Liga Acadêmica Paraense de Neurociências NEUROLIGA-PA Ciclo de Seminários Tema: Neuroontogênese Humana Rodrigo Nascimento dos Santos Belém-PA Julho - 2012 02/07/2012 2 Eis aí, o objeto de nosso estudo e que nos torna seres tão complexos: O Cérebro. 02/07/2012 3 02/07/2012 4 Visão Geral Filogenia Ontogenia Entender as diferenças entre o sistema nervoso humano e o sistema nervoso de outros animais. Determinar os fenômenos mais importantes na ontogênese do sistema nervoso . Definir as principais alterações anatômicas que levam a evolução humana. 02/07/2012 5 1ª PARTE (Geral) Prefácio 1. Filogenia 2. Propriedades Fundamentais 3. Exemplos de organismos quanto as propriedades 4. Ontogênese 5. Fases do Desenvolvimento 6. Etapas e Princípios do Desenvolvimento do Sistema Nervoso 7. Sinais Indutores controlam a diferenciação celular neural – Indução Neural 8. Bloqueador da Neurulação 02/07/2012 7 Filogenia Contato com o meio ambiente; Perceber os estímulos produzidos e responder a estes; A resposta pode ser externa e demonstrada através de um movimento ou interna e não demonstrada em uma ação; Manutenção da homeostase; Desenvolvimento de mecanismos de captura de alterações ambientais; Mecanismos efetores de resposta. 02/07/2012 8 02/07/2012 9 02/07/2012 10 Propriedades Fundamentais 1. Irritabilidade ou Excitabilidade: Propriedade de ser sensível a um estímulo. 2. Condutibilidade: Reação ao estímulo dando origem a um impulso. 3. Contratilidade: Esta resposta pode se manifestar em um encurtamento da célula, por exemplo a um estímulo nocivo. 02/07/2012 11 Exemplos de organismos quanto as propriedades a. Ameba: Apresenta todas as propriedades. b. Esponjas: Células musculares primitivas. c. Anêmona do unipolares. mar: Células nervosas d. Minhoca: Sistema nervoso segmentado. 02/07/2012 12 Sistema Nervoso O alcance de um certo nível de complexidade e organização quanto aos mecanismos efetores de resposta à estímulos. Cérebro Centro dominante no qual se integram os diferentes estímulos, sejam internos ou externos, do qual advêm as respostas. 02/07/2012 13 Ontogênese Surgimento dos primeiros neurônios e a função primordial do Sistema Nervoso. O ectoderma origina o Sistema Nervoso. Tubo Neural: Estrutura tubular oca, constituído por células que são especialistas na transmissão de estímulos (neurônios). 02/07/2012 14 Fases do Desenvolvimento Óvulo Mórula Blastocisto Disco Embrionário Gástrula* Neurula* Formação do Disco Embrionário (Citogênese em Histogênese) Diferenciação em 3 camadas: Ectoderma, Mesoderma* e Endoderma. 02/07/2012 15 Gastrulação • É o processo pelo qual o disco embrionário bilaminar se transforma em trilaminar. A gastrulação é o início da morfogênese. • Ocorre durante a 3º semana. • Durante a gastrulação se formam a linha primitiva, as camadas germinativas e a notocorda. 02/07/2012 16 02/07/2012 17 • A linha primitiva se forma na região caudal do embrião como uma proliferação das células do epiblasto. Posteriormente, as células invaginam formando o sulco primitivo. Na região cefálica acontece a mesma coisa, formando-se o nó primitivo e a fosseta primitiva. A partir dessas estruturas se origina o mesoderma. 02/07/2012 18 • A notocorda define o eixo primitivo do embrião, serve de base para a formação dos ossos da coluna vertebral e da cabeça, indica o local dos futuros corpos vertebrais. • A linha primitiva estabelece o plano básico do corpo nos vertebrados: eixo central (linha média), simetria bilateral, superfícies ventrais e dorsais e extremidades cefálica e caudal. • O nó primitivo (de Hensen) define a direção cefálica. 