GRÉCIA CLÁSSICA PROFESSOR AMÉRICO NICOLIT americonicolit.wordpress.com.br SURGIMENTO DA DEMOCRACIA Em 510 a.C., a família de Pisístrato não podia mais continuar com a tirania aristocrata e o governo tirano chegou ao fim, e com a expansão comercial, Atenas modificou seu quadro social e os artesãos e comerciantes beneficiados economicamente com tal situação retornaram a vindicar aos aristocratas maior participação no poder e nas decisões públicas, situação que foi ocorrendo no decorrer dos séculos, devido às pressões. Outro fato importante é que muitos grupos de outras cidades e da própria Atenas queriam o poder. Clístenes, um aristocrata da época, liderou várias reformas em Atenas, e ao invés de ficar ao lado dos tiranos, preferiu ficar ao lado do “povo” e se tornou soberano, precisamente no ano 507 a.C., sendo sensível com a pressão social que vindicava participação nas decisões públicas e no poder. Não foi fácil Clístenes entrar no poder, a população teve que tomar o poder a força e entregar para ele, que havia fugido dos tiranos por um tempo. DEMOCRACIA A democracia surgiu na Grécia, com o significado de governo do povo (demo = povo,cracia=governo), e foi implantada em Atenas, por volta de 510 a.C., quando Clístenes liderou um rebelião vitoriosa contra o último tirano que governou a cidade-estado. O regime político democrático instituído por Clístenes tinha por princípio básico a noção de que “todos os cidadãos têm o mesmo direito perante as leis”. QUEM É CIDADÃO EM ATENAS? homens atenienses maiores de 21 que tivessem terras Como se armar E não temessem a guerra excluindo da vida política as mulheres, os estrangeiros, os escravos e os jovens. CRISE DEMOCRÁTICA Em 429 a.C., Atenas elegeu um novo governante, chamado Cléon, após Péricles morrer em decorrência da peste. Esse novo governante não vinha da classe aristocrata e, provavelmente, era um político mais popular, talvez considerado como “demagogo” pelos aristocratas. Após o governo de Cléon (cerca de 422 e 421 a.C.), do fortalecimento da classe média na democracia e o enfraquecimento dos mais ricos e aristocratas na Assembleia, nada mais restou a estes, feridos em sua honra, a não ser criticar a democracia e propor um novo modelo de governo: a oligarquia. Embora a democracia continuasse dando certo e os políticos considerados “demagogos” eram honestos e competentes, a aristocracia partiu para oposição e a “situação” também foi muito intolerante, gerando crises democráticas (FERREIRA, 1989: 181-182). Antes mesmo disso, no final do governo de Péricles, ele tomou uma série de medidas contra a aristocracia e, desta forma, o insucesso de Cléon com a aristocracia é fruto das próprias atitudes de Péricles (ARISTÓTELES, 2003: 64-66). Ademais, novas guerras já haviam sido iniciadas, gerando mais crise em Atenas e na Grécia de modo geral – o próprio Cléon morreu em guerra. Ora, enquanto Péricles esteve à frente do povo, a situação política manteve-se num cenário favorável; após a sua morte, porém, ficou bastante pior. De fato e pela primeira vez, o povo escolheu para seu chefe alguém que não gozava de boa reputação entre as classes superiores, quando, até então, estas haviam estado sempre à frente da vontade popular. GUERRAS MÉDICAS Recebem o nome de Guerras Médicas (ou Guerras Medas, Guerras Greco-Persas, Guerras Greco-Pérsicas e Guerras Persas) os conflitos entre os antigos gregos e o Império Persa durante o século V a.C. ocorridos na região do Mediterrâneo Oriental. As Guerras Médicas ocorreram entre os povos gregos (aqueus, jnios, dórios e eólios) e os medo-persas, pela disputa sobre a Jônia na Ásia Menor, quando as colônias gregas da região, principalmente Mileto, tentaram livrar-se do domínio persa. A luta pela independência das cidades jônicas, colônias gregas na Anatólia (região da atual Turquia), que os persas em sua expansão territorial passaram a dominar, comprometendo