Medicamentos de ação programada Liberação • Imediata (dissolução no estômago e absorção no intestino) Liberação Modificada • Retardada (desintegração, dissolução e absorção intestinal) • Repetida (2 doses) • Sustentada e Controlada (liberação lenta e prolongada) Vantagens: Liberação Modificada • Sustentada: a concentração sanguínea permanece acima da dose efetiva por um tempo prolongado. A liberação pode ser sustentada pelo processo de difusão ou erosão. Liberação Modificada • Liberação sustentada por difusão: comprimidos com sistema reservatório ou matricial • Sistema reservatório: • Fármaco encontra-se no núcleo do comprimido com revestimento funcional. • Revestimento contém polímero insolúvel em água e plastificante (confere hidrofilia ao revestimento • Polímero (etilcelulose); Plastificante (sacarose, hidroxipropilcelulose) • Água dissolve plastificante formando poros ou canais; • A água entra, dissolve o fármaco que é liberado por difusão Liberação Modificada • Sistema matricial: • Fármaco encontra-se homogeneamente disperso na matriz porosa e insolúvel. • Matriz insolúvel: cloreto de polivinila, polietileno ou etilcelulose • Água entra pelos poros, dissolve o fármaco que é liberado por difusão • Exemplos: Gradumet® Abbot – sufato ferroso (etilcelulose) Brycanil Duriles ® Astra Zeneca – Terbutalina (etilcelulose) Liberação Modificada • Liberação sustentada por erosão: • Comprimido com matriz hidrocoloidal que absorve água, expande volume, formando uma camada de gel, que libera o fármaco ao sofrer erosão. • Polímero da matriz: hidroxietilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, Carbopol ® carboximetilcelulose, • Exemplo: Klaricid UD (comprimidos de claritromicina de liberação prolongada) hidroxipropilmetilcelulose Liberação Modificada • Controlada: constante. o fármaco é liberado do comprimido a uma velocidade Liberação Modificada • Liberação controlada • O comprimido é um sistema de bomba osmótica. • O mecanismo de liberação é controlado por osmose. • A água entra pela membrana semi-permeável dissolvendo o fármaco • O compartimento osmótico absorve a água e expande o volume produzindo uma pressão que bombeia a solução do fármaco pelo orifício de saída • • Adalat Oros® • Liberação controlada de • nifedipina (oros osmotic) Liberação Modificada • Características do fármaco: • Não ter velocidade muito lenta nem muito rápida de absorção e excreção; • Ser uniformemente absorvidas no TGI; • Ser administrado em doses relativamente pequenas; • Ter boa margem de segurança; • Usados no tratamento de condições crônicas em vez de agudas. Liberação Modificada • Repetida: comprimidos com 2 doses do fármaco liberados em tempos diferentes cujo objetivo é reduzir a frequência de administração. Liberação Modificada • Repetida: • Mecanismo de liberação: • 1° dose do fármaco: liberada a partir de uma camada mais superficial • 2° dose do fármaco: liberada a partir de um núcleo revestido com uma membrana que rompe 6 horas após administração (liberação intestinal) • Polímero formador de membrana: Acetoftalato de celulose, Eudragit® (polímeros para revestimento gastro-resistente), goma laca (ácido graxo). • Proventil retabs ® (albuterol) • Polaramine retabs ® • Claritin D ® 24horas Liberação Modificada • Retardada:comprimidos com revestimento gastro-resistente que atravessam o estômago inalterados mas sofrem desintegração no intestino. Liberação Modificada Retardada: Veiculação de fármacos degradados pelo ácido estomacal ou irritantes da mucosa gástrica (diclofenaco sódico, KCl, sulfato ferroso) Fármacos absorvidos no intestino (evita perda no TGI) Mecanismo de liberação: Polímeros gastro-resistentes: goma laca, acetoftalato de celulose, eudragit Exemplos: Ecotrin (ácido acetilsalicílico) Cápsulas Cápsulas • Forma farmacêutica sólida destinada a encapsulação de fármacos sólidos, semi-sólidos