Sócrates e o nascimento da Filosofia

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Sócrates e o nascimento da
Filosofia
Para Pensar
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Vivemos numa sociedade que estimula a busca
por prazeres e a afirmação das individualidades.
Porém, será que a realização pessoal é
suficiente para uma vida feliz? Por exemplo, é
possível ter prazer saboreando um lanche se, ao
lado, vemos uma pessoa faminta? Em outras
palavras: é possível ser indiferente à situação do
outro e conviver passivamente com as
injustiças?
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A pintura, produzida mais de 2000 anos após a
morte do filósofo grego, retrata a dor e o
desespero de seus amigos diante da
arbitrariedade de sua condenação. Mas a
injustiça cometida contra Sócrates não os deixou
indiferentes; pelo contrário, pode-se dizer que
fortaleceu os ideais defendidos pelo filósofo e
estimulou a atividade de novos pensadores,
dentre eles Platão, cujo pensamento está na
base da cultura ocidental.
Quem foi Sócrates?
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Sócrates foi um ateniense que viveu no
século V a.C., período conhecido como a
“Idade de Ouro” de Atenas. Não deixou
nenhum escrito; o que sabemos de suas
ideias deve-se a citações, sobretudo
daqueles que o conheceram, como seu
discípulo Platão (428-347 a.C.).
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Desapegado de bens materiais, tinha o
hábito de caminhar pela cidade propondo
diálogos aos cidadãos. Esses diálogos
giravam em torno de assuntos
aparentemente triviais, mas, a partir deles
e por meio de hábeis perguntas, Sócrates
acabava por abordar questões complexas,
que costumavam deixar seus
interlocutores perplexos.
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Sócrates é considerado o “pai da filosofia”,
pois buscou atingir uma verdade a partir
do diálogo com os demais cidadãos.
No centro de sua busca pelo
conhecimento verdadeiro, estavam as
questões humanas, como a amizade, o
belo e a virtude.
Método socrático
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No diálogo de Platão, Sócrates define a função
do filósofo como sendo semelhante à de uma
parteira: seu objetivo seria dar à luz a ideias.
Chama-se maiêutica o método socrático de
obtenção da verdade segundo o qual cada
pessoa seria capaz de atingi-la, cabendo ao
filósofo apenas facilitar esse encontro, por meio
de perguntas. Sócrates acreditava que o
primeiro passo para se chegar a essa verdade
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era o reconhecimento da própria ignorância (“só
sei que nada sei”).
Nas conversas ele abusava da ironia como
forma de abalar crenças constituídas e expor a
fragilidade das argumentações.
É importante frisar que há um princípio ético na
base do pensamento socrático. Uma vez que o
homem é racional, ele teria a capacidade de
conhecer a verdade, que não se encontra
somente nele, mas também na natureza.
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Sócrates dizia ouvir uma voz divina que o levava
a fazer o que era certo e, para isso era
necessário o conhecimento, ou seja, a conexão
com a verdade expressa pela natureza – um
pré-requisito para fazer o bem.
Com o conhecimento, o homem ganha a
autonomia, isto é, a capacidade de determinar
sua própria conduta e suas próprias regras.
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Por isso Sócrates dava tanta importância à
consciência ética: ao determinar sua conduta, o
homem deveria, necessariamente, considerar
sua relação com a verdade.
A mais importante contribuição de Sócrates para
a filosofia foi a identificação do homem com sua
psyche, ou “alma”, caracterizada ao mesmo
tempo como centro da racionalidade, da
personalidade e da consciência ética.
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