o comércio grego no Oriente foi a principal causa dessas guerras. A vitória da Grécia garantiu o controle comercial da região, imortalizou seus heróis e estabeleceu ao mundo o modelo ocidental de se fazer a guerra. A maior parte dos historiadores divide os conflitos em duas fases: a 1 ª Guerra Médica, em 490 a.C, e a 2 ª Guerra Médica, entre 480 e 479 a.C.. Mas, como as rivalidades entre gregos e persas só terminaram em 448 a.C., com a Paz de Cálias, alguns estudiosos falam em uma 3 ª Guerra Médica. PRIMEIRA GUERRA MÉDICA: a batalha de Maratona Atenas: cidades-Estado da Grécia Antiga; Fundada pelos jônios, se localizava na Ática, região difícil para a agricultura que, no entanto, contava com excelentes portos naturais no litoral do mar Egeu, o que levou os atenienses a desenvolver o comércio marítimo e a fundar diversas colônias, sendo as mais prósperas as cidades jônicas na Anatólia, na Ásia Menor (atual Turquia). Entretanto, em 546 a.C., Ciro, o Grande, rei da Pérsia, subjugou as cidades jônicas, obrigando-as a pagar tributos e a servir nas fileiras militares persas. Nesse primeiro momento, somente a ilha de Samos tentou resistir, mas como não recebeu apoio das pólis gregas, acabou sucumbindo. Em 496 a.C. os jônios se rebelaram e, dessa vez, Erétria e Atenas foram ao socorro das cidades da Anatólia. O herdeiro de Ciro... Dario 1º inicia a expansão persa sobre o território grego na Europa. Em 492 a.C. mandou um grande contingente militar, sob comando de Mardônio, conquista a Trácia e a Macedônia, chegando até a fronteira com a Grécia. Dario, então, enviou mensageiros às cidades gregas, exigindo a rendição, no que foi atendido por várias delas, principalmente as que se localizavam na região da Tessália. Atenas e Esparta, entre outras pólis, não aceitaram se render. Segundo Heródoto, o historiador grego, os atenienses teriam jogado os mensageiros persas dentro de um poço. Em 490 a.C., Dario 1o , comandando em torno de 50 mil homens e com uma poderosa marinha de guerra, desembarcou na planície de Maratona, que fica a menos de 50 km de Atenas, a fim de reprimir os atenienses pelo auxílio dado durante a rebelião das cidades na Anatólia. Milcíades, general ateniense, que já tinha sido governante de uma cidade na Trácia e conhecia as táticas de guerra dos persas, resolveu marchar imediatamente para Maratona e enfrentar os invasores. A batalha de Maratona ocorreu em setembro de 490 a.C.. Os atenienses iniciaram a ofensiva contra os persas: Numa planície apertada entre o mar e as montanhas, um contingente de no máximo 15 mil gregos avançou contra os persas, buscando a batalha corpo a corpo. Heródoto conta que os súditos persas ao verem os gregos se aproximando velozmente, sem o auxílio nem de cavalaria, nem de arqueiros, acreditaram que estavam diante de um exército irracional, e muitos fugiram do combate. Tamanha foi a violência dos gregos que os persas tiveram que recuar para seus navios. Milcíades mandou o corredor Fidípedes até Atenas para avisar sobre a vitória, enquanto marchava com suas tropas até o porto de Falero, para impedir uma nova tentativa de desembarque de Dario. Fidípedes teria corrido tanto e tão rápido até Atenas, que assim que cumpriu sua missão, caiu morto de exaustão. SEGUNDA GUERRA MÉDICA: a batalha de Termópilas Depois da vitória grega na batalha de Maratona, uma trégua de 10 anos permitiu que os atenienses organizassem sua marinha de guerra. Ao mesmo tempo, na Pérsia, Xerxes 1º (sucessor de Dario 1o) estava decidido a continuar a campanha militar contra a Grécia. Conta-se que Xerxes mantinha ao seu lado um escravo que o tempo todo lhe falava: "Senhor, lembra-te dos atenienses". Xerxes mandou construir uma ponte no Helesponto (atual Estreito de Dardanelos), que tinha como "fundação" trirremes (embarcações da época), para possibilitar a passagem de suas tropas. Quando a notícia de tamanha