Índice Cronologia Histórico Literário____________________________________02 A semana de Arte moderna de 1922________________________________03 Oswald de Andrade_____________________________________________09 O anjo pornográfico Nelson Rodrigues______________________________14 Ziembinski e Os Comediantes____________________________________16 Teatro Brasileiro de Comédia TBC_________________________________17 Resumo do Teatro completo de Nelson Rodrigues_____________________20 Conclusão____________________________________________________34 Fontes e Referencias ___________________________________________35 Cronologia Histórico Literário 1889 – Proclamação da República, permanecendo, entretanto o poder nas mãos da oligarquia representada pelos donos de terras. 1914 – Início da 1º guerra mundial que duraria até 1918. No período o Brasil desenvolve o seu parque industrial, sob a forma de indústria de substituição. 1922 – Realiza-se em São Paulo a Semana de Arte Moderna, reunindo um grupo de artistas que se propõe a renovar a arte brasileira, dando-lhe um caráter eminentemente nacional. 1929 – Estou da bolsa de Nova York 1930 – Início do Estado Novo, sobre a ditadura de Getúlio Vargas, que duraria até 1945 e seria uma base de desenvolvimento da economia interna. 1939 – Começo da Segunda Guerra Mundial que termina em 1945. 1940 – Criação do grupo teatral Os Comediantes, que encerraria suas atividades em 1947, elevando o espetáculo teatral no Brasil a um alto nível. 1943 – Estréia da peça Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, considerado um marco na dramaturgia brasileira. 1948 - Franco Zamparini funda o Teatro Brasileiro de Comedia (TBC) na rua Major Diogo em São Paulo. 1954 – Ano do IV Centenário de São Paulo 1956 – Início do Governo Kubitschek, que terminaria em 1960, caracterizando-se pela rápida industrialização, alta inflação e grande euforia desenvolvimentista. Formação do Arena como grupo teatral estável. 1964 – Deposição do Presidente João Goulart e início de uma nova fase de vida política brasileira, com o golpe militar. 1968 – Edição do Ato institucional nº 5, que restringiu a liberdade de expressão. A censura foi exercida não só sobre os meios de comunicação de massa, como também sobre as próprias obras artísticas. 1976 – A arte volta a ter um compromisso com a problemática social, em virtude da gradativa liberação da censura. 1980 – Procura de novos caminhos para a arte, dentro do processo de redemocratização do país. A SEMANA DE ARTE MODERNA A exposição de Anita Malfatti Em 1917, depois de Estudar na Europa e nos Estados Unidos, Anita Malfatti retorna ao Brasil e realiza uma mostra de seus quadros em São Paulo. Com uma técnica de vanguarda, a sua pintura surpreende o público, acostumado com o realismo acadêmico, comum e sem ousadia. Mas, em geral, as reações são favoráveis até que Monteiro Lobato, crítico de artes de O Estado de São Paulo, escreve um artigo feroz intitulado Paranóia ou mistificação, no qual acusa toda a Arte moderna: “Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem normalmente as coisas(..) A outra espécie é formada pelos que vêem anormalmente a natureza e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...) Embora eles se dêem como novos, precursores de uma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranóia e com a mistificação.(...) Essas considerações são provocadas pela exposição da senhora. Malfatti onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia”. A reação da elite paulistana, que confiava cegamente nas opiniões e gostos pessoais do autor de Urupês, é imediata: escândalo, quadros devolvidos, uma tentativa de agressão à pintora, a mostra fechada antes do tempo. O artigo demolidor serve, entretanto, para que os jovens "futuristas" brasileiros, até então dispersos, isolados em pequenos agrupamentos, se unam em torno de um ideal comum: destruir as manifestações artísticas que remontavam ao século XIX, especificamente, no caso da literatura, o parnasianismo poético, medíocre e superado. Neste sentido, a exposição de Anita Malfatti funciona como estopim de um movimento que explodiria na Semana de Arte Moderna. Quatro estréias promissoras Ainda em 1917, são editados livros de poemas de quatro jovens autores. Percebe-se neles o quão forte era a herança parnasiana, e mesmo a simbolista ou a romântica, mas se pode enxergar também algo de novo. Propriamente uma realização. Ainda com timidez, eles intentavam caminhos alternativos: Há uma gota de sangue em cada poema - Mário de Andrade Almeida / Cinzas das horas - Juca Mulato - Menotti del Picchia / Nós - Guilherme de Manuel Bandeira. As esculturas de Brecheret Em 1920, os jovens paulistas descobrem as esculturas de Brecheret. Impregnadas de modernidade, constituirão uma das bandeiras da Semana, pois Brecheret fora contratado para realizar o Monumento às Bandeiras e ao apresentar às autoridades as maquetes da obra, teve o trabalho recusado. Anos depois, o monumento seria erigido, tornando-se um símbolo de São Paulo e a escultura pública mais admirada no país. Mas, naquele instante, o caso Brecheret fornece munição à rebeldia estética que germinava na capital paulista. Ou como diria Menotti Del Picchia: "Foi sua arte magnífica que abriu os nossos cérebros, (...) criado entre nós uma arte forte, liberta, espontânea." Antecedentes e Organizadores Por volta de 1912, Oswald de Andrade, recém-chegado da Europa, começa a divulgar, através de jornais paulistas, as novas correntes estéticas européias, principalmente as idéias futuristas de Marinetti (autor italiano). Mas, essas idéias não encontram grande receptividade a não ser em grupos reduzidos de jovens intelectuais, ainda sufocados pela linguagem anacrônica da arte dominante. Um possível diálogo entre Oswald e Mário de Andrade, organizadores do evento, com Graça Aranha, a quem convidam a participar por ser um renomado escritor e poder dar prestígio ao evento: Graça Aranha pergunta sobre o que se trata a reunião. Oswald de Andrade diz que seu amigo Di Cavalcanti teve a esplêndida idéia de realizar um grande festival para mostrar o que há de mais moderno na arte. Mário fala que apesar de já possuímos belos trabalhos como O Pirralho do Oswald, as exposições de Anita Malfatti, a revista Orpheu com Ronald Carvalho, as caricaturas de Di Cavalcanti, nós ainda não conseguimos acabar com a soberania do Parnasianismo. É preciso criar algo de novo,diz Oswald, que choque, que mostre a nossa real arte, a arte moderna, a arte do Brasil... e precisamos contar com o apoio de escritores como você, com prestígio, para atrair uma grande quantidade de pessoas. Graça Aranha acha muito interessante, ainda mais que vem a defender propostas tão nobres. Ele aceita o convite. Então Oswald vai atrás de patrocínio, com fazendeiros. E Mário cita o Teatro Municipal para o local do evento. O evento Finalmente, em fevereiro de 1922, realiza-se em São Paulo a Semana de Arte Moderna. O objetivo dos organizadores era acima de tudo a destruição das velhas formas artísticas na literatura, música e artes plásticas. Paralelamente, procuravam apresentar e afirmar os princípios da chamada arte moderna, ainda que eles mesmos estivessem confusos a respeito de seus projetos artísticos. Oswald de Andrade sintetiza o clima da época ao afirmar: "Não sabemos o que queremos. Mas sabemos o que não queremos”.A proposição de uma semana (na verdade, foram só três noites) implicava uma amostragem geral da prática modernista. Programaram-se conferências, recitais, exposições, leituras, etc. O Teatro Municipal foi alugado. Toda uma atmosfera de provocação se estabeleceu nos círculos letrados da capital paulista. Havia dois partidos na cidade: o dos futuristas e o dos passadistas. 1° Noite: A conferência de abertura de Graça Aranha, intitulada 'A Emoção Estética na Arte Moderna'. Veja abaixo: “Para muitos de vós a curiosa e sugestiva exposição que gloriosamente inauguramos hoje é uma aglomeração de "horrores". Aquele Gênio suplicado, aquele homem amarelo, aquele carnaval alucinante, aquela paisagem invertida se não são jogos da fantasia de artistas zombeteiros, são seguramente desvairadas interpretações da natureza e da vida. Não está terminado o vosso espanto. Outros horrores vos esperam. Daqui a pouco, juntando-se a esta coleção de disparantes, uma poesia liberta, uma música extravagante, mas transcendente, virão revoltar aqueles que reagem movidos pelas forças do Passado.” A conferência de Graça Aranha não chegou a causar espanto, ao contrário da música de Ermani Braga, que fazia uma crítica a Chopin - o que levaria a pianista Guiomar Novaes a protestar publicamente contra os organizadores da semana. A noite prosseguiu com a conferência 'A Pintura e a Escultura Moderna do Brasil', de Ronald Carvalho, três solos de piano de Ermani Braga e três danças africanas de Villa-Lobos. 