depressão efeitos -causas

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MUDANÇAS DE USO DO SOLO E VARIAÇÕES CLIMÁTICAS NA AMAZÔNIA
MATO-GROSSENSE
Gilda Tomasini Maitelli1
Cleusa Aparecida Gonçalves Pereira Zamparoni1
Suzethe Costa Souza2
ABSTRACT
The Amazonia Mato-grossense extending from 15º to 8º Lat.S., and the height above sea livel is
about 600 meters. The native vegetation has been removed for the wood exploration, cattle breeding
and culture of soja. The work intends to analyze the air temperature and humidity variations, of
Cuiabá to Alta Floresta, related with the altitude and the land use changes. Measures accomplished
at Cuiabá, Rosário Oeste, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Itaúba and Alta
Floresta, in the September to December of 2003, with conventional stations and weather stations
datas, showed Cuiabá, located in the 15ºLat. S. and at 152 m, it was the more heated up. In
September, Cuiabá had average of 28.5ºC and Alta Floresta, located in the 9º Lat. S. and at 283m,
it reached 27.1ºC; in October and November, Vera, 12º Lat. S. and located at 415 meters, it average
of 27.0ºC. In the hourly averages, Alta Floresta, it was less warm at 20:00h local time and hotter at
14:00h. The influence of the low latitudes in the climate of the area is, a lot of times, overcome by
the land use and presence of the vegetation.
Key words : latitude, climate, land use
RESUMO
A Amazônia Mato-grossense estendendo-se de 15º até a 8º de latitude sul, tem altitudes inferiores
a 600 metros. A vegetação nativa vem sendo retirada para exploração da madeira, criação de gado
e cultura de soja. O presente trabalho pretende analisar as variações térmicas e de umidade do ar,
de Cuiabá até Alta Floresta, relacionadas com a altitude e as mudanças de uso do solo. Medidas
realizadas em oito localidades, Cuiabá, Rosário Oeste, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Sorriso,
Sinop, Itaúba e
Alta Floresta, de setembro a dezembro de 2003, com dados de estações
convencionais e de postos meteorológicos, mostraram que Cuiabá, localizada a 15º de Lat .Sul e a
152 m de altitude, era a mais aquecida. Em setembro, Cuiabá teve média de 28.5ºC e Alta Floresta,
1
Profª do Dep. de Geografia, UFMT. [email protected]; [email protected]
Aluna do Mestrado em Geografia, Dep. de Geografia, UFMT
2
localizada a 9º de Lat. S. e a 283m de altitude, atingiu 27.1ºC; em outubro e novembro, Vera, 12º
de Lat. S. e 415 metros de altitude, tinha média de 27.0ºC. Nas médias térmicas horárias, Alta
Floresta era menos aquecida às 20:00h e mais quente às 14h.. A influência das baixas latitudes no
clima da região é, muitas vezes, superada pelo uso do solo e presença da vegetação.
Palavras chave: latitude, clima, uso do solo.
INTRODUÇÃO
A latitude de um lugar, associada à altitude e ao relevo circundante, determina a entrada de
radiação solar e a duração e intensidade da iluminação e do calor recebido do sol (Miller,1976;
Oke, 1986; McGregor and Nieuwolt,1998)
Nas regiões tropicais, de baixas latitudes, os valores da radiação solar variam pouco durante o
ano e a diferença de duração dos dias e das noites é pequena, quando comparada com as regiões de
médias e altas latitudes (Ayoade, 1998).
Dessa forma, as variações térmicas e de umidade do ar, estão nessas regiões, em grande
parte, relacionadas aos efeitos da altitude e da circulação atmosférica regional e às interações
entre atmosfera e superfície. Dessa forma,
ações antrópicas, tais como, desmatamentos,
modificações nos corpos de água, queimadas, implantação de atividades agro-pecuárias e de
processos de urbanização produzem mudanças climáticas mais rápidas do que as originadas de
outras fontes internas ou externas do sistema climático (OMM, 1977).
