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ROMA E A ANTIGUIDADE TARDIA:
A HERANÇA DA CIVILIZAÇÃO
ROMANA:
• Maior herança deixada pelos romanos: língua latina (deu
origem a várias línguas como: o português, o espanhol, o
francês, o italiano e etc.) e as instituições romanas (os códigos
de direito moderno e as principais instituições políticas de
nossos sistemas de governo, como o regime republicano e o
Senado).
• Igreja Católica: a única instituição que sobreviveu ao fim da
civilização romana e que se mantêm ativa até a atualidade.
• O cristianismo: fundamento do catolicismo, triunfou como
religião na Antiguidade Tardia (transição da civilização grecoromana, urbana e pagã, para a civilização medieval, ruralizada
e cristã).
A POLÊMICA ORIGEM DE ROMA:
• Explicação mitológica: Os romanos explicavam a origem de sua cidade
através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os
gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba,
que os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de
pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras
para fundar uma nova cidade que seria Roma. A disputa entre eles,
provocou a morte de Remo. Rômulo tornou-se o primeiro rei da cidade,
que recebeu esse nome em sua homenagem.
• Explicação histórica: De acordo com os historiadores, a fundação de Roma
resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da Península
Itálica: gregos, etruscos e italiotas. A pequena vila assumiria a aparência
de cidade com a chegada dos etruscos.
• Um local estratégico: próximo ao mar, protegida por colinas, às margens
do rio Tibre e cruzamento de estradas que se dirigiam ao norte e ao sul da
Itália.
MONARQUIA ROMANA:
• Sociedade: patrícios (proprietários rurais), plebeus (camponeses livres,
artesãos urbanos, pequenos comerciantes e imigrantes) e poucos escravos
• Organização política: antes dos etruscos centrava-se em duas
assembleias: os comícios curiais (reuniam os guerreiros até 45 anos de
idade) e o Senado (compostos pelos mais idosos e tinha a função de
escolher o rei).
• Reis etruscos: estiveram em confronto com os patrícios (aristocracia latina
pastoril)
• Economia: agropastoril – os patrícios compunham a elite romana
(proprietários de terra).
• Fim da monarquia: Tarquínio foi o último rei no período da monarquia de
Roma. Ele ficou conhecido como o Soberbo, por causa do seu desejo de
acabar com a influência que o Senado exercia sobre a vida política dos
romanos. Foi expulso por um grupo de aristocratas. Iniciava-se a República
Romana – Senado concentrou mais poder político.
A REPÚBLICA ROMANA:
• A participação política dos cidadãos na Roma republicana: ocorria por
meio de assembleias: por centúrias, por tribos e concílios da plebe.
• Conflitos entre patrícios e plebeus: As principais reivindicações dos
plebeus eram: ocupar cargos no Estado, votar no Senado e realizar suas
próprias assembleias. Exigiam o fim da escravidão por dívidas, o acesso à
terras conquistadas (um dos maiores motivos-questão fundiária) e o
direito ao casamento legal com patrícios.
• Desigualdade social, econômica e política entre patrícios e plebeus:
cresciam as tensões sociais – muitos plebeus foram obrigados a
abandonar suas terras para lutar nas guerras de conquista, ao retornar se
viam obrigados a entregar suas terras para pagar dívidas contraídas.
• Conquistas sociais e políticas dos plebeus: Instituição do Tribunato da
Plebe, Lei das Doze Tábuas, Direito ao casamento misto, Direito de receber
as terras conquistadas, Abolição da escravidão por dívidas, acesso a
cargos públicos e religiosos e os plebiscitos passam a ter força de lei.
A EXPANSÃO MILITAR ROMANA:
• Expansão militar: a estrutura do exército e experiência dos
comandantes foram decisivas para o êxito das campanhas
militares. Ao norte, os romanos fundaram colônias no Vale do Pó,
com objetivo de se defender dos gauleses que ameaçavam a Itália.
E ao sul passaram a controlar a península.
• Guerras Púnicas: rivalidade entre romanos e cartagineses pelo
domínio do Mar Mediterrâneo. Os romanos dominaram toda a
Península Itálica, a Grécia, a Macedônia e a própria Cartago (se
tornou província romana).
• Consequências das conquistas militares romanas: acúmulo de
riquezas (dos países conquistados), mudança no estilo de vida (de
simples para luxuoso e requintado), influência cultural de outros
povos (principalmente dos gregos), aumento do número de
escravos, aumento da massa de plebeus pobres e miseráveis.