2° Noite: Anunciava como grande atração a pianista Guiomar Novaes, que, apesar do protesto, compareceu e se apresentou. Houve conferência de Menotti del Picchia sobre arte e estética, ilustrada com a leitura de textos de Oswald de Andrade, Mário de Andrade recitava sua Paulicéia desvairada, inclusive a Ode ao burguês, a vaia era tão grande que não se ouvia, do palco, o que Paulo Prado gritava da primeira fila da platéia. O mesmo aconteceu quando Ronald de Carvalho lê um poema de Manuel Bandeira, o qual não comparecera ao teatro por motivos de saúde: Os sapos. Trata-se de uma ironia corrosiva aos parnasianos, que ainda dominavam o gosto do público. Este reage através de vaias, gritos, patadas, Sob um coro de relinchos e miados, gente latindo como cachorro ou cantando como galo, interrompendo a sessão. Oswald de Andrade debochou do fato, afirmando que, naquela ocasião, revelaram-se "algumas vocações de terra-nova e galinha d'angola muito aproveitáveis". Mas, metaforicamente, com sua iconoclastia pesada, que se mostra hostil a princípios sãos ou moralistas, o poema delimita o fim de uma época cultural: Enfunando os sapos, saem da penumbra, Aos pulos, os sapos A luz os deslumbra. Em ronco que aterra, Borra o sapo-boi: Meu pai foi à guerra! Não foi! - Foi! - Não Foi! O sapo-tanoeiro Parnasiano aguado, Diz: -Meu cancioneiro é bem martelado. O meu verso é bom Frumento sem joio Faço rimas com Consoantes de apoio. Vai por cinqüenta anos Que lhes dei a forma: Reduzi sem danos A formas e a forma. Clame a saparia Em críticas céticas: Não há mais poesia, Mas há artes poéticas... Urra o sapo-boi: - Meu pai foi rei! - Foi! - Não foi! - Foi! - Não foi! Brada era um assomo O sapo tanoeiro A grande arte é como lavor de joalheiro Outros, sapos-pipas (Um mal cabe em si) Falam pelas tripas - Sei! - Não sabe! - Sabe! Longe dessa grita, Lá onde mais densa A noite infinita Verte a sombra imensa Lá, fugido ao mundo, Sem glória, sem fé, No perau profundo E solitário, é Que soluças tu, Transido de frio Sapo-cururu Da beira do rio..." 3° Noite Realizou-se o terceiro e último grande festival, com apresentação de músicas de VillaLobos. O público já não lotava o teatro e comportava-se mais respeitosamente. Exceto quando o maestro Villa-Lobos entra em cena de casaca e... chinelos; o público interpreta a atitude como futurista e vaia. Mais tarde o maestro explicaria que não se tratava de futurismo e sim de um calo arruinado... Principais participantes da Semana Literatura: Mário de Andrade - Oswald de Andrade - Graça Aranha - Ronald de Carvalho Menotti del Picchia - Guilherme de Almeida - Sérgio Milliett Música e Artes Anita Malfatti - Di Cavalcanti - Santa Rosa - Villa-Lobos - Guiomar Novaes Plásticas: A importância estética da Semana Se a Semana é realizada por jovens inexperientes, sob o domínio de doutrinas européias nem sempre bem assimiladas, conforme acentuam alguns críticos, ela significa também o atestado de óbito da arte dominante. O academicismo plástico, o romantismo musical e o parnasianismo literário esboroam-se por inteiro. Ela cumpre assim a função de qualquer vanguarda: exterminar o passado e limpar o terreno. É possível, por outro lado, que a Semana não tenha se convertido no fato mais importante da cultura brasileira, como queriam muitos de seus integrantes. Há dentro dela, e no período (1922-1930), certa destrutividade gratuita, certa ironia superficial e enorme confusão no plano das idéias.. Com efeito, os autores que organizaram a Semana colocaram a renovação estética acima de outras preocupações importantes. As questões da arte são sempre remetidas para a esfera técnica e para os problemas da linguagem e da expressão. O principal inimigo eram as formas artísticas do passado. De qualquer maneira, a rebelião modernista destrói a oposição sistemática a paixão pelas coisas antigas - que impedia as criações mais revolucionárias e complexas - e inaugurar o império da experimentação, algo de indispensável, para a fundação de uma arte verdadeiramente nacional. Caberia ainda ao próprio Mário de Andrade - verdadeiro líder e principal teórico do movimento - sintetizar a herança de 1922: A estabilização de uma consciência criadora nacional, preocupada em expressar a realidade brasileira. A atualização intelectual com as vanguardas européias. O direito permanente de pesquisa e criação estética. A Semana e a realidade brasileira A Semana de Arte Moderna insere-se num quadro mais amplo da realidade brasileira. Vários historiadores já a relacionaram com a revolta tenentista e com a criação do Partido Comunista, ambas de 1922. Embora as aproximações não sejam imediatas, é flagrante o desejo de mudanças que varria o país, fosse no campo artístico, fosse no campo político. Um dos equívocos mais freqüentes das análises da Semana consiste em identificá-la com os valores de uma classe média emergente. Ela foi patrocinada pela elite agrária paulista. E os princípios nela expostos adaptavam-se às necessidades da refinada oligarquia do café. Uma oligarquia cosmopolita, cujos filhos estudavam na Europa e lá entravam em contato com o "moderno". Uma oligarquia desejosa de se diferenciar culturalmente dos grupos sociais. Enfim, uma classe que marcaria a primeira fase modernista - a expressão contraditória de suas aspirações ideológicas. Outro equívoco é considerar o movimento como essencialmente antiburguês. O poema Ode ao burguês, de Mário de Andrade, e alguns escritos de outros participantes da Semana podem levar a esta conclusão. Mas não esqueçamos que a burguesia rural, vinculada ao café, apoiou os jovens renovadores. E, além disso, toda crítica dirigia-se a um tipo de burguesia urbana, composta geralmente de imigrantes, inculta, limitada em seus projetos, sem grandeza histórica, ao contrário das camadas cafeicultoras, cujo nível de refinamento cultural e social era muito maior. Neste caso, os modernistas se comportam como aqueles velhos aristocratas que menosprezam a mediocridade dos "novos-ricos". No início da década de 30, Oswald de Andrade já perceberia o quão contraditória era a sua crítica ao universo das classes citadinas. Daí o prefácio do romance Serafim Ponte Grande, em 1933. A situação "revolucionária" desta bosta mental sul-americana, apresentava-se assim: o contrário do burguês não era o proletário - era o boêmio! As massas, ignoradas no território e como hoje, sob a completa devassidão econômica dos políticos e dos ricos. Os intelectuais brincando de roda. Repercussão na Imprensa Veja o que os jornais diziam sobre o evento, nesse fragmento retirado de um dos mais conceituados da época: 'Ao público chocado diante da nova música tocada na Semana, como diante dos quadros expostos e dos poemas sem rima... Sons sucessivos, sem nexo, estão fora da arte musical: são ruídos, são estrondos... são disparates como tantos e tão cabeludos que nesta semana conseguiram desopilar os nervos do público paulista, que raramente ri a bandeira despregada.' Resultados Apesar das vaias e da dura crítica da imprensa nossas artes jamais foram as mesmas. Logo em seguida é lançada a revista Klaxon, porta-voz das idéias modernistas, herdeiros da Semana de 1922. Oswald Andrade Em 11 de janeiro de 1890 nasce em São Paulo José Oswald de Sousa Andrade, Inicia seus estudos, em 1900, na Escola Modelo Caetano de Campos. Em 1901, vai para o Ginásio Nossa Senhora do Carmo. Tem como colega Pedro Rodrigues de Almeida, o “João de Barros” do ”Perfeito Cozinheiro das Almas desse mundo...”. Em 1903, transfere-se para o Colégio São Bento. Lá tem como colega o futuro poeta modernista Guilherme de Almeida. Em 1905, com o São Paulo em ebulição — surge o bonde elétrico, o rádio, a propaganda, o cinema — participa da roda literária de Indalécio Aguiar da qual faz parte o poeta Ricardo Gonçalves. Em 1908, conclui os estudos no Colégio São Bento com o diploma de Bacharel em Humanidades. Em 1909 inicia sua vida no jornalismo como redator e crítico teatral do “Diário Popular”, assinando a coluna "Teatro e Salões". Ingressa na Faculdade de Direito. Em 1910, monta um atelier com o pintor Oswaldo Pinheiro, no Vale do Anhangabaú. Conhece o Rio de Janeiro, e fica hospedado na residência de seu tio, o escritor Inglês de Souza. Passa o primeiro Natal longe da família em Santos, numa hospedaria de carroceiros das docas. No ano seguinte, com a ajuda financeira de sua mãe, funda “O Pirralho”, cujo primeiro número é lançado em 12 de agosto. Em 1912, viaja à Europa. Visita vários países: Itália, Alemanha, Bélgica, Inglaterra, França, Espanha. Conhece durante a viagem a jovem dançarina Carmen Lydia, que Oswald batiza em Milão. Morre em São Paulo sua mãe, no dia 6 de setembro. Retorna ao Brasil, trazendo a estudante francesa Kamiá. Reassume sua atividade de redator de “O Pirralho”, onde publica crônicas em português macarrônico com o pseudônimo de Annibale Scipione. No ano seguinte, participa das reuniões da Vila Kirial e conhece o artista plástico Lasar Segall. Escreve “A recusa”, drama em três atos. Nasce o seu filho, José Oswald Antônio de Andrade, com Kamiá, em 1914. Torna-se Bacharel em Ciências e Letras pelo Colégio São