e líquidos em invólucro gelatinoso; • Administrado por via oral; • O invólucro é hidrossolúvel e rompe para liberação do fármaco Classificação Tipo: Cápsulas de gelatina dura (pós, semi-sólidos) Cápsula de gelatina mole (soluções, suspensões) Tamanho: Cápsula Microcápsula Nanocápsula (nanotecnologia) Liberação: Imediata Modificada (retardada, repetida, prolongada) Vantagens Formas farmacêuticas sólidas mais estáveis que líquidas; Apresentam doses precisas quando bem elaboradas; Possibilidade de ajuste de dose quanto ao peso e idade; Mascara odor e sabor desagradável de fármacos; Melhor proteção do fármaco quanto à oxidação, fotólise e hidrólise; Facilidade de administração e conveniência para o paciente. DESVANTAGEM: Idosos e crianças tem dificuldade de engolir preparações sólidas Cápsulas de gelatina dura • Cápsula formada de invólucro gelatinoso, duro e hidrossolúvel. • Forma cilíndrica, • Coradas, opacas ou transparentes • Utilizadas na encapsulação de pós e grânulos • Invólucro: GELATINA NF: obtida da hidrólise parcial do colágeno de pele e ossos de animais; • Água, Açúcar, Opacificante (TiO2) e Corante Vit C = cápsula opaca para evitar oxidação Paracetamol = cápsula opaca pois degrada com a luz, umidade e calor Cápsulas de gelatina dura • Gelatina: Solúveis em água a 37°C; • HPMC: solúveis em temperaturas baixas (10°C); • Amolece quando absorve até 10x seu peso em água; • Solúvel em água quente e no líquido gástrico e rapidamente libera seu conteúdo; • Teste desintegração. Cápsulas de gelatina dura • Fechamento da cápsula: Corpo + tampa com lacre Corpo + tampa (mais utilizada) Corpo + tampa + selante Componentes: Corpo: parte que recebe a formulação Tampa: lacre a cápsula Cápsulas de gelatina dura • Especificações de qualidade: • Conteúdo de umidade (dessecação a 105ºC): 10 a 16% • Dimensões: de acordo com sua forma e tamanho • Solubilidade: mínimo 15minutos sem se dissolver na água a 25ºC e devem dissolver em 15 minutos em contato com HCl 0,5% p/v a 36-38ºC • Resistência à fratura: não devem quebrar ou rachar facilmente • Defeitos do invólucro: críticos maiores ou menores • Armazenamento e conservação: • Alta umidade: amolecem • Baixa umidade: tornam-se quebradiças • UR entre 30 – 40% e max 60%UR • Temperatura entre 20-25ºC Capsulas de gelatina dura Enchimento: se o fármaco ocupar menos de 90% do volume da cápsula devemos adicionar diluente I) EXCIPIENTES Diluente: são excipientes que aumentam o volume da formulação até uma quantidade manipulável, possibilitando enchimento correto da cápsula (concentração variável) Exemplos: Diluentes solúveis: lactose, sorbitol, manitol Diluentes insolúveis: amido, celulose microcristalina, fosfato de cálcio Cápsulas de gelatina dura I) EXCIPIENTES Desintegrante: são excipientes que promovem a desintegração da massa de pó, facilitando a dissolução do fármaco (empregados na concentração de 2 a 10%) Polímeros: absorvem água, expendem volume desintegrando a massa de pó. Exemplos: amido, glicolato de amido sódico, celulose, carboximetilcelulose, polivinilpirrolidona de cadeia cruzada (Crospovidona®) Cápsulas de gelatina dura I) EXCIPIENTES Lubrificantes: são excipientes que reduzem a adesão entre pós ou grânulos e as superfícies metálicas (concentração 0,1 -1%) Exemplos: Acido esteárico, estearato de magnésio (até 1%), talco Deslizantes: são excipientes que melhoram as propriedades de fluxo dos pós e grânulos, facilitando o enchimento das cápsulas (concentração 0,1 -1%) Exemplos: Óxido de sílica coloidal LSS até 2% neutralizar forças eletrostáticas e facilitar o processo de encapsulação Cápsulas de gelatina dura I) EXCIPIENTES Molhante: facilitar o umedecimento da substância farmacêutica pelos líquidos gastrintestinais, ampliar a dissolução de fármacos pouco solúveis. Quando a gelatina se dissolve, o líquido precisa deslocar o ar que circunda o