A Idade Média A Idade Média é o período histórico compreendido

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A Idade Média
A Idade Média é o período histórico compreendido entre os anos de 476 (queda de Roma ) ao ano
de 1453 (a queda de Constantinopla). Este período apresenta uma divisão, a saber:
-ALTA IDADE MÉDIA ( do século V ao século IX ) – fase marcada pelo processo de formação do
feudalismo.
Auge do período (X a XII)
-BAIXA IDADE MÉDIA ( do século XII ao século XV ) –fase caracterizada pela crise do feudalismo.
ALTA IDADE MÉDIA
Período do século V ao século IX é caracterizado pela formação do Sistema Feudal. Neste período
observa-se os seguintes processos históricos: a formação dos Reinos Bárbaros, com destaque para
o Reino Franco; o Império Bizantino –parte oriental do Império Romano – e a expansão do Mundo
Árabe. Grosso modo, a Alta Idade Média representa o processo de ruralização da economia e
sociedade da Europa.
CONCEITO DE SERVO
Os servos são trabalhadores rurais que estão vinculados à terra, formando a classe social mais baixa
da sociedade feudal. À diferença dos escravos, os servos não eram propriedade de ninguém e não
podiam ser vendidos, pois não eram como escravos, que eram propriedade dos donos. A servidão
implica o trabalho forçado dos servos nos campos dos senhores de terras, em troca de proteção e do
direito arrendar terras para subsistência. Ademais do trabalho na terra, os servos executavam
diversos trabalhos relacionados com agricultura, como silvicultura, transporte (por terra e por rio),
artesanato e mesmo manufatura.
Na época do feudalismo, durante a Idade Média, os servos (camponeses) habitavam as terras dos
senhores feudais. Em troca, eram obrigados a pagar taxas em forma de trabalho e mercadorias.
Quase tudo que produziam acabava indo para as mãos dos senhores feudais. Para os servos,
sobrava apenas o pouco para a sobrevivência da família.
OS SERVOS TINHAM DE PAGAR MUITAS TAXAS AOS SENHORES FEUDAIS
TRIBUTOS E IMPOSTOS DA ÉPOCA
 Corvéia: trabalho compulsório nas terras do senhor em alguns dias da semana;
 Talha: Parte da produção do servo que deveria ser entregue ao nobre
 Banalidade: tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do feudo, como o moinho, o
forno, o celeiro, as pontes;
 Capitação: imposto pago por cada membro da família (por cabeça);
 Tostão de Pedro ou dízimo: 10% da produção do servo era pago à Igreja, utilizado para a
manutenção da capela local;
 Censo: tributo que os vilões (pessoas livres, vila) deviam pagar, em dinheiro, para a
nobreza;
 Taxa de Justiça: os servos e os vilões deviam pagar para serem julgados no tribunal do
nobre;
 Formariage: quando o nobre resolvia se casar, todo servo era obrigado a pagar uma taxa
para ajudar no casamento, era também válida para quando um parente do nobre iria casar.
 Mão Morta: Era o pagamento de uma taxa para permanecer no feudo da família servil, em
caso do falecimento do pai ou da família.
 Albermagem: Obrigação do servo em hospedar cavaleiros (nobres) em suas residências.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO FEUDALISMO
Econômicas – Economia essencialmente agrária, natural e auto-suficiente: produzia-se para o
consumo imediato.
Trabalho regulado pelas obrigações servis, fixadas pela tradição e pelo costume.
Políticas – Poder político descentralizado das mãos do rei. O poder local: cada domínio feudal era
independente, ou seja, cada feudo era governado pelo seu senhor.
Relação entre a nobreza feudal baseadas nos laços de suserania e vassalagem: tornava-se
suserano o nobre que doava um feudo a outro; e vassalo, o nobre que recebia o feudo.
Sociais – Sociedade rural e estamental, dividida, dividida em três estamentos ou ordens sociais,
cada qual com uma função:
clero – oração
nobreza – defesa
campesinato – (servos e vilões) – trabalho
O princípio de estratificação era privilégio de nascimento. Cada indivíduo permanecia preso à sua
posição na sociedade, o que caracterizava uma imobilidade social e estabelecia um regime de
desigualdade.
Culturais – Cultura teocêntrica, ou seja, todo o poder político girava em torno da autoridade
religiosa, da fé.
Predomínio da Igreja, que determinava o modo de pensar e de viver da sociedade. Condenação
pela Igreja dos juros (usura) e do lucro.
Fenômenos naturais explicados pela fé. A sociedade medieval era profundamente religiosa. Era
comum a celebração de ritos para fazer as plantas crescerem, para conseguir boa colheita, para
pedir a chuva etc.
