A GRÉCIA • Situação geográfica • Dominação da Grécia pela Macedônia • Influência de Aristóteles como preceptor de Alexandre Magno (século IV a. C.) • Dominação da Grécia por Roma (146 a. C.) PERÍODOS DE FORMAÇÃO DA SOCIEDADE GREGA • Pré-Homérico (séc. XX - XII a. C.) – nomadismo de grupos indo-europeus dedicados ao pastoreio, que gradualmente se sedentarizam e fundam núcleos urbanos: aqueus, jônios, dórios e eólios. • Homérico (séc. XII a. C. - VIII a. C.) – agropastoreio desenvolvido por grupos familiares com organização patriarcal e direito de primogenitura; nascimento da polis a partir da concentração de povoados; formação de uma aristocracia detentora de terras e de poder jurídico e religioso. • Arcaico (séc. VIII - V a. C.) - consolidação das Cidades-Estado – Esparta, Atenas, Corinto e Tebas; poder concentrado nos detentores de terras e de escravos; fortalecimento gradual dos comerciantes e artesãos; reformas políticas; derrocada das oligarquias e das tiranias; implantação do regime democrático. • Clássico ( séc. V - IV a. C.) – Período que marcou o ápice da cultura grega; mas também de guerras externas e internas, entre Cidades-Estado; dominação da Grécia pela Macedônia. PERCURSO DAS INDAGAÇÕES FILOSÓFICAS • Cosmogonia - busca das origens do cosmos e de explicações para a existência humana, prevalentes no período Pré-Homérico e Homérico. Narrativas mitológicas. Mito nebuloso, heróico e justificador das condições de existência. • Cosmogonia e Cosmologia – convivência das especulações mitológicas e racionais, prevalente nos períodos Arcaico e Clássico. O ócio da classe aristocrática detentora de escravos favoreceu o surgimento de homens nobres afeiçoados ao conhecimento – filósofos. • Representantes: Tales de Mileto (matemático e astrônomo); a água é a essência de toda matéria. Pitágoras (matemático e filósofo); os números são o princípio de explicação do mundo. Heráclito (filósofo); a harmonia do mundo resulta do confronto entre opostos. “Ninguém se banha no mesmo rio duas vezes”. Empédocles (profeta, político, orador e poeta); os quatro elementos se unem continuamente sob a força do amor e se separam sob o influxo do ódio até ser reconfigurada a perfeição. Anaxágoras (filósofo); cada particularidade do universo contém as mesmas características presentes na totalidade. Em toda matéria existe um princípio ordenador superior. Foi julgado por ateísmo porque suas opiniões se chocaram com as concepções religiosas da época. OS SOFISTAS (Séc. V a.C.) • Crise da Aristocracia Grega • Epistemologia eivada de interesses econômicos e políticos • Ensino Profissional e Remunerado da Filosofia à Burguesia • Principais representantes - Protágoras, Górgias, Pródico, Hipias. • A síntese Sofista - propunha uma “humanização” da cultura, na qual o estudo das ciências teóricas e das práticas visava à busca da virtude, entendida como adequação à ordem moral. Interesses pragmáticos: rejeitavam a tradição aristocrática; negavam a existência de verdades absolutas; enfatizavam as questões da vida cotidiana; situavam a linguagem como mera simbolização que não representava a essência das coisas. • Críticas aos Sofistas SÓCRATES O PAI DA FILOSOFIA MORAL (469 – 399 a. C.) O Tolos de Delfos SÓCRATES (469 – 399 a. C.) • Pai da Filosofia Moral • Busca de uma “Verdade” válida para todas as pessoas • Prega um sistema ético alheio às doutrinas religiosas • Toma como alvo do conhecimento o Ser Humano: “Conhece-te a ti mesmo” • Ensinava gratuitamente • Adota como métodos a ironia e a maiêutica ou parturição das ideias • Torna-se indesejado por contrariar os interesses da Democracia Ateniense • Situa-se como um ser estéril: “Só sei que nada sei” • O sentido da filosofia que ele identifica como sua sagrada missão é o de conduzir o indivíduo à cura de toda ilusão que distancia a alma de si mesma, ir ao encontro de si e fazer de si mesmo seu próprio ponto de partida. PLATÃO (427- 347 a. C.) • Teoria dos dois Mundos: o Sensível, material, mutável, finito e imperfeito (da matéria, das aparências e das cópias) e o Inteligível, imaterial, imutável, eterno e perfeito (das ideias, das formas, das essências e dos originais). • Teoria das ideias: as ideias, essências ou verdades são imateriais, anteriores à existência do nosso mundo material. Sendo imateriais, não se transformam. São eternas e imutáveis. Se o mundo imperfeito dos sentidos nos revela apenas a sombra da verdade, a inteligência nos revela um mundo transcendente, da imutabilidade e da perfeição, para além da esfera dos sentidos. • Teoria da alma: O Homem pertence aos dois mundos. A essência do homem é a alma, que antes de aprisionar-se nele, pertenceu ao mundo das ideias. A alma veio aportar na materialidade dos simulacros