Instituições de Direito Ciências Econômicas Profa. Virgínia Salomão - Unip Chácara 2012 Intenção ética e norma moral •Que são normas morais? •As normas morais são regras que pretendem regular as nossas ações estabelecendo o que é proibido e o que é permissível. •Dizem – nos o que devemos e o que não devemos fazer. •Ex: •As Ajudar os necessitados, ser fiel aos seus compromissos, não matar, não mentir são exemplos de normas morais. normas morais podem expressar-se de várias formas. Assim, a norma que condena o roubo pode enunciar-se destes modos: «Não deves roubar!», «Não roubes!», «Roubar é errado», «Roubar não é moralmente correto» e «As pessoas não devem roubar». Há normas jurídicas injustas? O reconhecimento de que há normas jurídicas injustas – caso de leis de segregação racial, de leis que discriminam conforme o sexo ou a orientação sexual – e aplicações injustas da lei mostram que uma ação não é moralmente correta só porque é legalmente admitida nem moralmente incorreta só porque é ilegal. Que certas ações sejam ao mesmo tempo imorais e ilegais não implica, contudo, que a moral e o direito sejam a mesma coisa. NORMAS MORAIS E CONSCIÊNCIA MORAL 1.A intenção ética é importante porque não basta a conformidade ou o acordo externo com as normas morais. A avaliação da moralidade de uma ação exige mais do que a verificação da sua conformidade externa com a norma moral. Uma coisa é não roubar porque tenho receio de represálias – adesão exterior e não íntima ao que a norma exige – outra é não roubar porque considero isso errado e indigno. A INTENÇÃO E AS CONSEQUÊNCIAS 2.Por maior que seja a pressão social, a moralidade é uma questão de consciência, a única autoridade perante a qual tenho de responder. Como distinguir uma ação moralmente incorreta de uma ação moralmente correta? Na avaliação da moralidade das ações podemos, entre outros, dar relevo a fatores como: a intenção as consequências e o caráter de quem age e toma decisões. Alguns casos para reflexão 1- Antonio é encarregue pelo diretor do museu em que trabalha de transportar um precioso quadro para o museu da cidade mais próxima. Ao passar por um rio repara que uma jovem se está afogar. Imediatamente salta para a água. Como nada mal usa o quadro para flutuar e tentar chegar à jovem que está em situação aflitiva. Apesar de todos os seus esforços não consegue salvar a rapariga. O quadro fica irremediavelmente danificado e o mesmo acontece com o fato do seu amigo. Alguns casos para reflexão 2- João, considera intolerável que tantas crianças morram de fome no mundo e decide dar R$ 1.000 a uma instituição que se dedica a combater esse flagelo. Inspirados pelo seu extraordinário exemplo, muitos estudantes da faculdade que frequenta dão também uma quantidade significativa de dinheiro à instituição de caridade.O que não sabem é que João roubou os 1.000 reais a um tio muito rico que eventualmente nem dará pela sua falta. Como resultado direto e indireto da generosidade de João muitas crianças são alimentadas. Alguns casos para reflexão 3- Miguel dedica boa parte dos seus fins-de-semana a iniciativas em benefício dos pobres.Com tal esforço pensa assegurar uma boa reputação e atrair clientes às suas lojas de materiais informáticos. Alguns casos para reflexão 4- Manuel é o melhor amigo de Joaquim. Estudam literaturas modernas e Joaquim tem aspirações a romancista. Um dia mostra ao amigo uma novela que pensa apresentar numa aula. Manuel considera que o escrito de Joaquim não tem a mínima qualidade mas não quer ferir os sentimentos do amigo e desiludi-lo. Diz que a novela está magnífica. Encorajado e iludido, Joaquim lê o seu escrito na aula sendo humilhado pelos colegas que consideram a obra insuportável. Joaquim nunca mais confia no seu amigo. Analisando os casos: Antonio agiu com a intenção de salvar uma vida mas as consequências foram desastrosas: não só não conseguiu o que pretendia como também prejudicou o museu e o amigo. Serão estes aspectos relevantes ou irrelevantes na avaliação moral do ato de Antonio? Analisando os casos: Miguel envolveu-se numa atividade em si mesma louvável. Contudo, ajudou por interesse pessoal, por egoísmo. Será que este motivo retira valor moral à sua ação? Manuel provavelmente não imaginou que as consequências da sua ação seriam tão negativas. Pensou provavelmente que a sua simpática mentira seria a melhor opção. Teria sido melhor que tivesse dito a verdade sobre o que pensava da novela escrita pelo Joaquim? O motivo que o levou a mentir foi o de não ferir ou desmoralizar o seu amigo. Analisando os casos: João age baseado num bom motivo ou com uma boa intenção: ajudar crianças que passam fome. As consequências da sua ação foram boas. As crianças foram ajudadas. Será relevante para a avaliação moral do que fez sabermos que a sua generosidade resultou de um roubo? Como julgar? A intenção ou as consequências? Qual o critério adequado para determinar a moralidade de um ato? Este problema é um dos grandes problemas da reflexão moral ou ética.