DIVISÃO DO FEUDO
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Manso senhorial (domínio): uso exclusivo do senhor feudal.
Manso servil: arrendada aos servos e dividida em tenências.
Manso comunal: terras comuns (pastos, bosques, florestas).
“NA SOCIEDADE FEUDAL ALGUNS REZAM, OUTROS GUERREIAM E OUTROS
TRABALHAM”
A sociedade feudal era composta por três classes básicas: Clero, Nobres e Servos. A estrutura
social praticamente não permitia mobilidade, sendo portanto que a condição de um indivíduo era
determinada pelo nascimento. As terras eram divididas em feudos, onde havia um senhor, o senhor
feudal que mandava em tudo no local. O senhor era o proprietário dos meios de produção,
enquanto os servos representavam a grande massa de camponeses que produziam. Cada feudo
tinha sua moeda, leis, tecnologia e às vezes a própria língua (o tamanho dos feudos eram tão
grandes que não havia comunicação entre eles a não ser em caso de guerra, fazendo com que
cada um tivesse um desenvolvimento diferente).
O clero possuía grande importância no mundo feudal, cumprindo um papel específico em termos de
religião, de formação social, moral e ideológica. No entanto esse papel do clero é definido pela
hierarquia da Igreja, quer dizer, pelo Alto Clero, que por sua vez é formado por membros da
nobreza feudal. Originariamente o clero não é uma classe social, pois seus membros ou são de
origem senhorial (alto clero) ou servil (baixo clero).
A maioria dos livros de história retrata a divisão desta sociedade segundo as palavras do Bispo
Adalberon de Laon: “Na sociedade alguns rezam, outros guerreiam e outros trabalham, onde todos
formam um conjunto inseparável e o trabalho de uns permite o trabalho dos outros dois e cada qual
por sua vez presta seu apoio aos outros”.
Pirâmide social “de baixo p/ cima”: Laboratores(servos), Belatores( Nobreza), Oratores (Clero), A
Igreja dizia que a sociedade era um reflexo da organização celeste (Deus um em três- pai, filho e
espírito santo)
A VASSALAGEM
Vassalagem e suserania formavam um sistema sócio-econômico da Idade Média entre um vassalo
e seu suserano. Nesta relação de reciprocidade, o vassalo recebia terra, objetos materiais ou até
mesmo um castelo de seu suserano. Em troca, o vassalo devia oferecer fidelidade absoluta e
proteção ao seu suserano.
Havia uma cerimônia denominada “homenagem”, que muitas vezes poderia acontecer dentro de
uma igreja, para selar os laços entre vassalo e suserano.
O rei, geralmente, era o suserano com mais poder na Idade Média, sendo que seus vassalos eram,
principalmente, senhores feudais e cavaleiros. Estes senhores feudais e cavaleiros também
possuíam vassalos, formando, na Idade Média, extensos laços de vassalagem. Desta forma, num
momento de guerra, milhares de guerreiros eram mobilizados.
Suserano: nobre que doa a terra;
Vassalo: nobre que recebe a terra para nela trabalhar;
Investidura: é um ato solene que através do qual o nobre feudal torna-se suserano ou vassalo.
AS CRUZADAS (uma solução religiosa à crise feudal)
Nas Cruzadas, por exemplo, os cristãos conseguiram mobilizar milhares de guerreiros, para
combater os muçulmanos na Terra Santa, graças as inúmeras relações de vassalagem e suserania
que existiam na Europa Medieval.
As cruzadas consistiram em diversas expedições militares organizadas por diversos reinos cristãos
do Ocidente, nos séculos XI, XII e XIII, com o objetivo de libertar a Terra Santa do domínio dos
muçulmanos, o Papa Urbano II a apelar à reconquista da Palestina para os Cristãos.
MUDANÇAS NA FORMA DE PRODUZIR
O século XIII representou uma época de avanços tecnológicos na área agrícola. O
desenvolvimennto do arado de ferro com rodas, do moinho hidráulico e a utilização da atrelagem
dos animais (bois e cavalos) pelo peito representaram uma evolução agrícola importante,
trazendo um aumento significativo na produção dos gêneros agrícolas
CAUSAS DA CRISE DO FEUDALISMO
A partir do século X, ocorreram várias transformações na Europa que contribuíram para a
crise do sistema feudal:
- O aumento da produção, que provocou crescimento populacional e a conseqüente falta
de terras agricultáveis foi uma dessas causas.
MUDANÇAS NA EUROPA
Por volta do ano 1000:
- O renascimento comercial impulsionado, principalmente, pelas Cruzadas; (Gênova e
Veneza, na Itália, tornam-se novos pólos do comércio medieval.
