02 ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE ÉTICA

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A GRÉCIA
• Situação geográfica
• Dominação da Grécia pela Macedônia
• Influência de Aristóteles como preceptor de
Alexandre Magno (século IV a. C.)
• Dominação da Grécia por Roma (146 a. C.)
PERÍODOS DE FORMAÇÃO DA SOCIEDADE GREGA
• Pré-Homérico (séc. XX - XII a. C.) – nomadismo de grupos indo-europeus dedicados
ao pastoreio, que gradualmente se sedentarizam e fundam núcleos urbanos:
aqueus, jônios, dórios e eólios.
• Homérico (séc. XII a. C. - VIII a. C.) – agropastoreio desenvolvido por grupos
familiares com organização patriarcal e direito de primogenitura; nascimento da
polis a partir da concentração de povoados; formação de uma aristocracia
detentora de terras e de poder jurídico e religioso.
• Arcaico (séc. VIII - V a. C.) - consolidação das Cidades-Estado – Esparta, Atenas,
Corinto e Tebas; poder concentrado nos detentores de terras e de escravos;
fortalecimento gradual dos comerciantes e artesãos; reformas políticas; derrocada
das oligarquias e das tiranias; implantação do regime democrático.
• Clássico ( séc. V - IV a. C.) – Período que marcou o ápice da cultura grega; mas
também de guerras externas e internas, entre Cidades-Estado; dominação da
Grécia pela Macedônia.
PERCURSO DAS INDAGAÇÕES FILOSÓFICAS
• Cosmogonia - busca das origens do cosmos e de explicações para a existência
humana, prevalentes no período Pré-Homérico e Homérico. Narrativas mitológicas.
Mito nebuloso, heróico e justificador das condições de existência.
• Cosmogonia e Cosmologia – convivência das especulações mitológicas e racionais,
prevalente nos períodos Arcaico e Clássico. O ócio da classe aristocrática detentora de
escravos favoreceu o surgimento de homens nobres afeiçoados ao conhecimento –
filósofos.
• Representantes: Tales de Mileto (matemático e astrônomo); a água é a essência de
toda matéria. Pitágoras (matemático e filósofo); os números são o princípio de
explicação do mundo. Heráclito (filósofo); a harmonia do mundo resulta do confronto
entre opostos. “Ninguém se banha no mesmo rio duas vezes”. Empédocles (profeta,
político, orador e poeta); os quatro elementos se unem continuamente sob a força do
amor e se separam sob o influxo do ódio até ser reconfigurada a perfeição.
Anaxágoras (filósofo); cada particularidade do universo contém as mesmas
características presentes na totalidade. Em toda matéria existe um princípio
ordenador superior. Foi julgado por ateísmo porque suas opiniões se chocaram com
as concepções religiosas da época.
OS SOFISTAS (Séc. V a.C.)
• Crise da Aristocracia Grega
• Epistemologia eivada de interesses econômicos e políticos
• Ensino Profissional e Remunerado da Filosofia à Burguesia
• Principais representantes - Protágoras, Górgias, Pródico, Hipias.
• A síntese Sofista - propunha uma “humanização” da cultura, na qual o estudo
das ciências teóricas e das práticas visava à busca da virtude, entendida como
adequação à ordem moral. Interesses pragmáticos: rejeitavam a tradição
aristocrática; negavam a existência de verdades absolutas; enfatizavam as
questões da vida cotidiana; situavam a linguagem como mera simbolização
que não representava a essência das coisas.
• Críticas aos Sofistas
SÓCRATES O PAI DA FILOSOFIA MORAL (469 – 399 a. C.)
O Tolos de Delfos
SÓCRATES (469 – 399 a. C.)
• Pai da Filosofia Moral
• Busca de uma “Verdade” válida para todas as pessoas
• Prega um sistema ético alheio às doutrinas religiosas
• Toma como alvo do conhecimento o Ser Humano: “Conhece-te a ti
mesmo”
• Ensinava gratuitamente
• Adota como métodos a ironia e a maiêutica ou parturição das ideias
• Torna-se indesejado por contrariar os interesses da Democracia
Ateniense
• Situa-se como um ser estéril: “Só sei que nada sei”
• O sentido da filosofia que ele identifica como sua sagrada missão é o de
conduzir o indivíduo à cura de toda ilusão que distancia a alma de si
mesma, ir ao encontro de si e fazer de si mesmo seu próprio ponto de
partida.
PLATÃO (427- 347 a. C.)
• Teoria dos dois Mundos: o Sensível, material, mutável, finito e imperfeito (da matéria, das
aparências e das cópias) e o Inteligível, imaterial, imutável, eterno e perfeito (das ideias, das
formas, das essências e dos originais).
• Teoria das ideias: as ideias, essências ou verdades são imateriais, anteriores à existência do
nosso mundo material. Sendo imateriais, não se transformam. São eternas e imutáveis. Se o
mundo imperfeito dos sentidos nos revela apenas a sombra da verdade, a inteligência nos revela
um mundo transcendente, da imutabilidade e da perfeição, para além da esfera dos sentidos.
• Teoria da alma: O Homem pertence aos dois mundos. A essência do homem é a alma, que
antes de aprisionar-se nele, pertenceu ao mundo das ideias. A alma veio aportar na materialidade
dos simulacros e das imperfeições, porque, em alguma situação, erramos e fomos castigados pelos
deuses.
