Não existem conquistas definitivas, salvo para aqueles que nos deixam no auge do apego. Aí sim, as pessoas restam gravadas irreversivelmente dentro do nosso coração e nós no delas. Se não podemos explicar os porquês das chamadas de um coração, podemos, portanto, compreender a importância do exercício diário, na manutenção dos sentimentos do outro. Ninguém pertence a ninguém, as pessoas doam-se e acolhem-se. O amor é uma flor muito delicada, mesmo se vestida de grandiosas e maravilhosas formas. O amor é uma flor singela, frágil e bela e é preciso recebê-lo com mãos ternas, como se sua vida dependesse de nossa acolhida. Frequentemente somos meio desajeitados quando se trata de amor. Descuidamos dos pequenos gestos que o nutrem, deixamos que a terra seque-se, substituímos atenções emocionais por outras que, mesmo importantes, não são suficientes ao mantimento para a durabilidade do amor. O amor nutre-se de carinhos e carícias. Sacia-se no abraço, cresce no beijo. Fortalece-se nos momentos a dois. Achamos tempo para tanta coisa e nos dedicamos pouco a estar com o outro. Pessoas às vezes que se amam muito se afastam por falta de cuidado de ambas as partes. Os quereres confundem-se. Homens e mulheres são diferentes, isso é certo! Mas deve haver esse meio caminho onde as mãos acabam se encontrando, onde os dedos se entrelaçam e os desejos fundem-se numa mesma coisa. Ninguém conhece a verdadeira dor de perder antes de ter perdido de verdade. É depois, bem depois, que olhamos para trás e nos dizemos que teríamos vivido bem mais intensamente se tivéssemos carregado essa delicada flor bem mais pertinho do nosso coração. Créditos: Texto: Letícia Thompson www.leticiathompson.net Imagens: Internet Música: Ernesto Cortazar - My first love Formatação: Beth Norling E-mail: [email protected]