Parsons e Merton - Ideias Concretas

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PARSONS E MERTON
Disciplina – Teoria Sociológica II para CSO – UFSC
2011/2
Prof. Juliana Grigoli
TEORIA SOCIOLÓGICA II
Talcott Parsons
 Nasceu nos EUA, em 1902.
 Lecionou em Harvard
 Pioneiro do funcionalismo estrutural
 Faleceu em 1979
 Principais Obras:
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Estrutura da Ação Social (1937); Ensaios de Teoria
Sociológica Pura e Aplicada (1949); Sistema Social
(1951); Economia e Sociedade (1956); Estrutura e
Processo nas Sociedades Modernas (1960); Sistemas
Sociais e a Evolução da Teoria da Ação (1977);
Teoria da Ação e a Condição Humana (1978).
TEORIA SOCIOLÓGICA II
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Parsons foi um defensor da "Grande Teoria", uma
tentativa de integrar todas as ciências sociais em
um amplo trabalho teorético. Sua obra inicial - A
Estrutura da Ação Social - reviu a produção de
seus grandes predecessores, especialmente Weber,
Pareto e Durkheim.
Buscou a partir deles uma simplificada "teoria da
ação” baseada na suposição de que a ação humana
é voluntária, intencional e simbólica. Depois,
envolveu-se com várias áreas: da Sociologia Médica
até Antropologia.
TEORIA SOCIOLÓGICA II
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Influenciado por Weber:
A primeira contribuição de Parsons foi a indicação
do objeto de estudo da Sociologia – a ação social.
O tema central da metodologia de Parsons é:
 O funcionamento das estruturas.
 Estrutura como resultante do processo de
institucionalização.
 De
tradução dos elementos culturais –
valores, regras, símbolos, idéias, etc... – em
normas de ação.
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TEORIA SOCIOLÓGICA II
Desta maneira, o processo de institucionalização é
um processo de integração e estabilidade.
 Formando laços entre sociedade e cultura.
 Entre a personalidade e a motivação.
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O processo de institucionalização também ocorre na
formação de conjuntos estruturais concretos,
entendido como:
Família, escola, direito, ciência, universidades,
mídia, etc...
SOCIOLOGIA APLICADA
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Estas estruturas são constituídas pelos sistemas
sociais.
Definido por Parsons como:
“uma pluralidade de indivíduos que desenvolve
interação segundo normas e significados culturais
compartilhados”. (LAKATOS, 1991, p.169)
SOCIOLOGIA APLICADA
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A estrutura de um sistema social inclui:
1- formação de subgrupos de vários tipos,
interligados por normas relacionais.
 2- funções de vários tipos dentro de uma ordem
maior, de um sistema mais abrangente.
 3- normas reguladoras que governam/orientam os
subgrupos e as suas funções.
 4- valores culturais.
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TEORIA SOCIOLÓGICA II
Para Parsons, o sistema social é aberto.
 Em constante relação com o meio ambiente - físico,
orgânico, personalidade e cultura.
 Assim,
 Havendo mudança há necessidade de modos
funcionais de ajustamento.