A CRISE SOCIAL NO FIM DA
REPÚBLICA:
• A sociedade dividia-se em dois grandes polos: De um lado, o povo e seus
líderes, que reivindicavam reformas sociais urgentes. De outro a nobreza e
grandes proprietários rurais ( ricos proprietários dos latifúndios, baseados
no uso em massa do trabalho escravo).
• Grupos beneficiados pelas conquistas militares: NOBILITAS (líderes
plebeus mais ricos e influentes), CAVALEIROS da ordem equestre –
dedicava-se à cobrança de impostos.
• A reforma agrária dos irmãos graco: a crescente proletarização e o
aumento populacional nas áreas urbanas intensificaram a miséria das
camadas populares. Na tentativa de amenizar a crise social, os irmãos
graco, que eram tributos da plebe, tentaram promover uma reforma social
para melhorar as condições de vida da massa plebeia. Propuseram a
distribuição de terras entre camponeses plebeus (reforma agrária) e
limitações ao crescimento dos latifúndios. Sofreram então forte oposição
do Senado romano. Acabaram sendo assassinados.
O NASCIMENTO DE UM
IMPÉRIO UNIVERSAL:
• A guerra civil e o fim da República: confronto entre duas facções após
assassinato dos irmãos Graco – os populares, que defendiam a ampliação
dos direitos da plebe e os oligarcas, interessados em manter os privilégios
das famílias patrícias. Os conflitos foram duramente reprimidos pelo
exército. Houve também a eclosão da maior rebelião de escravos
liderados por Espártaco.
• Conflitos políticos: o fortalecimento do exército permite a tomada de
poder pelos generais instalando a ditadura em Roma (o mais importante
foi César). Na sequência de conflitos, Otávio derrota Marco Antônio
tornando-se o primeiro imperador de Roma.
• O Alto Império: época áurea do século de Otávio Augusto. Longo período
conhecido como paz Romana (relativa paz interna, estabilidade das
instituições e riqueza econômica e cultural). Nesse período consolidou-se
a cultura greco-latina (síntese de valores culturais gregos e latinos). O
mundo romano tornou-se bilíngue ( latim no Ocidente e grego no Oriente)
CONT. DO IMPÉRIO:
• Cont. da cultura no século de Augusto: a religião foi marcada por
um sincretismo religioso (unificação de deuses latinos e gregos e
novos cultos de origem oriental). Os principais meios de difusão da
cultura eram as bibliotecas e as leituras públicas.
• A arquitetura romana: inspirados no modelo grego, surgiu um
estilo arquitetônico monumental (teatros, templos, fóruns).
• O poder do imperador: De um lado as assembleias perderam sua
função, e outras instituições, como o Senado e as magistraturas,
tiveram sua autonomia enfraquecida. Por outro, as decisões dos
imperadores deviam ser legitimadas pelo Senado, e o exército
transformou-se numa força política. O imperador concentrava a
função de comandante supremo e de tribuno da plebe, o que lhe
permitia vetar decisões do Senado.
• O império viu-se diante de um novo problema: proteger as
fronteiras ( a fronteira que separava o domínio romano dos povos
bárbaros).
HOMENS LIVRES, ESCRAVOS E O
COTIDIANO EM ROMA:
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Acesso à cidadania: não era garantido a todos. A divisão fundamental da sociedade romana
não se localizava nas diferenças econômicas entre os próprios cidadãos, e sim na distância
que havia entre cidadãos e não cidadãos. Os escravos, os estrangeiros e as mulheres estavam
excluídos do direito à cidadania.
Cidadania romana: um privilégio muito cobiçado, pois garantia os direitos políticos e sociais
fundamentais, como o direito à propriedade, ao casamento, à herança, a fazer contratos e
defender-se de acusações no tribunal.
Édito de Caracala: a cidadania foi progressivamente expandida aos habitantes romanos. Os
escravos podiam se tornar cidadãos se fossem alforriados por seus donos. E o Édito de
Caracala estendia o direito de cidadania a todos os habitantes livres do Império.
A escravidão na sociedade romana: era considerado, ao mesmo tempo, uma propriedade
(era uma coisa, uma mercadoria) e uma pessoa (um ser humano sem autonomia).
Meios de abastecer Roma de escravos: guerras, tráfico de escravos, menores abandonados e
os filhos rejeitados por seus pais podiam ser escravizados. Também a pobreza levando à
venda de recém-nascidos a traficantes e adultos que se vendiam como escravos para não
morrerem de fome. E os filhos de escravos que pertenciam aos seus donos.