proeza chegou à Grécia, as cidades do norte se renderam e passaram a compor, como símbolo de submissão, o exército persa. Mas, pelo mesmo motivo, outras cidades decidiram montar um bloqueio militar ao sul da região da Tessália. Os persas invadiram a Grécia e mantiveram sua rota próxima ao mar, para garantir abastecimento e apoio em combate. Quando chegaram em Termópilas, um estreito desfiladeiro de 15 metros de largura, encontraram uma das mais preparadas forças militares gregas: as falanges de Esparta. Os espartanos, que se lamentavam por não terem participado da grandiosa vitória em Maratona, se comprometeram a defender o restante das cidades gregas e marcharam ao encontro do exército persa. Leônidas, um dos dois reis espartanos, com sua guarda pessoal composta por 300 homens, e com o apoio de mais de 6 mil gregos, aguardava os persas numa situação geográfica que lhes dava ampla vantagem: no meio do desfiladeiro de Termópilas o pequeno número de gregos poderia suportar o imenso exército persa. Xerxes esperou quatro dias pela chegada da cavalaria e da infantaria pesada da Pérsia. Nesse meio tempo enviou um mensageiro para convencer o general Leônidas a entregar suas armas. A resposta do espartano foi: "Venham buscá-las". No quinto ou sexto dia, Xerxes ordenou o ataque. Acredita-se que 10 mil soldados da Pérsia morreram no primeiro dia de combate, sem causar danos substanciais aos gregos. Até que um traidor grego, Efialtes, ensinou aos persas um caminho através das montanhas que levaria até o outro lado do desfiladeiro. Continuando...Informado sobre essa manobra, Leônidas ordenou que a maior parte dos gregos voltasse para um lugar seguro, enquanto ele, seus 300 espartanos e mais um grupo selecionado de aliados, totalizando em torno de 2 mil homens, ficaram para enfrentar o exército inimigo. Leônidas teria dito antes de iniciar a batalha final: "Almoçamos aqui, jantamos no Hades" (Hades é a terra dos mortos na cultura grega). A batalha de Termópilas (agosto de 480 a.C.) foi a única derrota grega durante as Guerras Médicas, que transformou seus bravos soldados em lenda para toda a história. Os persas exterminaram até o último grego e decapitaram Leônidas. Tal resistência dos espartanos resultou em inúmeros benefícios para a Grécia: Temístocles, arconte ateniense, mobilizou rapidamente a marinha grega e ordenou a evacuação de Atenas. As conseqüências das Guerras Médicas foram: a) hegemonia de Atenas sobre as demais cidades gregas; b) revigoramento da democracia; c) decadência do Império Persa; d) formação da Conferação de Delos; e) rivalidade entre Atenas e Esparta. Tratado de Susã Os Persas tentaram conquistar a Grécia durante 42 anos, mas não conseguiram. Então, em 448 a.C., assinaram um acordo (Tratado de Susã), em que a Pérsia se comprometia a não mais atacar os gregos. Profª. Lilian Larroca Liga de Delos A estratégia ateniense contra os persas fez com que Atenas se destacasse. Então, a Liga de Delos foi encarregada de organizar a luta contra os persas. • Isso significava que, para sustentar a guerra, os recursos de várias partes da Grécia eram enviados à cidade de Delos, onde eram administrados pelos atenienses. Profª. Lilian Larroca Atenas explora outros gregos Com o fim da guerra, Atenas não tinha mais por que receber dinheiro, mas continuou exigindo os recursos. Com o dinheiro, a cidade foi reformada e tornou-se próspera. • As outras cidades ficaram revoltadas por sustentar Atentas, e criaram a Liga do Peloponeso, para lutar contra essa exploração. Profª. Lilian Larroca Guerra do Peloponeso Aconteceu quando as outras cidades se uniram para derrotar Atenas, no período entre 431 a 404 a.C. • Então, Esparta passou a dominar e, segundo a História, eles eram bem piores que os atenienses... Profª. Lilian Larroca Tebas no poder! Cansadas da dominação de Esparta, algumas cidades se reuniram e lutaram contra os