02/07/2012 19 • Na gastrulação o neuroepitélio pode ser reconhecido pela primeira vez como distinto de outras células ou tecidos. 02/07/2012 20 02/07/2012 21 Neurulação • Processos envolvidos na formação da placa neural e pregas neurais e fechamentos destas pregas para formar o tubo neural. • A formação do tubo neural começa no início da 4º semana (dias 22 a 23) e termina no final da 4º semana, quando ocorre o fechamento do neuróporo caudal (posterior). 02/07/2012 22 Placa neural e tubo neural: • A notocorda em desenvolvimento induz a formação da placa neural. • Día 18 → invaginação da placa neural formando um sulco neural mediano, com as pregas neurais de ambos lados (proeminentes na região cefálica – primeiros sinais de desenvolvimento do encéfalo). • Fim da terceira semana → aproximação das pregas, que começam a fundir-se. 02/07/2012 23 02/07/2012 24 Formação da crista neural: • Quando o tubo neural se separa do ectoderma na superfície, células da crista neural migram dorsolateralmente de ambos lados do tubo neural e formam uma massa achatada, a crista neural (entre o tubo neural e o ectoderma superficial sobrejacente). • Dá origem aos gânglios sensitivos dos nervos espinhais e cranianos. • Células da crista neural migram em várias direções e se dispersam pelo parênquima. 02/07/2012 25 02/07/2012 26 Sulco Neural Placa Neural Gânglio Espinhal Tubo Neural Crista Neural Formação do tubo neural e da crista neural. 02/07/2012 27 02/07/2012 28 Neuroontogênese e Gliogênese 02/07/2012 29 Tubo Neural 02/07/2012 30 Neuroectoderma 02/07/2012 31 Placa del techo Capa neuroepitelial Placa basal Placa del piso 02/07/2012 32 Etapas e Princípios do Desenvolvimento do Sistema Nervoso As transformações estruturais do Sistema Nervoso; Surgimento de perguntas fundamentais: a) Como, de repente, o ectoderma diferencia-se em neuroectoderma? b) De que modo as células do neuroectoderma ficam COMPROMETIDOS com um destino neural? 02/07/2012 33 • Neurulação: Consiste no direcionamento da expressão gênica das células ectodérmicas no sentido da síntese de proteínas específicas do tecido nervoso, que vão resultar na gradativa transformação dessas células precursoras em células neurais. • Identidade Neural destino neural • Pergunta: Como ocorre a determinação da identidade neural do neuroectoderma? 02/07/2012 34 Princípios da Programação Genética do Desenvolvimento do Sistema Nervoso • Os genes do desenvolvimento são expressos repetidamente em diferentes estágios do desenvolvimento, podendo desenvolver diferentes funções. • O território de expressão dos genes organizadores geralmente é difuso no início do desenvolvimento e se torna mais localizado com o desenvolvimento do tubo neural. • O território de expressão de um gene pode variar em distintos neurômeros. • Alguns genes ativam, regulam o inibem a expressão de outros genes. 02/07/2012 35 • Alguns genes podem compensar a perda de outros quando existe uma sobreposição de territórios entre eles (redundância e sinergia)... • Um gene organizador pode aumentar sua expressão em territórios ectópicos (resposta a teratógenos) – malformações... • Genes do desenvolvimento regulam a proliferação celular para manterem constante a proporção de sinapses entre neurônios relacionados – gene PTC: a mutação deste gene está associado a carcinoma de células basais esporádico, tumores neuroectodérmicos do cerebelo – gangliocitoma do cerebelo. 