Encontro Nacional de Vacina anti-HIV/AIDS 2007 – Goiânia/Go Vacina Terapêutica anti-HIV Jorge Casseb Faculdade de Medicina - USP Instituto de Infectologia Emilio Ribas - SP POSSÍVEIS TECNOLOGIAS PARA PREVENÇÃO DE HIV/AIDS (I) Disponíveis: Preservativos (masculino e feminino); Tratamento das pessoas infectadas: Antiretrovirais; Tratamento das DSTs; Circuncisão masculina Redução de danos entre usuários de drogas endovenosas. POSSÍVEIS TECNOLOGIAS PARA PREVENÇÃO DE HIV/AIDS (II) Não Disponíveis (ainda em testes): • Microbicidas; • Tratamento profilático das pessoas expostas: Anti-retroviral ; • Vacina: Preventiva ou Profilática. RAZÕES DA NECESSIDADE DE UMA VACINA TERAPÊUTICA ANTI-HIV • Impacto da epidemia; • Alto custo do tratamento; • Restrições econômica ao acesso ao tratamento (principalmente nos países de maior prevalência da infecção); • Dificuldades de adesão ao tratamento; • Efeitos colaterais a médio e longo prazo; • Impossibilidade de cura apesar do tratamento anti-retroviral. RACIONAL Queda de um log na carga viral pode permite uma diminuição da transmissão do HIV; Maior tempo de progressão da infecção assintomática para doença (aids); Menor exposição do uso aos anti-retrovirais APLICAÇÕES TERAPÊUTICAS DO USO DE CÉLULAS DENDRÍTICAS COMO VACINA TERAPÊUTICA: Tratamento anti-tumores; Doenças auto-imunes; Terapia anti-HIV. SITEMA IMUNE SE CORRELACIONA COM A EFICÁCIA DE VACINAS BASEADAS EM CÉLULAS DENDRÍTICAS • Indução de imunidade tumor-específica para diversos antígenos tumorais; • Indução de células T efetoras com capacidade de reconhecer antígenos tumorais e secretar TNF e IFNgama; • Indução de células T de memória; • Indução de células NK DESFECHOS CLÍNICOS NOS PACIENTES COM MELANOMA VACINADOS COM VACINA ANTI-CANCER Vacina Total pacientes Resposta/ paciente Resposta (%) Vacina peptídeo 410 11 2.7 Vetores virais 160 3 1.9 Células tumorais 43 2 4.6 Células dendríticas 116 11 9.5 Where Do we Head Now? The HIV Vaccine Global Pipeline (Ph I-II-IIb-III) in 2007 Neut Ab against lab-adapted isolates of HIV CD4 help (+CD8) & Neut Ab against lab-adapted isolates of HIV Phase III No efficacy Phase III On-going Cell mediated immunity (now includes mucosal routes) Phase IIb On-going Phase I/IIa WHO-UNAIDS HIV Vaccine Initiative - Neut primary HIV - Integrated T&B cell (neut of primary, CMI, Mucosal) & durable - Mimic efficacy of Live SIVnef vaccines None in pipeline, yet Modificado de Basic Concepts in HIV Vaccinology ;Gaston Djomand, MD; HVTN Core, FHCRC, outubro, 2003 POTENCIAIS DESFECHOS PARA UMA VACINA ANTIHIV EFICAZ WHO-UNAIDS HIV Vaccine Initiative Modificado de Basic Concepts in HIV Vaccinology ;Gaston Djomand, MD; HVTN Core, FHCRC, outubro, 2003 TIMELINE 502: Comitê de monitoramento e segurança em 21 de setembro de 2007 Análise interina #1 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Estudo STEP Placebo – 762 indivíduos analisados : 21 infecções Vacinados – 741 indivíduos analisados : 24 infecções www.merck.com/newroom/press_releases/research_and_deve. LIM 56 - HC– FMUSP, SIMPAIDS 2007 ESTRATÉGIAS EM VACINA TERAPÊUTICA ANTI-HIV Uso de proteínas recombinantes do envelope (gp160, gp120 ou gp 41: Resultados frustrantes; Uso de vacina de DNA : 81 indivíduos HIV+ com 4 braço de intervenção envolvendo ART mais ALVAC vCP1452 (ou placebo) com ou sem IL-2; 52 pacientes, aqueles com ALVAC tiveram 0.5 log(10) menor rebote viral (P=.033). IL-2 mais vacina apresentaram elevação de T CD4 (P<.001), mas não diminuíram carga viral; Não houve mudança