O Estado de Mato Grosso, localizado na região tropical continental, alcança latitudes de até
8º Sul, e tem como características marcantes um clima tropical semi-úmido, com temperaturas
elevadas todo o ano e duas estações definidas pela distribuição espacial e temporal das chuvas:
uma estação seca (outono-inverno) e uma estação chuvosa (primavera-verão). As condições
térmicas regionais são modificadas de forma significativa, quando recebe a influência das frentes
frias originárias do sul do pais. Nessas situações meteorológicas, a temperatura diminui
bruscamente com duração de alguns dias, caracterizando o fenômeno conhecido como “friagem”.
Visando definir a influência da latitude, da altitude e do uso do solo, nas variações térmicas e
de umidade do ar na região Norte Mato-grossense , o presente trabalho pretende, indicar um perfil
latitudinal dessas variáveis, com medidas realizadas em localidades do eixo da BR 163 e MT 320,
desde Cuiabá até Alta Floresta, extremo norte do Estado.
AMAZÔNIA MATO-GROSSENSE
Características do espaço físico
A Amazônia Mato-grossense, integrante da Amazônia Legal, compreende o centro norte do
Estado de Mato Grosso, e estende-se na direção latitudinal, de 15º até a 8º de Latitude Sul,
localizando-se na zona tropical e interior do continente sul-americano (Figura 1).
60°
52°
56°
8°
Alta Floresta
Itaúba
Sinop
Lucas do Rio Verde
12°
Vera
Sorriso
Diamantino
Rosário Oeste
Cuiabá
16°
1
130Km
LOCALIZAÇÃO
ESCALA
BR-163
MT-320
Hidrografia
Sede de Municipiol
Capital do Estado
Municípios com Experimentos
MT
N
Fonte: Atlas Geográfico de Mato Grosso ( Miranda e Amorim, 2001)
Figura 1 – Locais do Experimento no eixo da BR 163 e MT 320, de Cuiabá até Alta Floresta, Amazônia
Mato-grossense.
A área é drenada por rios pertencentes às bacias Amazônica e Tocantina, nas direções norte
e nordeste e rios que correm para a bacia do Paraguai, na direção sul. O relevo da região é
representado pelo Planalto dos Parecis com uma superfície contínua, com altitude que varia de 300
a 600 metros, pela Depressão Interplanáltica da Amazônia Meridional que situa-se ao norte e tem
como principal característica a intensa dissecação do relevo, e os Planaltos Residuais do Norte do
Mato Grosso, com inúmeros blocos de relevo residual com altitude média de 400 a 600 metros.
A vegetação de cerrado domina a porção meridional da área, desde Cuiabá até Sorriso, com
fisionomia bastante variada, constituindo-se de árvores relativamente baixas (até 10 metros de
altura), presença de árvores e arbustos com troncos e galhos retorcidos, com cascas grossas,
espalhadas descontinuamente entre gramíneas e ervas. Uma área de contato da floresta ombrófila e
floresta tropical cobre a porção centro-norte da área com uma fisionomia que caracteriza a
transição entre floresta amazônica e cerrado, denominada de Mata de Transição. Esta vegetação
tem vários andares, sendo os mais elevados com árvores de 15 a 20 metros, com troncos finos e
copas pequenas entrelaçadas por trepadeiras lenhosas semelhante a cipós. Na porção norte ocorre
a floresta ombrófila densa tropical (Floresta Amazônica) com árvores altas (até 40 metros de
altura) e baixas, de fisionomia pouco definida, acúmulo de matéria orgânica no solo, formando
uma grossa camada de húmus que pode ser facilmente lixiviado, após o desmatamento.
A área é formada por solos litólitos distróficos, em geral encontrados em relevo fortemente
ondulado e escarpado, em regiões de serras e bordas de planaltos, solos podzólicos vermelhoamarelo distrófico, com fraco desenvolvimento estrutural que cobre quase toda área, mas tem
limitações ao uso devido a sua baixa reserva de nutrientes minerais e elevados teores de alumínio
trocável. ( Maitelli et al, 2002).