Bento, onde foi aluno do abade Sentroul. Cursa Filosofia no Mosteiro de São Bento. Em 1915, participa do almoço em homenagem a Olavo Bilac, promovido pelos estudantes da Faculdade de Direito. Torna-se membro da Sociedade Brasileira dos Homens de Letras, fundada em São Paulo por Bilac. Chega ao Brasil a dançarina Carmen Lydia, com quem mantém um barulhento namoro. Faz viagens constantes de trem ao Rio a negócio ou para acompanhar Carmen Lydia. No ano seguinte, publica em “A Cigarra” o primeiro capítulo — e, depois, lança, com Guilherme de Almeida, as peças teatrais “Theatre Brésilien — Mon Coeur Balance” e “Leur Âme”, pela Typographie Asbahr. Faz a leitura das peças em vários salões literários de São Paulo, na Sociedade Brasileira de Homens de Letras, no Rio de Janeiro e na redação “A Cigarra”. Publica trechos de “Memórias Sentimentais de João Miramar” na “A Cigarra” e na “A Vida Moderna”. Sofre de artritismo. Volta a estudar Direito, cujo curso havia interrompido em 1912. Recebe o convite de Valente de Andrade para fazer parte do “Jornal do Comércio”, começa seu trabalho como redator. Vai regularmente a Santos, em companhia de Carmen Lydia. De vez em quando viajava pro Rio. Naquela cidade freqüenta a roda literária de Emílio de Meneses, João do Rio, Alberto de Oliveira, Eloi Pontes, Olegário Mariano, Luis Edmundo, Olavo Bilac, Oscar Lopes e outros. Passa temporada em Aparecida do Norte. Está escrevendo o drama “O Filho do Sonho”. Em 1917, conhece Mário de Andrade. Defende a pintora Anita Malfatti das críticas violentas feitas por Monteiro Lobato ("A exposição de Anita Malfatti", no “Jornal do Comércio”, São Paulo, 11/01/1918). Participa do primeiro grupo modernista com Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto e Di Cavalcanti. De 1917 a 1922 escreve regularmente no “Jornal do Comércio”. Trabalha em “A Gazeta”, em 1918. Começa a compor “O perfeito cozinheiro das almas desse mundo...”. Fecha a revista “O Pirralho”. Em 1919 é o orador do “Centro Acadêmico XI de Agosto” da Faculdade de Direito. Pronuncia a palestra "Árvore da Liberdade". Bacharel em Direito, é escolhido orador da turma. Morre seu pai, em fevereiro. Casa-se, com Maria de Lourdes Castro Dolzani de Andrade. No ano seguinte edita “Papel e Tinta”, assinando com Menotti del Picchia o editorial e escrevendo regularmente para o periódico. Descobre o escultor Brecheret. Escreve em “A Raposa” artigo elogiando Brecheret com texto ilustrado com fotos de trabalhos do artista. Em 1921 faz a saudação a Menotti del Picchia no banquete oferecido para políticos e poetas no Trianon. Revela Mário de Andrade poeta. Participa da caravana de jovens escritores paulistas ao Rio de Janeiro, a fim de fazer propaganda do Modernismo. Torna-se o líder dessa campanha preparatória para a Semana de Arte Moderna. Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo. Faz conferência, em 18 de setembro, comemorativa ao centenário da Bandeira Nacional. É um dos participantes do grupo da revista “Klaxon”, onde colabora. Integra o grupo dos cinco com Mário de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Menotti del Picchia. Faz viagem a Portugal e Espanha, acompanhado de Tarsila. Reside em Paris, no atelier de Tarsila. Em 1924 Visita seu filho na Suíça, em março de 1925. Em agosto retorna ao Brasil. Candidata-se à Academia Brasileira de Letras. Oficializa o noivado com Tarsila do Amaral. Faz nova viagem à Europa, com Tarsila. Chega ao Brasil em 16 de agosto. Casa-se com Tarsila do Amaral. No ano seguinte, volta ao Rio para a exposição de Tarsila, com Anita Malfatti, Waldemar Belisário, Patricia Galvão (Pagu). Separa-se de Tarsila do Amaral. Rompe com Mário de Andrade e Paulo Prado. Viaja à Bahia com Pagú. No dia 1º de abril de 1930 casa-se com Pagú numa cerimônia pouco convencional. O acontecimento foi simbólico, realizado no Cemitério da Consolação, em São Paulo. Nasce seu filho Rudá Poronominare Galvão de Andrade com a escritora Patrícia Galvão (Pagú). No ano seguinte, deixa Pagú e une-se à pianista Pilar Ferrer. Publica “A Escada Vermelha”, terceiro romance de “A trilogia do exílio”, e “O Homem e o Cavalo”, com capa de seu filho, Oswald de Andrade Filho. No dia 24 de dezembro, assina contrato ante-nupcial em regime de separação de bens com Julieta Bárbara Guerrini. Se casa com a escritora Julieta Bárbara, tendo como padrinho o jornalista Casper Líbero, o pintor Portinari. Em 1939, viaja à Europa, com sua mulher Julieta, para participar do Congresso do Pen Club, que não se realizou por causa da guerra. Passa uma temporada em Águas de São Pedro, em tratamento de saúde. Candidata-se à Academia Brasileira de Letras pela segunda vez, enviando uma carta aberta aos imortais, em 1940. No ano de 1942, expõe trabalhos de pintura na Sala dos Intelectuais, no VII Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Publica “Cântico dos Cânticos para Flauta e Violão”, dedicado à sua futura mulher, Maria Antonieta d’Alkmin. Lança, em 2ª edição pela Globo, “Os Condenados”. Casa-se com Maria Antonieta d'Alkmin, em 1943. Em 1944, pronuncia na Faculdade de Direito a conferência "Fazedores da América", publicada no “Diário de S.Paulo”. Inicia a série “Telefonema”, publicada no “Correio da Manhã”, até 1954. Viaja a Belo Horizonte, faz uma conferência na Exposição de Arte Moderna, organizada pelo Prefeito Juscelino Kubstichek. Nasce sua filha Antonieta Marília. Participa do Congresso de Escritores em São Paulo. Candidata-se a delegado regional da Associação Brasileira de Escritores e perde a eleição. Nasce seu filho Paulo Marcos. Em 1950, escreve “O antropófago”. É homenageado com um banquete, no Automóvel Clube, pelo aniversário de 60 anos, saudado por Sérgio Milliet. Candidata-se a deputado federal pelo PRT, com o seguinte slogan: “Pão – Teto – Roupa – Saúde – Instrução”. Escreve, em 1952, “Introdução à antropofagia”. Profere discurso de saudação em homenagem a Josué de Castro, representante da ONU, por iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Tenta em vão vender sua coleção de quadros. Em 1954, escreve o ensaio “Do órfico e mais cogitações" e "O primitivo e a antropofagia”. Envia comunicação, por intermédio de Di Cavalcanti, para o Encontro de Intelectuais, no Rio de Janeiro. Publica o primeiro volume das “Memórias — Um homem sem profissão”, com capa de seu filho, Oswaldo Jr. Falece em São Paulo, em 22 de outubro de 1954, na sua residência. É sepultado, no cemitério da Consolação, em São Paulo. É homenageado postumamente pelo Congresso Internacional de Escritores, em 1954. Em 1990, no centenário de seu nascimento, a “Oficina Cultural Três Rios” passa a se chamar “Oficina Cultural Oswald de Andrade; é lançado o filme “Cem Oswaldinianos”, de Adilson Ruiz e instalado painel na estação República do Metrô paulista. OBRAS Humor: Revista “O Pirralho” — crônicas em português macarrônico sob o pseudônimo de Annibale Scipione (1912 — 1917) Poesia: Pau-Brasil (1925) Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade (1927) Cântico dos cânticos para flauta e violão (1945) O escaravelho de ouro (1946) Romance: A trilogia do exílio: I — Os condenados, II —A estrela de absinto, III — A escada vermelha (1922-1934) Memórias sentimentais de João Miramar (1924) Serafim Ponte Grande (1933) Marco Zero: I - A revolução melancólica, II — Chão (1943). Memórias: Um homem sem profissão (1954) Teatro: A recusa (1913) Théâtre Brésilien — Mon coeur balance e Leur Âme (1916) (com Guilherme de Almeida) O homem e o cavalo (1934) A morta (1937); O rei da vela (1937). O rei floquinhos (1953) Manifestos: Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924) Manifesto Antropófago (1928) Manifesto Ordem e Progresso (1931) Teses, artigos e conferências publicadas: O meu poeta futurista (1921) A Arcádia e a Inconfidência (1945) A sátira na poesia brasileira (1945) Versões e adaptações: Filme “O homem do Pau-Brasil”, de Joaquim Pedro de Andrade, baseado na vida de Oswald de Andrade (1980) Filme “Oswaldinianas”. Formado por cinco episódios, dirigidos por Julio Bressane, Lucia Murat, Roberto Moreira, Inácio Zatz, Ricardo Dias e Rogério Sganzerla (1992) Publicações póstumas: A utopia antropofágica – Globo Ponta de lança – Globo O rei da vela – Globo Pau Brasil – Obras completas – Globo O santeiro do mangue e outros poemas – Globo Obras completas – Um homem sem profissão – Memórias e confissões sob as ordens de mamãe – Globo Telefonema – Globo Dicionário de bolso – Globo O perfeito cozinheiro das almas desse mundo – Globo Os condenados – A trilogia do exílio – Globo Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade – Globo Os dentes do dragão – Globo Mon coeur balance – Le Âme - Globo O Anjo Pornográfico Nelson Rodrigues Em 23 de Agosto de 1912 em Recife de Pernambuco nasce Nelson Falcão Rodrigues um dos maiores dramaturgos brasileiros, filho de Maria Éster Falcão Rodrigues e Mário Rodrigues. Nelson morou em Pernambuco até os cinco anos de idade e em 1917 muda-se com sua família para a Aldeia