significativa na resposta linfoproliferativa específica para o HIV. Kilby JM, et al. J Infect Dis. 2006 ESTUDOS ENVOLVENDO INTERRUPÇÃO PROGRAMADA DE ART E USO DE VACINA - CONCEITO DE AUTOVACINAÇÃO 97 infectados pelo HIV, com Cv<50 cópias/mL e T CD4(+) >400 cells/mm(3) com ART, STIs (interrupção programada), imunização com ALVAC-HIV vCP1452, ou STIs com imunização com ALVAC-HIV vCP1452: Pacientes nos 2 braços de STI tiveram um significativo prolongamento tempo médio de elevação da carga viral, maior queda do pico da carga viral, menor rebote da carga viral pósSTI e maior proporção de pessoas CV <1,000 cópias/mL pósSTI, comparados com os indivíduos dos braços sem STIs. A imunização de 3 sets de 3 injeções semanais com ALVAC-HIV vCP1452 não afetou a carga viral; CONCLUSÃO: STI como estratégia de auto-vacinação elevou o controle imunológico da replicação do HIV. Jacobson JM J Infect Dis. 2006 Sep 1;194(5):623-32. LONGA RESPOSTA ESPECÍFICA ANTI-HIV E ATRASO NA RE-INTRODUÇÃO DOS ARTS Pacientes foram avaliados após imunização com p24-like peptídeos (Vacc-4x) tendo como alvo as células dendríticas (DC). Resposta celular anti-Vacc-4x não foi modificada ao longo de 18 meses e 62% se mantiveram sem ART. Kran AM, AIDS. 2006 USO DO DERMAVIR PATCH DermaVir consiste de um plasmídeo contendo DNA que codifica antígenos do HIV-1, é quimicamente formulado em uma nanopartícula. DermaVir é administrado debaixo de um patch depois que preparação da pele suporta a entrega da nanopartícula para as células de (LC). As LC epidermais capturam e transportam a nanomedicina para os nódulos linfáticos de drenagem. Enquanto em trânsito, as LC maduras se transformam em células dendriticas (DC), as quais eficientemente apresentam os antígenos codificados em DNA para as células virgens, o que leva a uma indução de resposta celular. Estudos pré-clínicos e fase I do DermaVir demonstraram segurança e tolerabilidade . Entretanto, novos estudos devem ser realizados, com uso de adjuvantes moleculares para melhorar a imunomodulação deverão ser adicionados na nanopartícula (Lori F, 2007). DIFICULDADES DAS ESTRÁTEGIAS USADAS A resposta imune ótima somente acontece onde ocorre controle viral; ou seja há necessidade de resposta antiviral pelos medicamentos para que a vacina terapêutica funcione (Wherry et al. JV, 2005, estudo experimental); Entretanto, estudos com primatas suportam essa idéia (Hel et al., Nat Med, 2000); Apresentação de antígenos pela DC podem parcialmente restaurar a incapacidade de resposta T CD4 específica (Costa P et al. AIDS. 2006) ESTUDOS COM CÉLULAS DENDRÍTICAS . CÉLULA APRESENTADORA - LINFÓCITO CD4+ APC Antígeno TCR Endossomo Célula T CD4+ MHC II H Lisossomo CD4 CD3 TCR Peptídeo CÉLULA APRESENTADORA - LINFÓCITO CD4+ Antiígeno TCR Endossomo MHC II Célula TH Lisossomo CD4 CD3 TCR PEPTÍDIO CÉLULA APRESENTADORA - LINFÓCITO CD4+ Antiígeno TCR Endossomo MHC II Célula TH Lisossomo CD4 CD3 TCR PEPTÍDIO CÉLULA APRESENTADORA - LINFÓCITO CD4+ FASE EFETORA DA RESPOSTA IMUNE CELULAR MHC I Célula Tc CD8 Peptídeo CD3 TCR CÉLULA ALVO E MECANISMOS CITOTÓXICOS C9 POLIMERIZADO C PERFURINA POLIMERIZADA ANTÍGENO ESTRANHO CÉLULA ALVO NK ou OUTRA CÉLULA RECEPTOR P/ Fc PERFURINA MHC CLASSE I TCR-CD3 CD8 NUCLEASES NK T CITOTÓXICA DIFERENCIAÇÃO DE DCs A PARTIR DE MONÓCITOS coleta de ~30 mL de sangue periférico Sangue periférico CULTURA, EXPANSÃO E INATIVAÇÃO DO VÍRUS Coleta de 10 mL de sangue do paciente e separação de PBMCs Expansão de vírus em células de doador sadio, (previamente ativadas