Ascaridiase-2014 - Blog do Eduardo Arruda

Propaganda
Escola Superior da Amazônia – ESAMAZ
Curso Superior de Farmácia
Parasitologia - Ascaridíase
Professor MSc. Eduardo Arruda
Ascaridíase




Ascaridíase, Ascaridiose, Ascariose ou
Ascaríase;
Ascaris lumbricoides;
Grego: “Askaris” (Certo verme intestinal);
A.lumbricoides, A.suun (porcos), Toxocara
canis (Cães: Larva migrans visceral);
Ascaridíase







Ascaridiase + Tricurose + Enterobiose = Mais
frequentes;
A.lumbricoides: Mais frequente ( ovos);
30% População mundial;
80% até 10 anos;
Sintomas: 10%;
Mortes: 0,03%;
Melhor saneamento básico;
Ascaridíase

OMS (2008):




1,2 bilhões de infectados;
400 milhões sintomáticos;
África, Ásia, Oceania e Américas;
Grande problema de saúde pública.
Morfologia




Helminto longo: acima de 20 cm;
Grande número do parasitos: menor;
Cilíndricos, brilhantes e de cor brancorosada;
Extremidade anterior: Boca (3 lábios
fortes), esôfago cilíndrico, intestino
retilíneo, reto e ânus (posterior).
Morfologia
Morfologia - Fêmea





35 – 40 cm;
5,0 mm de largura;
Extremidade posterior
retilínea;
Vulva, vagina, 2 ramos
uterinos e 1 ovário (1m);
27 milhões de óvulos / 200
mil ovos por dia.
Morfologia - Macho




20 – 30 cm;
3,0 - 4,0 mm de largura;
Dimorfismo sexual
(encurvamento de cauda);
Cloaca, 2 espículos curvos e
grosso, canal ejaculador e
testículos.
Morfologia Fêmea x Macho
Morfologia Fêmea x Macho
Morfologia - Ovos




3 membranas (resistência);
Membrana externa (mucopolissacarídeo):
mamilonada (abacaxi);
Viável por 6 anos em solo úmido;
Congelamento, temperaturas de inverno e
períodos de dessecação;
Morfologia - Ovos




Quando isoladas ou mais numerosas que os
machos, as fêmeas podem por ovos inférteis,
mais alongados, que não embrionam;
Férteis: Arredondados;
Inférteis: Alongados;
Intestino: cinza / castanha.
Morfologia – Ovos
Habitat





Verme adulto: Jejuno e Íleo;
Alto parasitismo: Todo o intestino;
Presos na mucosa (fortes lábios);
Enovelados (verme – verme);
Muitos ovos> Ação espoliativa>
Nutrientes (proteínas, carboidratos,
lipídios e vitaminas A e C).
Habitat
Ciclo Biológico






Monoxeno;
Fêmea expele: Ovos L1;
20 dias: L2;
30 dias: L3 (infectante);
Alguns autores (L2);
Ovos infectantes por meses;
Ciclo Biológico



Ingerido> Intestino delgado (eclodem)> Intestino
grosso> Circulação> Fígado> Coração> Pulmões
(após 8 dias L4)> Alvéolos (L5)> Traquéia>
Laringe> Faringe (expelidas ou deglutidas)>
Intestino delgado (30 dias / adultos)> 60 dias
após ingestão/ fêmeas/ ovos;
Vermes adultos: 2 anos;
Ciclo pulmonar: Ciclo de Looss (pesquisador).
Ciclo Biológico
Ciclo Biológico
Patogenia

Larvas:




Elevado;
Pontos ou túneis hemorrágicos
e necróticos no fígado;
Hemorragia nos brônquios;
Criança (Síndrome de Loeffer):
Reação alérgica (tosse,
dispnéia, eosinofilia).
Patogenia

Vermes Adultos:





03 – 04 vermes: Assintomático;
Eliminam vermes em fezes ou exames rotineiros;
30 – 40 vermes ou > 100: Diversas alterações;
Cólicas, perda de peso, insônia, manchas brancas
na pele (alto consumo de vitamina A e C:
despigmentação);
Crianças: Aumento do volume abdominal, palidez
e tristeza.
Patogenia

Vermes Adultos:


Ação Espoliativa: Proteínas, carboidratos,
vitamina A e C (desnutrição);
Ação Mecânica: Obstrução do Íleo e irritação
da parede intestinal;
Patogenia

Vermes Adultos:

Ação Ectópica: Migração para apêndice,
colédoco, olhos e boca.