Compita no Rio de Janeiro. Na adolescência freqüentou a escola Prudente de Morais onde o próprio Nelson comenta “Aos nove anos sou considerado gênio por alguns, um tarado em potencial pelas professoras e um maluco pelas alunas. Nessa época, vivo a minha primeira experiência como escritor, ao concorrer e ganhar um prêmio de redação. O premio, dividido com um colega. A história que contei: um adultério – em que o marido mata a mulher a punhaladas. A minha primeiras ‘A vida como ela é’. Depois de ser expulso do colegial por rebeldia, desculpa aos alunos que questionavam a forma de ensino, Nelson vai trabalhar com o pai no jornal A manhã no ano de 1925. “ ...Começa a minha experiência profunda de jornalista. A reportagem policial vai transformar-se para sempre num dos elementos básicos de minha visão de vida. Através dela tive intimidade com a morte (que sempre me apavorou) e nela vi um cadáver pela primeira vez. O jornalismo, daí em diante, passou a ser vital para mim. Tinha, entretanto, intenções literárias – ser romancista, a principal delas. Veio o teatro, porem”. Em 1929 uma tragédia toma conta da família de Nelson seu irmão Roberto é assassinado por engano no lugar do pai, nas dependências da edição do jornal sensacionalista A critica, também do Pai de Nelson. Mário Rodrigues morre em 1930 de desgosto ou “ de paixão” como diria Nelson. E assim as crises se agravam depois que a o jornal é depredado assim que a Revolução de trinta se concretiza, já que o jornal apoiava Júlio Prestes da oposição. A família afunda em tremenda miséria. No ano de1935 Nelson e seu irmão Jofre tuberculosos vão para Campos do Jordão ficar em um sanatório onde fica Nelson quatro anos, o irmão não resiste e morre. Em 1939 escreve sua primeira peça A mulher sem pecado, a início por dificuldades financeiras Nelson pretendia escrever uma porochanchada, sendo esta de bastante lucro na época, porém a pós a segunda página A mulher sem pecado tornou-se séria, e já que seu irmão era amicíssimo de Vargas Neto, a peça foi encaminhada para o Serviço Nacional de teatro e estreou em 1941. Em 1943 estréia sua segunda peça, Vestido de Noiva. A peça por ser muito rebuscada foi recusada por muitos grupos até ser encenada pelo grupo amador Os Comediantes com a direção de Ziembinski. Nelson continuou escrevendo peças, por ele intituladas desagradáveis, por abordarem temas incestuosos, religiosidade às avessas, como Álbum de família que ficou censurada durante 23 anos, os grupos se recusavam a encenar as peças de temáticas fortes, com exceção de A Serpente disputada por vários empresários de companhias teatrais. Em 1944 passa a escrever suas novelas de folhetim sobre o pseudônimo de Suzana Flag até 1947., como comenta o autor “ gosto muito de escrever folhetim, e queria ter mais liberdade. Acho folhetim um gênero de concessão”. Nelson escrevia crônicas diária para o Jornal dos Sports. Em 1951 trabalhando no Jornal a Última hora, passa a escrever as crônicas A vida como ela é, por sua liberdade de escrita, de vocabulário e por abordar temas sempre decorrentes da traição, Nelson foi taxado de comunista, que tentava ridicularizar a instituição familiar. Até mesmo depois quando foi trabalhar para o jornal O Globo passou a ser atacado, só que agora como reacionário, quando na verdade em 1964 depois da Revolução da República, Nelson passa a escrever artigos a favor do governo e ridicularizando a esquerda, uma ironia já quem em 1969 seu filho, filiado ao movimento opositor MR8, é preso no Rio de Janeiro, sendo condenado a 50 anos de prisão, Nelson comenta sobre o assunto “Todos os presidentes, inclusive depois de 1964, me massacraram. Tive oitos peças interditadas. A censura usa um tratamento discriminatório contra mim.... O meu horror à tortura e à censura é tão grande ou maior do que o de vocês. Por uma série de motivos. Eu tenho um filho que está preso e condenado a 50 cinqüenta anos. Tenho portanto de ter uma posição muito nítida”. Nelson filho foi libertado em 1979. Em 1980 Nelson morre a 21 de dezembro, depois de um mês internado no hospital fraco dos pulmões e do coração. Obras A Mulher sem Pecado (teatro) 1939 Meu Destino é Pecar (romance) sob o pseudônimo de Suzana Flag 1944 Escravos do Amor (romance) Suzana Flag 1945 Álbum de Família (teatro) 1946 Vestido de Noiva (teatro) 1946 Minha Vida (romance) Suzana Flag 1946 Dorotéia (teatro) 1947 Núpcias de Fogo (romance) Suzana Flag 1947 Anjo Negro (teatro) 1948 A Mulher que Amou Demais (romance) sobre o pseudônimo de Mirna 1949. Valsa nº 6 (teatro) 1951 O Homem Proibido (romance) 1951 A Mentira (romance) 1953 A Falecida (teatro) 1956 Perdoa-me por me traíres (teatro) 1957 Viúva porém honesta (teatro) 1957 Os sete gatinhos (teatro) 1958 O Boca de Ouro (teatro) 1959 Asfalto selvagem (romance) 1960 Bonitinha mais ordinária (teatro) 1961 Toda Nudez será castigada (teatro) 1966 O Casamento (ramance) 1966 Memória de Nelson Rodrigues (crônica) 1967 O Óbvio Ululante (crônica) 1970 O Anti Nelson Rodrigues (teatro) 1974 O Reacionário (crônica) 1977 A serpente (teatro) 1979 Ziembinski e Os Comediantes O grupo de teatro Os Comediantes se formou graças as reuniões mensais da Associação de Artistas Brasileiros sediada no Rio de Janeiro que promovia exposições, concertos e palestras. Em um concurso de teatro amador promovido pela associação surgiu o grupo que tinha como proposta dar cursos, ter um repertório próprio de peças e futuramente fundar uma escola. Estreando e, 15 de Janeiro de 1940 no Teatro Ginástico com Assim É se lhe Parece de Pirandello, e três semanas depois apresentou Uma mulher e Três Palhaços de Marcel Achard. Em 1941 vindo da Polônia fugindo da Guerra o artista Zbigniew Marian Ziembinski, identificando com o grupo Ziembinski se propôs a trabalhar com eles por um teatro realmente brasileiro e para isso precisavam interpretar um autor brasileiro. Ao descobrirem Vestido de Noiva de Nelson Rodrigues, peça que por sua complexidade tinha sido rejeitadas por várias companhias, Ziembinski viu a oportunidade de demonstrar sua capacidade como diretor, e o sucesso da peça revelou a importância dessa nova junção de direção, em todos os seus bastidores, figurino, iluminação, cenário, e a preparação dos atores em seu sentido completo, tendo agora um diretor e não mais um ensaiador, o que já mudava toda a compreensão unitária da obra e trata o espetáculo com seriedade, sendo uma obra artística completa e não apenas expressões intuitivas e improvisações. Vestido de Noiva foi o marco do novo teatro brasileiro, o moderno. Porém mesmo com o sucesso consolidado OS comediantes chagaram a sofres represarias de outros grupos, que chegaram a solicitar a falta de patrocínio a grumos amadores. O grupo Os Comediantes só dura até 1947. Em 1950 Ziembinski “ingressa no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), em São Paulo. De 1957 a 1958 trabalha com a companhia de Cacilda Becker e leciona na Escola de Arte Dramática de São Paulo, hoje incorporada à Universidade de São Paulo (USP). Sua atividade contribui para elevar o nível de representação e direção, bem como a qualidade das peças de autores brasileiros. No início da década de 70 ingressa na TV Globo, onde dirige e atua. De 1977 até a morte é chefe do Departamento de Casos Especiais da emissora. Morre no Rio de Janeiro”. T.B.C. - Teatro Brasileiro de Comédia O ano de 1948 se tornou um marco na divisão do cenário do teatro paulista com a fundação do T.B.C. e da Escola de Arte Dramática de São Paulo. Motivado pelo sentimento de gratidão à cidade, que havia lhe proporcionado um status elevado e uma excelente situação financeira, o italiano Franco Zamparini criou o T.B.C com o intuito de que os grupos de amadores tivessem um local para se exibir, já que o aluguel do teatro Municipal era absurdo. Zampari transformou uma garagem na rua Major Diogo, 311 num teatrinho de 365 lugares, com um palco de grande profundidade mas pouca altura, mais tarde melhorado, inclusive sendo retirada uma coluna que tanto atrapalhava. Em 5 de outubro, no jornal Estado lança uma nota destacando a divisão da historia do teatro paulista como antes e depois da criação do T.B.C. Já no ano seguinte houve a necessidade do teatro se profissionalizar por questão de sobrevivência. Em 11 de outubro, o Grupo de Teatro Experimental monta os espetáculos La voix humaine, de Cocteau e A mulher do próximo, de Abílio Pereira de Almeida e segue em cartaz com o Grupo Universitário de Teatro com o Baile dos ladrões, de Anouilh. O projeto de revezamento entre os grupos seguiu-se, pois o público não suportava grandes temporadas. Toda vez que se esgotava o publico para um espetáculo amador, o T.B.C lançava A mulher do próximo. Mas a dificuldade de alimentar continuamente o cartaz com espetáculos locais fez o T.B.C apelar para conjuntos de fora. Chegaram então Aimée, Fregolente e Paulo Porto. Inclusive foi Aimée quem revelou ao publico paulista Silveira Sampaio, renovador na comédia brasileira. Por indicação de Aldo Calvo (cenógrafo do Scala de Milão), que estava no Brasil a convite de uma firma de decoração, Zampari traz de Buenos Aires o jovem diretor italiano Adolfo Celi. Aqui tem-se o início da profissionalização. A primeira peça dirigida por ele é The time of your life, de Willian Soroyan. Celi trouxe mais teatralidade, uma tonalidade mais agressiva e mais viva e um rendimento excelente dos atores. Em novembro de 1949, o ator Sérgio Cardoso e o diretor Ruggero Jacobbi são contratados pelo T.B.C.. E estréiam O mentiroso, de Goldoni, por muitos considerado um dos mais perfeitos espetáculos do T.B.C.. A primeira estréia do elenco, em 1950, é Entre quatro paredes ( Huis clos), de Sartre. Apesar do grande alvoroço, como não convinha ao Partido Comunista, até os católicos são proibidos de verem a peça. No mesmo ano, O anjo de pedra (Summer and Smoke), de Tennessee Willians, foi considerado uma das realizações mais perfeitas de toda historia do T.B.C. com destaque do desempenho de Cacilda Becker. Guilherme Almeida e Luciano Salce planejavam um Teatro de Segundas- feiras e a primeira programação constava de Um homem da flor na boca, de Pirandello; Lembranças de Berta, de Tennessee Willians; e O banquete, de Lucia Benedetti. A temporada de 1951 foi um grande triunfo para o T.B.C.. Para se projetar nacionalmente, eram convidados para assistir à estréia os criticos dos principais jornais cariocas e a montagem de A dama das camélias, depois de apresentada no T.B.C, foi levada ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro como cartão de visitas do T.B.C. Em 1952 destaca-se o segundo semestre, mas antes disso, em 10 de maio de 1952, também no Estado sai uma nota questionando os recursos do teatro e a frustrada “competição” com o cinema, dizendo sobre a falta de recursos técnicos e humanos para tanto. Em 1953, Décio de Almeida Prado fez um balanço do teatro paulista e comparou o T.B.C. a Comédie em Paris. O conjunto dispunha, no quadro fixo, de 18 atores, 4 encenadores, 1 cenógrafo, 11 auxiliares e 13 funcionários. O T.B.C. era uma companhia conduzida com espírito empresarial, não no sentido de obtenção de lucro, mas no funcionamento rígido. Sua pequena sala adaptada, criou maior intimidade entre o ator e o publico e uma interpretação mais sóbria e comedida; a implantação do teatro em equipe gerou desenvolvimento de jovens atores e seu eclético repertorio, numa cidade sem teatros diversificados, agradava a todos e a estabilidade do elenco (contratos de 1 ano renováveis) permitiam um salário melhor e o recrutamento de interpretes de nível intelectual mais elevado. A organização do T.B.C. é quase completa. Contam com uma seção de carpintaria para trabalhar madeira bruta, uma seção de cenografia, uma sala especial para ensaios, cinqüenta poltronas e um jogo de refletores. Dispõe ainda de uma sala de costura completa, de almoxarifado e de deposito de cenários alugados fora do teatro. Décio de Almeida compreende a historia do teatro profissional em São Paulo precisamente com a idade do T.B.C.. 1954, ano do IV Centenário de São Paulo, viu-se numerosas montagens no T.B.C.. Sergio Cardoso e Nydia Licia passam a ter seu próprio conjunto. Mais tarde ocupam o Teatro Bela Vista, adaptado do antigo Cine- teatro Esperia. Em março, Sergio anuncia à imprensa que o novo prédio havia sido alugado por 20 anos. Em 1955 um incêndio destruiu pequena parte das instalações do T.B.C., mas o verdadeiro problema foi o desligamento de Celi, cujo Zampari via como continuador de seu trabalho naquele teatro. Uma grande desilusão artística. Mas, apesar de sua saída, o ano de 1956 foi brilhante. Em maio de 1957, incendiaram-se as instalações do T.B.C. no Ginásio do Rio mas tudo foi salvo devido ao grande sucesso da estréia de Rua São Luis, 27, 8º andar, de Abílio Pereira de Almeida. Houve também o afastamento de Zampari e a paralisação das atividades por alguns dias. No entanto, não impediram a inauguração no segundo andar do imóvel com textos brasileiros. Ao entrar no seu décimo aniversario, o T.B.C. tem sucesso de critica com Os interesse criados, de Benavente, mas o espetáculo não atravessou o publico e as demais montagens da mesma forma, não estavam. Em 12 de dezembro de 1958, a diretoria do T.B.C. resolveu suspender provisoriamente as atividades até o restabelecimento de Franco Zampari para que fossem traçadas as novas diretrizes do conjunto. Dois dias depois, no entanto, vem uma contra- ordem. Em 21 de dezembro, a diretoria do T.B.C. resolveu entregar a direção comercial da empresa a Antonio de Queiros Matoso e a direção artística a Alfredo de Mesquita. O governador do estado recomendou a Caixa Econômica Estadual, a concessão de um empréstimo de 10 milhões de cruzeiros ao T.B.C.. Zampari reassumiu a direção do T.B.C. em março de 1959. A década de 50 já havia modificado o panorama cênico em São Paulo e no Brasil. Não só novas companhias, às vezes saída do T.B.C., competiam com ele, mas outras preocupações animavam os movimentos jovens. O Teatro de Arena, já em 1958, lançava uma nova geração de autores e o T.B.C, mostrou-se sensível a essa alteração. Contrata então o diretor brasileiro Flavio Rangel. Em 1961 o T.B.C. inicia uma crise imensa, já que o custo de vida aumentara 10 vezes desde sua criação. Com o objetivo de socorrer o T.B.C., o governador Carvalho Pinto recomenda ao Banco do Estado que empreste 3 milhões de cruzeiros a Zampari, porém em 22 de fevereiro Zampari declara que impossibilitado de cumprir com seus encargos, vê-se obrigado a não prosseguir com as atividades. Imediatamente é criada uma comissão para examinar a situação do teatro paulista e elege-se a primeira diretoria da União Paulista da Classe Teatral e uma comissão de reivindicações. Em primeiro de março de 1961, os atores ocupam o T.B.C. com intuito de chamar a atenção do governo e do publico para a situação da casa de espetáculos. Enquanto isso, o governador Carvalho Pinto decide antecipar 3 dos 5 milhões solicitados para quitação das dividas do teatro, inclusive dividas de causas trabalhistas. Contudo o valor real para quitar os problemas era de 30 milhões e o governador envia uma mensagem à Assembléia Legislativa, propondo credito de 20 milhões. A entrega desta quantia supôs uma intervenção do governo nos negócios e Roberto Freire é nomeado diretor-superintendente do conjunto. Com a montagem de A semente, uma das melhores obras de Gianfrancesco Guarnieri, o T.B.C. parece iniciar uma nova fase e recebe também ajuda do Jockey Club. Outra montagem que salva o T.B.C. por um tempo é Os ossos do Barão, batendo recorde de bilheteria. Em seguida, Vereda da salvação, que Antunes Filho preparou teve tamanho insucesso e provoca nova crise. Houve quase um esnobismo em tentar reduzir a importância do T.B.C. ou em julgalo perigoso à evolução do nosso teatro. Com seu maior poderio econômico, ele teria desenvolvido uma dramaturgia mais simples e acessível e se comunicava muito espontaneamente com a platéia. Celi, Salce e Ruggero só voltaram para Itália porque encontraram melhores condições de sobrevivência, mas Ziembinski integrou-se ao Brasil e a ele devem-se numerosas outras realizações, como a memorável montagem de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, que REVELOU O TEATRO MODERNO NO BRASIL. O T.B.C. correspondeu a uma estética do momento, que era grande parte a dos melhores conjuntos italianos, franceses e ingleses e constitui-se num padrão que os mais jovens procuravam igualar. Resumo do Teatro completo de Nelson Rodrigues Volume 1º- Peças Psicológicas “O primeiro texto de Nelson Rodrigues para o teatro, A Mulher sem Pecado, de 1941, inaugurou sua obra teatral e também a fase chamada de Peças Psicológicas. Personagens confusas e enredos tensos marcam este período. A mulher sem pecado "Não conheço peça do repertório brasileiro, encenada na década de trinta ou até o advento de Vestido de Noiva, que proponha questões semelhantes de A Mulher sem pecado". Sábato Magaldi, crítico de teatro. Personagens Olegário (paralítico marido de Lídia) Inézia (criada) D. Aninha (doida pacífica, mãe de Olegário) Umberto (Chofer) Voz interior (Olegário) Lídia (esposa de Olegário) Joel (empregado de Olegário) Maurício (irmão de criação de Lídia) D. Márcia (ex-lavadeira e mãe de Lídia) Menina (lídia aos dez anos) Mulher (primeira esposa de Olegário, que morreu) A mulher sem pecado estreou em 9 de Dezembro de 1942 no Teatro Carlos Gomes no Rio de Janeiro, É uma peça psicológica que mostra muito bem nos diálogos as personalidades e obsessões dos personagens. Olegário é um marido ciumento ao extremo chega a se fazer de paralítico durante seis meses para saber se nesse estado a mulher Lídia seria capaz de traí-lo. Porém Lídia, bem mais nova que Olegário que se casou pela segunda vez, nuca teve essa idéia e nunca traiu o marido, o próprio é que de tanto medir suas palavras, de insinuar e imaginar situações e que a faz pensar no pecado, e não pensar em outra coisa, a ponto de ter que fechar os olhos