0 FACULDADE BRASILEIRA CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO DANIELLY SIQUEIRA NICCHIO RESENHA DO LIVRO “O QUE É PSICOLOGIA” VITÓRIA - ES 2011 1 DANIELLY SIQUEIRA NICCHIO RESENHA DO LIVRO “O QUE É PSICOLOGIA” Trabalho Acadêmico apresentado à FACULDADE BRASILEIRA - UNIVIX, sob orientação do Professor Adriano Jardim, da disciplina Psicologia Jurídica, como requisito para a obtenção de nota no referido Trabalho. VITÓRIA - ES 2011 2 RESENHA DO LIVRO “O QUE É PSICOLOGIA” “O que é psicologia” é uma obra escrita por Maria Luiza Silveira Teles, licenciada em Pedagogia e com pós-graduação em Psicologia e Sociologia (PUG/MG). É autora de diversos outros livros, como “O que é neurose”, “O que é depressão”, “Aprender Psicologia”, “Uma introdução à Psicologia na educação”, entre outros. O livro é aborda diretamente os temas propostos, a fim de introduzir o assunto de forma clara e objetiva. A atitude do homem de se questionar sobre sua natureza, buscando respostas e soluções para os conflitos é muito antiga, sendo encontradas em escritos remotos. Ao longo do tempo as respostas para os questionamentos do homem sobre a maneira pela qual ele se relaciona consigo próprio e com o ambiente foram se alterando, mas sempre estão presentes. No momento atual, em que a sociedade valoriza em excesso o dinheiro e sucesso, os homens tem se sentido cada vez mais desorientados e desajustados nos padrões impostos. O resultado disso é o crescimento das doenças advindas de distúrbios emocionais que atingem fisicamente o corpo. A psicologia procura auxiliar as pessoas na busca do conhecimento do próprio comportamento, ajudando-as a lidar consigo mesmas e com as experiências da vida. Durante muito tempo a psicologia foi tratada como “ciência da alma” (sentido etimológico da palavra psicologia). Os gregos começaram a especular sobre o assunto entendendo que o homem possuía uma parte material e outra imaterial (alma), de onde surgiam os processos psíquicos. Descartes lançou a idéia do dualismo psicofísico, que distinguia o corpo (parte física) e a mente (possui atividades de raciocinar e querer). Por muito tempo após as idéias de Descartes a psicologia continuou sendo o “estudo da mente” O homem é um animal muito complexo e difícil de ser estudado, pois é capaz de raciocinar, interagir de diferentes formas com outros homens, aceitar melhor ou pior as pressões impostas pela sociedade em que está inserido, entre outros. Outra diferença importante entre o homem e os outros animais é que ele não possui os instintos bem desenvolvidos, por isso precisa viver e aprender quase tudo. 3 Ao falar de comportamento humano, é determinante o fator linguagem, pois sem a mesma o homem não conseguiria transmitir e eternizar suas impressões e vivências, e todos os homens teriam que sempre estar repetindo as mesmas coisas. No comportamento, não seria possível repassar aos outros os padrões de comportamento, que moldam a personalidade dos indivíduos. Os impulsos para determinados comportamentos humanos partem de estímulos do próprio corpo, ao procurar uma sensação de conforto. Quando sentimos necessidade de fazer alguma coisa, há uma tensão e o corpo libera substâncias que ativam o corpo a buscar aliviar essa tensão. A homeostase é nome que se dá ao se atingir o conforto de ter sido satisfeita uma necessidade. Pode-se perceber que o comportamento humano é um eterno ajustamento das necessidades com as imposições externas. Algumas dessas necessidades nascem com o ser humano (comer, dormir), e a maioria delas é aprendida na convivência com outros (afeto, prestígio, aprovação). Ou seja, a vivência e experiências da pessoa são determinantes na formação da sua personalidade e comportamentos. Da mesma forma, é muito difícil ou impossível explicar determinados comportamentos de uma única forma precisa, pois eles são influenciados por muitos fatores. Toda vez que um objetivo não é alcançado, experimenta-se frustração. Normalmente a frustração é ocasionada por demora, por contrariedade e por conflito. E reagimos às frustrações através dos mecanismos de defesa, que são, por exemplo, a agressão, regressão, fixação e apatia. Freud também formulou outros mecanismos de defesa do ego, como fuga e negação. É reagindo às frustrações através destes mecanismos, que conseguimos viver a vida. O conflito se apresenta quando nos vemos diante de duas exigências e só podemos atender uma. Conflitos, ansiedade e frustrações fazem parte da vida normal, só são prejudiciais em excesso. As escolas atuais de maior força: Psicanálise, fundada por Sigmund Freud, cria a estrutura psíquica (id, ego, superego), afirma que a parte consciente de nossa mente é só uma parte dela e que nossa vida é comandada por desejos inconscientes. 4 Teorias humanistas: afirmam que todos os seres humanos nasceram com uma potencialidade ilimitada para ser feliz e realizar-se, caberia ao psicólogo eliminar entraves que não permitem à pessoa atingir a realização plena. Behaviorismo: a psicologia rígida, afirma que só deve ser levado em conta o que pode ser visto e medido, tudo se explica pelo estímulo-resposta. Psicologia Transpessoal: mistura Jung, Einsten e Filosofia Oriental, ainda na fase empírica. Atualmente, as pessoas, além de estar constantemente sob pressão, perderam também sua unidade. Um dos motivos disso é que a moral religiosa prega uma salvação pelos bons princípios, ao passo que, para sobreviver, o indivíduo tem de esquecê-los. Um dos papéis do psicólogo é ajudar o paciente a aliviar a tensão e restaurar a unidade perdida. Segundo à autora, ainda há muito caminho para a Psicologia percorrer para solidificá-la como outras ciências, afinal, existem muitos estudiosos e psicólogos aplicando diferentes técnicas no exercício da profissão, o que dificulta seu estudo. Mas até que ponto um psicólogo pode avaliar que determinada pessoa é anormal e tentar ajustá-la? Os conflitos sempre existirão e são naturais. As desigualdades são por vezes necessárias para impulsionar mudanças e evoluções. Tentar ajustar um indivíduo pode fazê-lo perder sua unidade e torná-lo somente uma peça de uma engrenagem. Caberá à psicologia sempre se reinventar e se questionar para que não se torne alienada da realidade. O opúsculo “O que é psicologia” é extremamente recomendável tanto para iniciantes do curso de Psicologia, que buscam um entendimento inicial da matéria, quanto para leigos no assunto, interessados no conhecimento geral do tema. A linguagem utilizada pela autora é bastante clara e a leitura flui de forma tal que gera a impressão de que a escritora está proferindo uma palestra ao leitor. Mesmo sem utilizar termos demasiadamente técnicos, o tema é bem explorado e interessante o suficiente para atrair a atenção de quem o lê.