Senhor Presidente,senhoras e senhores deputados, Em 31/03/2009 Mercosul – 18 anos de uma conquista sul-americana No último dia 26 de março de 2009 o Mercado Comum do Sul (Mercosul) alcançou sua maioridade, afinal se celebrou os 18 anos da assinatura do Tratado de Assunção por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai em 1991. No entanto, esta relação formal reconhecida e respeitada mundialmente não surgiu do nada há quase duas décadas. Na verdade, desde o final do século XVI que brasileiros e argentinos realizam intercâmbio comercial. Embora na época a prática fosse ilegal, cidades como Buenos Aires usavam deste expediente para burlar o isolamento comercial imposto pela Espanha. Desta forma os argentinos evitavam a estagnação econômica na região. Mas a primeira tentativa de brasileiros e argentinos para a criação de uma relação de união aduaneira ocorreu somente em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial. O que impediu que o acordo existisse naquele momento foram as diferenças políticas entre os dois países, especialmente com relação às ações do Eixo – Alemanha, Itália e Japão – durante o conflito. O que se pode chamar de “pontapé inicial” do Mercosul aconteceu em 1985. Como Brasil e Argentina saíam de um período ditatorial e enfrentavam problemas de crédito no mundo que consolidava o processo de globalização, a saída encontrada em 1985 foi a assinatura do Tratado de Iguaçu, que serviria como base para a integração econômica por meio do Cone Sul. Porém, o marco inicial do Mercosul, o Tratado de Assunção, viria a ser consolidado em 26 de março de 1991 e fez com que a união das principais economias sul-americanas fosse reconhecida mundialmente. Em resumo, de lá para cá outros países se associaram ao Mercado Comum do Sul e a Venezuela passou a fazer parte do grupo. Com isso, além das relações econômicas entre as nações sul-americanas virem evoluindo gradativamente, os cidadãos passaram a contar com a simplificação dos processos de circulação entre os Estados. Neste sentido o Mercosul é um mecanismo de integração econômica e social das comunidades da América do Sul. Em Pelotas, por exemplo, existe o Centro de Integração do Mercosul. Criado em 1995 pela Universidade Federal de Pelotas, o Centro atua como promotor do desenvolvimento da região sul através de parcerias de integração com universidades dos demais países do Mercosul. Com isso, os estudantes têm a oportunidade de adquirir conhecimentos e experiências com as nações vizinhas e de alguma forma dar retorno à comunidade através de ações que visem o desenvolvimento econômico e social. Além disso, serve também como um estímulo às trocas culturais entre o Brasil e o Mercosul. Sendo assim, e sabendo de tudo o que o Mercosul representa social e economicamente para a América do Sul, no dia em que nosso principal acordo de cooperação internacional completa seus 18 anos vale o pedido para que usemos a força deste bloco para enfrentar com firmeza as dificuldades impostas pela atual crise mundial. É imprescindível que os governos discutam permanentemente cada aspecto da crise e o que isso pode implicar nos países. Desta forma, teremos um Mercado Comum cada vez mais fortalecido e preparado para enfrentar os próximos 18 anos de desafios e desenvolvimento. ANEXO 1 Mercado Comum do Sul (Mercosul) Bloco econômico formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com o objetivo de criar um mercado comum com livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, adotar uma política externa comum, coordenar posições conjuntas em foros internacionais, coordenar políticas macroeconômicas e setoriais e harmonizar legislações nacionais, tendo em vista uma maior integração. Em dezembro de 2005, a Venezuela tornou-se membro pleno do Mercosul, ou seja, com direito a participar de todas as reuniões do bloco. A prerrogativa de voto, no entanto, só vai ser concedida ao país quando este preencher os requisitos para integrar o projeto de União Aduaneira do Mercosul. Para isso, a Venezuela terá de adaptar sua economia à Tarifa Externa Comum (TEC) e às demais regras do bloco. Países associados O Mercosul também possui cinco países associados, que podem participar como convidados de reuniões do bloco. São associados o Chile (desde 1996), a Bolívia (desde 1997), o Peru (desde 2003), a Colômbia e o Equador (desde 2004). FONTE: http://www2.camara.gov.br/homeagencia/materias.html?pk=93868 ANEXO 2 Mercado Comum do Sul O Mercosul, como é conhecido o Mercado Comum do Sul (em espanhol: Mercado Común del Sur, Mercosur) é a união aduaneira (livre comércio intrazona e política comercial comum) de cinco países da América do Sul. Em sua formação original o bloco era composto por quatro países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Desde 2006, a Venezuela depende de aprovação dos congressos nacionais para que sua entrada seja aprovada. As discussões para a constituição de um mercado econômico regional para a América Latina remontam ao tratado que estabeleceu a Associação LatinoAmericana de Livre Comércio (ALALC) desde a década de 1960. Esse organismo foi sucedido pela Associação Latino-Americana de Integração na década de 1980. À época, a Argentina e o Brasil fizeram progressos na matéria, assinando a Declaração de Iguaçu (1985), que estabelecia uma comissão bilateral, à qual se seguiram uma série de acordos comerciais no ano seguinte. O Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, assinado entre ambos os países em 1988, fixou como meta o estabelecimento de um mercado comum, ao qual outros países latino-americanos poderiam se unir. Com a adesão do Paraguai e do Uruguai, os quatro países se tornaram signatários do Tratado de Assunção (1991), que estabelecia o Mercado Comum do Sul, uma aliança comercial visando a dinamizar a economia regional, movimentando entre si mercadorias, pessoas, força de trabalho e capitais. Inicialmente foi estabelecida uma zona de livre comércio, em que os países signatários não tributariam ou restringiriam as importações