ao ver uma palavra feia no jornal. Olegário pede que Umberto seu chofer e Inézia sua criada vigiem todos os passos de Lídia. Umberto inventa para Olegário que tinha sido castrado quando era criança, por isso poderia ele ver qualquer mulher nua sem nenhum problema, Umberto acaba seduzindo Lídia. Então Olegário quando finalmente decide acabar com a farsa da cadeira de rodas e não mais infernizar a mulher, recebe uma carta de Lídia avisando sobre sua fuga com Umberto. Olegário lentamente vai até a cômoda, pega o revólver e dá fim sua existência. Vestido de noiva Tenho comigo que Nelson Rodrigues está hoje no teatro brasileiro como Carlos Drummond de Andrade na poesia. Isto é: numa posição excepcional e revolucionária". Álvaro Lins, crítico de teatro Personagens Alaíde Lúcia Pedro Madame Clessi (cocote de 1905) Mulher de véu 1º repórter 2º repórter 3º repórter 4º repórter Homem Inatural Mulher Inatural O limpador (cara de Pedro) Homem de capa (cara de Pedro) Namorado e assassino de Clessi (cara de Pedro) Leitora do “ Diário da Noite” Gastão (pai de Alaíde e Lúcia) D. Lígia (mãe de Alaíde e Lúcia) D. Laura (mãe de Pedro) 1º Médico 2º Médico 3º Médico 4º Médico Vestido de Noiva encenado pela Cia os Comediantes, dirigido por Ziembinski é encenada em 1943 a 28 de Dezembro no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, se consagrando o maior sucesso de Nelson e um marco no início do teatro moderno, a renovação do teatro e a importância da direção. A peça dirigida em três planos de vida, Alucinação, memória e realidade, foi um desafio para Ziembinski, e só o grupo amador Os Comediantes aceitou o desafio. Alaíde está em uma mesa de cirurgia enquanto devaneia em seu plano da alucinação, procurando Madame Clessi, uma prostituta que morou em sua casa nos anos morta pelo amante de 17 anos em 1905, Madame Clessi é quem auxilia Alaíde a relembrar sua historia conturbada nesse plano da alucinação, que se mistura com a memória, que nem sempre lembra o que realmente acontecei. No plano da realidade, a notícia do acidente de Alaíde percorre os jornais, no boca a boca. O que se revela nos planos da memória e alucinação é que Lúcia sua irmã era namorada de Pedro, seu marido, quando Alaíde lhe rouba o namorado e se casa com ele Lúcia assume ódio mortal pela irmã, porém Pedro faz de Lúcia sua amante e ambos planejam a morte de Alaíde, só que no plano da realidade é revelado que o carro apressado chegou antes do plano dos amantes. Mas mesmo assim Lúcia se sente culpada e jura diante do corpo da irmã que nunca mais será tocada por Pedro ou por qualquer um, num um médico veria seu corpo. Mas o tempo passa, Lúcia vai para o campo e depois que volta, com incentivo de toda a família acaba se casando com Pedro, mas diferente de Alaíde tomando cuidado para que o marido não a visse vestida de noiva antes do casamento. Valsa nº 6 Há uma mistura de romantismo e espírito moderno, muita poesia, uma nota diferente tocada por Nelson Rodrigues". Madame Morineau, atriz e encenadora. Personagem (Monólogo) Sônia Sonia é uma menina/ mulher morta, está perturbada pela valsa nº está ao pé do piano e nenhuma outra musica consegue tocar. Tenta se recordar de sua vida e perturbada pelo nome Sonia simula vários comentários sobre essa que ouviu durante a vida. Sonia tinha vergonha de mostrar a garganta e ver os móveis descobertos, até dos pés nus tinha vergonha. Sonia teve um casa com um homem casado, Pedro, que ao que parece pelos lamentos de sua mãe, ter sido ele o causador da morte de Sônia. Viúva, porém honesta. Qualquer peça que tenha uma insinuação sobre sexo, sobre amor de mulheres e homens, você mete o pau, escracha". Do redator de A Marreta para o crítico de teatro recém-chegado, na peça Personagens Dr. J.B Pardal Dr. Sanatório Dr. Lupícinio Dr. Lambreta Dorothy Dalton Diabo da Fonseca Ivonete Guimarães Madame Cri-cri Tia Assembléia Tia Solteirona Padre Enfermeiros (2) Viúva, porém honesta é uma comédia irresponsável em três atos. Nelson faz uma critica contundente aos críticos de teatro, que vinham ultimamente pegando no seu pé, ao colocar Dorothy Dalton, um menino saído de um sanatório como pessoa ideal para trabalhar como critico de teatro. Dr J.B é um dono de jornal muito importante e poderoso, e faz toda sas vontades de sua filha inocente e que ama a amiga Luci e faz tudo o que Luci diz ser certo, até só amar um homem durante 40 minutos. Dr Lambreta médico gagá atesta gravidez de Ivonete, então o pai desesperado arruma um marido para a filha e faz o casamento as pressas com Dorothy que não é muito interessado com mulher. Dorothy não consuma as núpcias, e então Dr JB chama os especialistas, medico de garganta, o Diabo da Fonseca, Madame Cri cri e outros, então Ivonete deseja amantes e os tem, todos em uma noite. Porém Dorothy é atropelado por um carro de sorvete (chicabom), e Ivonete não pode trair um marido morto, se recusa a deixar o cemitério,e a se sentar. Dr. J B chama novamente os especialista e Diabo na Fonseca deseja a viúva mais do que tudo, pra ele precisa ser viúva, porém honesta, e essa nem se sentar queria por achar pecado. Porém Ivonete nunca mais trairia com o marido morto, então Diabo da Fonseca ressuscita o critico de teatro que tinha ido para o inferno e colocado junto com os outros na letra V, e então Ivonete poderia trair a vontade. Anti-Nelson Rodrigues "Minha senhora, eu lhe peço de joelhos. Deixe o rabo. Pelo amor de Deus a senhora corta tudo, menos o rabo. O rabo é essencial". Nelson Rodrigues, para a censora, que queria cortar a palavra rabo, usada por Oswaldinho Personagens Oswaldinho Tereza Gastão Salim Simão Hele Nice Joice Leleco Ela (mãe de Joice) Talvez por ser uma peça de final feliz, para alguns, de amor verdadeiro, tenha sido chamada de Anti-Nelson Rodrigues, mas não deixa de ter a cara do dramaturgo, as intrigas familiares, a religiosidade, a culpa e outras características do autor são bem claras. Essa é a ultima peça de Nelson que faleceu antes de terminar sua autobiografia em nove atos. Oswaldinho é um mauricinho que rouba jóias da mãe, Tereza, obcecado por ele, e manda cartas anônimas ao pai Gastão, quem tem princípios de infarto e a única certeza que tem na vida é que Oswaldinho é quem lhe escreve as cartas há tantos anos. Oswaldinho enfim consegue um cargo de direto em uma das empresas do pai, e logo no primeiro dia vê Joice, uma menina linda e religiosa, amiga da na morada de Leleco, velho amido de Oswaldinho que agora se arrepende das insanidades que cometera com o amigo. Oswaldinho se deslumbra com Joice e logo no segundo dia a nomeia sua secretaria com mais do dobro de seu salário. Joyce é noiva e tem um pai super apaixonado por ela e que parece mais uma criança carente, que está sempre as voltas com as lembranças da mulher morta de câncer, seu tango e preocupado com a filha. Oswaldinho tenta de todas as formas comprar Joice, oferecendo trabalho muito bem remunerado com o pais, dobrando seu salário, porem nada consegue de Joice. Gastão e Tereza se odeiam nas cenas que intercalam, e Gastão querendo ter sua morte chorada decide entregar em vida toda a herança para a mulher e o filho. Oswaldinho faz uma proposta irrecusável a Joice, 1 hora em um quarto residencial por 100 mil, depois de muito esperar Joice finalmente aparece, a distancia pede o cheque a Oswaldinho, que impaciente fica desiludido e infeliz ao vê-la rasgar o cheque em sua frente, então Joice diz que não quer seu dinheiro,e sim seu amor, o agarra e beija na boca, enquanto Oswaldinho grita, ser ela sua, sua para todo o sempre. Volume 2- Peças Míticas “Depois de lidar com o conturbado inconsciente de suas personagens psicológicas, nada mais natural para Nelson Rodrigues do que um mergulho no inconsciente primitivo do homem”. Álbum de família "Álbum de Família, a tragédia que se seguiu a Vestido de Noiva, inicia meu ciclo do 'teatro desagradável'. Quando escrevi a última linha, percebi uma outra verdade. As peças se dividem em 'interessantes' e 'vitais'". Nelson Rodrigues Personagens Jonas Senhorinha (mulher de Jonas) Tia Rute (irmã de Senhorinha) Guilherme (filho do casal) Edmundo (filho do casal) Glória (filha do casal) Teresa Voz de mulher Avô Heloísa (mulher de Edmundo) Álbum de família é uma peça que trata muito dos morais familiares, meche na ferida das relações incestuosas, entre mãe, pai e irmãos, e amigas. Senhorinha casada com o infiel Jonas, que não suportando conter suas necessidade masculinas chega até a dormir com Tia Rute, a Tia solteirona, com bexigas no rosto que vive na casa e tem paixão de serva por Jonas. O maior amor de Jonas é sua filha Glória, que tem um amor anormal pelo pai, chega a amar Jesus por ser ele parecido com seu pai, Glória estuda em um internato e sua amiga Teresa é apaixonada por ela, Teresa quer que morram juntas. Essa família vive isolada de todo o convívio, se infernizam e se satisfazem em si mesmos, Edmundo, filho do meio do casal é quem diz que o amor e o ódio não pode nascer em outro lugar a não