Sexualidade do idoso Introdução Na mente da maioria das pessoas, é difícil compreender a atividade sexual em idosos. Apesar do fato de que a maioria das pessoas nos EUA vive até uma idade avançada, a maior parte da população não está bem preparada para entender os seus corpos em processo de amadurecimento ou como o processo de envelhecimento afeta os seus interesses e as suas capacidades sexuais. Um número ainda menor de profissionais da área médica apresenta um entendimento completo da sexualidade na pessoa idosa. Introdução A maioria das pessoas idosas continua a apresentar um grande interesse em sexo, não importa se esteja residindo em seu lar ou em uma instituição. A maioria, caso permaneça relativamente saudável e tenha um(a) companheiro(a), continuará a ter uma vida sexual ativa através dos 60, 70 anos ou mais. Todas as pessoas têm necessidades sexuais, incluindo a necessidade de estar perto, de tocar e de ser tocada. Sexualidade A sexualidade é um fato inevitável da vida que existe desde o nascimento até a morte. Não é somente o ato sexual, mas está inter-relacionada com todas as áreas da vida de uma pessoa. Freqüentemente, ela se manifesta de maneiras sutis. A sexualidade é a integração dos aspectos físicos, emocionais, intelectuais, espirituais e sociais da personalidade de um indivíduo, que expressa masculinidade ou feminilidade. Sexualidade As interações com outras pessoas, higiene pessoal, o ato de se vestir, a fala e as manifestações de afeto são todos partes importantes da sexualidade. Dada a ampla extensão da expressão sexual, a idade e a incapacidade física têm pouca relação com o fato de uma pessoa ser ativamente sexual ou não. Esterótipo: Ser estéril O estereótipo que o idoso não tem sexualidade ou não tem interesse em sexo é uma função da nossa cultura e da ansiedade ao redor destes aspectos. A realidade é que a atividade sexual freqüentemente continua até a morte. E a vida continua... p/ os Homens Pesquisas demonstram que a maioria dos homens permanece interessada em sexo, não importando a idade. Na verdade, cerca de 40% dos homens acima de 60 anos de idade relataram que a atividade sexual permanece tão prazeirosa quanto antes. Um estudo evidenciou 27% relatou que o sexo se tornava melhor após os 60 anos de idade do que previamente e, 36% afirmaram que tinham menos prazer na relação sexual atualmente do que quando eram mais jovens E a vida continua... p/ os Homens Os fatores associados à continuidade da atividade sexual na velhice são: • A idade, • Estado de saúde • Disponibilidade de um(a) companheiro(a) • Freqüência da atividade sexual quando o paciente era mais jovem Homens x mulheres Acreditava-se que a atividade em qualquer idade tendia a ser mais freqüente em homens do que em mulheres. Todavia, esta conclusão tem sido fortemente criticada como um artefato estatístico; Certas mulheres idosas são mais sexualmente ativas do que certos homens da mesma condição. E a vida continua... p/ as Mulheres Para as mulheres, a freqüência da atividade sexual é dependente de: • Disponibilidade de um companheiro, • Estado de saúde, • Prazer sexual no passado. Muitas mulheres relataram que o sexo se torna mais prazeiroso, e satisfaz mais após a menopausa. O orgasmo pode tender a durar mais e relatam freqüentemente que a sensação é mais intensa. Decréscimo Pesquisas apontam que: • A freqüência de relações sexuais em mulheres casadas sofre um declínio gradual semelhante ao homem. Masturbação e as fantasias sexuais parecem ser menos freqüentes nas mulheres do que nos homens e declinam gradualmente após a idade de 60 anos. Razões do decréscimo Alterações Fisiológicas com o Avanço da Idade: • Isso leva a impacto Sobre a Atividade Sexual Alterações nos Homens A principal alteração que ocorre com o envelhecimento normal é uma lentidão da resposta. A ereção demora mais, é menos freqüente e puramente psicológica: • Em vez de ocorrer em resposta a uma imagem sexual, ela requer uma estimulação direta do pênis. Alterações nos Homens A ejaculação também é retardada e comumente não ocorre durante todas as relações sexuais. Durante a fase da resolução, a ereção é rapidamente perdida e o período refratário é geralmente mais longo. Não é raro que este período dure até 12 horas ou mais antes que os homens sejam capazes de alcançar uma nova ereção. Alterações nos Homens Homens com um padrão de expressão sexual mais relaxado: • Tais alterações normais podem ser vistas como uma oportunidade