ENEM 2014

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ENEM 2014
CRISE HÍDRICA
CRISE HÍDRICA
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Segundo agências das Nações Unidas, cerca de 1,8 bilhão de pessoas em todo o mundo vão
ficar sem água até 2025. Atualmente, o problema já afeta mais de 1 bilhão, castigando
especialmente regiões do Oriente Médio e do norte da África.
O Brasil possui 16% das reservas de água doce do planeta e também o maior aquífero subterrâneo
do mundo. Contudo, não está livre do problema. A região da Grande São Paulo, por exemplo,
enfrenta neste ano a mais severa crise hídrica já registrada, fruto da escassez de chuvas.
O Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de 6,5 milhões de habitantes da região, vem
perdendo capacidade dia a dia. O complexo de represas já atingiu seu pior nível em toda histórica,
por volta dos 5% da capacidade.
Desde fevereiro, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tem adotado
ações para reduzir a retirada de água dos reservatórios. É o caso do desconto na conta para
residências que reduzam o consumo, o remanejo dos recursos hídricos de outros sistemas e a
redução da pressão da água no fornecimento noturno. Além disso, a companhia passou a utilizar a
água do chamado "volume morto", reserva que fica abaixo das comportas da Sabesp e que antes
não era utilizado.
Quem vai participar do Enem deve estar atento a alguns conhecimentos adquiridos no ensino
médio relacionados ao assunto. "É o caso de conceitos geográficos como clima, índice
pluviométrico e relevo, que podem enriquecer a discussão da questão da crise hídrica", diz Sérgio
Paganim, professor de redação, gramática e língua portuguesa do Anglo Vestibulares. "Outras
informações ligadas ao gerenciamento dos recursos hídricos, como investimentos no sistema,
também são úteis para reflexão e elaboração da redação."
PROTESTOS ATUAIS NO BRASIL
PROTESTOS ATUAIS NO BRASIL
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Os protestos populares têm um papel relevante na história do Brasil. "Eles expressam reações a
determinadas situações e muitas vezes funcionaram como catalisadores das aspirações da
sociedade, pressionando os governos por mudanças", diz Díran Ferreira, professor de língua
portuguesa e redação do Cursinho da Poli. "Nos últimos 30 anos, em especial, ocorreram
mobilizações importantes. É preciso observar que elas foram ao mesmo tempo motor e fruto da
conscientização política da população."
Segundo o professor, o foco da redação pode ser os protestos atuais, caso das manifestações de
junho, ocorridas em 2013. O estopim para o movimento foi o aumento de passagens de transporte
público em metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, mas os protestos se espalharam por várias
cidades brasileiras. Ganharam também novas bandeiras, como a exigência de melhoria dos serviços
públicos e de reformas políticas. Durante os protestos de junho, uma pesquisa de opinião pública
revelou que 55% dos paulistanos eram favoráveis aos protestos contra o reajuste de tarifas.
Na carona nos protestos, surgiram também os chamados black blocks, grupos de encapuzados que
se aproveitavam das manifestações para promover atos de vandalismo e agressões. Neste caso, não
se trata propriamente de manifestantes, mas de grupos de criminosos. A mesma pesquisa de
opinião que revelou a aprovação dos paulistanos aos protestos mostrou que os moradores
rejeitavam o uso da violência: 78% dos entrevistados afirmaram que manifestantes foram mais
violentos do que deveriam. "A atuação das polícias, que em alguns casos também cometeram atos
violentos, é outro assunto para reflexão", diz Ferreira.
RACISMO E HOMOFOBIA
RACISMO E HOMOFOBIA
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Preconceito e violência contra grupos da população, além de direitos desses mesmos grupos, têm sido temas
recorrentes do debate nacional — e também no exterior.
Demonstrações de racismo foram recentemente revividas em estádios de futebol. Uma delas aconteceu no
exterior. Em partida pelo Barcelona, na Espanha, um torcedor atirou uma banana na direção dobrasileiro Daniel
Alves: em um lance de espírito, o lateral abaixou-se, pegou a fruta, descascou-a e comeu. Em seguida, cobrou um
escanteio. Uma resposta e tanto.
Em episódio mais recente, Santos e Grêmio disputavam partida pela Copa do Brasil quando torcedores tricolores
passaram a ofender o goleiro santista Aranha. Uma delas foi flagrada pela TV gritando: "Macaco". O jogador se
queixou, e a torcedora foi indiciada por injúria racial — crime previsto em lei.
Para refletir sobre o assunto, vale é claro recorrer à história. Durante séculos, os negro foram trazidos da África e
inseridos no ambiente brasileiro como escravos. Tratados como mercadoria, só ganharam o status de cidadãos
com a assinatura da lei Áurea, no fim do século XIX. A herança da escravidão, contudo, permanece.
"Uma informação que pode enriquecer o debate sobre o assunto é lembrar dos dados demográficos do Brasil, que
mostram que a população negra e afrodescendente é majoritária no país”, diz Sérgio Paganim, professor de
gramática, texto e redação do Anglo Vestibulares.
Os negros não são o único alvo do preconceito e da violência — física ou verbal. Entre 2011 e 2012, foi registrado
um crescimento de 183% no número de registro de vítimas de violência por homofobia. Os números foram
divulgados no Relatório sobre Violência Homofóbica.
A sociedade tenta agora dar um encaminhamento legal à situação. Em 2012, a comissão de juristas do Senado
responsável por elaborar um novo Código Penal apresentou um projeto de lei para transformar a homofobia em
crime. O PLC 122 está parado na Comissão de Direitos Humanos do Senado.