- O aumento da circulação das moedas, principalmente nas cidades. Este fator
desarticulou o sistema de trocas de mercadorias, característica principal do feudalismo;
- Desenvolvimento dos centros urbanos, provocando o êxodo rural (saída de pessoas da zona
rural em direção às cidades). Muitos servos passaram a comprar sua liberdade ou fugir, atraídos
por oportunidades de trabalho nos centros urbanos;
- As Cruzadas proporcionaram a volta do contato da Europa com o Oriente, quebrando o
isolamento do sistema feudal;
- O surgimento da burguesia, nova classe social que dominava o comércio e que possuía alto
poder econômico. Esta classe social foi, aos poucos, tirando o poder dos senhores feudais;
- Com o aumento dos impostos, proporcionados pelo desenvolvimento comercial, os reis
passaram a contratar exércitos profissionais. Este fato desarticulou o sistema de vassalagem,
típico do feudalismo;
- No final do século XV, o feudalismo encontrava-se desarticulado e enfraquecido. Os senhores
feudais perderam poder econômico e político. Começava a surgir as bases de um novo sistema,
o capitalismo.
AS CIDADES MEDIEVAIS
Apesar da maior parte da população, durante a Idade Média, morar na zona rural algumas
cidades surgiram em áreas confinadas ou em áreas das antigas cidades romanas. Eram cidades
que reproduziam as relações do feudo (controle e entrada e saída, murada) porém, viviam do
pequeno comércio que realizavam e que aos poucos cresceu na Baixa idade Média.
O crescimento das atividades comerciais fez surgir novas relações de trabalho, diferentes da
servidão. Surgiram as Corporações de Ofício, que eram associações de artesãos que detinha o
controle do comércio local do seu produto.
A IGREJA CATÓLICA NA IDADE MÉDIA: a mais poderosa instituição da Idade Média
Com a expansão do feudalismo por toda a Europa Medieval, observamos a ascensão de uma das
mais importantes e poderosas instituições desse mesmo período: a Igreja Católica. Aproveitando-se
da expansão do cristianismo, observada durante o fim do Império Romano, a Igreja alcançou a
condição de principal instituição a disseminar e refletir os valores da doutrina cristã.
Estabelecida em uma sociedade marcada pelo pensamento religioso, a Igreja esteve nos mais
diferentes extratos da sociedade medieval. A própria organização da sociedade medieval (dividida
em Clero, Nobreza e Servos) era um reflexo da Santíssima Trindade. Além disso, a vida terrena era
desprezada em relação aos benefícios a serem alcançados pela vida nos céus. Dessa maneira,
muitos dos costumes dessa época estavam influenciados pelo dilema da vida após a morte.
Além de se destacar pela sua presença no campo das idéias, a Igreja também alcançou grande
poder material. Durante a Idade Média ela passou a controlar grande parte dos territórios feudais,
se transformando na maior detentora de terras, graças as doações e a herança deixada pelos que
morriam sem ter herdeiros.
A Igreja também teve grande monopólio sob o mundo letrado daquele período. Exceto os membros
da Igreja, pouquíssimas pessoas eram alfabetizadas ou tinham acesso às obras escritas. Por isso,
muitos mosteiros medievais preservavam bibliotecas inteiras onde grandes obras do Mundo Clássico
e Oriental eram preservadas.
Quando na baixa Idade Média houve o crescimento populacional, comercial e urbano, a Igreja
sentiu a necessidade de uniformizar ainda mais as suas práticas, houve uma unificação da doutrina,
para evitar pensamentos divergentes do que pregava o papa em Roma. Para controlar a ação dos
próprios membros do clero, bem como das práticas consideradas heréticas, o papa Lúcio III,
legalizou a criação do Tribunal da Inquisição ou do Santo Ofício.
Esse tribunal era encarregado de fazer investigações a respeito dos chamados “hereges”.
Lembrando que herege, para a igreja, eram todos que divergiam em algum aspecto, que tinha
pensamento diferente daquilo que a Igreja considerava como correto.
O judaísmo foi, na Idade Média, a heresia mais perseguida. Aqueles que fossem condenados, a pena
de
morte,
geralmente
era
queimado
em
praça
pública.
http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/igreja-na-idade-media.htm (Texto adaptado)
Fontes:
http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/igreja-na-idade-media.htm
FIDELIS, Alexandre e Marcelo Rito. Sistema de Ensino Poliedro. São Paulo: Editora Poliedro,
2010.
(PAZZINATO, L.A. & SENISE, M.H. História moderna e contemporânea. São Paulo: Ed. Ática,
2000, p. 8)
http://www.suapesquisa.com/feudalismo/crise_feudalismo.htm
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