AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES DE PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO VERTICAL DE SÍFILIS NO PRÉ-NATAL EM UNIDADES SAÚDE DA FAMÍLIA DE CUIABÁ Maria Helena Lopes Orientadoras: Elizabeth Moreira dos Santos (ENSP/FIOCRUZ) Ana Cristina Reis (ENSP/FIOCRUZ) Cuiabá – 14 e 15 de abril de 2011 1 Introdução • Infecção congênita da sífilis pode levar a graves desfechos em 40% das gestações (aborto espontâneo, natimorto ou morte perinatal e causar outras sequelas, como cegueira, surdez, retardo mental e deformidades físicas) (Protocolo de prevenção à TV do HIV e Sífilis na gestação, 2007) • Doença evitável desde que diagnosticada e tratada adequadamente por ocasião do pré-natal (Matilda e Gianna, 2006) • Diagnóstico de baixo custo com proporções de cura de 100%. (Protocolo de prevenção à TV do HIV e Sífilis na gestação, 2007) • Um único registro de sífilis congênita pode ser considerado falha da assistência pré-natal e grave erro do sistema de saúde vigente (Schetini et al., 2005) 2 Sífilis na gestação Brasil: • A taxa de prevalência é de 1,6% de sífilis na gestação, com uma estimativa de 50 mil parturientes com sífilis ativa e 12 mil nascidos vivos com sífilis congênita (Estudo Sentinela 2004) • Mato Grosso: • dos casos de SC notificados, 68,7% a gestante teve acesso ao serviço de pré-natal. • Sendo que 42,5% foram diagnosticadas com sífilis no pré-natal. • 42,1% dos companheiros receberam tratamento. • A incidência de sífilis congênita registrada é de 1/1000 Nascidos Vivos NV. • É alta a proporção de informações ignoradas/não preenchidas • Foi de 42,5% a sub-notificação dos casos de SC.(Duarte, 2006) 3 Número de casos de SC e sífilis na gestação segundo município de residência e anos de notificação, Cuiabá, 2001 – 2009 40 35 30 Nº 25 20 15 10 5 0 Sifilis Congênita Sifilis em Gestante 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 3 11 14 5 6 37 38 34 16 3 16 22 28 14 Dados extraídos em 30.04.2010 sujeitos a alterações Fonte: SINAN W e NET/SES/MT/SVS/COVEPI/GEVDAE 4 Indicadores operacionais da sífilis congênita, Cuiabá, 2005 - 2009 300 250 % 200 150 100 50 0 2005 2006 % gest sífilis c/ diag. até 2º trimestre de gestação 2007 2008 2009 % gest c/ sífilis q realizaram VDRL no pré-natal % gest. c/ parceiro tratados concomitante 5 Fonte: Dados extraídos em 30.04.2010 sujeitos a alterações. Fonte: SINAN W e ET/SES/MT/SVS/COVEPI/GEVDAE Modelo Lógico do Programa Componente operacional Componente Técnico Insumo Pré-Natal Prevenção Farmacêutica RH Treinados RH treinados RH treinados RH treinados RH treinados Material Educativo Materiais técnicos Kits para teste sífilis Medicamentos Materiais técnicos Ambiente adequado Solicitaçãofísico de exames na 1ª consulta e no último trimestre de gestação Instituição de tratamento à gestante com sífilis Testagem para sífilis (penicilinas) Dispensação de medicamentos nas UBS para tratamento da sífilis Fichas notificação Notificação dos casos de sífilis na gestação Visitas Domiciliares Produtos Resultados Impacto Vigilância Epidemiológica Laboratorial Captação Precoce Atividades Assistência Clínica Atividades educativas individuais e Atividades Educativas coletivas. Tratamento do parceiro Oferta de preservativo Busca de faltosos Visitas domiciliares Estabelecimento de fluxo e tempo de retorno dos resultados dos exames Dispensação de preservativos Garantia de estoques Nº de gestante captada precocemente. Nº de visitas domiciliares por gestante. Nº de UBS com reunião de gestantes regulares. Nº de atividades educativas com gestantes realizadas Nº consulta pré-natal realizada. Nº de testes solicitados Nº. de gestantes com sífilis tratadas adequadamente. Nº. de parceiros tratados Nº de gestantes acompanhadas no prénatal Nº de teste VDRL disponibilizados Nº de gestantes testadas que receberam o resultado Nº de parceiros testados que receberam o resultado Nº de tratamento de sífilis materno disponibilizado Nº de tratamento de parceiros disponibilizado Nº