um do outro. A partir de 1 de janeiro de 1995, esta zona converteu-se em união aduaneira, na qual todos os signatários poderiam cobrar as mesmas quotas nas importações dos demais países (tarifa externa comum). No ano seguinte, a Bolívia e o Chile adquiriram o status de associados. O Chile encontra-se em processo de aquisição do status de associado pleno depois de resolver alguns problemas territoriais com a Argentina. Outras nações latino-americanas manifestaram interesse em entrar para o grupo, mas, até o momento, somente a Venezuela levou adiante sua candidatura, embora sua incorporação ao Mercosul ainda dependa da aprovação dos congressos nacionais do bloco. Em 2004, entrou em vigor o Protocolo de Olivos (2002), que criou o Tribunal Arbitral Permanente de Revisão do Mercosul, com sede na cidade de Assunção (Paraguai). Uma das fontes de insegurança jurídica nesse bloco de integração era a falta de um tribunal permanente. Muitos sul-americanos vêem o Mercosul como uma arma contra a influência dos Estados Unidos na região, tanto na forma da Área de Livre Comércio das Américas quanto na de tratados bilaterais. Uma prova disso é a criação da Universidade do Mercosul, que vai priorizar a integração regional no modelo de educação. Antecedentes A América do Sul foi, ao longo de cinco séculos, palco das mais violentas batalhas do continente americano. Desde a chegada dos espanhóis e portugueses ao continente, a Bacia do Prata foi cenário das disputas lusoespanholas por território (o território que hoje é o Uruguai já foi espanhol, português e de novo espanhol). Entretanto, ao mesmo tempo, nesta região situam-se capítulos fundamentais da emancipação política e econômica dos futuros sócios do Mercosul . Durante os séculos XVI e XVII, a Espanha organizou o sistema comercial de suas colônias em torno do esquema de "frotas e galeões", autorizando somente a alguns portos o direito de enviar ou receber mercadorias originárias dessas colônias. Para cidades como Buenos Aires, fundada em 1580, esse sistema ameaçava o desenvolvimento econômico da região. Para enfrentar esse confinamento econômico, a população de Buenos Aires percebeu a única saída possível: o intercâmbio comercial (ainda que ilegalmente) com o Brasil. Esse foi o início de uma relação que estava destinada a crescer cada vez mais. No século XIX, o processo de emancipação política da América do Sul acentuou os contrastes existentes entre os países da região. Neste período, ocorreram importantes capítulos da história do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Basta citar a Guerra da Cisplatina, a independência da República Oriental do Uruguai, Guerra Grande uruguaia, a Revolução Farroupilha, a disputa entre unitários e federalistas na Argentina e a Guerra do Paraguai: alianças, intervenções e conflitos que forjaram o contexto histórico de formação dos estados nacionais platinos. Em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, pela primeira vez, Brasil e Argentina tentaram a criação de uma União Aduaneira entre as suas economias. Porém, isso não se concretizou devido às diferenças diplomáticas dos países em relação às políticas do Eixo, após o ataque a Pearl Harbor. Com o fim da guerra, a necessidade de interação entre as nações se tornou iminente e, consecutivamente, a formação dos blocos econômicos, entretanto na América Latina não houve uma união que tenha obtido resultados satisfatórios. Declaração de Foz do Iguaçu Em dezembro de 1985, o presidente brasileiro José Sarney e o presidente argentino Raúl Alfonsín assinaram a Declaração de Iguaçu, que foi a base para a integração econômica do chamado Cone sul. Ambos acabavam de sair de um período ditatorial e enfrentavam a necessidade de reorientar suas economias para o mundo exterior e globalizado. Os dois países haviam contraído uma grande dívida externa no período dos governos militares e não gozavam de crédito no exterior. Havia uma grande necessidade de investimentos nos países, mas não havia verbas. Esta situação comum fez com que ambos percebessem a necessidade mútua. Logo após a assinatura da declaração de Iguaçu, em fevereiro de 1986, a Argentina declara a intenção de uma "associação preferencial" com o Brasil. Em uma casa particular em Don Torcuato, houve uma reunião para discutir o assunto. A discussão dura dois dias e acontece em clima de troca de idéias e posições quanto ao estatuto da economia da zona. Depois de poucas semanas, é o Brasil que convida a Argentina para uma reunião semelhante, em Itaipava, também em uma residência particular. Esse foi o sinal de aceitação da iniciativa argentina e então começava a formação do acordo, com objetivo de promover o desenvolvimento econômico de ambos os países e integrá-los ao mundo. Para muitos, a idéia de integração na América do Sul parecia mais uma abstração, devido as várias experiências mal sucedidas no passado, entretanto essa foi diferente. MAIA, Jayme de Mariz. Economia Internacional e Comércio Exterior. s.l.: Editora Atlas, 2006. ISBN 8522442584 Tratado de Assunção Em 6 de julho de 1990, o presidente do Brasil, Fernando Collor, e o da Argentina, Carlos Menem, assinaram a Ata de Buenos Aires de integração econômica entre os dois países e, em complemento a este, em 1991, foi assinado o Tratado de Assunção, com a entrada do Uruguai e Paraguai, para a constituição do Mercosul. O Tratado de Assunção foi um tratado assinado em 26 de março de 1991, entre a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com o objetivo de estabelecer um mercado comum entre os países acordados, formando então o popularmente conhecido Mercosul, Mercado comum do sul, ou em castelhano, Mercado común del sur. Mais tarde, em 1994, o Protocolo de Ouro Preto foi assinado como um complemento do Tratado, estabelecendo que o Tratado de Assunção fosse reconhecido jurídica e internacionalmente como uma organização. FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado_Comum_do_Sul Muito obrigado, senhor Presidente FERNANDO MARRONI Deputado Federal – PT/RS