As características climáticas locais e regionais desta área são pouco estudadas , bem como os
efeitos que as transformações do espaço natural podem ter nas características da atmosfera e das suas
relações com o comportamento hídrico do solo.
Para analisar o comportamento climático da área, Maitelli et al , 2002, utilizaram dados da
única série histórica disponível- período de 1973 a 1996- registrada pela Estação Meteorológica
Convencional, instalada na cidade de Vera, pertencente ao Instituto Nacional Meteorologia
(INMET).
O clima da região é caracterizado pela presença de duas estações: uma chuvosa, de outubro a
abril e outra seca no período de maio a setembro, e pequenas variações térmicas anuais. A
pluviosidade anual indicou uma média de 2059,65 mm anuais para o período, com dois picos
significativos: em 1978 com registros de 2424,70 mm e em 1980 com totais de 2453,20 mm. O ano
mais seco do período foi 1979 com 1414,00 mm. O comportamento térmico médio mensal
evidenciou condições típicas de região tropical, isto é, pequenas variações no comportamento das
temperaturas médias mensais anuais. A temperatura média anual foi de 24.2°C, com a mediana de
24.4°C e moda de 24.6°C; a média das temperaturas máximas observadas foi de 31.6°C com a
mediana de 31.5°C e o valor mais repetido de 31.5ºC, enquanto que a média das temperaturas
mínimas era de 18.6°C, mediana de 19.6ºC e tinha, na maioria das vezes, valores de 21.3°C.
A Figura 2 mostra variações de pluviosidade e de temperatura observada em Vera, no período
de 1973 a 1996 (Maitelli et al , 2002).
500
27
400
25
300
23
21
200
Chuva (mm)
Temperatura (ºC)
29
19
100
17
15
0
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
Meses
Figura 2- Variações médias mensais de pluviosidade e de temperatura do ar observadas em Vera,
Amazônia Mato-grossense, período de 1973 a 1996.
Mudanças de uso do solo
Nos eixos da BR 163 e da MT 320 , de Cuiabá até Alta Floresta, numa extensão aproximada
de 800km, os incentivos governamentais e privados estimularam uma intensa ocupação da área,
originando uma paisagem nova, com uso do solo diferenciado. Assim, áreas antes cobertas pela
vegetação nativa, encontram-se hoje ocupadas pelo cultivo de grãos, notadamente soja, milho e
arroz, bem como plantio de algodão.
Inicialmente, nas áreas de floresta, no centro-norte, predominavam as atividades de exploração
da madeira originando grande número de indústrias madeireiras, enquanto que nas áreas de cerrado
as atividades agropecuárias limitavam-se a menores extensões de terraa. Os desmatamentos davam
origem a extensas áreas de pastagens, utilizadas para
a criação de gado; esta atividade foi
paulatinamente substituída pelas práticas agrícolas, que ocupam hoje lugar de destaque na economia
do Estado de Mato Grosso. Atualmente o cultivo de grãos avança para o norte na direção de Alta
Floresta, nas bordas da Amazônia propriamente dita, onde tem sua presença anunciada pela
instalação de grandes armazéns preparados para estocagem de grãos. Associada a estas atividades
ocorreu uma urbanização acelerada que deu origem a inúmeros nucleos urbanos, que se distribuem
por todo o norte do Estado de Mato Grosso.
É de fundamental importância destacar que estas mudanças na paisagem, cobertura e uso do
solo na Amazônia Mato-grossense, decorrentes da ocupação, ocorreram sem estudos climáticos ou
ambientais anteriores que mostrassem o caminho de uso sustentável ou que observasse as relações
entre ambiente e o agronegócio (Bariou et al, 2002)
METODOLOGIA:
Para traçar o perfil latitudinal da temperatura e umidade do ar na área de estudo foram utilizados
dados coletados em estações convencionais (Diamantino e Vera) e dados coletados em postos
meteorológicos instalados nos demais locais do experimento (Ver Figura 2), como parte do Projeto :
Variabilidade climática e deposições atmosféricas decorrentes de ações antrópicas na Região Norte
Mato-grossense (FAPEMAT, FEMA, IBAMA, EMPAER) .