e das imperfeições, porque, em alguma situação, erramos e fomos castigados pelos deuses. • Teoria Ética e Política: a direção política é uma atividade destinada aos filósofos, e o governo ideal é um governo aristocrático, encabeçado por reis-filósofos ou filósofos-reis. Na democracia impera a anarquia oriunda de meras opiniões, ao invés da ciência e da verdade. • Obra (Escrita em forma de diálogo) Diálogos Socráticos ou de Juventude: Apologia de Sócrates, Protágoras, Trasímaco, Críton, Íon, Laques, Lísis, Cármide, Eutífron, Hípias. Diálogos Construtivos ou de Maturidade: Górgias, Ménon, Eutidemo, Crátilo, Menéxeno, O Banquete, A República, Fédon, Fedro. Diálogos Tardios ou da Velhice: Parmênedes, Sofista, Filebo, Político, Timeu, Crítias, As Leis, Cartas. ARISTÓTELES (384 - 322 a. C.) • Discípulo de Platão durante vinte anos • Preceptor de Alexandre Magno Rei da Macedônia • Fundador da escola filosófica “Liceu” • Oposição ao idealismo platônico. Matéria e essência não existem separadas • Criação de uma ontologia ou teoria da natureza e das relações do ser (Filosofia da Natureza) • Concepção dos regimes políticos como entidades criadas para oferecer soluções à vida em comunidade. À Monarquia, interessa a unidade da polis; à Aristocracia, seu aprimoramento; à Democracia, a liberdade. O regime perfeito integrará as vantagens destas três formas de governo, rejeitando as deformações de cada uma: tirania, oligarquia e demagogia. • Concepção de uma ética finalista que visa à felicidade através da sabedoria e da virtude • Valorização da vontade humana e da deliberação, seguida do esforço para praticar bons hábitos • Obra Lógica: Categorias; Da Interpretação; Primeira e Segunda Analítica; Tópicos; Refutações dos Sofistas. Filosofia da Natureza: Física. Psicologia a Antropologia: Sobre a Alma; Tratados Físicos. Zoologia: Sobre a História dos Animais. Metafísica: Metafísica. Ética: Ética a Nicômaco; Grande Ética; Ética a Eudemo. Política: Política; Econômica. Retórica e Poética: Retórica; Poética. EPICURO (341 - 270 a. C.) • Filosofia comprometida com as necessidades espirituais dos contemporâneos, preocupados com a desintegração política da Grécia e com a decadência da polis. Para superação da submissão política tão ofensiva às glórias gregas, era necessário o fortalecimento do ser humano e a busca de superação do sofrimento, cabendo à Filosofia prestar a sua contribuição. • O prazer moderado é o único caminho capaz de evitar a dor e de alcançar a sabedoria e a felicidade. Sendo aplicável tanto ao momento presente, quanto às recordações ou à esperança. O prazer maior seria a ataraxia, ou seja, a imperturbabilidade absoluta. • A Ética epicurista orienta para a necessidade de haver limites a fim de garantir a serenidade, uma vida feliz e sem atropelos, e para se construir uma estética da existência. • O prazer, identificado com a ausência do sofrimento e da dor, é a própria felicidade. O homem virtuoso torna-se aquele que sabe as formas de alcançar o máximo de prazer com o mínimo de sofrimento. • Obra Contida em mais de 300 volumes, em grande parte, perdidos. A principal fonte de informações sobre Epicuro foi seu discípulo Diógenes Laércio, que creditou ao filósofo estudos sobre Física, Astronomia, Meteorologia, Psicologia, Teologia e Ética. Do que escreveu, só se conhecem as Cartas, as Sentenças Morais e os Aforismos. ZENÃO (324 – 263 a. C.) • Criador de um sistema filosófico denominado Estoicismo que perdurou de 300 a. C. a 250 d. C., afirmando-se como uma ética cuja orientação central consiste em viver virtuosamente, conforme manda a razão, sem sujeitar-se às paixões. O homem sábio será aquele que não permitir ser perturbado pelo mundo. • Postulante de uma concepção redutora do sexo, limitada ao casamento, visto como uma concessão aos que não conseguiam se conter. A primazia no campo das virtudes era dada ao celibato e à renúncia ao prazer físico. • Criador de um aporte moral para a condução ética do povo na transição da Grécia clássica para a helênica, com potencialidade para renascer em situações de crise de valores, ao longo da História. • Principais expoentes Período Antigo: Zenão, Cleantes, Crisípo; Período Helenístico - Romano: Panécio de Rodes, Posidônio de Apaméia e Cícero; Período Imperial Romano: o estoicismo oferece os alicerces teóricos para dignificar o poder do Império moralmente corrompido. • Os princípios estóicos reverberaram na Teologia Cristã alimentando o ideal de virgindade, a redução das finalidades do ato sexual à sua função reprodutiva e a busca de prazer restrita ao casamento. • A filosofia estóica está disseminada nos escritos dos filósofos já mencionados, na Patrística, e, de resto, em toda a teologia cristã católica.