Cientistas avançam em desenvolvimento de vacina contra HIV

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Cientistas avançam em desenvolvimento
de vacina contra HIV
07/03/2011
Testes da vacina em modelos animais encontram-se em andamento
Um avanço na direção de uma vacina contra o vírus HIV, causador da Aids, acontece em
pesquisa com a participação da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Os pesquisadores
criaram um modelo de vacina que atua na resposta imune das células-alvo do HIV e em maior
número de partes do vírus, que apresentou características semelhantes à de vacinas altamente
protetoras. Os testes com modelos animais, realizados no Instituto de Investigação em
Imunologia (iii-INCT), sediado na FMUSP, estão em andamento. O objetivo é que até o final do
ano seja possível verificar se a vacina tem efeito protetor, caso em que poderia começar a ser
testada em seres humanos. Testes da vacina em modelos animais encontram-se em
andamento. O professor Edécio Cunha-Neto, que coordena as pesquisas, conta que ainda não
existe uma vacina eficaz contra o HIV que possa ser usada em larga escala. “Em quase todos
os testes, registrou-se baixa cobertura, ou seja, a resposta imune acontecia apenas em uma
pequena fração dos pacientes que recebiam a vacina”, diz o professor da FMUSP. Mesmo nas
pessoas imunizadas, o grau de imunidade conseguido era fraco. “Em 2007, um estudo
demonstrou que as células imunes dos vacinados reconheciam apenas três pequenas partes
do HIV, o que era muito pouco para proteção, devido às constantes mutações do vírus.” Os
estudos procuraram identificar as lacunas das vacinas já testadas e quais características
seriam desejáveis para uma imunização mais eficaz. “A resposta imune deveria atingir um
maior número de partes do HIV, especialmente as partes conservadas, que não sofreram
mutações”, ressalta Edécio. "Essa resposta deve ser ampla em cada individuo, mesmo em uma
população com características genéticas muito diferentes, que determinam quais partes do
vírus serão alvo da resposta imune". Ao mesmo tempo, verificou-se a necessidade de estimular
a resposta imune das células do tipo T-CD4, que são as células-alvo do HIV. “O paciente
infectado fica com um número baixo de T-CD4, o que leva a imunodeficiência”, diz o professor.
As vacinas já testadas se concentravam em fortalecer as células T-CD8, que destroem o HIV.
“No entanto, se houver também estímulo ao grupo T-CD4, ele servirá de apoio ao T-CD8,
aumentando seu poder defensivo.”
Fonte: Assessoria de Comunicação da Universidade de São Paulo
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