Assim, Parsons propõe:
 A análise dos componentes estruturais para a
compreensão do sistema social, sendo a ação social
o componente dinâmico da análise.
 Como se dá a relação entre os aspectos fixos –
estrutura e os aspectos móveis – a ação social?
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TEORIA SOCIOLÓGICA II
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Segundo Parsons:
Podemos identificar quatro funções específicas
relacionados aos seguintes problemas:
 a) estabilidade normativa – consiste em levar os
indivíduos de uma sociedade a conhecerem seus
valores, e a aceitá-los conforme as exigências do
meio.
 b) integração – função que tem por finalidade
assegurar a necessária entre as partes ou unidades
do sistema – destacando as contradições entre elas
e a organização, ou ao funcionamento do conjunto.
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TEORIA SOCIOLÓGICA II
c) consecução de fins – diz respeito à definição e à
obtenção de objetivos, para a totalidade do sistema,
para suas unidades constituintes ou para ambas.
 d) adaptação – conjunto de meios de que lançam
mão do sistema e seus membros, para a consecução
de seus fins.
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Ao expor o esquema de referência para o estudo da
ação social, Parsons distinguiu três elementos
imprescindíveis:
TEORIA SOCIOLÓGICA II
a) O agente – o ator
 b) A situação
 c) A orientação desse agente em relação à situação.
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Analisando a orientação do agente, dividiu-a em
dois componentes:
1) orientação motivacional – refere-se aos
aspectos de orientação do agente – ator a respeito
de sua situação, relacionados com as necessidades.
 Parsons dividiu a orientação motivacional em três
modalidades:
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TEORIA SOCIOLÓGICA II
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a) cognitiva – qual é a percepção da percepção da
situação pelo agente? Em relação ao seu sistema de
necessidades?
b) catética – processo pelo qual agente dá ao objeto
um
significado
emocional
ou
afetivo,
compreendendo os sentimentos acerca do objeto em
relação às suas necessidades.
c) avaliativa – através da qual o agente seleciona o
que mais lhe interessa e distribui entre eles sua
energia, buscando alcançar o mais eficiente para a
satisfação de seu objetivo.
TEORIA SOCIOLÓGICA II
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2) orientação de valor – em contraposição às
necessidades, que constituem o centro da
orientação motivacional, a orientação de valor
indica a observância de normas e padrões sociais.
Consiste na submissão do ator às suas
determinações.
Apresenta três modalidades:
 a) cognitiva – diferentes formas de subordinação
em relação as normas definidas por uma
instituição/Estado/mercado ou sociedade.
 b) apreciativa – relacionada aos sentimentos,
emoções e afetividades dos indivíduos em relação
aos objetos – determina o critério das normas
apreciativas e a determinação das conseqüências –
indivíduos e coletivo.
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c) moral – firmada em padrões morais de virtude –
variadas formas de subordinação às normas.
 Podemos assim,
 Compreender as conseqüências das diferentes
ações, principalmente as normas que orientam as
diferentes opções do ator diante dos sistemas
sociais dos quais faz parte.
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Características da ação:
 Toda a ação social é caracterizada pelo processo de
interação em que cada ator - ego - se dirige sempre
a outra pessoa - alter, levando em consideração as
ações desta pessoa.
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TEORIA SOCIOLÓGICA II
Assim, toda ação social envolve da provável reação
do alter à possível ação do ego.
 Diálogo entre o alter e o ego, por meio:
 a) objetos físicos – meios e condições da ação.
 b) objetos sociais – outras pessoas – alter.
 c) objetos culturais – elementos simbólicos da
tradição cultural.
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Por isso a interação supõe uma cultura comum que
possibilite ao ego interpretar as prováveis reações
do alter.
 Não
importa a intenção, mas os sentidos
normativos, estabelecido por um sistema de
símbolos dominantes.
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TEORIA SOCIOLÓGICA II
Para Parsons:
 Os processos de interação entre ego e alter pode ser
entendido como um microcosmo dos sistemas
sociais, pois contém os elementos constitutivos do
sistema social mais amplo.

Os mecanismos de controle da ação:
 Biológico – relacionadas as necessidades básicas
 Psíquico - relacionadas a personalidade
 Social - pluralidade de agentes individuais
 Cultural – sistemas de idéias, crenças, símbolos e
valores.
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Robert Merton:
 Nasceu nos EUA, em 1910
 Lecionou na Universidade
de Columbia
 Faleceu em 2003