de preservativos distribuídos % de gestante com 2º testes para sífilis realizado no pré-natal %de gestantes com de sífilis diagnosticas e tratadas adequadamente. % de parceiros tratados concomitante com as gestantes % de Kits de testes para sífilis disponíveis % de resultados de exames em tempo oportuno %de tratamento para sífilis materna disponibilizado % de pacientes reativos tratados Redução das taxas de transmissão vertical da sífilis Nº de casos notificados de gestantes com sífilis % de casos de sífilis em gestantes notificados em comparação ao estimado 6 Envolvimento dos usuários potenciais • Usuários potenciais da avaliação foram identificados; • Técnicas de consenso: 1. Método Delfos: instrumentos respondidos por especialistas convidados e usuários potencias e as respostas tratadas estatisticamente 2. Técnica do grupo nominal: permitiu que os participantes exprimissem suas opiniões e contribuições a respeito do problema. 7 1.Matriz de relevância de critérios/indicadores do contexto interno Sub-dimensão Pontuação Máxima de Oportunidade Técnica PM 303 Pontos ACESSO Contexto interno Critérios/indicadores Moda (pontos) Perguntas Disponibilidade Pontuação Máxima de 55 to Relevância Dimensão 110 (pontos) Contex- O apoio diagnóstico e terapêutico está disponível de acordo com as necessidades técnicas ? Existência de profissionais médicos e enfermeiros com 40h disponíveis na ESF Realização de coleta de amostra de exames para sífilis na própria unidade do pré-natal Realização de entrega de resultados na própria unidade do pré-natal. R RR RR R 8 X 10 X 10 X Existência de medicamento penicilina g. benzatina na ESF 7 Existência de preservativos disponíveis na farmácia da ESF. 10 X 10 X 10 X 10 X 10 X 10 10 X X 10 X 10 10 X X 10 X 10 X Existência de material informativo referente a prevenção da TV da sífilis afixado na ESF Existência de profissionais entrevistados capacitados para a prevenção à O apoio diagnóstico e transmissão vertical da sífilis. terapêutico está ocorrendo no momento Existência de protocolo para prevenção de transmissão vertical da sífilis disponível para consulta. oportuno e de acordo com as necessidades dos % de gestantes que tiveram seu teste VDRL solicitado no 1º trimestre de gravidez usuários? % de gestantes que realizaram o 2º teste VDRL. % de gestante que tiveram seu teste solicitado % de gestante que receberam o resultado do exame VDRL em 15 dias após coleta % de gestantes com sífilis com diagnóstico oportunas % de parceiros diagnosticados oportunamente % de prontuários com registro de tratamento para sífilis durante a gestação/parto % de gestantes tratadas concomitante com os parceiros. % de gestantes que usam preservativos em todas as relações sexuais X 10 8 Parâmetros para a caracterização do grau de implementação Grau de implementação Percentual Implementação aceitável (IA) Maior ou igual a 80% Implementação incipiente (II) De 40,0 a 79,9% Implementação crítica (IC) Menor ou igual a 39,9% Fonte: Santos et al., 2006 9 Pressuposto Adequada implantação do programa de prevenção da TV da sífilis viabiliza o acesso da gestante às ações de controle do agravo no momento do pré-natal, propiciando a redução, a médio e longo prazo, da Sífilis Congênita. 10 Perguntas Avaliativas Geral As ações de prevenção da transmissão vertical da sífilis em Cuiabá estão sendo implementadas em conformidade com o que preconiza o protocolo de atenção à gestante com sífilis, no momento do prénatal? Específicas: 1) Os insumos e atividades para a prevenção da TV da sífilis em Cuiabá estão disponibilizados no momento oportuno para evitar o caso SC? 2) As ações estão ocorrendo em conformidade com as normas técnicas? 3) Qual é o grau de implementação do programa de prevenção da transmissão vertical da sífilis em Cuiabá, no momento do pré-natal? 