espartanos, agora lideradas por Tebas e Atenas. • Os espartanos, preocupados com os persas e pela ameaça de uma revolta de escravos, não venceram. Profª. Lilian Larroca Tebas no poder! Tebas se tornou a nova cidade líder, e dominou o restante da Grécia. Mais uma vez, os atenientes e espartanos reagiram e derrotaram Tebas. Profª. Lilian Larroca O enfraquecimento das cidadesestado: fim da Grécia Antiga. Com tantas lutas internas, a Grécia tornou-se, na verdade, muito frágil. Os macedônios aproveitaram-se dessa fraqueza, se organizaram e invadiram o território. • A invasão do rei Felipe II da Macedônia, em 338 a.C., deu início à fase de expansão e mistura das culturas grega e oriental. PERÍODO HELENISTA Século IV a.C. ascensão de Alexandre. Império Macedônico Fim definitivo da Polis (Fim da política). 1. Fim da Esfera Pública 2. Fim da Democracia (Estado de 3. Tirania Absoluta Direito e Soberania Popular) A Cultura Helenística A cultura helenística resultou da fusão da cultura grega com a cultura oriental, promovida pela expansão do império Macedônico com Alexandre Magno. A Grécia não era mais o centro cultural do mundo. Os principais centros da cultura helenística foram Alexandria, no Egito, Antioquia, na Turquia, e Pérgamo, na Ásia Menor. O Cosmopolitismo Helênico O ideal da Pólis é substituído pelo ideal cosmopolita (o mundo inteiro é uma pólis), e o homem-citadino é substituído pelo homem-indivíduo; a contraposição grego e bárbaro em larga medida é superada pela concepção homem em uma dimensão de igualitarismo universal. Alexandre, o Grande Alexandre era filho de Felipe II. Ele nasceu na Macedônia, mas era admirador do “pensamento grego”. Foi aluno do grande filósofo Aristóteles. Profª. Lilian Larroca Alexandre, o Grande Com 20 anos ele substituiu seu pai no comando do mundo greco-macedônico. Após a morte do pai, ele eliminou todos os que poderiam ameaçar seu poder. Por isso, sufocou todas as cidades gregas revoltadas contra o domínio macedônico e matou todos os seus irmãos por parte de pai. Profª. Lilian Larroca Conquistas de Alexandre Em 334 a.C., conquistou o grande Império Persa. Dominou grande parte do território conhecido hoje como Oriente Médio. Continuou suas conquistas, dominou o Egito e chegou até o território da Índia. Profª. Lilian Larroca As Falanges Alexandre conseguiu sucesso porque era um grande estrategista militar. Uma formação muito usada por Alexandre era a falange. Profª. Lilian Larroca O Império de Alexandre Com apenas 31 anos de idade, Alexandre era o comandante supremo de um dos mais vastos impérios da História. Em 12 anos de combates ele conseguiu promover um dos mais importantes contatos entre o mundo ocidental e o médio-oriental. O resultado foi uma troca cultural entre as duas partes do mundo – oriente e ocidente. Profª. Lilian Larroca A morte de Alexandre Segundo o historiador Plutarco, Alexandre morreu em 13 de junho de 323 a.C., aos 32 anos, provavelmente de malária. Seu império foi dividido entre seus quatro generais: Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu. O império enfraqueceu lentamente, até desaparecer completamente. Profª. Lilian Larroca Hélade, Helena, Heleno, Helênica e Helenística Hélade = Grécia Heleno / Helena = Grego / grega Helênica = a forma como a História se refere à cultura grega. Helenística = mistura das culturas grega e oriental. As culturas helênica e helenística tiveram uma influência muito forte sobre grande parte da humanidade (até hoje). Conseqüências na Esfera Intelectual . Fim das grandes especulações teóricas Fim da polis como referência; Filosofia como auto-ajuda e consolação; Acaba a política e a esfera pública e assim o combustível da filosofia, que era os debates em praça publica, e assim a filosofia deixa de construir grandes especulações teóricas. A Filosofia se volta para a ética da arte de viver. Farol de Alexandria Grande Altar de Zeus