para aumentar a capacidade do prazer. Homens obcecados pelo desempenho sexual e que precisam provar a sua masculinidade: • Estas alterações podem levar a um sentimento de incompetência e fracasso Alterações nos Homens Homens com um padrão de expressão sexual mais relaxado: • Tais alterações normais podem ser vistas como uma oportunidade para aumentar a capacidade do prazer. Homens obcecados pelo desempenho sexual e que precisam provar a sua masculinidade: • Estas alterações podem levar a um sentimento de incompetência e fracasso Em ambos os casos, a importância de explicar as alterações normais devidas ao envelhecimento não pode ser ignorada. Alterações nas mulheres Nelas as alterações fisiológicas são mais sutis, com nenhuma evidência de que o sexo seja menos prazeiroso por causa de uma resposta sexual mais lenta. Como para os homens, a estimulação direta pode tornar-se crescentemente importante. Isto é especialmente verdadeiro no caso da lubrificação vaginal, que pode agora requerer o uso de lubrificantes hidrossolúveis. Alterações nas mulheres Queda estrogênica provoca: • Certo grau de atrofia: Do clitóris, Dos lábios, Mucosa vaginal, • Pode ocorrer dispareunia As opções de tratamento incluem a utilização de um creme de estrogênio. Um orgasmo satisfatório e o coito podem persistir até os 80 ou 90 anos de idade, caso haja oportunidade. O médico e sexualidade do idoso O médico tem o dever de fazer uma anamnese incluindo o padrão sexual do idoso. Há vários motivos para isso: • A incidência de problemas sexuais entre as pessoas idosas é estimada a ser substancial (cerca de 50%); • Apesar de uma certa hesitação em discutir este assunto, a permissão para iniciar este tópico é apreciada por muitos pacientes; • A incidência de AIDS nesta população está aumentando substancialmente. O médico e sexualidade do idoso Há vários motivos para isso (cont): • O médico pode angariar informações valiosas, que podem contribuir para uma avaliação ampla e desta maneira aprimorar o tratamento de saúde; • É criada a oportunidade de fornecer apoio e informação sobre as alterações sexuais normais, relacionadas à idade, ou determinar a necessidade de um encaminhamento mais especializado O médico e sexualidade do idoso Como os médicos também podem apresentar reservas em abordar tópicos em relação ao sexo: Uma preparação essencial é desenvolver a consciência dos seus próprios valores sexuais. Deve se sentir à vontade em fazer perguntas: • • • • De forma respeitosa, Com carinho Segurança Precisão O médico e sexualidade do idoso Não é necessário que este questionário se tome um compêndio de informação sobre a sexualidade do paciente. O mais importante são: • • • • Habilidades em facilitar uma discussão, Ênfase na escuta, Respeitar as preocupações do paciente, Responder com informações básicas Exame físico x Sexualidade Integridade de 4 sistemas para ocorrência de resposta sexual: • Estado emocional da excitação sexual, • Vias do sistema nervoso que controlam o fluxo sangüíneo pélvico e a sensibilidade pélvica, • Circulação pélvica, • Sistema hormonal sexual Aspectos emocionais O estresse, a fadiga, a dor e a depressão podem interferir na função sexual, em presença ou ausência de disfunção sexual física. Aspectos emocionais Para os indivíduos idosos, existem várias fontes potenciais de estresse: • Aposentadoria, • Mudanças na família (separação de um filho adulto, cuidar de pais idosos, assuntos relacionados à madrasta, padrasto, etc.), • Morte ou perda de amigos íntimos, • Problemas financeiros, • Reação de adaptação à doença, • Conflito no casamento, • Medos da perda da libido. Conclusão Os médicos tem feito um progresso considerável em abordar assuntos sobre a sexualidade com seus pacientes. Mas na população geriátrica tal progresso tem sido de certa forma mais lento e mais complexo. Os mitos em relação à sexualidade de pessoas idosas continuam a existir. Medos, atitudes negativas e a relutância dos profissionais de saúde em abordar estas questões geram restrições indevidas, isolamento social e vergonha entre a população de idosos. A auto-estima e a qualidade de vida são definitivamente afetadas. Bibliografia FREITAS, E.V. Tratado de Geriatria e Gerontologia.. 2ª. Edição. Editora Guanabara Koogan, 2006. GUIMARÃES, R.M. & CUNHA, U.G.V .Sinais e Sintomas em Geriatria.. 2ª. Edição. Editora Atheneu, 2004. CARVALHO Filho, et al.Geriatria Fundamentos Clínica e Terapêutica. 2ª. Edição. Editora Atheneu, 2005