02/07/2012 36 Sinais Indutores controlam a diferenciação celular neural – Indução Neural Dois pesquisadores alemães na década de 1920; Hans Spemann(1869-1941) e Hilde Mangold(1898-1924); Pioneiros da embriologia experimental; Experimento: • Embriões de anfíbios; • Dissecação de um pedaço da região precursora do mesoderma; 02/07/2012 37 • Inserção de cada pedaço no ectoderma de outros embriões; Na região do transplante: • Formação de uma segunda placa e um tubo neural; • Formação de um animal XIFÓPAGO; Conclusão: • Indução do tecido transplantado a transformação do ectoderma em neuroectoderma. • ????????????????????????????????????? 02/07/2012 38 02/07/2012 39 Alguns anos depois... Exatamente 70 anos depois do experimento, com mais propriedades as perguntas foram de fato respondidas; A 1ª descoberta: A diferenciação neural é o caminho “normal” de todo ectoderma. Conclusão: Dissociação de células ectodérmicas e cultivadas em meios de cultura; Nessas condições, todas se tornavam células neurais. 02/07/2012 40 Mas e as partes que não se diferenciavam em células neurais? Disporiam de algum fator bloqueador dessa via de desenvolvimento? Acabou-se por se identificar um grupo de proteínas do ectoderma não neural, capazes de bloquear a NEURULAÇÃO. (LEMBRA-SE?) 02/07/2012 41 Bloqueador da Neurulação o Proteínas Morfogenéticas Ósseas o BMP (Bone Morphogenetic Protein) o Presente em grande parte do ectoderma, exceto na região da placa neural que recebe influência do mesoderma subjacente através dos FATORES INDUTORES capazes de suprimir a ação das BMPs. o Fatores Indutores: Folistatina, Noguina e Cordina. Sua ação consiste ligar-se às BMPs, inibindo sua atividade. 02/07/2012 42 2ª PARTE (Específica) Prefácio 1. Organização do Sistema Nervoso 2. Sistema Nervoso Central 3. Sistema Nervoso Periférico 4. Lâminas 5. Bibliografia 02/07/2012 44 Organização do Sistema Nervoso Sistema Nervoso Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso Periférico (SNC) (SNP) Encéfalo Medula espinhal Nervos Terminações Nervosas Gânglios 02/07/2012 46 02/07/2012 47 Sistema Nervoso Central • Formado a partir do Tubo Neural; Cérebro Encéfalo Cerebelo Tronco Encefálico Medula Espinhal: Envolvida pela coluna vertebral óssea e está colada ao tronco encefálico. 02/07/2012 48 Encéfalo Cérebro Cerebelo Tronco encefálico Formação do encéfalo: • Tubo neural cefálico ao 4º par de somitos. • A fusão das pregas neurais da região cefálica e o fechamento do neuróporo rostral formam as três vesículas encefálicas primárias, estas formam: - encéfalo anterior (prosencéfalo) - encéfalo médio (mesencéfalo) -encéfalo posterior (rombencéfalo) • Durante a 5º semana, se dividem em vesículas secundárias: - encéfalo anterior → telencéfalo (vesículas ópticas, hemisférios cerebrais) e diencéfalo - encéfalo médio → não se divide - encéfalo posterior → metencéfalo e mielencéfalo (ponte, cerebelo e bulbo) • Hipófise (4º semana) 02/07/2012 50 02/07/2012 51 02/07/2012 52 02/07/2012 53 Cérebro • Porção mais rostral e mais larga do encéfalo; • Dividido ao meio em dois hemisférios cerebrais, separados pela profunda FISSURA SAGITAL; Quanto ao controle das sensações e movimentos: Hemisfério cerebral direito Lado esquerdo do corpo Hemisfério cerebral esquerdo Lado direito do corpo 02/07/2012 54 02/07/2012 55 02/07/2012 56 02/07/2012 57 Cerebelo • Situado atrás do cérebro, do latim “cérebro pequeno”; • Contém tantos neurônios como ambos os hemisférios cerebrais juntos; • É o centro para o controle do movimento que possui conexões com o cérebro e a medula espinhal; Quanto ao controle dos movimentos: Lado direito do cerebelo Lado direito do corpo Lado esquerdo do cerebelo Lado esquerdo do corpo 02/07/2012 58 02/07/2012 59 02/07/2012 60 Tronco Encefálico • Porção restante do encéfalo; • Forma o talo por onde os hemisférios cerebrais e o cerebelo originam-se; • Regula funções vitais: Respiração, consciência e controle da temperatura; Envia informações do: Cérebro para a medula espinhal e cerebelo; Medula espinhal e cerebelo para o cérebro. 