"Nessa discussão, o candidato pode propor ações sociais que ajudem no convívio das pessoas e melhorem a
conscientização de que somos todos iguais", diz Díran Ferreira, professor de língua portuguesa e redação do
Cursinho da Poli.
JUSTIÇAMENTO
JUSTIÇAMENTO
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O princípio segundo o qual cada crime merece uma punição de igual intensidade surgiu na
Antiguidade. Segundo historiadores, o Código de Hamurabi, consolidado na Babilônia por volta de
1780 a.C., já apresentava a ideia consagrada como lei de talião: "Olho por olho, dente por dente".
Em tese, o princípio pretende estabelecer que penas aplicadas a condenados não devem ser
desproporcionais a seus crimes. Há, contudo, outra forma de ler a lei: a de que toda falta deve ser
imediatamente punida, sendo a pena aplicada pelas mãos das próprias vítimas.
A discussão sobre o "olho por olho, dente por dente" voltou à tona recentemente no Brasil.
Multiplicaram-se pelos país os casos em que a população resolveu fazer justiça com as próprias
mãos, sobrepondo-se à Justiça — às leis e às autoridades incumbidas de estabeler penas aos réus e
reparação às vítimas. Uma pesquisa do Núcleo de Estudos da Violência da USP mostrou que, em 26
anos, o Brasil registrou 1.179 casos de linchamentos.
Os casos talvez mais emblemáticos e chocantes desse fenômeno foram registrados no Rio e no
Guarujá, no litoral de São Paulo. No Rio, um jovem de 17 anos acusado de roubo foi preso nu, pelo
pescoço, a um poste: seus algozes usaram uma tranca de bicicleta para isso.
No Guarujá, uma dona de casa de 33 anos foi espancada até a morte depois que circularam boatos
de que ela estaria envolvida no desaparecimento de crianças. O espancamento foi gravado: vê-se
na cena homens, mulheres e até crianças assistindo à selvageria — e até participando dela.
Entre as possíveis razões para o fenômeno está o do abandono de parcelas da população à própria
sorte. Em outras palavras, a ausência do Estado. Os casos refletem o descontentamento e a
descrença da população na Justiça e no Estado. Significam um retrocesso e negam conquistas
básicas da civilização.
CONSOLIDAÇÃO DA DEMOCRACIA
CONSOLIDAÇÃO DA DEMOCRACIA
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O atual período democrático vivido pelo Brasil teve início há menos de 30 anos. Após 21 anos de regime militar
(1964-1985), o país reestabeleceu um governo civil, em 1985, e só em 1989 voltou a realizar eleições diretas para
Presidente. Em comparação com regimes mais antigos, como o americano, por exemplo, que se estabeleceu no
final do século XVIII, pode-se dizer que somos uma democracia em consolidação.
Desde a redemocratização, contudo, o Brasil tem dados passos importantes nesse sentido. Em 1988, promulgou
sua nova Constituição, que estabeleceu direitos plenos ao cidadão. Em 1992, um presidente (Fernando Collor)
sofre um processo de impeachment, que resultou em sua saída do governo. Tudo correu na mais perfeita ordem,
sem tentativas de golpe de Estado ou qualquer interrupção da ordem democrática.
O processo do mensalão, encerrado no fim de 2013, mostrou por sua vez a autonomia do Poder Judiciário. Na
Corte do Supremo Tribunal Federal, mais alto tribunal do país, foram condenados, por desvio de recursos públicos
e compra de apoio parlamentar, lideranças políticas ligadas ao partido que está no poder. Novamente, não houve
qualquer disbúrbio à ordem legal e o Brasil seguir trabalhando no dia seguinte às condenações. No Congresso,
igualmente, segue a normalidade institucional.
"O Enem pode tratar do tema da consolidação da democracia brasileira, abordando questões como a importãncia
desse processo e a a relação dos cidadãos com o governo e as instituições", diz Díran Ferreira, professor de língua
portuguesa e redação do Cursinho da Poli.
Em fevereiro de 2014, o Datafolha realizou uma pesquisa de opinião para saber a avaliação dos brasileiros sobre
democracia e regime militar. Segundo a pesquisa, 62% dos brasileiros acreditam que a democracia é a melhor
forma de governo. Mas a população é crítica quanto a seu funcionamento: 59% se disseram pouco satisfeitos, 28%
insatisfeitos e apenas 9% muito satisfeitos. O restante não respondeu.
“Entre as abordagens possíveis para a prova de redação está a reflexão sobre as maneiras pelas quais a sociedade
pode exercer seu poder e participar da vida política do país", diz Ferreira. Reflexões pertinentes são temas como
a reforma política, que veio à tona no ano passado, em meio aosprotestos de junho.
TEMAS ENEM
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1- Consumo de álcool por adolescentes.
2- Analfabetismo funcional no Brasil
3- Bullying nas escolas
4- Consciência ambiental
5- Desigualdade entre homens e mulheres
no Brasil
6- O destino do lixo no Brasil
7- Os limites do Humor
8- Manifestações populares
9- Os efeitos da Lei Maria da Penha
10- O caos da mobilidade urbana
11- Os desafios da saúde pública brasileira
12- Variedade Lingüística: o modo de falar do
brasileiro
13- Grandes eventos esportivos no Brasil
14- Consumismo e ostentação
15- Liberação da Maconha
16- Os abusos nos trotes universitários
17- DSTs entre adolescentes
18- Redução da maioridade penal
19- Água e sustentabilidade
20- Respeito aos benefícios oferecidos aos
idosos e deficientes físicos
• Crise da água
• Copa do mundo e
manifestações
• Descarte adequado do luxo
• Doenças altamente contagiosas
• Democracia e ditadura
• Tolerância na sociedade
• Sistema prisional
• Inclusão e acessibilidade
• Mobilidade urbana
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