• Teoria Ética e Política: a direção política é uma atividade destinada aos filósofos, e o governo
ideal é um governo aristocrático, encabeçado por reis-filósofos ou filósofos-reis. Na democracia
impera a anarquia oriunda de meras opiniões, ao invés da ciência e da verdade.
•
Obra (Escrita em forma de diálogo)
Diálogos Socráticos ou de Juventude: Apologia de Sócrates, Protágoras, Trasímaco, Críton, Íon,
Laques, Lísis, Cármide, Eutífron, Hípias. Diálogos Construtivos ou de Maturidade: Górgias,
Ménon, Eutidemo, Crátilo, Menéxeno, O Banquete, A República, Fédon, Fedro. Diálogos Tardios
ou da Velhice: Parmênedes, Sofista, Filebo, Político, Timeu, Crítias, As Leis, Cartas.
ARISTÓTELES (384 - 322 a. C.)
•
Discípulo de Platão durante vinte anos
•
Preceptor de Alexandre Magno Rei da Macedônia
•
Fundador da escola filosófica “Liceu”
•
Oposição ao idealismo platônico. Matéria e essência não existem separadas
•
Criação de uma ontologia ou teoria da natureza e das relações do ser (Filosofia da Natureza)
•
Concepção dos regimes políticos como entidades criadas para oferecer soluções à vida em
comunidade. À Monarquia, interessa a unidade da polis; à Aristocracia, seu aprimoramento; à
Democracia, a liberdade. O regime perfeito integrará as vantagens destas três formas de
governo, rejeitando as deformações de cada uma: tirania, oligarquia e demagogia.
•
Concepção de uma ética finalista que visa à felicidade através da sabedoria e da virtude
•
Valorização da vontade humana e da deliberação, seguida do esforço para praticar bons hábitos
•
Obra
Lógica: Categorias; Da Interpretação; Primeira e Segunda Analítica; Tópicos; Refutações dos
Sofistas. Filosofia da Natureza: Física. Psicologia a Antropologia: Sobre a Alma; Tratados Físicos.
Zoologia: Sobre a História dos Animais. Metafísica: Metafísica. Ética: Ética a Nicômaco; Grande
Ética; Ética a Eudemo. Política: Política; Econômica. Retórica e Poética: Retórica; Poética.
EPICURO (341 - 270 a. C.)
•
Filosofia comprometida com as necessidades espirituais dos contemporâneos, preocupados
com a desintegração política da Grécia e com a decadência da polis. Para superação da
submissão política tão ofensiva às glórias gregas, era necessário o fortalecimento do ser
humano e a busca de superação do sofrimento, cabendo à Filosofia prestar a sua contribuição.
•
O prazer moderado é o único caminho capaz de evitar a dor e de alcançar a sabedoria e a
felicidade. Sendo aplicável tanto ao momento presente, quanto às recordações ou à esperança.
O prazer maior seria a ataraxia, ou seja, a imperturbabilidade absoluta.
•
A Ética epicurista orienta para a necessidade de haver limites a fim de garantir a serenidade,
uma vida feliz e sem atropelos, e para se construir uma estética da existência.
•
O prazer, identificado com a ausência do sofrimento e da dor, é a própria felicidade. O homem
virtuoso torna-se aquele que sabe as formas de alcançar o máximo de prazer com o mínimo de
sofrimento.
•
Obra
Contida em mais de 300 volumes, em grande parte, perdidos. A principal fonte de informações
sobre Epicuro foi seu discípulo Diógenes Laércio, que creditou ao filósofo estudos sobre Física,
Astronomia, Meteorologia, Psicologia, Teologia e Ética. Do que escreveu, só se conhecem as
Cartas, as Sentenças Morais e os Aforismos.
ZENÃO (324 – 263 a. C.)
•
Criador de um sistema filosófico denominado Estoicismo que perdurou de 300 a. C. a 250 d. C.,
afirmando-se como uma ética cuja orientação central consiste em viver virtuosamente,
conforme manda a razão, sem sujeitar-se às paixões. O homem sábio será aquele que não
permitir ser perturbado pelo mundo.
•
Postulante de uma concepção redutora do sexo, limitada ao casamento, visto como uma
concessão aos que não conseguiam se conter. A primazia no campo das virtudes era dada ao
celibato e à renúncia ao prazer físico.
•
Criador de um aporte moral para a condução ética do povo na transição da Grécia clássica para
a helênica, com potencialidade para renascer em situações de crise de valores, ao longo da
História.
•
Principais expoentes
Período Antigo: Zenão, Cleantes, Crisípo; Período Helenístico - Romano: Panécio de Rodes,
Posidônio de Apaméia e Cícero; Período Imperial Romano: o estoicismo oferece os alicerces
teóricos para dignificar o poder do Império moralmente corrompido.
•
Os princípios estóicos reverberaram na Teologia Cristã alimentando o ideal de virgindade, a
redução das finalidades do ato sexual à sua função reprodutiva e a busca de prazer restrita ao
casamento.
• A filosofia estóica está disseminada nos escritos dos filósofos já mencionados, na Patrística, e,
de resto, em toda a teologia cristã católica.
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