02/07/2012 61 Mesencéfalo Ponte Bulbo 02/07/2012 62 Medula Espinhal • De onde saem 31 pares de nervos espinhais, através dos forames intervertebrais • Substância cinzenta: central (H medular) • Colunas anterior e posterior • Substância branca: periférica 02/07/2012 63 Formação da medula espinhal • Espessamento das paredes do tubo neural na região caudal ao 4º par de somitos. • O canal neural do tubo neural converte-se no sistema de ventrículos do encéfalo e no canal central da medula espinhal. • As células neuroepiteliais constituem a zona ventricular (camada ependimária) que dá origem aos neurônios e células macrogliais. Posteriormente, se diferenciam em células ependimárias e formam o epêndima que reveste o canal central da medula. 02/07/2012 64 • O crescimento dos axônios forma a substância branca da medula espinhal. • As células da micróglia derivam de células mesenquimais. Formação dos gânglios espinhais • Derivam das células da crista neural. 02/07/2012 65 02/07/2012 66 02/07/2012 67 Medula Espinhal – Gânglio Espinhal 02/07/2012 68 Medula Espinhal – Gânglios Espinhais 02/07/2012 69 Famílias de Genes do Desenvolvimento do SNC • Sequencia de ácidos nucleicos similar • Funções gerais similares EXEMPLOS • SHH (Sonic hedgehog) exerce um forte gradiente para a ventralização no tubo neural – a mutação deste gene parece estar relacionada à holoprosencefalia... • PAX, WNT – famílias de genes que causam a diferenciação de estruturas dorsais do tubo neural. • GENES HOX – eixo rostrocaudal. • NEURO-D – importante na diferenciação precoce do neuroepitélio . • WNT-1 - a perda da expressão deste gene resulta em hipoplasia cerebelar, e alterações da ponte e cérebro médio. 02/07/2012 70 Sistema Nervoso Periférico • Formado a partir da Crista Neural; SNP Somático: Voluntário; Inervam pele, articulações e músculos. SNP Visceral /SNV(Sistema Nervoso Vegetativo): Involuntário; Inervam órgãos internos, vasos sanguíneos e glândulas. 02/07/2012 71 02/07/2012 72 02/07/2012 73 Encéfalo: prosencéfalo- mesencéfalorombencéfalo M P R 02/07/2012 74 Telencéfalo- Diencéfalo 02/07/2012 75 metencéfalo Flexura pontínea mielencéfalo 02/07/2012 76 MIELENCÉFALO 02/07/2012 77 Metencéfalo 02/07/2012 78 METENCÉFALO-MIELENCÉFALO 02/07/2012 CEREBELO EM DESENVOLVIMENTO 79 CEREBELO 02/07/2012 80 CEREBELO 02/07/2012 81 02/07/2012 82 Mesencéfalo 02/07/2012 83 Diencéfalo: Epitálamo, tálamo e Hipotálamo 02/07/2012 84 Telencéfalo: hemisférios cerebrais 02/07/2012 85 ENCÉFALO 02/07/2012 86 02/07/2012 87 Mielencéfalo Metencéfalo Mesencéfalo Diencéfalo Telencéfalo 02/07/2012 88 Telencéfalo 02/07/2012 89 Diencéfalo Telencéfalo 02/07/2012 90 Mesencéfalo 02/07/2012 91 Metencéfalo Mielencéfalo 02/07/2012 92 Diencéfalo Telencéfalo 02/07/2012 93 Bibliografia • MACHADO, Angelo B. M. Neuroanatomia Funcional, 2ª ed. – São Paulo: Editora Atheneu, 2006. • LENT, Roberto Cem Bilhões de Neurônios?: Conceitos Fundamentais de Neurociência – 2ª ed. – São Paulo: Editora Atheneu, 2010. • BEAR, Mark F. et al. Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso – 3ª ed. – Porto Alegre: Artmed, 2008. • Universidad Nacional Mayor de San Marcos – Facultad de Medicina Humana – Escuela Académico Profesional de Medicina Humana (Lâminas). 02/07/2012 94 • Menkes JH, Sarnat HB, Maria BL, editores. Child Neurology. 7ª ed. Lipincott Williams & Wilkins;2006 • Moore KL, Persaud TVN. Embriologia Básica. 7ª ed. Saunders – Elsevier; 2008 02/07/2012 95 02/07/2012 96