O DESFIBRILADOR A desfibrilação é um procedimento terapêutico que visa corrigir arritmias cardíacas. A aplicação de uma grande corrente num tempo muito curto no coração força uma contração temporária das fibras cardíacas, permitido o restabelecimento do ritmo normal das contrações. Fibrilação é uma condição de emergência causada, por exemplo, por um distúrbio elétrico no coração e que gera contrações irregulares e descompassadas. Raramente a fibrilação se auto-reverte, sendo necessário a aplicação de um pulso elétrico. Os desfibriladores, assim como os cardioverssores, possuem um funcionamento básico que consiste no armazenamento de carga, seguida de um descarregamento. Durante um período de no máximo 10 segundos o aparelho acumula energia da rede ou de baterias. Este processo é acionado por uma botão no painel do desfibrilador onde também indica o momento da carga total acumulada. O armazenamento é feito por capacitores não polarizados, com dielétricos de filme plástico. As tensões são de 7kV DESFIBRILADOR DE ONDA SENOIDAL AMORTECIDA O desfibrilador de onda senoidal amortecida é a forma de onda de desfibrilação mais utilizada clinicamente. Usa fonte de corrente contínua, que pode ser a rede ou baterias. O gerador consiste de um ciruito com capacitor e indutor para descarga do choque, através da resistência do peito do paciente. Após o comando de carga, e antes do comando de descarga, o equipamento permanece no estado de espera, ou “stand by”. A duração do pulso é de aproximadamente 10ms. O resistor Rs em série, limita a corrente de carga, protege os componentes do circuito e compõe a constante de tempo de carga RC, cujo tempo de carregamento é de 2s para uma tensão de 63% da tensão da fonte. Neste circuito, um retificador de meiaonda, alimentado por um transformador elevador, é usado para carregar o capacitor “ C”. O capacitor é carregado a uma tensão do circuito primário do transformador variável. O capacitor é descarregado no peito do paciente, representado pelo resistor de carga “RL”, quando a chave 2 é fechada, através do indutor “L”. Após ter sido feita a descarga, a chave volta para a posição 1, ou posição de espera, e o processo pode ser repetido se necessário. São utilizados, na composição desse circuito, capacitores de 10 a 50 micro Faradays. Como para desfibrila ção externa é necessária uma energia em torno de 400 joules, a tensão deve ser de 2k a 9kV, dependendo da capaci tância disponível. Este tipo de gerador de pulso substitui os geradores CA e os de onda Exponencial porque produz menos arritmias pós-choque e danos menores ao tecido cardíaco. Pás Na desfibrilação externa, o operador aplica as pás ao peito do paciente e descarrega o desfibrilador apertando simultaneamente os botões de descarga, localizados um em cada pá. A descarga elétrica dura pouco mais de 10ms, e aplica ao paciente uma alta tensão de 2kV a 4kV. Sistemas de Proteção Não só o paciente deve receber atenção quanto à exposição a tensões ou correntes elevadas, os amplificadores e demais circuitos eletrônicoas sensíveis também precisam ser protegidos. Existem situações de risco consideráveis, por exemplo o uso de desfibrilador no paciente, ou ele tocar alguma região energizada. Portanto a proteção elétrica é uma consideração muito importante nos equipamentos eletromédicos. As normas são muito restritivas em relação à passagem de corrente elétrica pelo paciente: - Corrente máxima tolerada igual a 10A (60 Hz); - A sensibilidade do corpo diminui com a freqüência igual a 1mA (>100Hz); As características mais importantes de um sistema de isolação (óptica ou por transformador) são: - Suportar tensão do desfibrilador (aproximadamente 5kV); - Fuga de corrente capacitiva menor possível pela barreira de isolação; - Mínima distorção do sinal e imunidade a ruídos Isolação óptica Transformador de Isolamento: Tipos de Desfibriladores Existem dois tipos básico de desfibriladores: • Desfibriladores emergência externos - A unidade de controle analiza o Eletrocardiograma e avisa o operador da necessidade ou não da desfibrilação. semi-automáticos de Desfibriladores externos automáticos de emergência Requerem que o operador apenas posicione os eletrodos no paciente e ative a unidade de controle, que analisa o ritmo do eletrocardiograma, captado a partir das pás e determina se o procedimento de desfibrilação é necessário ou não. Em caso positivo, carregase e descarrega-se automaticamente.