11 Objetivos Geral Avaliar o grau de implementação das ações de prevenção da transmissão vertical da sífilis em Unidades de Saúde da Família, do município de Cuiabá. Específicos: • Verificar o grau de implementação das ações de prevenção da transmissão vertical de sífilis; • Analisar os fatores dos contextos externo e interno associados ao grau de implementação das ações de prevenção da transmissão vertical de sífilis no momento do pré-natal, em Unidades de Saúde da Família no município de Cuiabá; • Recomendar rotinas e padrões de boas práticas para a prevenção da transmissão vertical de sífilis. 12 Metodologia da Avaliação A análise de Implantação: relaciona a intervenção e seu contexto • Abordagem: avaliação normativa e formativa. • Foco: componentes estruturais da intervenção de estrutura (insumos) e de processo (atividades) e os fatores que influenciaram na implementação. • Uso: melhoria do programa. 13 Dimensões da análise de implantação do programa Contextos Dimensões Interno Acesso Subdimensões Perguntas Disponibilidade Os insumos e atividades para a prevenção da TV da sífilis em Cuiabá estão disponibilizados para evitar o caso SC? Oportunidade Os insumos e atividades para a prevenção da TV da sífilis em Cuiabá estão disponibilizados no momento oportuno para evitar o caso SC? Conformidade As ações estão ocorrendo em conformidade com as normas técnicas? 14 Desenho do Estudo Tipo de estudo: Combinou-se um estudo transversal do programa de prevenção à TV das sífilis no momento do pré-natal, a análise de prontuários, com um estudo de dois casos contrastantes. Método: misto (quali e quantitativo) Técnica de coleta de dados: primária e secundária • primária: entrevista semi-estruturada com informanteschave e observação direta. • secundária: revisão de prontuários, levantamento e análise documental e sistemas de informação 15 Critérios de inclusão e exclusão • Critérios de inclusão da USF caso: duas unidades de saúde da família com êxito contrastante, entre os bairros de renda abaixo de 2,91 SM; ter ESF implantada há mais de três anos e equipe completa na hora da coleta de dados. • Elegeu-se, em função da baixa prevalência, a revisão dos prontuários de todos os casos de gestantes com sífilis ocorridos nos anos 2007 e 2008 no município de Cuiabá e notificados no SINAN. • Para definição do número de prontuários de gestantes sem sífilis que deveriam ser revisados, levou-se em conta a população total de gestantes atendidas no ano/ESF e sua paridade com o número de prontuários revisados de gestantes com sífilis. 16 Coleta de dados • A coleta de dados foi realizada entre os meses de janeiro a março de 2010. • Desenvolveu-se o trabalho de campo em que foram revisados os prontuários de gestante com sífilis notificadas nos anos de 2007 e 2008 ( ± 30 dias) • A coleta de dados nas ESF foi realizada pela responsável pela pesquisa (± uma semana em cada unidade). • Todas as visitas foram acompanhadas por uma técnica do Programa de DST/AIDS e Hepatites Virais Municipal. 17 Análise dos dados • Os dados quantitativos (secundário e primário) foram organizados em um banco de dados único, utilizando-se o programa da Microsoft Excel, versão 2007. Foram agrupados através de tabela dinâmica onde calculou-se as porcentagens, segundo as variáveis selecionadas. • Os dados qualitativos foram agrupadas por segmento e repetição de ideias e categorizados por relevância atribuída pela pesquisadora. • A observação direta foi realizada na USF, utilizandose um roteiro de observação padronizado e consolidados manualmente. 18 Modelo Teórico da Avaliação Modelo Lógico do Programa Análise documental Caracterização da situação problema Descrição do programa: Identificação das dimensões e subdimensões essenciais ( Insumos; atividades; produtos resultados e impactos. Envolvimento usuários da pesquisa Delimitação das perguntas avaliativas Desenho do estudo Abordagens qualitativas e quantitativas: Avaliação de processo normativa e formativa Estudo de Transversal: Estudo de caso múltiplo. Coleta dos dados 1. Dados primários entrevistas semi-estruturada observação direta 2. Dados secundários: SINAN/SINASC , documentos