A escravidão e o estoicismo: os estoicos não questionavam diretamente a instituição da
escravidão, porém defendiam um tratamento mais humano para os escravos. Com o tempo
os escravos ganharam alguns direitos, mas nunca chegaram a ser considerados cidadãos.
A CIDADE ROMANA X A ZONA RURAL:
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A cidade romana: para o romano, a cidade era considerada o habitat do
homem civilizado. Local onde negociavam e vendiam seus produtos. Uma
estrutura planejada (grandes obras de engenharia).
A zona rural: a cidade tinha grande importância no cotidiano romano, mas a
base econômica era a agricultura. As terras estavam concentradas nas mãos
da elite.
Relações de trabalho: a escravidão (latifúndio escravista) e o colonato (as
terras eram divididas pelos proprietários e cultivadas por rendeiros ou
colonos. Estes tinham a obrigação de entregar parte de sua produção aos
proprietários e a parte restante tiravam para sua sobrevivência).
A vida cotidiana: em Roma a família era considerada extensa, pois além dos
pais e filhos, incluía também os escravos, os agregados, os animais e todos os
bens da casa. O casamento era uma aliança entre as famílias (permitia
aumentar seu patrimônio e sua influência na sociedade). A sociedade era
patriarcal ( a autoridade era exercida pelo pai de família).
A política do “pão e circo”: migalhas (pão e trigo) eram fornecidas
gratuitamente à população e haviam espetáculos públicos em arenas, os
gladiadores, para entreter a população, fazendo com que não ficassem
revoltados com o seu desemprego e demais problemas sociais.
O DECLÍNIO DO IMPÉRIO ROMANO:
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Anarquia militar, invasões e guerra civil: Crise a partir do século III. O exército
tornou-se um corpo de soldados profissionais ligados a seus comandantes.
Enquanto as tropas saqueavam cidades, os comandantes tramavam usurpar o
trono. Houve uma série de montins militares e guerras civis. O exército deixou
de proteger as fronteiras – invasões de tribos germânicas e ameaça persa.
Imperadores aumentavam impostos e confiscavam produtos e bens dos
cidadãos livres e dos pobres agricultores.
As invasões e a guerras civis acabaram provocando uma série crise
econômica: cidades destruídas, rotas comerciais interrompidas, inflação
crescente, doenças e fome.
O declínio da escravidão: o fim das conquistas territoriais acabou afetando o
fornecimento de escravos para as propriedades agrícolas. Não havia colonos
suficientes para substituir a produção dos escravos gerando a queda na
produtividade agrícola.
A reforma de Diocleciano: adotou a tetrarquia (dividiu o Império em quatro
regiões) Conseguiu restaurar a unidade territorial do Império, repeliu os
bárbaros para fora das fronteiras e estabeleceu um tratado de paz com os
persas. A disputa pelo poder entre os tetrarcas levou a nova guerra civil.
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NASCE A RELIGIÃO CRISTÃ:
Cristianismo: Na Roma antiga política e religião estavam unidas. Essa
associação se manteve também na relação com o cristianismo a partir do
século IV.
Perseguição aos cristãos: os primeiros cristãos não admitiam a natureza divina
do imperador e reverenciavam Jesus de Nazaré como enviado de Deus.
Constantino e o cristianismo: foi no governo de Constantino que o
cristianismo se aproximou do governo romano. Publicou o Édito de Milão
(decreto que estabeleceu liberdade de culto aos cristãos). Transferiu a capital
do Império para Bizâncio que foi rebatizada de Constantinopla.
A difusão do cristianismo: o cristianismo era uma religião de uma minoria (no
início). Após o Édito de Milão e a conversão do imperador e da parte da elite
romana que o cristianismo se expandiu em Roma. O que mais atraía os fiéis
era a proteção social oferecida pela Igreja Católica.
O cristianismo torna-se a religião oficial: através do Édito de Tessalônica,
Teodósio transformou o cristianismo na religião oficial de Roma, instituindo
uma política de perseguição aos pagãos.
A perda da unidade territorial: o Império foi dividido em dois: Império
Romano do Ocidente (ruralizou com as invasões bárbaras) e Império Romano
do Oriente (desenvolveu uma economia comercial e urbana).
A fragmentação do Império Romano: exploração do Estado sobre os cidadãos,
epidemia de peste, imigração em massa e o declínio comercial e o abandono
das cidades = formação de uma nova sociedade na Europa Ocidental (feudal).
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