As observações referentes a temperatura e umidade do ar foram realizadas na área urbanizada
das localidades de: Cuiabá, Rosário Oeste, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop,Vera,
Itaúba e Alta Floresta, que se localizam, de sul para norte, desde o paralelo de 15º até 9º de Lat.
Sul, no eixo da BR 163 e MT 320, em locais com altitude média que varia de 150 metros a 450
metros, em relação ao nível do mar. Tendo em vista que na Amazônia Mato-grossense, a rede de
estações climatológicas é insuficiente para os estudos propostos,
foram instalados
abrigos
meteorológicos portáteis contendo psicrômetros convencionais (um termômetro de bulbo úmido e
um termômetro de bulbo seco), com medidas tomadas diariamente, às 8:00h, 14:00h e 20:00h, no
período de setembro a dezembro de 2003, pelos técnicos da EMPAER e do INMET. Os dados foram
encaminhados para o Laboratório de Climatologia, Dep. de Geografia/UFMT para processamento e
análise.
RESULTADOS e DISCUSSÃO
O período de observações teve início em setembro de 2003, final da estação seca e início da
estação chuvosa na região, sob condições de tempo meteorológico instável, com céu nublado,
pancadas de chuvas, forte influência da Massa Equatorial Continental, características que são típicas
dessa estação na Amazônia Mato-grossense.
As variações térmicas observadas de setembro a dezembro/2003, na região, indicaram que a
cidade de Cuiabá, localizada a 15º de L .S. e a 152 m de altitude, era a mais aquecida, em relação às
demais localidades. No mês de setembro, estação chuvosa, em Cuiabá foi registrado o valor térmico
médio de 28.5ºC enquanto que em Alta Floresta, situada a 9º de L.S. e a 283 metros de altitude, a
temperatura média era de 27.1ºC ; nos meses de outubro e novembro , a cidade menos aquecida era
Vera, situada a 12º de Lat.S. e a 415 metros de altitude, com temperatura média de 27.0ºC (Tabela
1).
Tabela 1 – Variações térmicas médias mensais observadas na Amazônia
Mato-grossense, no período de setembro a dezembro de 2003
TºC TºC TºC
Localização
TºC
Municípios
Lat Sul
Alt (m)
Set.
Out. Nov. Dez.
15º 33' S
152,00
28,5
28,5 27,8 28,8
Cuiabá
14º 43' S
174,00
29,3
Rosário Oeste
14º 24' S
287,72
26,8
27,2 26,9
Diamantino
Lucas do Rio
13º 04' S
380,00
27,0
28,1
Verde
12º 12' S
415,00
27,8
27,0 26,9 27,1
Vera
11º 52' S
350,00
28,5
26,6
Sinop
10º 59' S
390,00
27,8
27,3 27,4 27,4
Itaúba
09º 53' S
283,00
27,1
27,6 27,6
Alta Floresta
As taxas médias mensais de umidade relativa do ar, em geral, variaram inversamente
proporcional às temperaturas. Assim as localidades mais quentes eram também as mais secas
Entretanto é provável que a vegetação mantida no entorno das localidades de Vera, Itaúba e Alta
Floresta, tenha influenciado no teor da umidade do ar. As Figuras 3, 4, 5 e 6, mostram relações
entre temperatura e umidade relativa.
28
80
26
70
24
60
22
ºC
%
lo
r
Ita
úb
a
Al
tF
LR
Si
no
p
50
Ve
ra
tn
o
D
C
bá
20
Umidade relativa do ar (%)
90
Ve
rd
e
Temperatura do ar (ºC)
30
Locais de coleta
Figura 3- Variações médias de temperatura e umidade, observadas em setembro/2003
40
90
Temperatura do ar (ºC)
36
34
80
32
30
28
70
26
24
22
ºC
%
20
Cbá
Dtno
Vera
Sinop
Locais de coleta
Itaúba
Umidade relativa do ar (%)
38
60
AltFlor
Figura 4 – Variações médias de temperatura e umidade observadas em outubro de 2003.
