mercúrio 234 11,4 630 296 Ouro 1336 64,46 2933 1578 Ferro 1808 289,3 3023 6363 O fluxo de calor é uma das maneiras pela qual um sistema pode ganhar ou perder energia para o ambiente ou vizinhança. Mas existe também uma outra maneira que é quando o sistema realiza trabalho sobre a vizinhança mas não há fluxo de calor. Quando o sistema realiza trabalho sobre a vizinhança dizemos que este trabalho é positivo. Quando a vizinhança realiza trabalho sobre o sistema dizemos que este trabalho é negativo. Assim: a) ∆𝑈 = 𝑊 + → 𝑈𝑓 > 𝑈𝑖 b) ∆𝑈 = 𝑊 − → 𝑈𝑓 < 𝑈𝑖 Se considerarmos que simultaneamente nestes processos há troca de calor entre a vizinhança e o sistema e trabalho pode ser realizado temos: ∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊 Obs: a variação de energia interna não depende do tipo de processo que ocorre entre o sistema e a vizinhança Exemplos de processos Primeira Lei da Termodinâmica: casos especiais ∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊 Processo Restrição Resultado Adiabático 𝑄=0 ∆𝑈 = −𝑊 Volume constante 𝑊=0 ∆𝑈 = 𝑄 Ciclo fechado ∆𝑈 = 0 𝑄=𝑊 Expansão livre Q=𝑊 ∆𝑈 = 0 • A lei do gás ideal relaciona as variáveis termodinâmicas pressão, volume e temperatura e o número de moles. • A fórmula do gás ideal é dada por • 𝑝𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 • • • • p=pressão V=volume n=número de moles T =temperatura Q=0 Processo Adiabático Processo Isotérmico Processo Isobárico ∆𝑊 = 0 ∆𝑄 = 0 ∆𝑈 = 0 Convecção É o processo no qual o calor é levado de um lugar para outro através do movimento de camadas de um fluido. Exemplo • Correntes de convecção • A colocação de aberturas nas coberturas aumenta a venti-lação natural e transferem o calor pela formação de uma camada de ar móvel entre o forro e o telhado. Condução No proceso de condução de calor não há movimento de material tomando parte no processo de tranferência. Convecção, Condução e Radiação