pó seco dentro da capsula e penetrar no fármaco antes que o conteúdo da cápsula seja disperso e dissolvido. Fármacos pouco solúveis flutuam na superfície do líquido, quando o umedecimento não é imediato, a dissolução é retardada. Exemplos: LSS Cápsulas de gelatina dura I) EXCIPIENTES Aglutinantes: são excipientes que melhoram as propriedades de adesão entre as partículas do pó possibilitando a formação de grânulos Exemplos: Solução de glicose, sacarose, amido, gelatina, polivinilpirrolidona, carboximetilcelulose Grânulos que têm melhores propriedades de fluxo que os pós. Cápsulas de gelatina dura II) REDUÇAO DO TAMANHO DAS PARTÍCULAS Trituração Gral+pistilo= farmacia Moinho de bolas= indústria (martelos, pinos e facas) “Tamanho de partículas semelhante garante mistura de pós uniforme” Cápsulas de gelatina dura III) TAMISAÇAO “Uniformização do tamanho de partículas evita segregação dos pós” IV) PESAGEM E MISTURA DOS PÓS Cápsulas de gelatina dura IV) ENCAPSULAÇAO Farmácia Magistral Placa encapsuladora Cápsulas de gelatina dura • Escolha do tamanho da cápsula: O tamanho da cápsula varia com o volume de enchimento Escolha depende do volume ocupado pela massa de pó por cápsula Tamanho Volume de enchimento (mL) 5 0,13 4 0,20 3 0,28 2 0,37 1 0,48 0 0,67 00 0,95 000 1,36 Escolher a menor cápsula de acordo com a dosagem Cápsulas de gelatina dura Exercício: Como determinar o tamanho da cápsula para enchimento do fármaco A? Formulação: Fármaco A------- 200mg Massa de fármaco (m)= 0,2g (por cápsula) Densidade do fármaco (d)= 0,95g/mL d = m/v Volume (d) = 0,21mL Preparar 20 cápsulas Escolher o tamanho da cápsula na tabela baseando-se no volume Para v= 0,21mL escolher capsula n°3 (v= 0,28mL) Completar o 0,07mL com diluente Utilizar a densidade da lactose (0,62g/mL) para calcular a massa do diluente Pesar o fármaco e o diluente, misturar e encher as cápsulas. d = m/v 0,62= m/0,07mL m= 0,0434g Cápsulas de gelatina dura • Operação para enchimento manual: • Cápsulas são abertas manualmente; • O corpo é colocado nos orifícios da placa; • Pó é distribuído sobre a superfície com o auxílio de uma espátula; • Cápsulas são fechadas com a tampa, retiradas da placa e limpas. Cápsulas de gelatina dura • Indústria farmacêutica: • Máquinas de enchimento de cápsulas com pós ou grânulos. • GRÂNULOS: têm melhor propriedade de fluxo do que os pós e são mais fáceis de encapsular • Produção: 200.000cápsulas por hora Cápsulas de gelatina dura • Farmácia Magistral: • Tamanho ideal de partículas; • Caráter hidrofílico da massa de pós; • Solubilidade do fármaco e adjuvantes; • Adição de adjuvantes de dissolução, molhantes, desintegrantes; • Homogeneização adequada da mistura (uniformidade de dose); • Cálculos e escolha da cápsula; • Enchimento das cápsulas. Cápsulas de gelatina mole • Cápsula constituída de invólucro gelatinoso, flexível e hidrossolúvel; • Forma elíptica ou esférica; • Parede pode ser colorida ou transparente; • Matriz líquida ou semi-sólida. Cápsulas de gelatina mole • Que tipos de formulações podem ser encapsuladas? • Limitações: formulações com alto teor de água (soluções) que rompem a parede. Cápsulas de gelatina mole • Conteúdo: • Fármacos líquidos, em solução ou suspensão; • Alternativa para cápsula dura: substâncias voláteis ou suscetíveis à deterioração em contato com o ar • Líquidos não miscíveis em água, voláteis e não voláteis, como óleos vegetais e aromáticos, hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos, hidrocarbonetos clorados, éteres, ésteres, álcoois e ácidos orgânicos • Líquidos miscíveis em água e não voláteis como PEGs e agentes tensoativos não iônicos de superfície, como polissorbato 80 • Compostos miscíveis em água e relativamente não voláteis, como propilenoglicol e álcool isopropílico, dependendo de fatores como concentração e condições de embalagem Vantagens • Grande