Contribuições análises interessantes para o campo
da sociologia:
 Burocracia
 Sociologia da ciência
 Comunicação de massa
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TEORIA SOCIOLÓGICA II
Na sociologia da ciência, Merton é reconhecido por:
 fazer uma análise weberiana do nascimento da
ciência na Inglaterra do século XVII, destacando o
papel da ética protestante na criação da Royal
Society.
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
E por criar o Departamento de Pesquisa Social
Aplicada na Universidade de Columbia juntamente
com seu colaborador durante 35 anos Paul
Lazarsfeld.
TEORIA SOCIOLÓGICA II
Suas investigações durante mais de setenta anos
abrangeram uma extraordinária gama de
interesses:
 funcionamento dos meios de comunicação de massa
 a anatomia do racismo
 as perspectivas sociais dos “incluídos" versus
“excluídos“.
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Embora realizadas com a imparcialidade que
admirava em Durkheim, as pesquisas de Merton
trouxeram importantes conseqüências tanto na
vida real como na acadêmica.
TEORIA SOCIOLÓGICA II
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Sobre Metodologia:
Sua adoção da entrevista focal para obter
respostas de grupos a textos, programas
radiofônicos e filmes levaram aos "grupos focais",
que políticos, seus agentes, marqueteiros e cabos
eleitorais consideram hoje indispensável.
TEORIA SOCIOLÓGICA II
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Merton havia se perguntado o que causava a
anomia, um estado em que, de acordo com
Durkheim, o colapso dos padrões sociais ameaçava
a coesão social.
Num avanço que gerou muitas linhas de pesquisa,
Merton sugeriu que havia probabilidade de ocorrer
anomia quando aos membros da sociedade eram
negados os meios de alcançar os próprios objetivos
culturais que sua sociedade projetara, como
riqueza, poder, fama ou esclarecimento.
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Merton e Weber:
A relação entre as teorias de Robert Merton e de
Weber é bastante clara.
 A mais importante teoria social de Weber defende
que toda ação social é feita pelo indivíduo, e não
pela sociedade – responsável por julgar e aceitar ou
não a ação individual de acordo com seus próprios
valores e princípios.
 De acordo com Merton, a sociologia da ciência seria
orientada pela ação individual do cientista, que
seria julgado pelas expectativas e valores de sua
sociedade.
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TEORIA SOCIOLÓGICA II
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Na sociologia, a expectativa social sobre o indivíduo,
isto é, os valores que o indivíduo precisa seguir para
ter suas ações aceitas pela sociedade, é chamada de
ethos.
Segundo Merton, o ethos do cientista, ou seja, os
princípios que esse precisa seguir para ter seu
trabalho reconhecido pela sociedade, é composto de
quatro normas básicas:
O universalismo, segundo o qual os trabalhos
científicos devem seguir padrões universais de
avaliação;
TEORIA SOCIOLÓGICA II
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O comunismo, segundo o qual o conhecimento
proporcionado pelo trabalho científico é um
patrimônio comum da humanidade, e não
propriedade privada de algum indivíduo.
O desinteresse, segundo o qual o único objetivo a
curto prazo do trabalho científico é a ampliação do
conhecimento humano.
O ceticismo organizado, segundo o qual o cientista
deve ser privado de qualquer forma de preconceito
e de conclusões precipitadas sobre seus trabalhos.
TEORIA SOCIOLÓGICA II
Assim, esses quatro princípios institucionais, que
estão sempre inter-relacionados, garantem a
realização do que Merton chamou de "boa ciência":
 A ciência que é aprovada pela sociedade e que,
graças a isso, mantém-se íntegra, independente de
qualquer determinismo e livre para continuar
progredindo.
 Dessa forma,
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“a boa ciência" de Merton se assemelha ao
conceito de "tipo puro" de Weber, isto é, o
total cumprimento por parte do indivíduo de
seu ethos social.
TEORIA SOCIOLÓGICA II
Apesar de ser considerado um pensador
funcionalista, Merton não concorda que todos os
elementos da cultura são funcionalmente interrelacionados, isto é, que itens culturais e
individuais se integram em sistemas.
 A partir dessa postura, Merton desenvolveu novos
conceitos funcionais:
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Noção de substituto funcional
 Assim como um só elemento tem várias funções,
Uma só função pode também ser desempenhada por
elementos intermutáveis.
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SOCIOLOGIA APLICADA
Distinção entre funções manifestas e funções
latentes:
 Funções manifestas – são aquelas que possuem
finalidades
pretendidas
e
esperadas
das
instituições.
 Exemplo: Escola – educar a população.
 Funções latentes – a ideologia eu direciona as
funções
manifestas
–
arcabouço
de
comportamentos, costumes, crenças, cerimônias e
rituais.
 Exemplo: Democracia representativa – que propaga
a concepção de que somos todos iguais.
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Efeitos perversos? Disfunções geradas pela
função latente.
 Disfunção - Não desejado e oposto as intenções

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