40
90
36
34
80
32
30
28
70
26
24
Umidade relativa do ar (%)
Temperatura do ar (ºC)
38
ºC
%
22
20
Cbá
Dtno
Vera
Sinop
Locais de coleta
Itaúba
60
AltFlor
Figura 5 – Variações médias de temperatura e umidade observadas em novembro/2003.
40
90
36
34
80
32
30
28
70
26
24
22
20
Cbá
ºC
%
Rosário
Dtno
Vera
Locais de coleta
Umidade relativa do ar (%)
Temperatura do ar (ºC)
38
60
Itaúba
Figura 6 –Variações médias de temperatura e umidade observadas em dezembro/2003
Quanto às médias horárias da temperatura do ar, a localidade de Alta Floresta mantinha-se
sempre menos aquecida no horário das 20:00h, enquanto que no horário das 14h, em geral, horário
de mais intensa radiação solar, a influência da latitude era mais evidente, indicando os maiores
valores de temperatura em comparação com as demais localidades.
As Figuras 7, 8, 9, e 10 mostram variações térmicas médias horárias observadas em
localidades da Amazônia Mato-grossense.
36
Temperatura do ar (ºC)
34
32
30
28
26
24
22
20
Cbá
08:00
14:00
20:00
Dtno
LRVerde Vera
Sinop
Locais de coleta
Itaúba
AltFlor
Figura 7 – Variações de temperaturas médias horárias mensais observadas em setembro/2003.
36
Temperatura do ar (ºC)
34
32
30
28
26
24
22
20
Cbá
08:00
14:00
20:00
Dtno
Vera
Sinop
Locais de coleta
Itaúba
AltFlor
Figura 8 - Variações de temperaturas médias horárias mensais observadas em outubro/2003.
36
Temperatura do ar (ºC)
34
32
30
28
26
24
22
20
Cbá
08:00
14:00
20:00
Dtno
Vera
Sinop
Locais de coleta
Itaúba
AltFlor
Figura 9 - Variações de temperaturas médias horárias mensais observadas em novembro/2003
36
Temperatura do ar (ºC)
34
32
30
28
26
24
22
20
Cbá
08:00
14:00
20:00
Rosário
Dtno
Vera
Itaúba
Locais de coleta
Figura 10 - Variações de temperaturas médias horárias mensais observadas em dezembro/2003
A análise dos resultados evidenciou que a influência das baixas latitudes nas condições
térmicas da Amazônia Mato-grossense é , muitas vezes, superada pelas condições da urbanização e
presença da vegetação nativa. Além disso, embora as variações de altitude sejam modestas, estas
podem exercer influência na ventilação e assim nas condições térmicas.
Estes fatos podem ser exemplificados comparando Cuiabá, cidade mais aquecida, localizada
em maior latitude, com tecido urbano construído mais abrangente, com as cidades de Vera e Alta
Floresta, que embora se localizem em latitudes mais baixas, possuem temperaturas mais amenas
garantidas pela urbanização menos intensa e pela vegetação de floresta que circunda as áreas.
CONCLUSÃO
A avaliação da influência da posição geográfica de uma região, latitude e altitude, nas suas
condições térmicas e de umidade, permite conhecer outras fontes que interferem no clima local e
regional. Estes estudos mostraram que, nas regiões tropicais, de baixas altitudes, as ações antrópicas
são importantes na análise de agentes modificadores do clima. Entretanto, outras variáveis
climatológicas, além da temperatura do ar, tais como, ventos, precipitações, entrada de radiação
solar, nebulosidade, balanço de radiação e balanço hídrico devem ser avaliadas e associadas aos
desmatamentos, urbanização e outras ações antrópicas, para compreender as interações entre a
superfície e a atmosfera e suas implicações nas mudanças climáticas.
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