institucionais, IBGE, IPDU. Revisão prontuários dos casos gestantes com sífilis e não sífilis nos anos 2007 e 2008 das unidades estudadas. Análise dos dados Julgamento e tomada de decisão Disseminação Caracterização do grau de implantação (insumos e atividades) a) Construção e aplicação da matriz de Análise e julgamento Julgamento do mérito do Programa: identificação de fatores facilitadores e Obstáculos à implantação do programa Apresentação de relatórios parcial e final aos usuários potenciais da pesquisa; elaboração de artigo científico para socialização em congressos, seminários e reuniões científicas e publicação em revistas especializadas. Estudo dos fatores Explicativos do grau de Implantação a) Descrição do contexto Externo b) Descrição do contexto Organizacional Conclusão: lições aprendidas Recomendações factíveis, Considerando o contexto Organizacional e externo Organizar Seminário de boas práticas. Uso provável da avaliação: Apoiar a tomada de decisão a respeito dos ajustes necessários. Informar os usuários potenciais Confronto com o modelo lógico do programa Envolvimento dos usuários potenciais e Definição consensuada do MLP e das matrizes de critérios e indicadores; matriz de análise e Julgamento; dos parâmetros e padrões de julgamento e indicadores da avaliação Fonte: Adaptado de Santos et al. 19 • RESULTADOS 20 Grau de implementação dos insumos: subdimensão Disponibilidade Insumos Critérios/indicadores de Disponibilidade Existência de profissionais médicos e enfermeiros com 40h disponíveis na ESF Realização de coleta de amostra de exames para sífilis na própria unidade do pré-natal Testagem VDRL Realização de entrega de resultados na própria unidade do pré-natal. Medicamentos Existência de medicamento penicilina g. benzatina na ESF Existência de preservativos disponíveis na farmácia da ESF Insumos de Prevenção Existência de material informativo referente a prevenção da TV da sífilis afixado na ESF Grau de implementação da Sub-dimensão Índice de Índice de implantação Implementação do insumo da dimensão RH 100 100 100 100 100 0 0 100 50 0 Incipiente (62,5%) 21 Atividades Resultados: Grau de implementação das Critérios/indicadores de Oportunidade Índice de Índice de atividades, sub-dimensão oportunidade Implantação Implementação da da Atividade Realização das ações de Existência de profissionais entrevistados capacitados para a humanização no pré-natal prevenção à transmissão vertical da sífilis. dimensão. 0 0 Existência de protocolo para prevenção de transmissão vertical da sífilis disponível para consulta. 0 Realização da testagem no % de gestantes que tiveram seu teste VDRL solicitado-realizado no pré-natal 1º trimestre de gravidez 35 % de gestantes que tiveram o 2º teste VDRL solicitado-realizado na 30ª semana de gestação . % de gestante que tiveram seu teste solicitado durante a gravidez. % de gestante que receberam o resultado do exame VDRL em 15 dias após coleta 76,7 46,1 3 % de gestantes com sífilis com diagnóstico oportunas 100 % de parceiros diagnosticados oportunamente 22 Realização de tratamento % de prontuários com registro de tratamento para sífilis durante a concomitante gestante e gestação. parceiro % de gestantes tratadas concomitante com os parceiros. Oferecimento preservativo 13 % de gestantes que usam o preservativo em todas as relações sexuais Grau de Implementação da sub-dimensão 89 50 11 0 0 Crítico (23%) 22 Resultados: Grau de implementação das atividades, sub-dimensão conformidade Atividades Critérios/indicadores de Conformidade Realização das ações % de prontuários de gestantes com cópia do cartão da gestante de humanização no pré- informado natal % de gestante acompanhada em pré-natal por ESF frente ao estimado Existência de grupo de gestante formado e com reunião regular Existência de rotina de visitas domiciliares no pré-natal Existência de rotina para captação precoce de gestante. Existência de práticas de educação em saúde para gestantes em pré-natal Existência de maternidade de referência