capacidade industrial; • Atraentes e facilmente deglutidos; • Excelente estabilidade (fármaco protegido pela matriz e cápsula); • Melhor biodisponibilidade para alguns fármacos; Produção • Formulação: • Gelatina (63 – 47%) • Plastificante (29-48%) – glicerina, propilenoglicol • Modificador (X-Y%) – TiO2, corantes • Água (5-8%) Operações: 1) 2) 3) 4) Preparação das fitas de gelatina mole Injeção da formulação entre as fitas Corte e lacre Ejeção, lavagem e secagem da cápsula Cápsulas de liberação modificada •Retardada •Repetida •Prolongada Cápsulas de liberação modificada • Retardada: cápsulas ou grânulos com revestimento gastroresitente que atravessam o estômago inalterados mas sofrem desintegração no intestino liberando o fármaco Cápsulas de liberação Retardada Revestimento gastro-resistente pode ser efetuado Cápsulas de gelatina dura Cápsula s de gelatina mole Grânulos (revestido e encapsulado) Utilização: veiculação de fármacos degradados pelo ácido estomacal ou irritantes da mucosa gástrica (diclofenaco, KCl, sulfato ferroso) Polímeros: acetoftalato de celulose, Eudragit® Mecanismo de liberação Retardada Estômago (pH 1-3) Grânulo atravessa o estômago intacta Exemplo: Prevacit Intestino (pH 6-8) Dissolução do revestimento Liberação do fármaco Cápsulas de liberação modificada • Repetida: liberação de 2 doses do fármaco por cápsula para redução da frequência de administração. Cápsulas de liberação Repetida Preparação • A formulação contendo o fármaco é granulada; • Parte dos grânulos é revestida com polímero gastro-resistente; • A cápsula é enchida com grânulos com e sem revestimento. • Polímero: Acetoftalato de celulose, Eudragit® Cápsulas de liberação Repetida Mecanismo de liberação • 1° dose do fármaco é liberado a partir de grânulos sem revestimento • 2° dose do fármaco é liberada a partir dos grânulos revestidos 8 horas após a administração Cápsulas de liberação Prolongada Característica de cápsulas com matriz hidrocoloidal ou grânulos revestidos que prolongam a liberação do fármaco. Velocidade de liberação é lenta mas não constante. Cápsulas de liberação Prolongada • VANTAGENS • Manutenção dos níveis terapêuticos ótimos com o mínimo de flutuações. • Redução da frequência de administroções e efeitos colaterais • Prolonga o tempo de ação de fármacos com meia-vida curta • Otimização do tratamento e melhor qualidade de vida do paciente • DESVANTAGENS • Custo (medicamento caro) Cápsulas de liberação Prolongada • TECNOLOGIA • Cápsulas com grânulos revestidos • A formulação contendo o fármaco é granulada; • Parte dos grânulos são revestidos a base de polímero pouco solúvel em água e plastificante. • Polímero: etilcelulose • Plastificante: sacarose, hidroxipropilcelulose (confere hidrofilia à parede) • A cápsula é enchida com os grânulos sem revestimento e grânulos com revestimento de espessuras diferentes. Cápsulas de liberação Prolongada • Cápsulas com grânulos revestidos • Mecanismo de liberação: • Após administração a cápsula rompe e libera os grânulos • Os grânulos liberam o fármaco em pulsos, sustentando a liberação • 1° pulso de liberação: grânulos sem revestimento; • 2° pulso de liberação: grânulos com revestimento fino; • 3° pulso de liberação: grânulos com revestimento espesso. • Ex.: Cápsulas Spandule Cápsulas de liberação Prolongada • Cápsulas com matriz hidrocoloidal • Preparação: • Fármaco e polímero formador de matriz são pesados e misturados • Cápsula é enchida com a mistura; • Polímeros: hidroxietilcelulose, carboximetilcelulose e metilcelulose Cápsulas de liberação Prolongada • Cápsulas com matriz hidrocoloidal • Mecanismo de liberação: • Após rompimento da cápsula a matriz absorve água, expande volume, formando uma camada de gel que limita a entrada de água e a difusão do fármaco. • A liberação do fármaco ocorre pela erosão do gel ao redor da matriz. • Ex.: Valrelease®