por fitohemaglutinina) na presença de IL-2 e polybrene Inativação de vírus com aldrithiol-2 DIFERENCIAÇÃO DE DCs A PARTIR DE MONÓCITOS 5-7 dias Monócito CD14+ DC imatura CD14- CD11c+ CD1a+ ESTÍMULO DE DCS COM VÍRUS AUTÓLOGO E INDUÇÃO DE MATURAÇÃO + DC imatura 2 horas HIV do próprio paciente TNF-alfa IL-1 beta 48 horas IL-6 DC madura CAPACIDADE DE MATURAÇÃO DAS CÉLULAS DENDRÍTICAS Dc imaduras IL-4 GMSF TNF-alfa GMSF CMN GMSF M Dc maduras ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS DAS CÉLULAS DENDRÍTICAS - DC Análise fenotípica : CD11c, CD1a, CD80, CD86, HLADR, DC-SIGN DCs Produção de citocinas: IL-12, IL-10 Capacidade de indução de resposta celular CO-CULTIVO DC: LINFÓCITO T Linfoproliferação Produção de citocinas: IFN-gama e IL-2 Estímulo de células produtoras de perforina RESPOSTA IMUNE ADAPTIVA NA SUA FASE INICIAL Pistola com gene Pérolas encobertos com genes Antígeno Solúvel e Adjuvante Epiderme DNA Derme Vaso Linfático Aferente Célula apresentadora de antígeno contendo peptídeo derivado do gene Órgão Linfóide Célula apresentadora de antígeno contendo peptídeo e adjuvante Célula secretora de anticorpos B INFECÇÃO PELO HIV INTERFACE ENTRE O EPITÉLIO E O SISTEMA IMUNE INFECÇÃO PELO HIV INTERFACE ENTRE O EPITÉLIO E O SISTEMA IMUNE Ag Virus invade invade o tecido o tecido Foco inflamatório INFECÇÃO PELO HIV INTERFACE ENTRE O EPITÉLIO E O SISTEMA IMUNE Captura do Virus Ag invade o tecido INFECÇÃO PELO HIV INTERFACE ENTRE O EPITÉLIO E O SISTEMA IMUNE Ag invade o tecido Migração para o linfonodo VACINA SIV-DC SUPRIME A CARGA VIRAL EM SÍMIOS Lu et al. Nat. Med, 2003 18 indivíduos cronicamente infectados e sem tratamento ARV obtenção de PBMC por leucaferese diferenciação de DC e estímulo com HIV autólogo inativado 3x107 DCs inoculadas (4 injeções subcutâneas) 2 reforços (2 e 4 semanas depois) RESPOSTA IMUNE PÓS-VACINAÇÃO RESPOSTA IMUNE PÓS-VACINAÇÃO DE ACORDO COM A CARGA VIRAL, DOIS GRUPOS PODEM SER IDENTIFICADOS EVOLUÇÃO DA CARGA VIRAL EM 18 MESES Todos os pacientes bom respondedor mau respondedor Lu, Arraes et al, Nature - Dez .2004 EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE CÉLULA CD4 EM 18 MESES Todos os pacientes bom respondedor mau respondedor Lu, Arraes et al, Nature - Dez .2004 PERSPECTIVAS (in vitro) Investigar as características das células dendríticas de pacientes HIV+, pulsadas in vitro com vírus HIV autólogo inativado, com relação à expressão de moléculas co-estimulatórias, produção de quimiocinas e citocinas; Avaliar o efeito do co-cultivo das células dendríticas pulsadas com vírus inativado de HIV, sobre a linfoproliferação e produção de perforina e IFN- por linfócitos T; Sugerir quais pacientes poderiam se submeter à vacinação terapêutica, com base na resposta celular específica in vitro estimulada por células dendríticas pulsadas pelo HIV autólogo inativado. Grupo de vacina terapêutica: Alberto Duarte et al POSSIBILIDADES NO FUTURO As células dendríticas podem potencializar in vitro a resposta celular específica anti-HIV de indivíduos cronicamente infetados pelo HIV-1: Sem uso de terapia anti-retroviral: Atraso no início de ARTs Em uso de terapia anti-retroviral com sucesso terapêutico: Menor custo e exposição aos ARTs; Em uso de terapia anti-retroviral com falha terapêutica: Auxílio no controle virológico Universidade de São Paulo Faculdade de Medicina Departamento de Dermatologia Laboratório de Investigação Médica Unidade 56 (LIM56) e-mail: [email protected] Tel: (0XX11) 3066- 7457 Fax: (0XX11) 3081-7190