ser entre eles. Edmundo é apaixonado pela mãe, chega a te a menosprezar a mulher, evita visitar a família, Jonas o odeia, e ele odeia o pai. Guilherme irmão mais velho virou padre, se sente culpado por desejar a irmã, tem paixão por ela e Nono, filho caçula vaga como nu como bicho pelos arredores da casa. Senhorinha e Jonas vivem em pé de guerra, Jonas tenta arrancar dela um adultério de alguns anos atrás, onde Jonas matou um homem em vão. Senhorinha acaba confessando ter sido Nono, explica o motivo pelo qual ele ficou louco, disse ter sido outro para poupar a vida do filho. Glória acaba morrendo, Jonas tenta matar Senhorinha, mas os dois se amam em sua loucura e decidem continuar como estão. Anjo Negro "Nelson Rodrigues supera sua própria obra em Anjo Negro. Todas as qualidades líricas e dramáticas reveladas em Vestido de Noiva, o autor supera nesta tragédia em que a luta entre o preconceito e os complexos raciais criam um clímax esquiliano". Menotti del Picchia Personagens Senhoras Elias Carregadores Ismael Virgínia Criada Tia Primas Ana Maria Virgínia é casada com Ismael, um negro obcecado pelo preconceito, não deixa que Virgínia saia da casa, a a mantém entra as paredes do casarão, vigiada por todos. Todos os filhos de Virgínia morrem, ela os afoga quando não estão vendo, e chora a mágoa de suas mortes. Um certo dia o irmão cego de Ismael, que é branco, por ser de criação vem pedir ajuda de Ismael. Elias acaba dormindo com Virgínia, que o seduz, ele a engravida, e nasce uma menina branca. Ismael tem paixão doentia pela menina, nunca a deixa com Virgínia, Ana Maria cresce tendo a mãe como rival. E para que não enxergue Ana Maria a cor do pai, esse a cega quando é pequena com ácido nos olhos. Ana Maria idolatra o pai e quer viver só com ele, mas Ana Maria não é mais do que a mãe, Virgínia e Ismael se amam doentiamente, então Ismael a convencimento de Virgínia prende Ana Maria em uma caixa e a deixa morrer. Dorotéia "Para Nelson Rodrigues não há símbolos, há uma realidade profunda na qual acredita compaixão e que procura transmitir com desespero". Carlos Castello Branco Personagens D. Flávia Dorotéia Carmelita Maura D. Assunta da Abadia Das Dores Essa farsa em três atos de Nelson conta a historia, a meu ver, uma das mais confusas, são só mulheres vivendo e dialogando coisas e manias estranhas, hábitos, e perturbações peculiares. Três viúvas que nunca dormem e pregam o luto castícimo, cobrem até os rosto com máscaras, tutelam Das Dores a jovem da casa. Dorotéia é uma parente, perturbada por um jarro, que chega na casa, e irrompe varias perturbações das beatas, remexem nas dores da família acabam concluindo que o que podem fazer é suportar-se umas as outras Senhora dos afogados "Nada se iguala, porém, a meu ver, às tétricas imagens alucinatórias de Senhora dos Afogados que fariam inveja a um Buñuel ou a um Bergman". Ilka Marinho Zanotto Personagens Misael D. Eduarda Vizinhos Avó Noivo Moema Vendedor de Pentes Sabiá Paulo Dona Mulheres Uma família que vive a beira do mar que sempre chama o nome da família, os Drummond, Moema é a filha que deseja ser a única mulher da casa, quer ter as únicas mãos bonitas da casa, já que as suas são idênticas as de sua mãe Dona Eduarda. Essa peça apresenta vários personagens grupais, como os vizinhos, perturbados, como a avó louca. È composta por muita sonorização e misticidades, coros de procissão, o constante barulho de mar como um eterno lamento. As mãos da mãe acabam amputadas, e essa persegue a filha em devaneios, o pai que era quem a filha mais amava também morre, e essa desolada odeia suas mãos mais que tudo. Volume 3- Tragédias cariocas “Os traídos e os traidores do subúrbio carioca, que Nelson Rodrigues descrevia diariamente na coluna de contos do jornal Última Hora, acabaram transformando o seu teatro. Para driblar a censura, sempre ávida em interditar suas peças míticas, Nelson resolveu aproveitar sua experiência com a Zona Norte do Rio para aproximar seu teatro do universo popular. Gírias, futebol e malandragem passam a compor esta nova fase de seu teatro”. A falecida Como definir A Falecida? Tragédia, drama, farsa, comédia? Valeria a pena criar o gênero arbitrário de 'tragédia carioca'? É, convenhamos, uma peça que se individualiza, acima de tudo, pela tristeza irredutível". Nelson Rodrigues, no programa original da peça Apresentada em 8 de junho de 1953 no Teatro Municipal do Rio de Janeiro Personagens Madame Crisálida Zulmira Tuninho 1º funcionário Timbira 2º Funcionário Oromar Pimentel Chofer Parceiro nº1 Parceiro nº2 Dr. Borborema Cunhado Pai Vizinha D. Ceci Mãe Sogro Sogra A falecida é uma farsa trágica em três atos. Zulmira é casada com Tuninho, um fanático por futebol, Tuninho esta desempregado e Zulmira decide visitar uma cartomante muito salafrária, esta lhe diz que uma mulher loira a prejudicará. Zulmira alucinada pela idéia de que sua prima é quem deseja seu mal, obcecada por isso Zulmira deixa-se corroer e morre ruim dos pulmões. Essa sua prima a tinha visto de mãos dadas com seu amante, Pimentel, que é podre de rico e encrencado com a justiça. Zulmira então encomenda seu próprio velório, escolhe a cerimônia mais cara, faz seu marido prometer que quando ela morrer procurará Pimentel e lhe fará pagar o velório que ela almejava. Ao encontrar Pimentel Tuninho acaba sabendo da verdade, faz Pimentel lhe entrega uma grande quantia em dinheiro, vai à funerária e compra o caixão mais barato,e enquanto Zulmira esta sendo velada Tuninho está no estádio gastando apostando com todos o resultado do jogo. Perdoa-me por me traíres. "Quem não gosta, simplesmente não gosta, vai para a casa mais cedo. Perdoa-me por me traíres forçara na platéia um pavoroso fluxo de consciência" Nelson Rodrigues Apresentada em 19 de Junho de 1957 no Teatro Municipal do Rio de Janeiro Personagens Nair Glorinha Póla Negri Madame Luba Deputado Jubilei de Almeida Médico Enfermeira Tio Raul Gilberto Tia Odete Ceci Cristina Judite Mãe Irmãos Perdoa-me por me traíres é a frase dita por Gilberto a sua esposa Judite, julgando-se culpado pela mulher tela traído. A filha desse casal Glorinha mora com o Tio Raul, obsessivo apaixonado por Judite e depois por Glorinha. No início Glorinha vai com Nair a uma casa de prostituição e se encontrado com o Deputado Gagá, Nair está grávida e pede para Glorinha se matar com ela,a amiga nega. Glorinha vai com Nair a uma clinica de aborto onde o tratamento clandestino é precário. Nair acaba morrendo. Glorinha que tem muito medo do Tio vai pra casa e é interrogada por ele sobre suas ultimas atividades, revela-a que sua amiga faleceu na clinica e aborto e conta toda a historia de ciúmes, intriga e loucura que Glorinha nunca soube de seus pais. Glorinha percebe o amor doentio que o Tio tem por ela,e na proposta dele de que os dois se matem ela acaba deixando que ele se mate primeiro, Raul se mata e Gloria vai embora deixando sua tia doente abraçada ao marido. Os sete gatinhos "Acho Os sete gatinhos a melhor peça de Nelson Rodrigues e um dos trabalhos mais belos, mais fortes e mais impressionantes do teatro mundial contemporâneo". Paulo Mendes Campos Personagens Bibelot Aurora Gorda Débora Noronha Arlete Hilda Silene Saul Dr. Portela Dr. Bordalo A peça Os sete gatinhos intitulada divina comédia em três atos, apresenta a historia de uma família perdida, onde os pai, Seu Noronha um contínuo com dons mediúnicos, e a Mãe Gorda, que escreve palavrões nas paredes, deixam as filhas mais velhas se prostituírem a fim de arrecadar dinheiro para o casamento da filha mais nova, a pura e casta Silene. Acontece que Silene, mimada e frágil é expulsa do colégio após matar na frente de toda a escola uma gata, que ela tinha cuidado durante um bom tempo, grávida de sete gatinhos, enquanto Silene matava a gata a pauladas os gatinhos iam nascendo. Silene volta pra casa e descobrem que ela está grávida, o pai decide fazer da filha mais uma prostitua e lhe oferece ao Dr Portela, medico da família. Seu Noronha prevê quem um homem vestido de branco e que chora por um olho só será a perdição de sua família. Aurora a irmã que mais gosta de Silene descobre que o homem que a engravidara é Bibelot, o mesmo que ela tem saído, tal que só se veste de branco, tem uma mulher doente prestes a morrer, e quer ser para Aurora um cafetão e para Silene um marido. Aurora arma uma emboscada para Bibelot e esse acaba morto, o pai também é enganado pelo espírito do irmãos que sempre vinha visitá-lo, esse baixa no corpo de uma de suas filhas e Seu Noronha se mostra como o homem que chora por um olho só. Boca de Ouro "Engrossando as fileiras de importante vertente da ficção contemporânea, Nelson traz à tona o sutil jogo de intersubjetividades". Sábato Magaldi Personagens Apresentada em 20 de Janeiro de 1961 no Teatro Nacional de Comédia do Rio de Janeiro Personagens Boca de Ouro Dentista Secretario Caveirinha Repórter Fotógrafo D. Guigui Agenor Leleco Celeste Preto 1º Grã-fina 2º Grã-fina 3º Grã-fina Maria Luísa