A MEMÓRIA REPUBLICANA INSCRITA NAS RUAS E PRAÇAS DE ASSIS APRESENTAÇÃO • • • Esta Exposição é fruto das leituras, discussões e pesquisas, realizadas por alunos de Graduação do curso de História, da UNESP, câmpus de Assis, durante as atividades do curso de extensão “Patrimônio e memória: abordagens e perspectivas”, no segundo semestre de 2008, sob o patrocínio do CEDAP e do Departamento de História. O tema “A memória republicana inscrita nas ruas e praças de Assis” foi proposto aos alunos com o propósito de articular as leituras teóricas e historiográficas à pesquisa, sobre a problemática da memória republicana, materializada nos diversos signos que remetem aos grupos e aos projetos diversos, ao longo da experiência republicana e aos significados atribuídos pelos sujeitos envolvidos nesse processo. O recorte tinha por objetivo precisar uma temática abrangente que permitisse discutir o liame entre o indivíduo e a coletividade, articulado à busca de laços de pertença e de comunhão de sentido em torno de certos ideais e causas consideradas relevantes para a sociedade brasileira. Nesse sentido, a experiência republicana apresentava-se emblemática para tal reflexão, pela abrangência de seus signos e dos vários suportes de memória que foram elaborados para dar sustentação ao seu ideário e a forma social de organização dos cidadãos brasileiros. Certamente, perguntas e caminhos diversos perpassam a problemática e poderiam direcionar sua abordagem sob ângulos múltiplos. Mas, para os alunos envolvidos nesse projeto, de limites circunscritos — trabalho final de um curso de 32 horas —, o eixo da discussão voltou-se à avaliação da eficácia desses “signos de memória”, inscritos nas ruas e praças de Assis, para a sociedade atual e, em particular, para os assienses. Recebido os textos, o que ficou em evidência foi o deslocamento da questão: em vez de atualização e ressignificação da memória dos sujeitos transformados em heróis republicanos, os textos falaram sobre a “memória do esquecimento” dos sujeitos homenageados e das causas por eles defendidas. Pouco restou de seus significados para os cidadãos da atualidade, que sequer se perguntam quem foi o homenageado e o que ele fez para merecer tamanha honraria e se tornar nome de rua. Quem propôs tal designação e por que o fez? Passado um ano voltamos ao assunto por insistência de Heraldo Galvão Junior. Revisamos os textos e estamos apresentando ao público, sob o formato de Exposição, os resultados de algumas dessas reflexões, relativas a certas ruas e monumentos. Eles evocam eventos e pessoas, que se destacaram na trajetória dessa Re(s)pública que, na qualidade de símbolos, se apresentam como exemplos e motivações para as ações das gerações futuras. Resta a pergunta: essa forma de chegar ao cidadão ainda reveste-se de alguma eficácia? • Assis, 5 de novembro de 2009 • Profª Drª Zélia Lopes da Silva