Região amazônica: 903 apêndices removidos
(1972 – 1976): 289 (32%) / 200: 80 (40%);
Patogenia
Caso Clínico

Paciente de 1 ano de idade, residente em área rural de
Sete Lagoas (MG), vítima de desnutrição acentuada
apresentou episódio súbito de vômitos aquosos, com
grande quantidade de vermes adultos de A. lumbricoides
no conteúdo do vômito. Não houve relato de eliminação
nasal do verme durante os episódios de vômito. Foi
atendida em clínica pediátrica da EMPREMED em Sete
Lagoas (MG) e liberada para tratamento domiciliar e
acompanhamento ambulatorial. Posteriormente foi levada
por sua mãe para consultório oftalmológico no Centro
Oftalmológico de Minas Gerais em Belo Horizonte devido a
epífora (lacrimejamento contínuo) intensa no OD.
Caso Clínico


Ao exame oftalmológico apresentava hiperemia
conjuntival universal no OD e excesso de secreção
purulenta e viscosa no local com a parte anterior de
um verme se exteriorizando pelo ponto lacrimal
inferior direito (figuras 1 e 2).
Realizado breve sedação anestésica na criança e o
verme foi retirado do canalículo lacrimal inferior por
simples tração pausada, para evitar a ruptura do
verme no interior do canal lacrimal do paciente.
Rinoscopia anterior foi realizada previamente, não
se identificando o verme na cavidade nasal.
Caso Clínico
Caso Clínico


Chama-se "Ascaris errático" ao verme que se
localiza em habitat anormal, como no apêndice
cecal (causa apendicite aguda), canal colédoco
(sintomas hepatobiliares), boca, narinas etc.
No caso descrito, a presença ectópica do Ascaris foi
no ducto nasolacrimal, saco lacrimal e ducto
lacrimal inferior do OD da criança. Caso semelhante
foi relatado por Kanapumbi e Lubeji 11 no Zaire em
1996 em uma criança de 9 meses de idade
acometida por uma obstrução do canal lacrimal
pelo helminto.
Caso Clínico



Obstrução nasolacrimal em criança: Ascaris
lumbricoides como uma causa incomum;
Ernesto Helder Palma Araújo & Sérgio Schneider
Guimarães;
ARQ. BRAS. OFTALMOL. 63(5), OUTUBRO/2000.
Diagnóstico



Exame de fezes (milhares de ovos);
Sedimentação espontânea;
Sedimentação por centrifugação.
Epidemiologia




Norte/Nordeste: 05 – 14 anos (25,1%);
Fatores sociais, econômicos e culturais;
Fatores ambientais (temperatura, umidade, solo
etc.);
Distribuição geográfica: Mundial;
Epidemiologia




Fonte de infecção: Humanos;
Forma de transmissão: Ovos larvados;
Veículo de transmissão: Poeira, mosca, alimentos,
água;
Via de penetração: Boca.
Profilaxia


Educação sanitária;
Instalação de serviços de água e esgoto
tratado.
Tratamento


Várias drogas: Preço e sensibilidade;
Albendazol: Larvas e vermes adultos;




400 mg: crianças (2 doses) / adultos (dose
única);
Fase pulmonar: repetir após 15 dias;
Mebendazol: 100 mg 2x/ dia (3 dias);
Pamoato de Pirantel: 10mg/ Kg/ dia
(dose única)
Tratamento


Obstrução intestinal: suspender a dieta,
Óleo mineral (15- 30 ml) 4/4h +
Piperazina 100mg/ Kg/ dia;
Sem reversão: Cirúrgica.
Download