Locutor Peca em três atos e quinze quadros, original de Nelson Rodrigues. Boca de ouro é uma figura quase folclórica no contexto carioca da peça, um bicheiro excêntrico, poderoso e temido, que tirou todos ou seus dentes perfeitos e colocou uma dentadura toda de ouro. Boca de ouro é assassinado e então os Jornalistas vão atrás de D. Guigui ex mulher de Boca, que voltou para o marido e filhos. Dona Guigui vaidosa por dar uma notícia ao jornal fala a versão da historia de Leleco e Celeste, um casal que vai até Boca de ouro pedir dinheiro para o enterro da mãe de Celeste. Mas quando Guigui descobre que Boca está morto sofre pela morte dele e conta uma outra versão onde dignifica boca. O Marido de Guigui fica indignado e eles brigam, então os jornalistas tentam apaziguar a situação e Guigui e Agenor se reconciliam, então D guigui conta uma ultima versão da historia, onde Boca era um covarde que só se valia pelos capangas. Volume 4- Tragédias cariocas II Toda Nudez será castigada Nesta peça, Nelson repete um de seus temas perenes, a crença no amor eterno como um baluarte contra os desgostos da vida". David George Personagem Herculano Nazaré Patrício Tia nº 1 Tia nº 2 Tia nº 3 Geni Odésio Serginho Médico Padre Delegado Toda Nudez será castigada é uma das peças que melhor se deu bem no cinema, não só uma ótima adaptação segundo alguns críticos, mas um dos melhores filmes brasileiros. A peça começa com Herculano chegando em casa e achando uma fita gravada por Geni que narra todos os acontecimentos. Herculano viúvo, um dia acorda na cama de uma prostituta, ele homem de moral. Geni prostituta já há algum tempo é obcecada pela idéia de que vai morrer de câncer no seio. Herculano não consegue deixá-la, e o filho Serginho, garoto muito pudoroso, a ponto de desejar que a própria mãe fosse viger, não suporta a idéia de que o pai venha a ter outra mulher, para ele passar creme nos pés um inconcebível, o que diria de ser examinado por um médico. Um golpe do acaso e dá má sorte Serginho é preso e vai parar em uma cela junto a um boliviano que o estupra, Serginho é internado e culpa o pai pelo acorrido. Mas essa “tragédia” ajuda Serginho a se abrir ao mundo. Geni e Herculano se casam, e Geni se apaixona por Serginho, eles viram amantes, porém um dia Serginho que já ficava nu na frente do médico, já estava mais forte e corado foge com o ladrão boliviano e Geni desesperada decide abandonar Herculano que a tinha tirado da zona e lhe dado uma vida nessa sociedade em que até as tias beatas da casa se negavam a dizer que ela não era virgem. Oto Lara Resende ou Bonitinha mais ordinária A peça de Nelson Rodrigues é uma terrível e dilacerada confissão de amor ao ser humano e de fé na sua bondade. Obrigado, Nelson". Hélio Pellegrino Personagens Edgard D. Ivete, sua mãe Ritinha Aurora Dinorá Nadir D. Berta, sua mãe Alírio, namorado de Aurora Osíris, porteiro Dr. Heitor Werneck D. Lígia, sua esposa Dr. Peixoto, seu sogro Maria Cecília, sua filha Tereza, mulher de Peixoto Desconhecido (leproso) Arturzinho, amante de Tereza Coveiro do Caju Negros Presidente da Comissão Fontainha Alfredinho Bingo Pedrinho Ana Isabel, esposa de Fontainha Velha Pau de arara Grã-Finas Juventude Transviada “Bonitinha, mas ordinária ou Otto Lara Rezende conta a história da rica e depravada família Werneck e da tentação de Edgard, pobre contínuo da empresa do milionário dr. Werneck. Peixoto, genro do magnata e sujeito sem nenhum escrúpulo, faz ao funcionário uma proposta tentadora: o casamento com a bela cunhada, Maria Cecília, filha de dr. Werneck. A menina, conforme conta, foi estuprada por cinco negros num lugar deserto e, deflorada, estaria completamente impossibilitada de se casar normalmente. É preciso, portanto, casá-lo o quanto antes. Para completar, Peixoto, intermediário do doutor Werneck, entrega a Edgard um cheque astronômico - pequena amostra do que ele pode vir a ter se aceitar a proposta de casamento. O garoto fica impressionado com a fabulosa quantia, principalmente quando lembra que seu pai só conseguiu ser enterrado graças à subscrição dos vizinhos. A trama inteira irá girar em torno das hesitações de Edgard, até sua escolha final. O problema é que Edgard gosta de Ritinha, vizinha pobre que sustenta a mãe louca e as três irmãs prostituindo-se. Ignorando a função da bela menina, ele não quer aceitar o casamento com Maria Cecília para se acertar com seu amor de verdade. O dilema, a grande tragédia de Bonitinha, mas ordinária se dá entre a consciência de Edgard e uma frase que ele leu não sabe onde: "O mineiro só é solidário no câncer". Frase que significa, antes de qualquer coisa, que o homem é essencialmente mau e só solidariza na desgraça”. A serpente A Serpente, última peça, ainda inédita, de Nelson Rodrigues, pode ser definida como um huis-clois sexual". Ilka Marinho Zanotto Personagens Décio Lígia Guida Paulo Crioula A serpete é a história de duas irmãs que se amam e amam o mesmo homem. Lígia se casou com Décio no mesmo dia que a irmã Guida casou com Paulo, dividiram a mesma igreja e mesma festa, e dividem agora a mesma casa. Só Décio nunca conseguiu ter relações com a mulher, e esse um dia decide largá-la. Guida vendo o desespero da irmã ao tentar se matar acaba oferecendo o próprio marido para que tenha a irmã uma noite de pleno amor. Relutante pelo ato Lígia acaba se rendendo, consuma-se o fato. Porém o ciúme a a desconfiança toma conta da casa, Guida vigia os passos de todos, Lígia quer fugir com Paulo, Paulo não se decide por nenhuma das duas, até que um dia acaba empurrando Guida pela janela, e então Liga grita, dizendo estar lá o assassino de sua irmã. Beijo no asfalto “Nelson Rodrigues conduz a peça uma altura que é quase a transcendência". Walmir Ayala Personagens Uma prostituta O investigador Aruba O repórter Amado Ribeiro Um fotógrafo O delegado Cunha Aprígio Selminha Dália Comissário Barros Arandir D. Matilde Werneck Pimentel D. Judith A viúva O vizinho Um certo dia, um acidente muda a vida de uma família inteira, uma vítima fatal antes de morrer pede um beijo na boca, um homem caído, e então, Arandir, marido de Selminha beija o homem, que repercute em todos os lugares. Apridio pai de Selminha fica obcecado pelo caso e tenta acalmar a família. Essa como outras peças do Nelson usa dos jornalistas como complemento e narrativa dos fatos. Arandir atônito com tudo que acontece sempre sofreu com os assédios da cunhada e com os ciúmes do sogro. Um dia com arma em punho Apridio revela que o ciúme que tinha sempre foi pelo genro e não pela filha, Apridio acaba chorando sobre o corpo de Arandir. Pai Mario Rodrigues dono do Jornal A Manhã, criava polemicas, foi um porta voz do feminismo daquele tempo Expulso por rebeldia do colégio foi trabalha com o pai. Deslumbrado por Duplos suicídio que eram febre nos anos 20 Nelson criou o Alma infantil Conclusão A partir da semana de Arte moderna de 1922 estava aberta a discussão sobre a necessidade de se criar uma identidade propriamente brasileira das representações artísticas. Não mais a simples influencia dos paises Europeus, como a França, poderiam ser desenvolvidos nesta terra, já que se tinha muito a explorar. A vastidão de culturas e lendas, indígenas, regionais e africanas que rondavam nossa terra, como aponta o livro Macunaíma de Mario de Andrade, não poderiam ser menosprezadas. E os acontecimentos nacionais e internacionais, como a queda da bolsa de NY, 1º e 2º guerras mundiais, criação do Estado Novo, e todos os movimentos nacionalistas, como “o petróleo é nosso”, tornaram possíveis a busca por uma nova expressão artística. Apesar das represarias e preconceito que os primeiros modernistas sofreram, a Semana de 22 foi decisiva para a arte brasileira. Apões esses cutucões, surgiram muitos artista em uma segunda fase, e no teatro o marco dessa renovação moderna acontece com o grupo Os Comediantes coma peça O Vestido de Noiva, altamente renovadora, fundindo a arte com a técnica de se fazer um espetáculo, muitos grupos surgiram, e a fundação do TBC, Teatro Brasileiro de comédia, que existe até hoje e vem morrendo e ressurgindo desde 1948, em São Paulo, pode consagrar muitas peças, atores e diretores, que existem no mercado teatral até hoje. O modernismo poderia ter ido mais longe, se governos como a Ditadura militar não tivesse exprimidos e censurados as diversas manifestações artísticas e culturais, foram décadas de repressão que só décadas podem resolver. Fontes e Referencias Semana de Arte Moderna www.pitoresco.com.br www.wikipedia.org www.geocities.com www.releituras.com Nelson Rodrigues http://www.jornalismo.ufsc.br/nelson_rodrigues/teatro1.htm http://www.algosobre.com.br/biografia/ler.asp?conteudo=1055&Titulo=Zbigniew%20Ziem binskiv Teatro completo de Nelson Rodrigues. Editora Nova Fronteira, Organização e Introdução de Sábato Magaldi. 1981 Nelson Rodrigues, Nelson Rodrigues, Literatura comentada Maria Helena Pires Martins. Macunaíma, o Herói sem nenhum caráter Editora Scipione, Mario de Andrade