Normas para a redação dos trabalhos Metodologia do Trabalho Científico • • • • • ANDRADE (2010), elenca algumas qualidades que devem estar presentes nos trabalhos científicos, entre elas as quais destacam-se as que seguem: Objetividade; Impessoalidade; Estilo; Clareza e concisão; Modéstia e cortesia. Objetividade A qualidade essencial de um trabalho científico é a objetividade (…). Nos trabalhos científicos, empregase a linguagem denotativa, isto é, cada palavra deve apresentar seu significado próprio, referencial e não dar margem a outras interpretações. Aconselha-se o uso de frases curtas e simples, com vocabulário adequado. Os termos técnicos e expressões estrangeiras, inclusive citações em latim, só devem ser utilizados quando indispensáveis. Impessoalidade A impessoalidade contribui grandemente para a objetividade da redação dos trabalhos científicos. Expressões como “meu trabalho”, “eu penso”, “na minha opinião” etc. devem ser evitadas por apresentarem conotação de subjetividade inerente à linguagem expressa na primeira pessoa. Usa-se, de preferência, “o presente trabalho”, “neste trabalho”, etc. O emprego do pronome impessoal “SE” é o mais adequado: “procedeu-se ao levantamento”, “procurou-se obter tal informação”, “fez-se tal coisa”, ou “realizou-se” etc. Outro recurso que contribui para a objetividade na redação consiste em usar verbos nas formas que tendem à impessoalidade: “tal informação foi obtida”, “a busca empreendida”, “o procedimento adotado” etc. Estilo Emprega-se de preferência um estilo simples, evitando-se o excesso de retórica, os preciocismos vocabulares, os termos muito eruditos ou em desuso, expressões vocabulares que tornam a sintaxe complexa. O excesso de adjetivação, as repetições próximas e frequentes de determinadas conjunções ou expressões são procedimentos que precisam ser evitados. Termos de gíria ou expressões deselegantes jamais poderão fazer parte do vocabulário de um escrito científico. A escolha do estilo deve recair sobre o nível culto de linguagem ou o coloquial cuidado que, embora simples, usual, obedece às regras gramaticais. Importante é lembrar que simplicidade não exclui correção gramatical, que é requisito indispensável da redação científica. Clareza e concisão Ideias claramente definidas devem expressar-se através de frases e palavras claras. As frases demasiadamente longas tendem a compromoter a clareza, dificultando a concordância gramatical. É imprescindível concatenar as ideias ou informações de maneira lógica e precisa, estabelecendo uma linha clara e coerente de raciocínio. Geralmente , a clareza da redação reflete a clareza do raciocínio. A clareza deve ser acompanhada da concisão. Um texto repetitivo, que apresenta a mesma ideia em mais de um parágrafo, por mais bem escrito que seja, torna-se cansativo. Evite-se, igualmente, prolongar a explanação de uma ideia suficientemente esclarecida, bem como a repetição desnecessária de detalhes que não sejam relevantes. Modéstia e cortesia A modéstia evidencia o reconhecimento dos próprios limites, por parte do autor do trabalho. Nenhum ser humano é perfeito ou capaz de executar obras que atinjam a perfeição plena, embora seja desejável todo reforço em busca da perfeição. A modéstia deve andar a par da cortesia, sobretudo quando se trata de discordar de um autor, de uma ideia ou opinião. É fundamental que toda crítica seja feita com a mais absoluta cortesia, diria melhor, diplomacia, até porque há possiblidade de afinal, reconhecer-se que a crítica talvez fosse infundada. Referência: ANDRADE, M. M. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico: Elaboração de Trabalhos na Graduação. 10ed. São Paulo: Atlas, 2010.