para o parto definida % de 7 ou + consultas realizadas por gestante no pré-natal. Realização da testagem no pré-natal Realização de tratamento concomitante gestante e parceiro Oferecimento preservativo Notificação Existência de mecanismos de priorização de exames para gestantes Existência de rotina de acompanhamento da gestante quando referenciada a outros serviços Existência de mecanismos de adesão ao tratamento. Existência de mecanismos de busca de parceiros de gestantes com sífilis Existência de mecanismo de adesão ao preservativo Existência de casos de gestante com sífilis notificadas por ESF Grau de implementação da sub-dimensão Índice de Índice Implantação Implantação da atividade dimensão 33 42 0 45 45,0 100 0 100 39 100 100 100 96,6 90 100 0 0 50 50 23 Incipiente (57,0%) de da Conclusão • A partir dos resultados apresentados, foi possível apontar que o grau de implementação das ações de prevenção da transmissão vertical da sífilis no pré-natal em Cuiabá encontra-se incipiente, atendendo a 47,5% dos critérios/indicadores definidos para a classificação. 24 Caracterização do Município de Cuiabá População do Município – 544.737 habitantes/2008 • População Feminina: 280.540 (Urbana – 276.331 e Rural - 4.208) (Estimativa IBGE 2008) • % pop. com +10 ano: 0 a 1 anos de estudo - 4% 1 a 7 anos de estudo – 32% • • IDH (2000): 0,821(Censo IBGE 2000) e (PNUD 2000) Incidência de pobreza (2003) - 27,63% (8,2% da população têm um rendimento nominal mensal de até 1 sm e 17,12% de até 3 sm) (Pesquisa de Orçamento Familiar IBGE-2003) • Cobertura do PSF (39%) ( MS-DAB- 2009) 25 Caracterização das Equipes de Saúde da Família 1. A estrutura é própria, porém atendem a duas ESF. 1. O tratamento não é realizado na USF. 2. Não há registro de falta de preservativo na USF. 2. Não há práticas de incentivo ao uso do preservativo. 3. A coleta de sangue e entrega de exame é realizado na própria USF. O exame de VDRL é realizado em laboratório terceirizado e disponibilizado as ESF por cotas. 4. A ESF não sabe se a cota disponibilizada atende a necessidade dos usuários. 4. O exame confirmatório realizado pelo LACEC. 5. Não há atividades individuais ou coletivas de educação em saúde com gestantes . 5. As visitas domiciliares realizadas pelos ACS. 6. Há uma grande rotatividade de médicos e enfermeiros 7. As ESF não participaram de nenhuma atividade de educação continuada sobre a prevenção da TV do HIV e sífilis. 8. Não há o protocolo de prevenção a TV do HIV e sífilis para consulta na USF. 9. .Não há a prática de uso da cópia do cartão da gestante no prontuário. 10. Não há material educativo relativos a prevenção da TV da sífilis disponível na US. 11. Não tem Conselho Gestor implantado na USF; 3. é são 6. A equipe mínima de profissionais nas ESF e sua composição atendem ao requisito previsto na legislação. 7. Os médicos e enfermeiros possuem cursos de especialização ou residência em Saúde da Família. 8. A estrutura e funcionamento das ESF pesquisadas obedecem às normas sanitárias. Fonte:observação direta e entrevista semi-estruturada 26 Caracterização do Contexto Organizacional e sua Capacidade Técnica Gerencial 1. Possui planejamento e 1. A quantidade de exames e medicamentos é orçamento para exames e planejada tomando como base uma série histórica medicamentos para sífilis. dos exames realizados em anos anteriores; 2. No RAG (2007 e 2008) 2. Não há registro de meta de redução da SC no há registro de Plano Municipal de Saúde; monitoramento de 3. São frágeis as ações intra-setoriais; indicador de SC e sífilis 4. O município não possui uma política de na gestação. educação continuada definida; 3. Não houve nenhuma denuncia na Ouvidoria de 5. É comum a gestante ter que procurar vaga dificuldade no disponível nas maternidades para a realização do atendimento aos casos seu parto; de sífilis na gestação ou 6. Existe uma fragilidade na vigilância do agravo; SC. 7. Os mecanismos de Controle Social não está sensibilizado para a prevenção do agravo. Fonte: revisão de documentos institucionais 27 Ações de Controle da TV da Sífilis no Pré-Natal – gestante com e sem sífilis • Média de idade de 20 a 25 anos (p=0,5789) • escolaridade, menos de sete anos de estudo (p=0,1837). • Observou-se uma diferença estatística significativa para o primeiro exame da sífilis realizado no primeiro trimestre que ocorreu em 29,5% dos casos comparados aos 35,2% dos não casos (p=0,0701). • das gestantes com sífilis (40,1%) e (13,7%) das gestantes sem sífilis realizaram dois ou mais testes para sífilis na gestação. • das gestantes com sífilis (98,1%) e (62,7%) das gestantes sem sífilis realizaram o teste HIV. Fonte: revisão de prontuários 28 Comparação das ações de controle da TV da sífilis entre gestantes com sífilis e sem sífilis. 120 100,0 100 80 77,3 60 49,0 38,6 40 20 0 R ealiz aram P ré-natal Fonte: revisão de prontuários C om 6 ou mais c ons ultas P rénatal C om s ifilis S em s ifilis 29 Ações de Controle da TV da Sífilis nas USF A e USF B 60 52,0 50 40 38,5 40,0 30 19,2 20 10 0 7 e mais c ons ultas ex ame para s ífilis 1º trimes tre ES F B Fonte: Revisão de prontuário ES F A 30 Fatores associados à testagem para sífilis no prénatal Fatores associados OR p-valor IC 1a 7 anos de estudo 3,93 0,038 0,8818,76 Não brancas 19,80 0,000 5,2281,35 Realizar cuidado pré-natal 0,00 0,0052 0,00 0,67 Cópia do cartão pré-natal no prontuário 0,20 0,06 0,06 0,65 Fonte: Revisão de prontuário 31 Acesso: sub-dimensão Disponibilidade Recomenda-se: 1. para o planejamento da necessidade de exames se utilize parâmetros de necessidades adotados na Programação Pactuada Integrada – PPI do estado. 2. o emprego do software desenvolvido pelo DAB-MS, denominado Programação para Gestão por Resultados na Atenção Básica - PROGRAB. 3. a disponibilização da penicilina em todas as unidades básicas. 4. disponibilizar material de apoio a educativas individuais e coletivas às USF. atividades 32 Acesso: sub-dimensão Oportunidade Recomenda-se: • Conhecer a população adstrita à área de abrangência da USF. • Ampliar o esforço para a captação precoce da gestante. • Capacitação em serviço poderia ser viabilizada pela implantação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF. • Disponibilização do protocolo de prevenção à TV do HIV e sífilis para as USF. • Ampliar a oferta de exame diagnóstico para gestantes. • Priorizar e Identificar as solicitações dos exames para gestantes com um carimbo. • Que haja algum estímulo à participação do parceiro nas consultas de pré-natal. • Comprometimento de todos os profissionais de saúde na prevenção da TV ( atividades individuais e coletivas). 33 Casos reagentes • Faz-se necessário a implementação de estratégias eficazes de busca ativa para tratamento concomitante à gestante do(s) parceiros sexuais com o uso do preservativo em todas as relações sexuais durante e após o tratamento. • Acompanhar a adesão ao tratamento. 34 Acesso: sub-dimensão Conformidade Recomenda-se: • • • Aprimorar o sistema de registro de atividades multiprofissionais no prontuário. Implementar as atividades educativas individuais e coletivas. Incentivo ao uso do preservativo para pacientes com sífilis ou outra DST. • Adesão municipal à Avaliação para melhoria da Qualidade – AMQ. • Análise dos dados do SIAB para definição de prioridades locais. • Incrementar a vigilância do agravo ampliando as atividades de prevenção e oferta exames diagnóstico e tratamento para populações sexualmente ativa e residente em áreas de maior vulnerabilidade social 35 Novas estratégias recomendadas: • Aproximar a USF dos movimentos sociais, escolas e igrejas existentes na comunidade para adoção de práticas de prevenção à TVS. • Ampliar o esforço para a prevenção, de outras DSTs, considerando a semelhança nas formas de transmissão. • Ampliar a cobertura da ESF. 36 “...é até provável que quanto mais uma avaliação seja bem-sucedida, mais ela abra caminhos para novas perguntas”. (A. C. Figueiró) [email protected] 65-3613-5339/ 9242-7429 37