POÉTICAS CONTEMPORANEAS: A POESIA MARGINAL(IZADA) DO RAP E SEU INTELECTUAL PRODUTOR Cleber José de OLIVEIRA (UEMS-Dourados/UFGD/CAPES) RESUMO: Este trabalho lança luz sobre o rap brasileiro e seu intelectual produtor. Compreende o rap como sendo um gênero poético marginal, um traço da cultura contemporânea brasileira, que realiza uma crítica ao mito da democracia racial, denuncia o racismo e a marginalização da população negra e, sobretudo, procura reelaborar a identidade negra de forma positiva. Por isso, essa poesia rap é vista e entendida pelo poder hegemônico, como uma espécie de fruto social indesejado que precisa ser silenciado, por isso é uma poética marginalizada. Esse posicionamento de subversão pode ser observado nos poemas de Mano Brow, Gog, Emicída, Criolo, poetas que tomam para si a função de se autorrepresentar, de explicitar vivencias, não raras, a partir das periferias de onde são oriundos, constituindo assim um fazer intelectual, mas não aquele acadêmico. Para além disso, registra que o rap é fruto de um momento histórico marcado pelo embate entre a segregação racial e o movimento de luta pelos direitos civis dos negros, desencadeado a partir da década de 1960 primeiramente na Jamaica e depois nos Estados Unidos. Logo depois foi disseminado para vários países que o assimilaram e o produziram a partir de suas singularidades, um exemplo é o Brasil. Aqui, o viés literário do rap repousa no conceito de “literatura menor” traçado por Deleuze e Guattari; e o de intelectual, em Gramsci. PALAVRAS-CHAVE: Poesia. Rap. Marginalidade. Intelectual. Contemporaneidade.